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A ENFERMAGEM NO ÂMBITO EDUCACIONAL

NURSING IN THE EDUCATIONAL FIELD

CAMILY MYLENA DA SILVA TEODORO


FRANCINEIDE DE FÁTIMA ANGELIM
MARIA NUBIA SOUSA ROCHA
VANILDA DE MENEZES SILVA
ORIENTADORA: Prof.ª Helga Rocha Pitta Portella Figueiredo.

RESUMO

Este estudo objetiva-se destacar a atuação de Enfermeiros no âmbito


educacional para garantir a promoção da saúde aos seus educandos e educadores,
incentivando-os ao autocuidado e dando-lhes informações necessárias para que
possam cuidar da sua saúde de forma integral. Este estudo trata-se de uma revisão
integrativa com a seguinte questão norteadora: De que forma a Enfermagem pode
contribuir no âmbito educacional? Para alcançar os objetivos propostos e melhor
apreciação deste trabalho, foi realizada uma pesquisa na base de dados da Biblioteca
virtual de saúde (BVS) com o intuito de conhecer a problemática sobre a área de
estudo, entre os anos de 2018 a 2023 com os seguintes descritores: “serviço de saúde
escolar” e “enfermagem”, no idioma português e inglês a partir de textos na integra e
temas compatíveis ao pesquisado. Ao realizar uma primeira seleção foram
encontrados 7144 antigos, mediante a exclusão por repetições, não possuírem o texto
disponível na integra e por não estarem nos idiomas escolhidos, restaram apenas 96
artigos. Em seguida, ocorreu a apreciação dos títulos, essas que, logo após passarem
por uma triagem de leitura de seus resumos, acarretaram na exclusão de 85
publicações que não faziam alusão ao tema proposto. O trabalho finalizou com a
conclusão de 10 artigos que foram destinados, exclusivamente, para os resultados e
discussão. Após uma leitura minuciosa, emergiram as seguintes categorias:
Contextualização dos primeiros socorros nas escolas, Conhecimento dos educadores
acerca dos primeiros socorros, programa saúde nas escolas e definição e aplicação
da enfermagem no âmbito educacional. Foi evidenciado que a presença de

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enfermeiros nas instituições de ensino desempenha um papel crucial nas
identificações precoces de problemas de saúde, no fornecimento de cuidados de
enfermagem e na orientação adequada aos alunos, professores e pais, resultando em
melhores resultados acadêmicos e bem-estar geral dos estudantes. É fundamental
continuar investindo e fortalecendo a enfermagem no contexto educacional,
reconhecendo seu impacto positivo na vida dos educandos e da comunidade como
um todo.

Palavras chaves: Serviço de saúde escolar e Enfermagem.

ABSTRACT

This study aimed to highlight the work of nurses in the educational field to ensure
the promotion of health to their students and educators, encouraging them to self-care
and giving them the necessary information so that they can take care of their health in
an integral way. This study is an integrative review with the following guiding question:
In what way can Nursing contribute in the educational field? To achieve the proposed
objectives and better appreciate this work, a search was conducted in the database of
the Virtual Health Library (VHL) in order to know the problematic about the study area,
between the years 2018 and 2023 with the following descriptors: "school health
service" and "nursing", in Portuguese and English language from full texts and themes
compatible with the research. By performing a first selection, 7144 old articles were
found; after exclusion for repetition, not having the text available in full, and for not
being in the chosen languages, only 96 articles remained. Next, the titles were
evaluated, and after reading their abstracts, 85 publications were excluded because
they did not refer to the proposed theme. The work ended with the conclusion of 10
articles that were destined exclusively for the results and discussion. After a thorough
reading, the following categories emerged: Contextualization of first aid in schools,
Educators' knowledge about first aid, health program in schools, and definition and
application of nursing in the educational field. It was evidenced that the presence of
nurses in educational institutions plays a crucial role in early identifications of health
problems, provision of nursing care, and adequate guidance to students, teachers, and

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parents, resulting in better academic results and overall well-being of students. It is
critical to continue investing in and strengthening nursing in the educational setting,
recognizing its positive impact on the lives of learners and the community as a whole.

Keywords: School health and Nursing service.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como foco principal relatar a importância da


Enfermagem no âmbito educacional.
O vínculo entre a saúde e a educação sempre foi uma vertente importante para
amplas possibilidades, visto que:

A educação e a saúde pressupõem formas de interação, pois as


práticas profissionais são vinculadas intensamente com pessoas, seja
no processo pedagógico de ensinar a ler e escrever, seja no
atendimento e acolhimento aos pacientes. LUFT et al (2022)

Segundo o ministério da Saúde (2006) “A infância é compreendida entre o


nascimento e os 12 anos de idade, e as experiências vividas nesse período são
reconhecidas por afetar profundamente o desenvolvimento físico, mental, social e
emocional dos indivíduos”
Sendo assim, a junção entre saúde e educação tem se manifestado
indispensavelmente no ambiente escolar, pois:

A educação é um processo que contribui para o desenvolvimento de


sujeito e a saúde é norteadora da vitalidade e da qualidade de vida
dos indivíduos. A saúde e a educação são processos que, por sua
contribuição mutua para o indivíduo e a sociedade, necessitam
caminhar juntos, numa formação cidadã. PEREIRA et al (2015)

Os cuidados com a saúde física e mental das crianças, adolescentes e jovens


são de extrema importância para garantir que elas tenham um bom desenvolvimento
em diferentes aspectos.
Aquelas que não estão trabalhando a sua saúde corretamente podem ter
problemas de desenvolvimento físico ou, até mesmo, sociais.

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Nesse contexto, um dos profissionais de saúde habilitado para atuação no
ambiente escolar é o enfermeiro que de acordo com a Diretriz Curricular Nacional do
Curso de Graduação em Enfermagem é um agente educador capacitado para
planejar, programar e participar dos programas de formação e qualificação contínua
dos trabalhadores de enfermagem e de saúde. (BRASIL, 2001)
Em 5 dezembro de 2007 o Governo Federal iniciou o Programa Saúde na
Escola (PSE), uma política intersetorial do Ministério da Saúde e do Ministério da
Educação, instituído por decreto presidencial. O programa tem como principal objetivo
proporcionar às comunidades escolares a participação em programas e projetos que
articulem saúde e educação, prevendo o enfrentamento das vulnerabilidades que
comprometem o pleno desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens com
ações dirigidas para o cuidado em saúde dos educandos e buscando a garantia dos
seus direitos. O programa visa melhorar a qualidade de vida, o ambiente psicossocial
e a qualificação como cidadão.
Os enfermeiros que atendem nesses espaços são responsáveis por
desenvolver atividades educativas que visam orientar e conscientizar os alunos sobre
hábitos saudáveis de vida e prevenção de doenças.
Entre essas atividades estão: Promoção da saúde ocular e auditivas e a
identificação de educandos com possíveis sinais de alteração, direito sexual e
reprodutivo e prevenção de IST, verificação da situação vacinal, prevenção das
violências e dos acidentes, identificação de educandos com possíveis sinais de
agravos de doenças em eliminações, prevenção á Covid-19 nas escolas, prevenção
da obesidade infantil, ações de combate ao mosquito Aedes aegypt, promoção das
práticas corporais, da atividade física e do lazer nas escolas, prevenção ao uso de
álcool, tabaco, crack e outras drogas, promoção e avaliação da saúde bucal, entre
outras.
Diante disto, o papel da Enfermagem no âmbito educacional é fundamental
para garantir que as crianças, adolescentes e jovens tenham informações necessárias
para cuidar da saúde de forma integral.
Sendo assim, visando aborda a problemática sobre como a Enfermagem pode
contribuir no âmbito educacional, esse trabalho justifica-se por destacar a sua
importância, especialmente na promoção e prevenção da saúde.

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Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é discutir os benefícios que uma
unidade escolar tem ao garantir aos seus educandos e educadores a assistência em
saúde realizada pelo enfermeiro no ambiente escolar. De forma mais especifica
buscou-se identificar como os educadores se sentem diante de uma situação que
comprometam o bem estar físico de seus alunos e a importância do conhecimento
acerca dos primeiros socorros para estes educadores, analisar os efeitos benéficos
da introdução de enfermeiros nos ambientes escolares e discutir sobre o programa
saúde nas escolas (PSE).

2 METODOLOGIA

Aqui serão abordados todos os aspectos metodológicos da pesquisa realizada,


descrevendo-se procedimentos necessários e úteis para discutir a importância da
Enfermagem no âmbito educacional.
Este estudo trata-se de uma revisão integrativa com a seguinte questão
norteadora: De que forma a Enfermagem pode contribuir no âmbito educacional?
Segundo SOUZA et al. (2010) a revisão integrativa é um método que
proporciona a síntese de conhecimentos e incorporação da aplicabilidade de
resultados de estudos significativos na prática
Para alcançar os objetivos propostos e melhor apreciação deste trabalho, foi
realizada uma pesquisa na base de dados da Biblioteca virtual de saúde (BVS) com o
intuito de conhecer a problemática sobre a área de estudo, entre os anos de 2018 a
2023 com os seguintes descritores: “serviço de saúde escolar” e “enfermagem”, no
idioma português e inglês a partir de textos na integra e temas compatíveis ao
pesquisado.

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fluxograma 1. Busca e seleção de artigos, Rio de janeiro, RJ, Brasil, 2023

Busca inicial: Artigos excluídos Selecionados para


7144 pelos critérios: 7048 leitura: 96

Excluídos após a Amostra final: 09


leitura:86 artigos

Fonte. Autores

O fluxograma acima apresenta a base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde


(BVS) que foi utilizada para seleções dos artigos.
Ao realizar uma primeira seleção foram encontrados 7144 antigos, mediante a
exclusão por repetições, não possuírem o texto disponível na integra e por não
estarem nos idiomas escolhidos, restaram apenas 96 artigos.
Em seguida, ocorreu a apreciação dos títulos, essas que, logo após passarem
por uma triagem de leitura de seus resumos, acarretaram na exclusão de 85
publicações que não faziam alusão ao tema proposto.
O trabalho finalizou com a conclusão de 9 artigos que foram destinados,
exclusivamente, para os resultados e discussão.

3 RESULTADO

O presente estudo inicia-se a partir da análise de 9 artigos pesquisados na base


de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, sendo dois artigos de 2018, um de 2019,
quatro de 2020 e dois de 2021. Os autores em sua grande maioria são estudantes de
Universidades da região Nordeste, Centro-oeste e Sudeste, sendo estas as
universidades Federal do Rio Grande do Norte, Universidade do Estado de Minas
Gerais (UEMG), Universidade de Itaúna (UIT), Instituto Federal do Estado de
Pernambuco, Universidade Federal do Piauí, Universidade federal de São Carlos,

6
Instituto Fiocruz Brasília, Instituto de Saúde de São Paulo e instituições como: Escola
Superior de Enfermagem do Porto e Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.
O quadro abaixo mostra como foi feita a divisão dos artigos selecionados para
estudo.

Quadro 1. Artigos selecionados para revisão, Brasil, 2023. Rio de Janeiro, RJ

Nº ARTIGO ANO AUTORES

Autoconfiança para o manejo

1 inicial das intercorrências de Jaqueline Brosso Jonta, Aline Helena


saúde nas escolas: construção 2018 Appoline Eduardo, Aline Cristiane
e validação de uma escola Carichioli Okido
visual analógico

Educação em saúde para Luciano Stanford Baldoino, Severina,

2 adolescentes no contexto 2018 Maria do Nascimento Silva, Aclênia


escolar: um relato de Maria Nascimento Ribeiro, Eullâyne
experiência Kassyane Cardoso Ribeiro

Luciana Sousa de Morais Lima,

3 Atuação de enfermeiros em 2019 Emmanuel Calisto da Costa Brito,


espaços escolares Maria Augusta Rocha Bezerra,
Mychelangela de Assis Brito, Silvana
Santiago da Rocha

7
Educação em saúde: a Marhla Daiane de Brito Assunção,

4 atuação da enfermagem no 2020 Camila Tahis dos Santos Silva,


ambiente escolar Christiane Almeida de Macedo Alves,
Mariana Mercês Mesquita Espindola

Promoção da saúde nos


5 adolescentes: A educação 2020 Wanessa Isabel Avó Ermitão
sexual em contexto escolar
Promoção da saúde em meio
6 escolar: o enfermeiro e a e- 2020 Sofia Alexandrino Pinto Estevens
educação para a sexualidade Medronheira
de adolescentes
Roberta Crevelário de Melo, Bruna
Carolina de Araújo,Luquine, Júnior

7 A participação de jovens no Cesar Donizetti, Lais de Moura


Programa Saúde na Escola 2020 Milhomens, Letícia Aparecida Lopes
Bezerra da Silva, Maritsa Carla de
Bortoli, Teresa Setsuko Toma e Jorge
Otávio Maia Barreto.
Impacto da intervenção de
enfermagem numa

8 comunidade escolar com 2021 Ana Rita Veiga


crianças e adolescentes com
necessidades de saúde
especiais
Eliabe Rodrigues de Medeiros,
Manoelle Fernandes da Silva Soares,
Ações executadas no Danielle Gonsalves da Cruz Rebolças,
Programa Saúde na Escola e 2021 Maria Nazaré Chacon de Matos Neta,
9
seus fatores associados Bezerra e Silva, Sandy Yasmine,
Galvão Pinto e Erika Simone
Fonte. Realizada pelos autores, 2023

8
Dentre os cursos predominantes, destacam-se as dissertações de mestrado e
a graduação em Enfermagem. Os artigos foram publicados em revistas como:
Avances em Enfermagem, Revista Nursing, Revista Escola Anna Nery, Revista de
Enfermagem UFPE e Revista Ciência e Saúde Coletiva.

4 DISCUSSÃO

Após uma leitura minuciosa, emergiram as seguintes categorias:


Contextualização dos primeiros socorros nas escolas, a importância do conhecimento
acerca dos primeiros socorros para educadores, PSE e o Enfermeiro no âmbito
educacional.

4.1 Contextualização dos primeiros socorros nas escolas

Percebe-se nessa categoria a contribuição importantíssima para o processo em


educação em saúde, cuja a implementação deve ser vista como uma ação preventiva
e social, de modo a despertar nos educandos e educadores, mudanças em seus
comportamentos e atitudes frente às realidades e temáticas apresentadas por meio
da oferta de informações e cursos qualificantes.
Uma das responsabilidades da escola é receber e proporcionar situações
enriquecedoras a aprendizagem. Devolvê-las aos seus responsáveis ao final do dia
sem que acidentes durante o percurso escolar tenham acontecido, é de fato, um
grande alívio, visto que acidentes são eventos ao acaso e podem acometer a qualquer
um, independentemente do local onde esteja (FARIA et al, 2020).
Sendo assim, acidentes no meio escolar são comuns, principalmente pelo
tempo de permanência dos educandos nas escolas e dos seus envolvimentos em
atividades recreativas.
Segundo ZONTA et al (2018):

Nas escolas, as crianças são expostas a quedas, lesões, hematomas,


afogamentos e queimaduras, além de apresentarem condições

9
clínicas decorrentes de doenças da própria infância, como febre e
convulsões.

Nesse sentido, as escolas representam um espaço de contribuição significativa


para a implementação de ações de prevenção de acidentes, bem como de primeiros
socorros.
Para FARIA et al (2020) dados mostraram que:

A maior frequência destes acidentes ocorre durante as práticas


esportivas e recreativas, nas pausas entre aulas e intervalos,
momentos de tempo livre em que aproveitam para correr e extravasar.
Além disso, alguns acidentes podem até deixar sequelas irreversíveis,
caso não tenham o atendimento adequado.

Saber trabalhar os conceitos de inclusão e a resolução de conflitos são algumas


das habilidades básicas de um professor. Porém, desde que a Lei Lucas foi publicada,
esses profissionais precisam acrescentar aos seus currículos o conhecimento em
primeiros socorros
Em 4/10/2018 após aprovação da lei 13.722 tornou-se obrigatória a
capacitação em primeiros socorros para escolas públicas, privadas e locais de
recreação. A lei ganhou esse nome em homenagem ao menino Lucas Begalli, que
morreu engasgado em uma excursão escolar onde os profissionais que o
acompanhavam não sabiam como agir e não conseguiram ajudá-lo.
A dor da tragédia levou a família de Lucas a lutar para proteger outras crianças
e após anos de luta, veio a aprovação da lei no Congresso Nacional.
Com isto, ficou decretado que todas as instituições de ensino ministrem cursos
que capacitem seus funcionários em noções básicas de primeiros socorros. O curso
deverá ser ofertado anualmente e deverá ser condizente com a natureza e a faixa
etária do público atendido nos estabelecimentos de ensino ou de recreação.
Pontua-se aqui as penalidades para aqueles que não a cumprirem: A punição
começa pela notificação do descumprimento da lei, e após isso, poderá haver multa,
cassação do alvará ou responsabilização patrimonial.
Segundo A Lei 13.722:

Os cursos de primeiros socorros serão ministrados por entidades


municipais ou estaduais especializadas em práticas de auxílio
imediato e emergencial à população, no caso dos estabelecimentos

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públicos, e por profissionais habilitados, no caso dos estabelecimentos
privados, e têm por objetivo capacitar os funcionários para identificar
e agir preventivamente em situações de emergência e urgência
médicas, até que o suporte médico especializado, local ou remoto, se
torne possível.

Conclui-se então que a escola é um cenário privilegiado para a implementação


de ações voltadas para práticas e ações de promoção e prevenção da saúde.

4.2 Importância do conhecimento acerca dos primeiros socorros para


educadores.

Destaca-se aqui a importância do conhecimento em primeiros socorros e o


quanto este tem se mostrado importantíssimo no âmbito escolar.
Os educadores são a primeira proteção para os alunos nas escolas, dito isto,
estes profissionais necessitam ser capazes de lidar adequadamente com
emergências de saúde, pois estes serão os primeiros a responder caso um desastre
ou emergência aconteça.
Portanto, os educadores precisam desempenhar habilidades necessárias para
a prevenção e promoção da saúde de seus educandos, porém, com o despreparo, a
insegurança e o nervosismo, fazem o uso muita das vezes de conhecimentos
populares, o que pode ser ainda mais prejudicial nesses casos.
Os acidentes em ambientes escolares, têm sido descritos na literatura
constantemente, e ocorrido com maior frequência em creches e pré-escolas.
Com isto, estudos revelam desempenho insuficiente dos educadores para agir
em situações de emergência, reforçando a necessidade de treinamentos específicos,
eficazes e contínuos com profissionais da saúde, habilitados em emergências.
Para Faria et al (2020) estudos já evidenciaram que:

Os professores veem a necessidade de treinamento em primeiros


socorros sobre emergências e prevenção de acidentes, pois
compreendem que o desenvolvimento e o crescimento infantil escolar
são propícios e favorecem a ocorrência de acidentes, já que as
crianças estão sempre impulsionadas a descobrir algo novo

11
Segundo o estudo de Zonta et al (2020) cuja o objetivo foi descrever uma escala
visual analógica referente à confiança dos educadores em avaliar e garantir a
segurança do local onde ocorrem os problemas de saúde, reconhecer a necessidade
de ajuda, avaliar e prestar os primeiros socorros nos seguintes problemas: febre,
engasgos, crises convulsivas, queda, lesões, sangramentos profundos e parada
cardíaca, os resultados obtidos relataram alguns fatores que podem afetar o
conhecimento dos educadores no que se refere aos primeiros socorros.
Segundo dados desse estudo, a idade e os anos de experiência em escolas
são fatores que influenciam positivamente o conhecimento dos educadores, haja visto
que quanto mais tempo os indivíduos atuam no serviço, melhores são os acessos à
informação em primeiros socorros e maior é a exposição a casos que potencializam o
desejo de adquirir esses conhecimentos.
A necessidade de intervir diante de uma intercorrência de saúde provoca muita
das vezes o sentimento de insegurança nesses profissionais. De acordo com os
pesquisadores, os educadores tinham restrito conhecimento. A maioria dos
entrevistados não sabiam como prestar os primeiros socorros a uma criança
engasgada ou não se sentiam aptos para lidar com a situação, o que revela o alto
despreparo desses profissionais em lidarem com situações que necessitam da
atuação imediata em primeiros socorros.
Contudo, após intervenções educacionais sobre a temática, apresentaram
níveis significativos de melhora quanto às atitudes e habilidades em gerenciar os
problemas de saúde escolares.
O estudo mostrou que uma das principais fontes de informações citadas pelos
participantes foram: familiares, livros, mídia e profissionais de saúde,
respectivamente.
A fonte de conhecimento também é outro fator que sugestiona maior
conhecimento em primeiros socorros. Os que a obtêm de profissionais de saúde ou
institutos de saúde têm cerca de duas vezes mais conhecimento do que os que
buscam as informações de outras fontes.
Por fim, enfatizamos que o conhecimento em primeiros socorros possibilita
propor estratégias educativas e efetivas, com as quais certamente promoverão a

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autoconfiança dos educadores e, consequentemente, um manejo seguro das
principais intercorrências de saúde no ambiente escolar.

4.3 PSE e o Enfermeiro no âmbito educacional

O programa Saúde Nas Escolas, foi criado a partir de um decreto presidencial


em 5 de dezembro de 2007, com o objetivo de contribuir para a formação integral dos
estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas
ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometam o pleno desenvolvimento
das crianças e jovens da rede pública de ensino. Sendo o enfermeiro um educador
por natureza, pois este é responsável por orientar os pacientes em prol da prevenção
de doenças e da promoção da saúde, além de desenvolver atividades de educação
em saúde atendendo necessidades sociais, atua também como docente em diversos
níveis de educação escolar.
Lima, Luanna Sousa de Morais et. al (2018), ressalta sobre a capacitação de
profissionais de saúde e docentes no desenvolvimento das atividades em Estratégia
de saúde da família, para melhor implementação dos programas nas escola, ressaltou
que as atividades desenvolvidas no ambiente escolar basearam-se na avaliação
clínica, avaliação nutricional, promoção da alimentação saudável, avaliação da saúde,
atualização do calendário vacinal, promoção da saúde sexual e reprodutiva, atividade
física e saúde, promoção da cultura de paz na escola, orientações ministeriais,
demanda da escola, palestras, de forma geral, e de cunho higienista, entre outros
temas.
Segundo Rodrigues de Medeiros, et. Al (2021) as ações executadas no PSE
(Programa de Saúde nas Escolas) eram voltadas para saúde bucal, antropométrica e
da situação vacinal, ressaltando que no contexto nacional, as atividades também
deveriam estar voltadas à saúde mental e ao contexto psicossocial, o que por sua vez
é apresentado pela demanda de desigualdade social que encontramos na sociedade,
pois é de suma importância para o desenvolvimento da criança na análise de suas
vulnerabilidades.
Em consonância Veiga, Ana Rita (2021), ressalta que os programas são
promissores nas escolas, no entanto, ressalta a necessidade de melhora na

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abordagem de jovens e crianças em temas considerados de difícil discussão, tais
como sexualidade, e abuso de álcool e drogas. Porém, o estudo propiciou observar
que houve melhora do entendimento sobre a sexualidade e redução de agitação em
sala de aula.
Melo, Roberta Crevelário de et. Al (2020), refere que a participação dos jovens
e crianças na construção do programa é de suma importância, pois assim, além de
fazerem parte de um processo, sentem-se integrados, facilitando a proximidade de
outros jovens na inclusão do Programa. Em consonância Assunção, Marhla Laiane de
Brito et. Al (2020) refere que estratégias utilizadas no ambiente escolar pelos
profissionais de enfermagem são voltadas para o trabalho colaborativo sendo o
adolescente sujeito ativo e coparticipante no processo de educação em saúde. O que
para Baldoino, Luciana Stanford et. Al (2018) em seu relato de experiência, constatou
a importância da relação em saúde na escola, como conhecimento agregador para
formação.
Silva, Adna de Araújo (2020), diz que os enfermeiros são destaques na atuação
e implementação dos programas, uma vez que estes são atuantes nas Estratégias de
Saúde da família, logo, o enfermeiro com seu papel de educador é o mais habilitado
para estar aproximado ao corpo discente e docente na execução dos processos de
promoção e prevenção de saúde. Já Faria, Wiviany Alessandra de et. al (2020),
pontua acerca do preparo de docentes em intercorrências no âmbito escolar,
apontando o desconhecimento destes nos casos de acidentes e atuação em primeiros
socorros, porém não refletindo acerca das diretrizes do PSE. Assim como Zonta,
Jaqueline Brosso et. Al (2019), ressalta a insegurança de professores na atuação em
intercorrências em saúde, no qual a necessidade de intervir diante de uma
intercorrência de saúde provoca sentimento de insegurança e neste estudo
apresentou-se simulações in situ, o qual propiciaram vivências em diversas situações
emergenciais, melhorando a atuação dos professores em situações adversas em
saúde.
Entendendo como processo de vulnerabilidade dos adolescentes,
Medronheira, Sofia Alexandra Pinto Estevens (2020), reflete acerca da sexualidade,
ressaltando que a promoção da saúde sexual em meio escolar, tem uma assertividade
positiva, pois a escola é o local onde os adolescentes despendem parte significativa

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do cotidiano, empreendendo por sua vez a autoestima e ampliando as capacidades
de decisão individual, dentro do contexto de saúde comunitária, no qual a participação
do enfermeiro nesta educação é de suma importância, tal como refere-se Ermitão,
Vanessa Isabel Avó (2020) que através da intervenção de enfermagem, pôde
contribuir no conhecimento de adolescentes no âmbito da educação sexual.
A atuação do enfermeiro nas escolas é fundamental para garantir a segurança
dos alunos e funcionários. O enfermeiro pode realizar treinamentos para os
educadores, ensinando-os a reconhecer sinais de emergência e a prestar atendimento
imediato. Além disso, o enfermeiro pode elaborar planos de emergência e protocolos
de atendimento para garantir a efetividade do atendimento em casos de emergência.
Segundo o estudo de Zonta et al (2020) os educadores se sentiam mais
confortáveis em lidar com situações de emergência, quando se tinham presentes no
momento, um profissional de enfermagem para ajudá-los.
A enfermagem escolar é um campo de atuação em desenvolvimento no Brasil,
por esse motivo, destaca-se aqui a importância desses profissionais que atuam no
contexto escolar, no cuidado direto à saúde e no apoio aos profissionais de educação
na identificação e resolução de questões relativas à saúde dos estudantes.
A enfermagem, ao atuar no contexto escolar, traz consigo estratégias
integradas de prevenção e promoção em saúde, por meio da aproximação entre
Atenção Básica em Saúde e as escolas.
Promover a saúde e a segurança dos alunos é uma das principais
responsabilidades das escolas e dos profissionais que atuam nesse ambiente. Nesta
perspectiva, o objetivo desta categoria é expor a importância da inserção do
enfermeiro no âmbito escolar, de forma que haja práticas educativas na promoção da
saúde dos estudantes, proporcionando conhecimentos aos escolares, aos familiares
e aos educadores envolvidos nesse processo. Cabe destacar-se aqui a importância
de uma didática clara e de fácil entendimento, afim de que os alunos absorvam os
ensinamentos em educação em saúde.
Além de educar, é papel do enfermeiro, incentivar os educadores para a
implementação de ações nas escolas, de maneira que seja um processo constante
de desenvolvimento. Por fim, enfermeiros e educadores tornam-se provedores do
processo educativo e assistencial dos educandos na promoção e prevenção da saúde.

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5 CONCLUSÃO

Foi evidenciado que a presença de enfermeiros nas instituições de ensino,


desempenham um papel crucial na identificação precoce dos problemas de saúde,
através do fornecimento de informações relevantes sobre a prevenção de doenças,
promoção de estilos de vida saudáveis, dos cuidados de enfermagem e da adequada
orientação aos educandos, educadores e responsáveis.
Esta troca contribui para um ambiente seguro e protegido, promovendo o bem-
estar dos estudantes e garantindo uma resposta adequada em caso de acidentes ou
doenças súbitas.
Os artigos de referência abordaram especificamente a atuação da enfermagem
em espaços escolares, ressaltando a importância da presença de enfermeiros
qualificados para lidar com emergências médicas, administrar primeiros socorros e
fornece suporte em situações críticas.
Além disso, os estudos destacaram a relevância da participação dos jovens no
Programa Saúde na Escola, que visa promover ações de prevenção, promoção e
atenção à saúde no contexto educacional. Os enfermeiros que atuam nesses espaços
contribuem significativamente, compartilhando conhecimentos e realizando atividades
educativas que capacitam a comunidade escolar a adotarem comportamentos
saudáveis e se tornarem agentes de mudança em suas comunidades.
No entanto, apesar dos benefícios comprovados da enfermagem no âmbito
educacional, ainda existem desafios a serem enfrentados. A falta de recursos, a falta
de reconhecimento e a resistência institucional são obstáculos que precisam ser
superados para garantir uma presença efetiva da enfermagem nas escolas.
Diante disso, é fundamental que haja um apoio contínuo dos gestores
educacionais, das autoridades de saúde e dos órgãos governamentais para fortalecer
a enfermagem no contexto educacional, isso inclui o investimento em capacitação
profissional, a criação de políticas públicas adequadas e o estabelecimento de
parcerias entre os setores da educação e da saúde.

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Em suma, a presença de enfermeiros nas escolas contribui para um ambiente
educacional seguro, consciente e saudável, resultando em melhores resultados
acadêmicos e bem-estar geral da comunidade escolar.
Portanto, é fundamental continuar investindo e fortalecendo a enfermagem no
contexto educacional, reconhecendo seu impacto positivo na vida dos educandos e
da comunidade como um todo.

REFERÊNCIAS

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