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A escola é um local onde aprendemos sobre os mais diferentes assuntos, tornando-nos

capazes de entender o planeta e sua história, as leis físicas e químicas que atuam sobre nós, bem
como os processos biológicos relacionados a todas as formas de vida, entre inúmeros outros
temas. É na escola também que aprendemos a nos relacionar com várias outras pessoas e temos
noções de responsabilidade e respeito ao próximo. A escola é, portanto, um local onde
adquirimos conhecimentos importantes para todos os âmbitos da nossa vida.

Diante da importância da escola na formação de um cidadão, é fundamental que a saúde


seja abordada em sala de aula. Ensinar aos alunos noções básicas de higiene, estimulá-los a
trabalhar o corpo e a mente e fornecer conhecimento sobre as várias doenças que atingem os
seres humanos é uma forma de melhorar a qualidade de vida de toda a população.

→ O que é saúde?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, podemos definir saúde como uma situação
de perfeito bem-estar físico, mental e social. Isso quer dizer que uma pessoa saudável não é
apenas aquela que não possui doenças, mas aquela que está bem consigo mesma em todos os
aspectos. Percebe-se aí que a saúde é uma realidade difícil de ser atingida, uma vez que o
completo bem-estar depende de vários fatores, tais como condições socioeconômicas e equilíbrio
neuropsíquico.

→ Qual a importância de se trabalhar saúde na escola?


A escola é essencial na formação dos cidadãos em seus mais variados aspectos. A saúde é um
desses aspectos e a escola atua, entre outros pontos:

 Orientando os alunos para uma alimentação saudável;


 Estimulando a prática de atividades físicas;
 Promovendo atividades que ajudem nas relações interpessoais;
 Evitando que os alunos se exponham a situações que possam afetar sua saúde;
 Ajudando os alunos a identificar situações de risco;
 Promovendo a conscientização sobre a necessidade de uma vida saudável;
 Estimulando atitudes de promoção da saúde.

Diante da importância da relação escola e saúde, apresentamos aqui uma série de textos (estão
logo mais abaixo, é só descer o cursor do mouse) que lhe trarão importantes informações sobre
como ter uma vida saudável, além de algumas informações sobre importantes doenças que
afetam a população. Um maior destaque é dado àquelas doenças que afetam as crianças em idade
escolar, o que ajudará alunos, pais e a comunidade escolar a lidar com esse problema.
A infância é uma época determinante na construção de hábitos e atitudes. Por isso, a escola
assume um papel importante por seu potencial para o desenvolvimento de um trabalho
sistematizado e contínuo.

Os valores que se expressam na escola em seus diferentes aspectos geralmente são apreendidos
pelas crianças na sua vivência diária por meio de aspectos concretos, como a qualidade da
merenda escolar, limpeza das dependências, as atividades propostas e a relação professor-aluno.
Assim, nos espaços coletivos que se produz a condição de saúde para a comunidade e em grande
parte para cada um de seus componentes. Deste modo é possível propiciar o desenvolvimento
das atitudes de solidariedade e colaboração, incentivando para que estas se estendam no âmbito
familiar e aos ambientes públicos, para que tal responsabilidade se transforme em prática de
vida.

Em se tratando de educação e saúde, percebe-se que ambas


estão intimamente relacionadas, em especial educação para saúde é resultante da confluência
desses dois fenômenos.

Muitas iniciativas locais vêm sendo adotadas para implementar a educação para a saúde e o
desafio, no momento, é construir referências que contemplem esse direito para todos os alunos.

Segundo Focesi, a maior responsabilidade do processo de educação em saúde é a do professor,


cabendo a este colaborar para o desenvolvimento do pensamento crítico do escolar, além de
contribuir para que as crianças adotem comportamentos favoráveis à saúde, desempenhando um
importante papel nesse contexto, pois atuam diretamente com crianças em processo de formação
intelectual e desenvolvimento de condutas.

Além disso, deve relacionar educação, cidadania e saúde infantil no seu trabalho pedagógico,
estimulando a conscientização das crianças em relação aos cuidados com seu próprio corpo e
vivenciando os aspectos relacionados à sociedade em que estão inseridos, motivar e introduzir os
problemas presentes, buscar informações e materiais de apoio, problematizar e facilitar as
discussões por meio da formulação de estratégias para o trabalho escolar.

Diante dessas perspectivas, o Ministério da Educação e do Desporto (1998), criou o Referencial


Curricular Nacional para o Ensino Fundamental, no qual a saúde é tida como um tema
transversal a ser trabalhado e assumido com responsabilidade no projeto de toda a escola; alunos,
professores e o ambiente escolar tornam-se sistematicamente elementos chaves para essa
realização.

Apesar das normas e orientações existentes, o professor em suas práticas diárias não vem
cumprindo de maneira eficaz o que está proposto nos documentos oficiais, o que se pode atribuir
ao processo de formação docente.

As escolas também não se sentem responsáveis pela prática da saúde em seus ambientes e
geralmente reproduzem o paradigma de caráter assistencialista, priorizando o indivíduo e a
doença, em detrimento da coletividade e da prevenção.

Conceição (1994), em seus estudos conclui que os professores não são adequadamente
preparados para trabalhar com o ensino de saúde, idéia confirmada por Oliveira e Silva (1990),
os quais caracterizam o processo de formação dos docentes como falho nessa área, geralmente
centrado nas práticas pedagógicas transmissoras de informações desvinculadas da realidade. Por
isso, torna-se necessário que a preparação docente seja adquirida no curso de formação de
professores, pois atualmente na maioria dos cursos de licenciatura, é extremamente preocupante
a ausência de disciplinas que abordem a dimensão saúde, ou ainda, a tentativa de algumas
instituições de ensino superior de abordar toda a diversidade temática contida na área em
algumas poucas disciplinas.

No âmbito de grande parte do material didático disponível (…) noções de higiene, sexualidade,
corpo humano, primeiros socorros, preservação do ambiente, são tratados de modo fragmentado,
descontextualizado e, não raramente, preconceituoso; isto é visto de modo acrítico e reproduzido
indevidamente pelo professorado em geral (LOUREIRO, 1996).

Desenvolver o senso crítico, formar o cidadão de amanhã é tarefa da educação, sem dúvida
(COLLARES E MOISÉS, 1989). A educação para a saúde é um instrumento viável que deve ser
utilizado por educadores na promoção de qualidade de vida na sociedade brasileira
(LOUREIRO, 1996). O autor destaca ainda que o profissional da área social possui maior
domínio metodológico e compromisso ideológico na busca de articulação escola-comunidade-
serviço da saúde, o que favorece a promoção da saúde no âmbito escolar.

Brito Bastos (1979), descreve como a integração dos conhecimentos pode ser feita: através da
ação direta pelos os professores sobre os alunos, da ação direta sobre os pais e da ação indireta
dos próprios alunos sobre os pais, o que propiciaria a difusão dos conhecimentos, beneficiando
toda a comunidade. Desta forma, observa que a questão da saúde escolar precisa ser mais bem
trabalhada com os professores – os quais ainda não concebem muito bem o real significado dessa
prática – e com toda a escola.

É necessária a realização de capacitações e treinamentos para os profissionais do campo


educacional, além de um maior envolvimento dos profissionais da área da saúde. Estes últimos
devem dar uma maior contribuição para um bom desenvolvimento das ações de saúde no
ambiente escolar, em especial fornecendo um maior suporte aos professores – elementos
fundamentais no processo de construção e mudança de comportamento.
O processo de construção de vida saudável envolve as áreas de saúde e educação e fortalece o
enfoque de saúde como qualidade de vida. Para que este processo tenha êxito, além da saúde e
educação devem também ser envolvidos os demais setores sociais, buscando atender às
necessidades das escolas e comunidades. Neste contexto, a educação para a saúde deverá ser
aceita como parte integrante do processo educacional, devendo ter início praticamente na fase
pré-escolar com um limitado número dos mais importantes assuntos e ser continuada através dos
estágios da vida escolar reforçada na vida adulta de maneira acidental ou mesmo formal.

Portanto, educar para a cidadania envolve a formação de atitudes de solidariedade para com os
outros, particularmente com aqueles em dificuldades de superação de atitutes egoístas, implica
fazer gestos de cortesia, preservar o coletivo, responsabilizar-se pelas próprias ações e discutir
aspectos éticos envolvidos em determinada situação, devendo ser divulgada através de
instituições de ensino e meios de comunicação para o bem estar e desenvolvimento da nação.

Assim, entende-se como educação para a saúde, como fator de promoção e proteção à saúde e
estratégia para conquista dos direitos de cidadania. Sua inclusão no currículo responde a uma
forte demanda social, numa conjuntura em que a tradução da proposta constitucional em prática
requer o desenvolvimento da consciência sanitária e dos governantes para que o direito a saúde
seja prioridade.

REFERÊNCIAS

ANDRADE. Fábio Goulart de. Educação, Cidadania e Saúde Infantil. Pedagogia. Fábio Goulart
de Andrade, Rita de Cássia Resquetti Tarifa Espolador. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2009.

BRASIL. MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais, vol. 8. Brasília, 1997.

BRITO BASTOS, N. C. Educação para a Saúde na Escola. Revista da FSESP, vol. XXIV, no 2,
1979.

COLLARES, C. A. L. & MOISÉS M. A. A Educação, Saúde e Formação da Cidadania,


Educação e Sociedade, 10 (32), Abr. 1989.

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