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ANÁLISE DOS MOVIMENTOS HISTÓRICOS NO ENSINO SUPERIOR

OS DIFERENTES MOVIMENTOS HISTÓRICOS NO ENSINO SUPERIOR

Unidade II

Prof. Dr. Fernando Henrique Cavalcante de Oliveira


OS DIFERENTES MOVIMENTOS HISTÓRICOS NO ENSINO SUPERIOR

 2.1 – 1ª Fase: Instituições Elitistas, Forte Orientação Profissional; Ênfase no Ensino em detrimento da
Investigação
 2.2 – 2ª Fase (entre 1930 e 1964): Surgimento das Universidades Públicas Federais e Estaduais;
docentes europeus e surgimento das universidades religiosas
 2.3 – 3ª Fase (1968): Movimento da reforma Universitária (eficiência administrativa, estrutura
departamental e indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão)
 2.4 – Continuação da 3ª Fase (década de 1970): desenvolvimento dos cursos de pós-graduação no
Brasil e no Exterior para capacitação avançada do corpo docente brasileiro
 2.5 – 4ª Fase (a partir dos anos 1990): Constituição de 1988 e homologação de Leis para regular a
Educação Superior. Flexibilização do Sistema, redução do Papel exercido pelo governo, ampliação do
sistema e melhoria dos processos de avaliação com vistas à elevação da qualidade.
2.2 – 2ª Fase (entre 1930 e 1964):
Surgimento das Universidades Públicas Federais e Estaduais; docentes
europeus e surgimento das universidades religiosas

Os anos 1930 vão delinear um processo de mudanças estruturas na ordem política,


econômica e social do Brasil, um vez que os grupos apoiadores do governo Vargas que
destituíram Washington Luiz, a partir do que hoje é chamado de Revolução de 1930,
optaram pelo modelo de governo e educação voltado para a industrialização, deixando
as marcas de uma ênfase escolar técnica e profissional para as classes menos
abastadas, e um ensino superior para a elite, reforçando ainda o trabalho braçal versus
intelectual.
2.2 – 2ª Fase (entre 1930 e 1964): surgimento das universidades
públicas federais e estaduais; docentes europeus e surgimento das
universidades religiosas.

As políticas adotadas nesse período são orientadas para atender às demandas


do processo de industrialização e do crescimento da população urbana. Foi
nesse período que surge o Ministério da Educação e da Saúde em 1930,
ampliando o ensino profissional e técnico, consolidando uma forte estrutura de
ensino profissional.
1ª Fase: Instituições Elitistas, Forte Orientação Profissional;
Ênfase no Ensino em detrimento da Investigação

No presente modelo jesuítico, prevalece a valorização do conhecimento, do saber sistematizado pela tradição,
que tem um caráter desinteressado e destinado a proporcionar cultura básica geral.

Essa prática educacional por assim dizer era voltada para uma classe privilegiada. Em decorrência, os alunos
graduados nos colégios jesuítas iam para a Universidade de Coimbra ou para outras Universidades europeias,
a fim de completar seus estudos.

O professor reproduzia os conteúdos de acordo com o currículo estabelecido e era capaz de manter a ordem.

Ex: ENEM
2ª Fase (entre 1930 e 1964)
Com a queda do Estado Novo em 1945, que reconduziu o país ao regime democrático,
é retomada a luta dos pioneiros da educação para introduzir mudanças na Lei Orgânica
do Ensino Industrial. Buscava-se então dois objetivos: a equivalência entre os ramos de
ensino profissional e secundário e a eliminação da dualidade.

A primeira iniciativa se deu com a aprovação da Lei n.º 1.076 de 31 de março de 1950,
que permitia aos estudantes que concluíssem o primeiro ciclo do ensino industrial,
comercial e agrícola ingressar no curso clássico ou científico, desde que prestassem
exames das disciplinas não estudadas naqueles cursos e compreendidas no primeiro
ciclo do curso secundário.
2ª Fase (entre 1930 e 1964)

Podemos apontar alguns fatores que contribuíram para o fracasso do ensino de segundo grau
profissionalizante, dentre outros: a falta de recursos humanos e materiais para a manutenção, por
parte do poder público, de uma extensa rede de escolas; a resistência dos empresários em admitir
nos quadros de suas empresas os profissionais oriundos dos cursos de segundo grau.

De escolas antes destinadas aos desvalidos e aos desprovidos de fortuna no tempo em que eram
Escolas de Aprendizes e Artífices, essas instituições se converteram em Escolas Técnicas, nas
quais a grande parcela dos técnicos por elas formados, no contexto dos anos 1960 e 1970, eram
recrutados, quase que sem restrições, pelas grandes empresas privadas ou estatais.
3ª Fase (1968): Movimento da reforma universitária (eficiência administrativa,
estrutura departamental e indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão)

 Em 1968, inicia uma terceira fase da educação superior brasileira com o movimento
da reforma universitária, que tinha como base a eficiência administrativa, estrutura
departamental e a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão como mote
das instituições de ensino superior.

 O processo de federalização das instituições de ensino superior e as constantes


críticas à política universitária, bem como o desenvolvimento do movimento
estudantil, ocasionaram a reforma de 1968 com base nas Leis n.º 5.540 e n.º
55.398, que possibilitaram mudanças baseadas na repressão política e ideológica
do corpo discente e do corpo docente.
INTERATIVIDADE
No Brasil Colonial, estudamos a primeira fase do Ensino Superior no Brasil nesse determinado
período e vimos algumas características dessa fase. Assinale a alternativa que não condiz com
a fase apresentada:

a) Prevalece a valorização do conhecimento.


b) O saber sistematizado pela tradição.
c) Voltado para todas as classes sociais.
d) O professor reproduzia os conteúdos de acordo com o currículo
estabelecido.
e) O professor consegue manter a ordem em sala.
RESPOSTA CORRETA COMENTADA
Correta: c
No Brasil Colonial, estudamos a primeira fase do Ensino Superior no Brasil nesse determinado
período e vimos algumas características dessa fase. Assinale a alternativa que não condiz com
a fase apresentada:

c) Voltado para todas as classes sociais

Comentário: a alternativa c não condiz com a fase do


Brasil Colonial, uma vez que que a educação nesse
período não atendia às classes sociais existentes, mas,
apenas às elites da época.
3ª Fase (1968): movimento da reforma universitária (eficiência administrativa, estrutura
departamental e indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão)

 No ano de 1968 houve uma intensa mobilização do movimento estudantil, sendo realizados
diversos debates e manifestações de rua. O Governo irá realizar uma série de medidas para impedir
essas mobilizações.

 A reforma de 1968 proporcionou grandes modificações que se colocam presentes atualmente na


organização das instituições educacionais brasileiras.

 A inserção de departamentos acadêmicos rompeu com as cátedras vitalícias, promovendo assim, uma
carreira acadêmica mediante uma legislação que coadunou o ingresso e a progressão docente no
desenvolvimento da titulação acadêmica voltados para a pesquisa e produção de conhecimento.
Criou-se assim uma política de pós-graduação direcionada por agências de pesquisa que fomentam a
produção do conhecimento a partir do governo federal.
REFORMA UNIVERSITÁRIA

 Para ROMANELLI (2000, p. 228-9), três componentes estruturais da universidade foram


consagradas na Reforma Universitária ou Lei 5.540/1968: organização, em que define a
Universidade como lugar preferencial do ensino superior e o Departamento como o órgão
que congregará disciplinas afins; administração, cujo reitor é o executivo e os
administradores são o órgão central da coordenação do ensino e da pesquisa, junto com
o Conselho de Curadores; Cursos, de graduação e pós-graduação, aperfeiçoamento e
especialização, que são promovidos pelas unidades departamentais.

 A Reforma Universitária de 1968 possibilitou a carreira universitária por meio do


mérito acadêmico, mas a centralidade do poder e a política autoritária em nada
contribuíram para a qualidade da oferta desse ensino.
2.4 – Continuação da 3ª Fase (década de 1970): desenvolvimento dos cursos de pós-
graduação no Brasil e no Exterior para capacitação avançada do corpo docente
brasileiro

 O I Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) foi desenvolvido no governo do Presidente


Ernesto Geisel, tendo como Ministro da Educação e Cultura Ney Braga, por meio do Decreto
n° 73.411, de 4 de janeiro de 1974. O objeto deste Plano é o conjunto de atividades
desenvolvidas nas instituições de ensino superior e nas instituições de pesquisa, em nível de
pós-graduação.

 Este trabalho educacional e científico está distribuído em vários tipos de cursos, delimitados
conforme o Parecer n.° 977/65 do Conselho Federal de Educação, entre o sentido stricto -
cursos de mestrado e doutorado - e o sentido lato - cursos de formação avançada em nível
de especialização e aperfeiçoamento (InfoCapes 1998a, p. 12).
2.4 – Continuação da 3ª Fase (década de 70): desenvolvimento dos cursos de pós-
graduação no Brasil e no Exterior para capacitação avançada do corpo docente brasileiro

II Plano nacional de pós-graduação 1982-1985: O II Plano Nacional de Pós-Graduação desenvolveu-se


no governo do Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, sendo a Ministra da Educação e Cultura
Esther de Figueiredo Ferraz. A política nacional de pós-graduação fundamenta-se nas seguintes
premissas:
 a) A existência de um número crescente de profissionais, pesquisadores e docentes altamente
qualificados viabilizando o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural próprio e representa
garantia real para a afirmação dos valores genuinamente brasileiros;
 b) A consolidação da pós-graduação depende de um sistema universitário e de institutos de pesquisa,
estável e dinâmico em todos os seus níveis e setores, e o seu desenvolvimento pressupõe a existência
de condições materiais e institucionais indispensáveis para a plena realização de suas finalidades;
2.4 – Continuação da 3ª Fase (década de 1970): desenvolvimento dos cursos de pós-
graduação no Brasil e no Exterior para capacitação avançada do corpo docente brasileiro

 c) A pós-graduação baseia-se na existência de docentes e pesquisadores efetivamente


engajados na produção de novos conhecimentos científicos, tecnológicos ou culturais, em
instituições que lhes garantam adequada dedicação horária, carga de ensino compatível
com a pesquisa e as outras formas de produção intelectual, além de condições de
instalações e infraestrutura necessárias;

 d) O desenvolvimento da pós-graduação depende igualmente da reformulação da estrutura e


do funcionamento das instituições acadêmicas que carecem de maior dinamização e
desburocratização interna.
IV Fase (a partir dos anos 1990):
Constituição de 1988 e homologação de leis para regular a Educação Superior

a) Flexibilização do sistema.

b) Redução do papel exercido pelo governo.

c) Ampliação do sistema.

d) Melhoria dos processos de avaliação com


vistas à elevação da qualidade.
IV Fase (a partir dos anos 1990):
Constituição de 1988 e homologação de Leis para regular
a Educação Superior

Os anos 1990 até os dias atuais a educação superior é marcada por legislações que associam
o ensino superior a princípios de flexibilidade, competitividade e avaliação (SAVIANI, 2008).
A LDB de 1996, guarda um capítulo para o ensino superior, que segundo explicações de
SEVERINO (2008) antes mesmo da aprovação, alguns artigos foram deliberados em forma de
lei para agilizar alguns pontos que o governo tinha pressa em aprovar.
 A Lei nº. 9131/96, exemplo disto, atribuiu ao Conselho Nacional de Educação (CNE) a
sistemática dos exames de avaliação de desempenho para as Universidades públicas e
privadas.
IV Fase (a partir dos anos 1990):
Constituição de 1988 e homologação de Leis para regular a Educação Superior

No Decreto nº. 2.306 de agosto de 1997 fica nítida a transferência da educação


superior para o mercado. Esse Decreto delibera, também, sobre a as administrações
das Universidades particulares por intermédio de mantenedoras e condições para as
entidades sem fim lucrativo.

 Em 2007 o governo cria o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) com duas


metas para o a educação superior:
a)A ampliação do acesso;
b)E a articulação entre os programas de financiamento do ensino superior.
INTERATIVIDADE
A partir dos anos 1990 (século XX), o Brasil passa por mudanças significativas no Ensino
Superior com a graduação e os cursos de pós-graduação. Dentre as mudanças adotadas,
podemos afirmar:

a)Flexibilização do sistema.
b)Redução do papel exercido pelo governo.
c)Ampliação do sistema.
d)Melhoria dos processos de avaliação com
vistas à elevação da qualidade.
e)Todas as alternativas.
RESPOSTA CORRETA COMENTADA
CORRETA: e
A partir dos anos 1990 (Século XX), o Brasil passa por mudanças significativas no Ensino Superior
com a Graduação e os cursos de Pós-graduação. Dentre as mudanças adotadas, podemos afirmar:

e) Todas as alternativas estão corretas.

Comentário: todas as alternativas apontam


assertivamente, as características da IV Fase do Ensino
Superior no Brasil: Flexibilização do Sistema, Redução
do Papel exercido pelo governo; Ampliação do sistema
e Melhoria dos processos de avaliação com vistas à
elevação da qualidade.
ATÉ A PRÓXIMA!

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