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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


DEPARTAMENTO DE MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA DAS CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Carga Horária - 75 h 3.2.0 2023-1
Ministrante: Profª. Drª Antonina Mendes Feitosa Soares

Alunos:

Lucas Figueredo Soares – Mat. 20219003695


Nairillene M. C. N. Lima – Mat. 2013965453

Para compreendermos o Ensino de Ciências no contexto atual, é importante fazermos uma análise
de como esse ensino era desenvolvido nas últimas décadas e seu processo de implantação nos
currículos. Assim, vamos levantar alguns pontos desse tema sem a pretensão de pôr fim à
discussão.
1 O texto trabalhado na aula passada trata da Evolução do Ensino de Ciências. Com base neste
texto contextualize o Ensino de Ciências nas fases abaixo:

a) Período de 1950 a 1960


Situado após a Segunda Guerra Mundial, o contexto de aceleração da industrialização
e desenvolvimento tecnológico e científico impactou diretamente o currículo escolar. Na fase
de “crise do ensino de Ciências”, os programas curriculares estadunidenses sofreram grandes
alterações, que também chegaram na Europa e demais países. No Brasil, o ensino de ciências
ainda era desvalorizado e mantinha características que permanecem até hoje, como o ensino
primariamente teórico, livresco e memorístico.
As mudanças curriculares no ensino de Ciências visavam, primariamente, atender as
necessidades econômicas e científicas da época, visando tornar os países (especialmente a
Europa e os Estados Unidos) a vanguarda do desenvolvimento tecnológico e científico. No
Brasil, essas mudanças foram estimuladas pelo IBECC (Instituto Brasileiro de Educação,
Ciência e Cultura) e Ministério da Educação, visando aprimorar a formação de professores
para o ensino de ciências.
b) Período de 1960 a 1970
Com a chegada da Guerra Fria, as Ciências se tornaram cada vez mais importantes
pro desenvolvimento econômico e pra fins bélicos e militares, o método científico passa a
estar mais presente como necessidade de formação do cidadão, acabando com a ideia de que
o ensino de Ciências era apenas para formar cientistas, agora voltava-se para o ensino do
cidadão comum, que deveria ter familiaridade com os avanços, métodos e técnicas da ciência
moderna.
Institutos de pesquisas, universidades e grupos de pesquisadores de diversas áreas se
reuniam para pensar cada vez mais as mudanças no ensino de Ciências, trabalhando em
conjunto com psicólogos e especialistas em currículo e avaliação, dessa forma, foi sentida a
necessidade de mudar a forma como se faziam os livros didáticos, os grupos acabaram se
tornando instituições permanentes, gerando os Centros de Ciências.
No Brasil, foram criados seis Centros de Ciências, entre 1963 e 1965, pelo Ministério
da Educação e Cultura, responsáveis por pensar, organizar e produzir materiais para
programas curriculares, na mesma época, a psicologia comportamental ganhava força e se
expressava dentro do contexto educacional, disputando também com a psicologia
cognitivista, as duas visões psicológicas disputavam a atenção dos pesquisadores do ensino
das Ciências.
Por ser um movimento que ocorria primariamente nos países de capitalismo central,
como Estados Unidos e na Europa, ocorreu o transplante de currículos desses locais para
outros, com realidades diferentes, esse transplante mecânico encontrava dificuldades de
aplicação, devido à própria diversidade das realidades.
No Brasil, o inicio da década de 60 foi marcado pelo avanço da valorização das
Ciências como disciplina, permitindo o uso de projetos americanos no contexto brasileiro,
especialmente dentro da disciplina de “Iniciação à Ciência”, contudo, houve resistência do
sistema educacional para aceitar as mudanças, que só se agravou com o golpe militar de 1964,
em que o ensino de Ciências era usado para formar uma mão-de-obra com algum
conhecimento técnico. A ditadura foi um contexto também de muita mobilização estudantil,
que lutava por melhores universidades, escolas, educação e pelo fim da ditadura.

c) Período de 1970 a 1980


Decorrente das crises vivenciadas no mundo, era necessidade tornar presente para os alunos
as discussões sobre as implicações sociais do desenvolvimento científico, ou seja, evidenciar
a influência dos problemas sociais no mundo por meio da educação ambiental. No mundo,
vários países trabalhavam projetos com esse proposito. A própria crise social nos fez pensar
nas minorias, alunos carentes e diferentes etnias.
No Brasil, nesse período tivemos a promulgação da Lei n. 5.692/71, agora o foco passa a ser
principalmente o trabalhador, devido as novas necessidades para o desenvolvimento esperado.
Nesse momento foi possível perceber um esfacelamento das disciplinas cientificas, onde a
preocupação maior era o profissionalismo, a técnica, nesse interim o livro passa a ser uma
peça fundamental, pois tinha-se a ideia que o mesmo era suficiente com a aplicação de
exercícios e estudo dirigidos.

d) Período de 1980 a 1985.


A crise social e econômica continua em altos e baixos, no âmbito mundial vive-se uma
competição tecnológica, no âmbito nacional vivemos uma transição politica, estamos saindo
da Ditadura militar. O objetivo agora é formar o cidadão-trabalhador, deixando claro para
esse cidadão, por meio do ensino de ciências as implicações sociais do desenvolvimento
cientifico e tecnológico.
No Brasil, a primeira metade da década de 80 foi caracterizada por uma profunda crise
econômica e o inicio da transformação politica, de um regime totalitário para um regime
participativo pluripartidário. Dai a necessidade de se construir sujeitos capazes de exercer
sua cidadania, não mais apenas trabalhadores, mas cidadãos trabalhadores.

Não se conhece completamente uma Ciência enquanto não se souber da sua


história. (A. Conte)

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