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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DO IDOSO

FRANCISCA THAÍS GOMES MAGALHÃES

EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DE UMA OFICINA DE RECEITAS


SAUDÁVEIS COM REAPROVEITAMENTO DE ALIMENTOS PARA UMA
POPULAÇÃO IDOSA DE FORTALEZA-CE

FORTALEZA – CEARÁ
2019
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FRANCISCA THAÍS GOMES MAGALHÃES

EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DE UMA OFICINA DE RECEITAS SAUDÁVEIS


COM REAPROVEITAMENTO DE ALIMENTOS PARA UMA POPULAÇÃO IDOSA DE
FORTALEZA-CE

Miniprojeto apresentado a Especialização em Saúde do


Idoso do Centro de Saúde da Universidade Estadual do
Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título
de especialista em Saúde do Idoso

Orientador(a): Prof. Ms. Jonatas Carneiro

FORTALEZA – CEARÁ
2019
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5

2 OBJETIVOS............................................................................................................. 8

3 METODOLOGIA.................................................................................................... 9

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 12
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RESUMO

É visto que o Brasil vem se destacando pelo alto índice de crescimento da população
acima de 60 anos, sendo os idosos o segmento que mais cresce, e isto se dá mediante a alguns
fatores, um deles estar relacionado aos avanços das práticas de educação em saúde com a
promoção da saúde. Esta acarreta uma maior expectativa de vida e longevidade para a
população, uma vez que proporciona um envelhecimento ativo e saudável, levando a uma melhor
qualidade de vida para esse público. No âmbito da velhice a qualidade de vida está relacionada
à manutenção da autonomia, a qual pode ser percebida no desempenho das atividades diárias,
como a prática da culinária, que é capaz de promover a autoestima e autonomia do idoso, além
de melhorar a coordenação motora e manter a capacidade cerebral em funcionamento dessa
população, estimula também hábitos alimentares saudáveis. Diante disso, este projeto busca
promover educação em saúde e hábitos saudáveis para uma melhor qualidade de vida e
envelhecimento ativo do público idoso, estimulando o desenvolvimento de sua autonomia e
autocuidado, usando como estratégia uma oficina de receitas saudáveis com reaproveitamento
de alimentos. Será realizado um estudo transversal, descritivo, de abordagem qualitativa, no
período dos 4 primeiros dias da primeira semana do mês de outubro de 2019, com 80 idosos,
entre a faixa etária de 60 a 90 anos, de ambos os sexos, e de qualquer classe social, que resida
na cidade de Fortaleza-Ceará. A coleta de dados será mediante aos relatos feitos pelo público
alvo durante a prática da oficina. A pesquisa segue os preceitos éticos e será submetida ao
comitê de ética da Universidade de Estadual do Ceará.

Palavras-chave: Promoção da saúde; Envelhecimento ativo; Qualidade de vida;


Reaproveitamento dos alimentos.
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1 INTRODUÇÃO

Segundo IBGE (2013), as projeções da população e as tendências


demográficas apontadas para as próximas décadas, sinalizam para a contínua redução
dos níveis de fecundidade e para o aumento da longevidade da população brasileira.
Diante disso, o Brasil vem se destacando pelo alto índice de crescimento da população
acima de 60 anos, sendo os idosos o segmento que mais cresce (TOLDRÁ et al., 2014).

Esse crescimento da população idosa está relacionado aos avanços dos


métodos de diagnóstico e tratamento, das práticas de saúde, e ao acesso à informação
e meios de comunicação (TOLDRÁ et al., 2014). Além disso, a Política Nacional da
Saúde da Pessoa Idosa (PNSI), que assegura os direitos sociais do idoso, vem criando
para essa população, condições para promover sua autonomia, integração e
participação efetiva na sociedade. Já na área da saúde, tem como sua competência a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso, por meio de medidas
e programas preventivos e de reabilitação (BRASIL, 2006a).

Por sua vez, a promoção da saúde visa a diminuição da vulnerabilidade e dos


riscos à saúde da população por meio da participação e controle social. E um dos
principais dispositivos para a viabilização da promoção da saúde é a educação em
saúde, embora possua caráter mais amplo, ela auxilia no desenvolvimento da
responsabilidade individual e na prevenção de doenças (LOPES; SARAIVA; XIMENES,
2010).

A Educação em Saúde pode ser definida como um conjunto de práticas


pedagógicas e sociais, de conteúdo técnico, político e científico, que é compartilhada
pelos profissionais da área, contribuindo para a formação da consciência crítica das
pessoas a respeito de seus problemas de saúde, a partir da sua realidade. Além de que,
estimula a busca de soluções e organização para a ação individual e coletiva (BRASIL,
2007).

Uma das estratégias ancoradas na educação em saúde é a de promover para


o idoso um envelhecimento ativo e saudável (RUMOR et al., 2010). De acordo com World
Health Organization (WHO) (2005), o envelhecimento ativo centra-se na otimização das
oportunidades de saúde, na participação nas questões sociais, econômicas, culturais,
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espirituais e civis, além de segurança, a fim de aumentar a expectativa de vida saudável


e melhorar a qualidade de vida dos idosos.

O conceito de qualidade de vida está relacionado à autoestima e ao bem-estar


pessoal e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível
socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o
autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e
a religiosidade, o estilo de vida, e à dieta que se consome (SILVA, 2011).

Portanto, no âmbito da velhice a qualidade de vida está relacionada à


manutenção da autonomia, a qual pode ser percebida no desempenho das atividades
diárias (GALISTEU et al., 2006).

A prática da culinária, por exemplo, é uma simples atividade diária capaz de


promover a autoestima e autonomia do idoso, além de melhorar a coordenação motora
e manter a capacidade cerebral em funcionamento dessa população (FERNANDES;
COSTA; SANTOS, 2015). Podendo atuar como uma terapia, a aquisição de novas
experiências culinárias também pode promover o autocuidado, estimulando hábitos
alimentares saudáveis.

Uma forma de impulsionar hábitos alimentares saudáveis, e de contribuir para


o combate ao desperdício de alimentos, que no Brasil vem chegando a 26 milhões de
toneladas ao ano, além de colocar em prática a educação em saúde, é o ato de
aproveitamento das partes tradicionalmente não usadas dos alimentos. Esse
aproveitamento integral dos alimentos significa usar os nutrientes contidos em partes
que no dia a dia não utilizadas, como talos, cascas, sementes, folhas, entre outros,
permitindo a preparação de receitas saudáveis e criativas (SAMPAIO; FERST;
OLIVEIRA, 2017).

A utilidade completa dos alimentos é uma alternativa capaz de propiciar às


pessoas um melhor consumo nutricional, melhoria da economia relacionada aos
alimentos e a relação ecológica entre o homem e o meio ambiente em que vive, uma vez
que o aproveitamento tem como consequência a redução do lixo e do esgotamento dos
recursos naturais, contribuindo de forma positiva para a preservação do meio ambiente
(SILVA et al, 2005).
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Diante de toda a problemática, este projeto tem como objetivo promover


educação em saúde e hábitos saudáveis para uma melhor qualidade de vida e
envelhecimento ativo do público idoso, estimulando o desenvolvimento de sua
autonomia e autocuidado, usando como estratégia uma oficina de receitas saudáveis
com reaproveitamento de alimentos.

Este trabalho torna-se relevante, pois além de contribuir para a promoção da


saúde, e envelhecimento ativo e saudável da população idosa, busca também
proporcionar uma conscientização ecológica visando a diminuição do desperdício dos
alimentos, com redução do lixo e do esgotamento dos recursos naturais, impactando de
forma positiva na preservação do meio ambiente.
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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

Promover educação em saúde e hábitos saudáveis para uma melhor qualidade de vida
e envelhecimento ativo do público idoso.

2.2 Objetivos Específicos

• Estimular o desenvolvimento da autonomia e o autocuidado do público idoso.


• Ensinar como aproveitar sobras e aparas dos alimentos, formulando inovações
culinárias.
• Promover uma alimentação saudável.
• Promover a socialização entre os idosos.
• Manter a capacidade cerebral em funcionamento resgatando a memória
alimentar.
• Incentivar a conscientização para o desperdício de alimentos.
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3 METODOLOGIA

3.1 Desenho de estudo

O presente projeto trata-se de um estudo transversal, descritivo, de


abordagem qualitativa. Este será realizado em comemoração ao mês do idoso, e
ocorrerá durante os 4 primeiros dias da primeira semana do mês de outubro de 2019,
tendo início no dia 1º. Acontecerá no SENAC central, mediante parceria com a
Instituição. A amostra será compreendida por 80 idosos, entre a faixa etária de 60 a 90
anos, de ambos os sexos, e de qualquer classe social, que resida na cidade de Fortaleza-
Ceará.

3.2 Critérios de Inclusão e Exclusão

Farão parte do projeto os 80 primeiros idosos que realizarem a pré-inscrição


via telefone, concluindo-a com a doação de 2Kg de alimento não perecível, que será
entregue no SENAC central com uma semana de antecedência do dia da oficina, e os
idosos que estejam entre a faixa etária de 60 a 90 anos.

Não participarão do estudo, os idosos que não conseguirem realizar a pré-


inscrição via telefone, seja devido o preenchimento total das vagas, ou por não está
dentro da faixa etária. E aqueles que não conclua a inscrição pela não doação do
alimento. Além destes, aqueles que mesmo concluindo todas as etapas anteriores, se
ausentem no dia da oficina.

3.3 Metodologia proposta

A realização da oficina de receitas saudáveis com reaproveitamento de


alimentos para os idosos ocorrerá na cozinha do SENAC central, mediante parceria com
a Instituição, tendo em vista que esta dispõe de um local adequado, com equipamentos
e utensílios necessários para realização da prática culinária.

Participarão dessa oficina de receitas os seguintes profissionais: 1 chefe de


cozinha gastronômica e 3 nutricionistas, que se dividirão durante a prática culinária para
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orientar os idosos. A divulgação do evento será por meio das redes sociais como, site
da Instituição SENAC, Instagram e Facebook (tanto da Instituição como dos profissionais
envolvidos no projeto). A pré-inscrição será feitas via telefone, e concluída mediante a
entrega dos 2Kg de alimentos no SENAC central, com uma semana de antecedência do
dia da oficina. Esses alimentos serão doados para a ONG Lar Três Irmãs, localizada na
cidade de Fortaleza.

A oficina será dividida em 4 turmas com o total de 20 idosos cada. Ela será
dividida em quatro momentos, sendo o primeiro, um acolhimento, com música de fundo
bem alegre, stands com brindes diversos, conferência do nome dos inscritos, e entrega
dos materiais necessários para a prática como, aventais, bloco de notas, canetas e livro
de receitas com reaproveitamento integral dos alimentos.

O segundo momento será composto por uma parte teórica, que contará com
uma pequena palestra e bate-papo de 50 minutos dos profissionais presentes,
abordando assuntos sobre o desperdício de alimentos no Brasil, os danos causados por
esse desperdício, e a importância da conscientização acerca desse assunto. Além de
abordar sobre o reaproveitamento das partes não convencionais dos alimentos,
mostrando como aproveitar essas partes para evitar o desperdício, salientando o alto
valor nutritivo destas, e o quanto podem agregar para nossa saúde e economia.
Finalizando a parte teórica falando sobre a importância da culinária, alimentação e
hábitos saudáveis para um envelhecimento saudável e ativo.

O terceiro momento será a parte prática, com a realização da preparação de


3 receitas com o reaproveitamento integral dos alimentos, em uma média de 1 hora e 30
minutos. Esta prática será conduzida pelo chefe de cozinha, e auxiliada pelas
nutricionistas, contando também com a supervisão destes durante toda a prática sob os
idosos.

O quarto e último momento, contará com a degustação das receitas


preparadas em um ambiente harmônico de socialização e confraternização entre todos.
Que será finalizado com um depoimento de cada idoso participante acerca de suas
percepções e sensações sobre a oficina. Relatando o que acharam da prática, o que
conseguiram aprender, o que foi agregado, e do que foi passado o que poderá ser
realizado em seu dia-a-dia.
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3.4 Riscos e Benefícios

O risco deste estudo será a ausência de inscrições feitas pelos idosos,


mediante possível falha na captação do público alvo, resultando na não realização da
oficina de receitas. Mas terá como benefício a contribuição para a promoção da saúde,
e envelhecimento ativo e saudável da população idosa, além de levar para este público
uma maior conscientização ecológica, visando a diminuição do desperdício dos
alimentos e do esgotamento dos recursos naturais, que poderá impactar de forma
positiva na preservação do meio ambiente.
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REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Política Nacional da


Pessoa Idosa. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2006a.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Política nacional de
promoção da saúde. Brasília: MS, 2006b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Diretrizes de educação em
saúde visando à promoção da saúde: documento base – documento I/Fundação
Nacional de Saúde. Brasília: DF, 2007.
FERNANDES, L. N.; COSTA, L. A.; SANTOS, J. L. B. Ações educativas e oficinas culinárias na melhoria
da qualidade de vida de idosos. Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, n. 4, 2015.
GALISTEU, K.J. et al. Qualidade de vida de idosos de um grupo de convivência com a
mensuração da escala de Flanagan. Rev Arq Ciênc Saúde, v. 13, n. 4, p.209-14, 2006.
IBGE, Projeção da população do Brasil por sexo e idade:2000-2060, Revisão 2013.
LOPES, M. S. V.; SARAIVA, K. R. O.; XIMENES, L. B. Análise do conceito de promoção da
saúde. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 19, n. 3, p. 461-468, jul./set. 2010.
RUMOR, P.C.F. et al. A promoção da saúde nas práticas educativas da saúde da família.
Cogitare emferm., v. 15, n. 4, p. 674-680, 2010.
SAMPAIO, I. S da; FERST, E. M.; OLIVEIRA, J. C. C. de. A ciência na cozinha:
Reaproveitamento de alimentos - nada se perde tudo se transforma. Experiências em Ensino
de Ciências, v. 12, n. 4, p. 60-69, 2017.
TOLDRÁ, R. C. et al. Promoção da saúde e da qualidade de vida com idosos por meio de
práticas corporais. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 38, n. 2, p.159-168, 2014.
World Health Organization (WHO). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília:
Organização Pan-Americana da Saúde; 2005.

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