Você está na página 1de 9

PAPER

BARBARA NALÚ FARIA¹


DANIELA MARQUES BARBOSA¹
Tutor externo: Andréia Dias Lisboa²
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (TURMA FLC 3918) – Estágio

02/11/2022

RESUMO

A alimentação saudável é importante em todas as fases da vida do ser


humano. Em cada momento, existem necessidades diferentes que precisam
ser atendidas. Na infância, a alimentação escolar pode ajudar no
desenvolvimento de ossos, músculos, órgãos e de aspectos cognitivos dos
indivíduos. É também durante a infância que os hábitos alimentares são
formados. Dessa forma, a alimentação escolar tem um papel importante não
apenas nos primeiros anos de vida das crianças, mas representa reflexos de
longo prazo, que os acompanharão ao longo da vida. Uma alimentação
escolar de qualidade fornece os nutrientes necessários para que o cérebro
possa funcionar de maneira adequada. Atividades como memorização e
raciocínio, imprescindíveis para que o aluno tenha compreensão ao estudar e
possa aprender, dependem de neurônios bem nutridos para transmitir
informações entre as células cerebrais adequadamente. Já existem diferentes
estudos que comprovam que alunos bem nutridos têm mais facilidade para
compreender os assuntos e apresentam melhor desempenho escolar.
Considerando o contexto supracitado, o presente trabalho teve como temática
os hábitos alimentares de alunos da educação infantil, desenvolvendo e
aplicando atividades com os alunos da escola HWR – Vila Mariana, do 3º ano do
ensino fundamental, do município de São Paulo – São Paulo, relacionado ao
tema, para estimular e ensinar a importância de bons hábitos alimentares. Em
suma, no trabalho com hábitos alimentares na educação Infantil fica evidente
que quanto antes se ensinar e estimular as crianças a adquirir bons hábitos
alimentares mais fácil será a aceitação e modificação de atitude perante o
alimento.

Palavras-chave: Alimentação. Escola. Criança.


1 INTRODUÇÃO

Os hábitos alimentares saudáveis são parte complementar e essencial


para a saúde geral, sendo um fator determinante para a qualidade de vida.
Dessa maneira, a ingestão de alimentos deve ser feita corretamente, na
quantidade e variedade adequadas, caso contrário o organismo não
desenvolve corretamente suas funções, não prevenindo doenças ocasionadas
por uma má alimentação.
A criança desenvolve preferências por determinados alimentos também
por meio da observação de outras crianças. A aprendizagem por observação
do modelo (aprendizagem social) é uma das formas mais frequentes pelas
quais a criança diversifica o seu repertório comportamental. As preferências
alimentares das crianças são desenvolvidas por meio de experiências repetidas
do consumo de determinados alimentos, esses hábitos refletem em sua
ingestão alimentar, condicionado às consequências fisiológicas e ao contexto
social em que a criança vive. Uma alimentação adequada na infância reflete no
crescimento e desenvolvimento fisiológico, na saúde e bem estar da criança.
Na infância o valor de uma dieta equilibrada torna-se maior, porque elas
se encontram em fase de crescimento, desenvolvimento, formação de
personalidade e de seus hábitos alimentares. A escola contribui assim para
esse desenvolvimento, pois é onde a criança realiza a sua formação de
valores, entre eles a alimentação. Sendo assim esse assunto será analisado
em turmas de educação infantil, para que seja possível averiguar se as
crianças, desde pequenas, possam adquirir hábitos alimentares saudáveis e
como o mesmo pode influenciar no desenvolvimento e no processo de
aprendizagem da criança.
Os objetivos desse trabalho buscam trabalhar a educação alimentar e
nutricional com foco na formação de hábitos alimentares saudáveis com
crianças da educação infantil, visando melhorias na alimentação.
2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

O ambiente escolar é um espaço favorecedor para a prática de bons


hábitos alimentares, com uma alimentação equilibrada e orientação necessária
a criança poderá desenvolver atitudes que visem a melhoria da saúde e
aquisição de hábitos saudáveis.
Segundo Ribeiro e Silva (2013, p. 79) uma alimentação equilibrada e
controlada contribui para o desenvolvimento da criança, tanto na escola como
em casa, promovendo mais seu aprendizado, atenção, memória, capacidade
física, concentração, energia necessária para trabalhar o cérebro. Dessa
maneira, para que isso se efetive é necessário que haja uma alimentação
diversificada, onde existam carboidratos, proteínas, água, lipídios, sais
minerais, sal, fibras, vitaminas na quantidade certa, além da prática de
atividade físicas, como brincarem com outras crianças, correr, pular, o que é de
costume de uma criança ativa.
A participação da família para o desenvolvimento de hábitos alimentares
saudáveis é fundamental. Conforme Santos (1989, p. 161) os pais são
responsáveis na formação de hábitos alimentares das crianças, por meio de
exemplos, com uma alimentação adequada e de forma equilibrada, pois comer
bem não significa comer muito e nem apenas coisas gostosas.
Entretanto a escola também desempenha grande influência na formação
de hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis, pois as crianças que
frequentam a escola/creche acabam fazendo a maioria de suas refeições
diárias na mesma. Segundo Parreira (apud CAVALCANTI, 2009, p. 25):

A escola se destaca como espaço privilegiado, uma vez que o


indivíduo a frequenta por longo período de sua vida. É nesse
ambiente que ocorrem experiências favoráveis à construção de
valores, hábitos e atitudes com intuito intrinsecamente pedagógico,
porém, tendo em vista também o desenvolvimento e a aprendizagem
para formação social do cidadão.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) busca contribuir


para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar
e a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio da oferta da
alimentação escolar e de ações de educação alimentar e nutricionais. De
acordo com Ochsenhofer apud Almeida (2012, p. 22) uma alimentação
inadequada no período escolar pode diminuir o aproveitamento do aluno, dessa
maneira a escola desempenha um papel fundamental na formação de hábitos,
sendo responsável pelo conteúdo educativo e nutricional.
Em suma, a escola desempenha papel fundamental para a formação de
hábitos alimentares saudáveis, sendo um espaço privilegiado para o
desenvolvimento de práticas que possibilitam as crianças a valorizar
conhecimentos, práticas e comportamentos saudáveis.
A necessidade de meios para desenvolverem pensamentos críticos e
conscientização de cultura e escolhas é preciso para a Educação Alimentar
seja exercida de forma multidisciplinar incluindo alguns aspectos
metodológicos. As atitudes ao longo da vida dos jovens tornam a educação
alimentar um tema bastante influenciável, de modo a levar as questões ligadas
a nutrição e saúde a serem discutidas em sala de aula aumentando o
conhecimento de todos. Neste sentido é preciso à amplificação desse ensino
para uma maior compreensão e também que alcance os aspectos relacionados
as questões culturais, sociais, econômicos, ambientais e aos impactos da
produção em larga escala dos alimentos, associados a sustentabilidade.
Segundo Motta e Teixeira, 2012, p. 366:
As questões alimentares devem ser tratadas a partir de suas múltiplas
dimensões e assumimos a escola como um espaço estratégico não
só para fomentar as discussões necessárias à prevenção e ao
controle de doenças geradas na infância (diabetes, hipertensão,
obesidade), como também para contribuir no atendimento crítico das
implicações das culturas de consumo alimentar para a relação
homem-ambiente.

Deste modo o tema alimentação seja debatido no sentido que o comer


não é apenas uma necessidade vital, mas sim uma atitude que gera impactos a
toda a população. Havendo a necessidade de fornecer elementos para que
todos possam realizar suas escolhas alimentares, através de seus
conhecimentos e crenças, a partir de uma boa argumentação e concretas
decisões (GROLLI, 2016).
Através desta perspectiva as aulas de ciência devem possuir uma
abordagem pedagógica heterogênica respeitando a diversidade dos alunos,
considerando que a construção do conhecimento é um meio continuo que
valoriza as relações sócias, além de promover a valorização das ideias previas
dos alunos e todos os aspectos correlatados e também o conhecimento
científico.
Ainda na perspectiva de um bom planejamento didático que levem os
alunos ao senso crítico e a conscientização sobre as escolhas alimentares, é
preciso atentar na dinâmica discursiva com que a abordagem temática será
tratada. Apresentação de temas polêmicos e que estejam ligados ao dia a dia
dos alunos do qual o aluno é instigado a se expressar e opinar, comparando
fatos e julgando os diferentes pontos de vista e elaborar conclusões,
favorecendo não apenas o entendimento dos alunos, mas também corrobora
para a sua formação como cidadão (TEIXEIRA, 2007).
De acordo com estudos realizados por Motta e Teixeira (2012) que
apontam os alunos participantes de oficinas educativas com atividades lúdicas,
ligadas a temática alimentação tem grande participação. Outra possibilidade
também é o uso de uma ferramenta bastante acessível, que é o uso da
culinária, como base estruturante como forma de promover a alimentação
saudável. E por fim é importante ressaltar que a educação alimentar ao visar a
mudança de habito acaba necessitando de uma estrutura a partir das
metodologias participativas tornando o aluno ativo no processo educativo.

3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na turma do 3º ano do ensino fundamental. O fato


de terem uma “professora” diferente na turma tanto foi um fator facilitador como
um complicador: as crianças prestavam muita atenção em todos os
ensinamentos vindo da nova professora, bem como, devido à curiosidade,
perguntavam mais sobre o novo elemento em sala do que sobre a matéria em
questão.

Basicamente o trabalho consistia em acompanhar a professora oficial


durante as aulas e auxiliá-la no que fosse necessário.
4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS)

Embora se tenha uma grande preocupação da nossa sociedade e da


escola, ainda sim é por meio da escola e do ensino de ciências que os
conhecimentos relacionados a alimentação saudável são propagados,
entretanto ainda não são tão priorizados, o que leva a atenção do aluno para
outros conteúdos julgados como mais relevantes.
O professor precisa ser visto como um profissional em educação que
valoriza as questões que se relacionem com à saúde de forma geral,
aprimorando no interior da sala de aula projetos pedagógicos cujo o enfoque
está na saúde e bem-estar e não focado em doenças. Entretanto acredita-se
que a alimentação saudável, quando trabalhada em sala de aula de modo
dinâmico, tornando-se um fator primordial para conscientizar das crianças e
dos jovens do ensino fundamental sobre os benefícios que os alimentos
colaborem para o seu desenvolvimento e também na prevenção de doenças
(OLIVEIRA; CAVALCANTI; ASSIS, 2012).
Sabemos que a formação desses hábitos alimentares que faz parte de
todo ser humano é um processo que tem início desde de seu primeiro
momento de vida e tem a continuidade com as práticas alimentares
introduzidas nos primeiros anos de vida, sendo moldadas ao longo dos anos.
De acordo com Oliveira, Cavalcanti e Assis (2012) “será mais fácil mudar os
hábitos das crianças, logo na infância, contribuindo para uma vida mais
saudável futuramente”. Mas para que este fato ocorra, é essencial a
participação da família de forma ativa, assim como dos professores e todos
aqueles que fazem parte do convívio dos alunos, visto que as crianças e jovens
acabam tendo uma aptidão em copiar e reproduzir as práticas de seus
familiares e educadores.
E por fim, foi verificada a relevância que as intervenções pedagógicas
buscam em esmiuçar o conceito de alimentação saudável e discutir sobre
hábitos alimentares saudáveis com os alunos de todas as series do ensino
fundamental. A investigação em relação as questões relacionadas a
alimentação em escolares devem continuar. Contudo, só poderemos ter
certeza da modificação das concepções sobre a temática, quando for
terminado o processo de intervenção pedagógica.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ana Lúcia. Educação e saúde: hábito alimentar de crianças referente á


alimentação escolar. Monografia, 2012.
BARRIOS, Weruska. A alimentação é fundamental no processo de aprendizagem.
Revista Melhor Gestão de Pessoas – São Paulo, 2011.
CAVALCANTI, Leonardo de Almeida. Efeitos de uma intervenção em escolares do
ensino fundamental I, para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. Tese
de Mestrado, 2009, Brasília. Disponível em <
https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/2408 > Acesso em: 11 Out.
2022.
GROLLI, Mara Cristina Gabiatti. CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS
DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR NO
ENSINO CIÊNCIAS. 2016. 44 f. Monografia (Especialização) – Curso de
Especialização em Educação na Cultura Digital, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis / SC, 2016.
LEVY, R. B.; CASTRO, I. R. de; CARDOSO, L, de, O.; TAVARES, L, F.; SARDINHA,
L. M. V.; GOMES, F. da. S.; COSTA, A. W. N. da. Consumo e comportamento
alimentar entre 16 adolescentes brasileiros: pesquisa nacional de saúde do escolar
(PENSE), 2009. Brasília: Ciênc. Saúde coletiva, 2010. Disponível
em:<http://www.scielo.com.br/>. Acesso em: 20 Out. 2022.

MELO, E. A.; ABREU, F. F.; ARAÚJO, M. I. O.. A nutrição e alimentação saudável em


aulas de Ciências: Percepções de alunos do 8° ano do ensino fundamental. Scientia
Plena, Sc, v. 5, n. 9, p.1-9, 2013. Mensal. ISSN: 1808-2793. Disponível em:
<https://www.scientiaplena.org.br /sp/article/view/511>. Acesso em: 08 Out. 2022.

MOTTA, Micheline Barbosa da; TEIXEIRA, Francimar Martins. Educação alimentar na


escola por uma abordagem integradora nas aulas de ciências. Inter-Ação, Goiânia, v.
37, n. 2, p. 359-379, 18 Out. 2022.

PASSOS, Edilenice et al. Alimentação saudável nas escolas. Revista de Informação


Legislativa, v. 43, n. 170, p. 323-328, abr./jun. 2006.

RIBEIRO, Gisele Naiara Matos; SILVA, João Batista Lopes. A alimentação no


processo de aprendizagem. Revista Eventos Pedagógicos. v.4, n.2, p. 77-85, ago.
– dez. 2013. Disponível em:
<http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/eventos/article/viewFile/1270/941>
Acesso em: 20 de out. de 2022.
SANTOS, Maria Ângela dos. Biologia Educacional. São Paulo: Ática, 1989.
TEIXEIRA, Francimar. M. Estratégias pedagógicas e estudos relativos à argumentação
no ensino de ciência. Anais… do VI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em
Ciências, Florianópolis, Santa Catarina, nov. 2007.
ANEXO
Registro de Frequência

Você também pode gostar