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Ijuí,
2017
GUILHERME PELIÇARIO BONNES
Ijuí,
2017
Aos meus pais pelo apoio irrestrito em todos os momentos de minha vida.
À minha noiva Lidiane, que soube tão bem compreender os meus momentos de ausência em
função deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
A educação alimentar é um processo que visa a capacitação das pessoas para agir
conscientemente diante de situações novas de vida, especialmente as relacionadas com hábitos
alimentares saudáveis. O presente artigo teve como objetivo a construção um jogo de tabuleiro
para crianças de 04 a 10 anos de idade enfatizando as orientações nutricionais do Guia
Alimentar para a População Brasileira. A partir de pesquisa bibliográfica no Guia Alimentar, e
artigos na rede Scielo e MedLine sobre os processos de educação nutricional foi construído um
jogo de trilha com casas enumeradas e que apresentam atitudes adequadas da alimentação, onde
o jogador é recompensado, e quando errado penalizado, sempre com uma dica educativa com
o objetivo de construção do conhecimento sobre alimentação adequada e saudável. Dentre os
temas utilizados para as recompensas e penalizações destacam-se o consumo adequado de água,
alimentos in natura e minimamente processados especialmente nas refeições desjejum e
almoço; orientações sobre como substituir e reduzir o consumo dos alimentos processados e
evitar o consumo de ultraprocessados. Foi incentivado o convívio social nas refeições, em casa
e na escola, a compra em feiras e o preparo das refeições. A partir do jogo a criança entra em
contato com os princípios e diretrizes apresentados no Guia Alimentar para a População
Brasileira, desta forma, possibilitando a mudança de comportamentos alimentares e reforço dos
bons hábitos adquiridos.
1
Bacharel em Publicidade e Propaganda. Acadêmico do Curso de Nutrição da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ
2
Nutricionista, Docente do Curso de Nutrição da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul – UNIJUÍ, Mestre em Ciência dos Alimentos, doutoranda em Desenvolvimento Regional pela Unijuí,
membro do grupo de pesquisa em Alimentos e Nutrição
INTRODUÇÃO
A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é considerada como um processo que
objetiva capacitar as pessoas para agir conscientemente, diante de situações novas de vida,
especialmente as relacionadas com hábitos alimentares saudáveis. É pautada na capacidade
criadora que auxilia levar o ser humano colocar em prática suas potencialidades, além de ser
um processo de ensino e aprendizagem com o intuito de provocar mudanças (GOUVEIA, 1999,
apud. GALISA, 2014, p.65).
Neste sentido, a EAN torna-se um caminho necessário para a construção do
conhecimento, e desta forma, possibilita ao indivíduo a capacidade de fazer boas escolhas no
que se refere à alimentação adequada. O educador deverá facilitar o processo de construção do
conhecimento, utilizando-se de ferramentas apropriadas para tornar os sujeitos envolvidos no
processo de aprendizagem.
A educação alimentar e nutricional tem o papel de ajudar nas seleções alimentares mais
adequadas. Assim, os profissionais da saúde que cuidam de crianças devem preocupar-
se em fornecer orientações que proporcionem maior saúde e conforto na idade adulta
(LEÃO, 2005, apud. GALISA, 2014, p.66).
Possibilitar que o indivíduo tenha poder sobre as escolhas, e que estas sejam benéficas
à sua saúde, torna-se o objetivo principal da educação nutricional. Portanto, para que ocorra
esta autonomia, devem haver processos que possibilitem a construção do conhecimento acerca
da alimentação por parte do público infantil, para que as informações adquiridas auxiliem em
suas escolhas e consequentemente tragam benefícios durante a idade adulta.
“Educação Alimentar e Nutricional, no contexto da realização do Direito Humano à
Alimentação Adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um
campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar,
intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de
hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e
recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a
indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida,
etapas do sistema alimentar e as interações e significados que compõe o
comportamento alimentar" (BRASIL, 2012, p. 23).
A prática dos jogos no decorrer da história firmou-se como uma da principais atividades
recreativas, pois possibilitou ao homem colocar à prova suas capacidades físicas e
intelectuais. Existem evidências de sistemas de jogos relatados em pinturas rupestres,
remetendo-nos aos primórdios na história da humanidade. Na Grécia antiga, onde nasceram
os jogos olímpicos, a prática tinha um grande valor para os envolvidos, já que em razão do
resultado obtido, era possível tornar-se famoso, ser valorizado e eternizado na memória dos
torcedores.
Um jogo é um sistema formal baseado em regras, com um resultado variável e
quantificável, no qual diferentes resultados são atribuídos por diferentes valores, o
jogador empenha um esforço a fim de influenciar o resultado, o jogador sente-se
vinculado, e as consequências da atividade são opcionais e negociáveis (JULL, 2004,
apud, SANTAELLA e FEITOZA, 2009, p.12)
METODOLOGIA
Para a criação da ferramenta pedagógica foi realizada uma pesquisa bibliográfica em
materiais de educação nutricional nas ferramentas Scielo, MedLine e no Guia Alimentar para a
População Brasileira (BRASIL, 2014).
A pesquisa bibliográfica consiste do levantamento de referências teóricas publicadas
por meios escritos ou eletrônicos, estes permitem conhecer o que já foi estudado sobre o
assunto. As referências teóricas terão a finalidade de recolher elementos ou informações
anteriormente pesquisados a respeito do tema investigado (FONSECA, 2002).
A partir da pesquisa sobre hábitos e comportamentos alimentares, aprendizado infantil
e guia alimentar para a população brasileira, foi construído um tabuleiro de trilha para o público
infantil (de 04 a 10 anos), ilustrado com temas do universo infantil, em impressão offset, papel
couchê 300gr/m², tamanho de 60x84cm.
A ilustração foi construída pelo autor, em programas de editoração gráfica, a partir de
referências envolvendo personagens e características adequadas ao público infantil.
As ilustrações utilizadas no tabuleiro foram adquiridas em um banco de imagens
disponível na internet, de forma gratuita. Elas representam a informação que está descrita em
cada casa da trilha, as quais podem ser relacionadas aos benefícios ou malefícios do produto
consumido, objetivando assim, que os jogadores consigam fazer associações com o conteúdo
apresentado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O tabuleiro (Figura 1), foi elaborado a partir das informações nutricionais contidas no
Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014), tendo elementos representativos
sobre a alimentação em sua ilustração.
Figura 1: Trilha dos Alimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, é evidente a necessidade de elaborar opções metodológicas didáticas
para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem na educação alimentar e nutricional. O uso
do jogo pode ser considerado um instrumento de apoio que institui uma importante ferramenta
para o fornecimento de informações sobre alimentação adequada na infância, e desta forma,
contribui para que ocorra adesão de hábitos saudáveis na vida adulta, maior comprometimento
e responsabilidade da criança nas suas escolhas alimentares.
O jogo “Trilha dos Alimentos” foi elaborado para que o público infantil conheça dos
princípios e diretrizes propostos no Guia Alimentar para a População Brasileira a partir de uma
proposta efetiva para a realização da educação nutricional, pois existe a necessidade de um
caminho eficaz para que a ciência da nutrição consiga ser traduzida em alimentos, e desta forma,
o jogo servirá de apoio para promover a aquisição de hábitos que compreendam a alimentação
adequada e saudável.
A partir de novos estudos é possível aprimorar o jogo disponibilizando-o em
plataformas digitais, como por exemplo aplicativos para celulares e jogos online, pois o público
infantil atualmente utiliza as tecnologias como forma de entretenimento objetivando o
aprendizado. Os professores também poderão utilizar o jogo como ferramenta em sala de aula
nos processos de educação alimentar e nutricional.
REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
PINHEIRO, Cristiano Max Pereira. Apontamentos para uma aproximação entre jogos
digitais e comunicação. Tese de Doutoramento. PUC, 2007. Disponível: em <
http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/7/TDE-2008-02-06T152533Z-1012/Publico/397758.pdf>.
Data de acesso: 03 nov 2017.
POLLAN, Michel. Cozinhar: uma história natural da transformação. Rio de Janeiro: Intrínsica,
2014.
SILVA Isayane Karinne de Oliveira; MORAIS II, Marçal José de Oliveira. Desenvolvimento
de Jogos Educacionais no apoio do Processo de Ensino e Aprendizagem no Ensino
Fundamental. Holos, Ano 27, v. 5, 2001. Disponívem em: <
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/705 >. Data de acesso: 02 nov
2017.
TORREZAN, Renata. Orientações para a redução do consumo de sódio, açúcar e gorduras.
Rio de Janeiro : Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2017. Disponível em: <
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1063849/orientacoes-para-a-
reducao-do-consumo-de-sodio-acucar-e-gorduras>. Data de acesso: 03 nov 2017.