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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC

Componente curricular: Estágio básico em Psicologia e Processos Educativos


Docente: Bruno Aragão Santos - Psicólogo esp. Em Psicologia Escolar/Educacional Crp03/131316

RESUMO EXPANDIDO – INCLUSÃO ESCOLAR

O trabalho da(o) psicóloga(o) com a temática do preconceito e a promoção de discussões coletivas


a respeito do processo de inclusão escolar, pode promover condições para que a relação social entre o
estudante com deficiência e o ambiente escolar promovam situações desafiadoras que “empurram a
criança para a via da compensação” no sentido de desenvolver potencialidades que auxiliem na superação
da deficiência.

Dessa forma, em seu trabalho, a(o) psicóloga(o) focalizará a força que esse estudante possui para
criar condições para o enfrentamento de sua deficiência e expansão de seus limites, que tem como objetivo
buscar uma posição social mais valorizada pela sua comunidade. É importante considerar que na
intervenção na escola é preciso que a(o) psicóloga(o) identifique, primeiramente, concepções “de
sociedade, de educação, de grupo, de indivíduo, de coletividade” dos professores, estudantes e familiares,
assim como as suas próprias concepções, por isso, é preciso compreender a constituição histórica do
psiquismo humano e resgatar propostas de ações societárias e coletivas para uma atuação crítica da(o)
psicóloga(o) em contextos educativos buscando romper com práticas excludentes na escola .

Segundo as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica são considerados
alunos com necessidades educacionais especiais aqueles que, no decorrer do processo educacional,
apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo do desenvolvimento que
dificultam o acompanhamento das atividades curriculares em decorrência de causas orgânicas ou
vinculadas às condições, disfunções, limitações ou deficiências, dificuldades de comunicação e
sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis.
Também se incluem nessa categoria alunos com altas habilidades (superdotação) e facilidade de
aprendizagem, expressas no domínio de conceitos, procedimentos e atitudes (Brasil. CNE/CEB. 2001).

A conscientização da necessidade de uma inclusão é um grande avanço, mas há ainda a falta de


preparo dos professores, da equipe educacional, a infraestrutura das escolas que ainda não permitem a
acessibilidade de todos. O psicólogo escolar/ educacional, vai ao encontro da perspectiva da inclusão
escolar para que possa viabilizar, através do seu saber, um espaço mais inclusivo e reflexivo. A escola
precisa estar preparada para atender a diversidade, para isso, é importante que ela tenha um olhar
inclusivo e não integrativo.
A Declaração de Salamanca (1994) complementa quando nos diz que a inclusão é uma
responsabilidade coletiva, assim todos são responsáveis “pelo êxito ou fracasso de cada aluno. O corpo
docente, e não cada professor, deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado a criança com
necessidades especiais” (p.35). A Declaração de Salamanca ainda nos coloca que: [...] as escolas comuns,
com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias,
criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos; além
disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente,
a relação custo-benefício de todo o sistema educativo. (p. 10)

Em relação as evidências sobre a contribuição e importância da Psicologia escolar e educacional em


um projeto educacional que vise a coletivizar práticas de formação e de qualidade para todos é preciso
destacar que:

• A Psicologia Escolar e Educacional atua na luta e pela valorização do trabalho do professor e,


também, contribui para a construção das relações escolares democráticas.
• A Psicologia Escolar e Educacional luta por políticas públicas que possibilitem o desenvolvimento
de todos, trabalhando na direção da superação dos processos de exclusão e estigmatização social.
• A Psicologia Escolar e Educacional busca atuar na perspectiva de uma inclusão com
responsabilidade coletiva em que com seus saberes e técnicas pode intervir e possibilitar uma
prática acolhedora que beneficie e atenda as diferentes necessidades.

REFERÊNCIAS

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB 2/2001.


Diário Oficial da União, Brasília, 14 de setembro de 2001. Seção 1E, p. 39-40. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf.Acesso em: 12 maio. 2022.

UNESCO. Declaração de Salamanca: sobre princípios e práticas na área das necessidades educativas
especiais. 1994. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/, acesso em 12 de maio de 2022.

VIGOTSKI, L. S. A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da criança anormal.


Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 861-870, dez. 2011. Disponível em:
http://www.scielo.brscielo.phppid=S1517-97- 97022011000400012&script=sci_arttext.Acesso em: 12
maio. 2022.

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