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No período escolar, as crianças e os adolescentes estão mais vulneráveis e, por isso mais

propensos a adquirem comportamentos que podem expô-los a vários riscos. Deste modo, a
escola é o ambiente ideal para promover a saúde e o enfermeiro é o profissional mais
adequado para promover a ligação entre a saúde e a educação, uma vez que as escolas em
cooperação com a enfermagem podem ajudar na identificação de problemas de saúde, das
necessidades e na promoção de comportamentos saudáveis desde a infância. Sendo que, a
maioria dos problemas de saúde e comportamentos de risco podem ser significativamente
reduzidos, se as escolas apresentarem um ambiente seguro e saudável, facilitando a adoção de
hábitos benéficos à saúde.

Do meu ponto de vista, a escola é um espaço fundamental para a educação das crianças e
adolescentes, influenciando a aquisição de conhecimentos, valores e crenças que afetam a
saúde, por isso a intervenção em idades mais precoces contribui para um desenvolvimento
saudável das crianças, que por sua vez serão jovens e adultos com mais autonomia e literacia
em saúde, participando de forma ativa na própria saúde.

Neste sentido, a saúde escolar representa o alicerce do sistema de saúde voltado para a
promoção da saúde nas escolas e os enfermeiros têm um papel crucial no contexto escolar,
apresentando as competências necessárias para intervir nesta comunidade, promovendo o
bem-estar físico, mental e social e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

Assim, de acordo com Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, para que as
crianças alcancem o seu potencial máximo de saúde é essencial destacar a importância do
papel do enfermeiro enquanto educador de saúde.

O enfermeiro, atuando como educador em saúde escolar, desempenha um papel crucial, uma
vez que transmite conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos a serem agentes
ativos na gestão de sua própria saúde, permitindo que estes a compreendam e influenciem o
processo de saúde e doença. O ensino vai além dos cuidados físicos e abrange aspetos
emocionais, sociais e comportamentais, preparando os alunos para tomar decisões informadas
e responsáveis.

Portanto, a união entre a saúde e a educação é fundamental para identificar as necessidades e


fornecer o acompanhamento adequado às crianças, de forma a prevenir problemas de saúde.
Desta forma podemos considerar a educação em saúde um processo pedagógico que estimula
o pensamento crítico e o desenvolvimento da autonomia intelectual.

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Neste contexto, os enfermeiros promovem a saúde, utilizando como base os princípios da
Educação para a Saúde e da Metodologia de Projeto.

Ao adotarem este método de trabalho, os enfermeiros podem trazer benefícios significativos


para as instituições de ensino, permitindo o planeamento, a execução e a avaliação dos
cuidados de enfermagem adaptados à comunidade escolar e às famílias, de acordo com as
necessidades identificadas. Neste sentido, para intervir de forma adequada, é necessário
conhecer a população alvo e o enfermeiro tem um papel muito importante no estudo da
mesma, procurando encontrar fatores que possam influenciar a saúde dos indivíduos.

No decorrer do ensino clínico, foi possível perceber a importância de rever a literatura


existente sobre o tema, identificar os problemas bem como as necessidades da comunidade
escolar e conhecer as características desenvolvimentais da população alvo assim como os
contextos em que os grupos vivem, para que a intervenção seja a mais adequada às
necessidades.

Os enfermeiros, como profissionais de saúde, têm as habilidades de comunicação necessárias


para promover a saúde nas escolas. Neste sentido, é essencial que haja uma interação
dinâmica com as crianças e os adolescentes para manter o seu interesse, utilizando uma
linguagem simples e recursos educativos no processo de aprendizagem. A comunicação
desempenha, assim, um papel crucial nesse processo, pois requer um feedback para construir
o conhecimento e permitir que as crianças façam escolhas baseadas no pensamento crítico
relacionado ao tópico em questão.

Neste ensino clínico, trabalhamos as nossas competências comunicacionais, visto que


intervimos em duas populações alvo distintas e tivemos de encontrar estratégias que se
adequassem as fases de desenvolvimento destas faixas etárias. Foi, ainda, possível constatar
que a disponibilidade, a flexibilidade e a adaptação a cada situação são fatores que influenciam
o sucesso do projeto, pois nem sempre o que foi planeado coincide completamente com a
realidade, então, em alguns contextos, é necessário demonstrar determinação e agilidade para
fazer ajustes ou adaptações ao que tínhamos planeado inicialmente.

Quando abordarmos a mais-valia da enfermagem na saúde escolar, destacamos a importância


vital dos enfermeiros na criação de ambientes escolares seguros, saudáveis e propícios ao
desenvolvimento integral dos alunos. Do mesmo modo temos de mencionar a capacidade de

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identificar precocemente problemas de saúde, prevenir doenças e promover comportamentos
saudáveis.

Os enfermeiros, ao integrarem-se de forma dinâmica na comunidade escolar, não apenas


oferecem cuidados personalizados, mas também contribuem para a formação de indivíduos
capazes de fazer escolhas conscientes e responsáveis em relação à sua saúde. Este percurso no
Ensino Clínico: Enfermagem Comunitária reforçou não apenas a importância da enfermagem
em saúde escolar, mas também a necessidade contínua de aprimoramento e desenvolvimento
profissional para enfrentar os desafios em constante evolução deste campo crucial.

Além disso, a colaboração de forma ativa com outros profissionais para promover nos alunos a
aprendizagem, autogestão e capacidade de adaptação, envolvendo as famílias e a restante
comunidade educativa, não oferece unicamente cuidados aos alunos, mas também influencia
positivamente o ambiente escolar como um todo.

Neste sentido, a atuação do enfermeiro em saúde escolar representa um investimento no


presente e no futuro da comunidade escolar, tendo um impacto positivo na sociedade. A
promoção da saúde e de hábitos saudáveis desde a infância são elementos-chave que tornam
a presença do enfermeiro na escola não apenas relevante, mas indispensável para o bem-estar
geral da comunidade educativa.

Para concluir, considero que os objetivos estabelecidos para esta reflexão crítica foram
alcançados uma vez que contribuiu para estabelecer uma ligação entre os vários aspetos
abordados durante o ensino clínico e o papel da enfermagem em saúde escolar, promoveu um
desenvolvimento do pensamento crítico e estimulou a procura de informação sobre o tema.

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