Quando pensamos em psicanálise o primeiro nome que nos vem a mente é Sigmund Freud, e

claro seus destaques sobre o inconsciente, a sexualidade e as famosas teorias estruturantes do

sujeito. Ainda assim, falar sobre o método psicanalítico e sua forma de tratamento não é uma
tarefa fácil, sabendo disso será indispensável discutirmos sobre os problemas atuais do sujeito
contemporâneo e os métodos de tratamentos psicanalíticos com base na contribuição
Freudiana, abordando em especial o inconsciente.

A fim de esclarecimento, sabemos que o objetivo principal da psicanálise além de estudar e

analisar os conteúdos e sinais do inconsciente é realizar um tratamento adequado para o
sujeito que está em angústia ou sofrimento, para que isso seja possível um acompanhamento
com um psicanalista se torna fundamental. Para começar, o sujeito em sofrimento deve
procurar um analista e apresentar sua queixa, durante a primeira sessão ao firmar o contrato
verbal e conhecer o seu analisando e queixa principal, posteriormente (nas demais sessões) o
analista começará a levantar hipóteses referentes a queixa do sujeito, que poderão ser
afirmadas ou descartadas, de todo modo para que haja um ambiente favorável no setting
analítico é fundamental que o sujeito analisando passe a transferir (processo de transferência)
para o analista. É importante que o analista seja ético e não pratique a psicanálise selvagem.

Em relação aos sujeitos de estrutura psicótica, Freud destacava não ser possível o
prosseguimento com o tratamento psicanalítico pois eles não realizavam a transferência nem
simbolizavam, dessa forma deixou claro que não tratava psicóticos, embora tal procedimento
tenha mudado com outros psicanalistas posteriores a ele como Melanie Klein e Jaques Lacan
por exemplo, isso destaca que a psicanalise está sempre em evolução. O fato é que se o
psicanalista não se sentir preparado ou encontrar dificuldades em certos casos ele pode optar
por encerrar as sessões e repassar o analisando para outro profissional psicanalista que possa
dar continuidade ao tratamento. Entretanto, ao falar de cura ou por sinal melhora significativa
na queixa do analisando, somente o próprio poderá dizer se prefere prosseguir ou interromper
o tratamento. Ao utilizar a psicanálise como forma de tratamento o analista fará uso de
diversos métodos, sendo a associação livre o método principal em que se pode por meio da
análise do discurso do analisando observar possíveis “escapes” do inconsciente presentes nos
sonhos, chistes, atos falhos e sintomas com o objetivo principal de fazer com que o sujeito
reconheça conscientemente o que está lhe afetando inconscientemente.

Atualmente qual seria uma das causas que mais aflige o ser humano? Podemos dizer que
atualmente no mundo contemporâneo uma das maiores causas de sofrimento são os
transtornos de ansiedade, somente no Brasil cerca de 18,6 milhões de pessoas convivem com o
transtorno segundo a organização mundial de saúde (OMS), como motivo principal desse
número relativamente alto de casos está o estresse sendo um dos maiores fatores
apresentados. Mas enfim, como relacionar tal transtorno com a psicanálise Freudiana? Se
pensarmos por meio das estruturas (id, ego e superego) podemos concluir que a ansiedade
provém do ego pois ele próprio é a sede das angústias e também é responsável pela identifição
de perigos que possam ameaçar o sujeito. Partindo do princípio de que nesse caso há um ego
que busca proteger a integridade do sistema psíquico do sujeito e sua relação com o mundo
exterior, conteúdos insuportáveis são reprimidos no id resultando em diversas angustias sendo
elas: angustia real, neurótica e moral. Dessa forma, a ansiedade contínua resultado da
liberação não adequada de energia pulsional gera no sujeito um conjunto de mal-estar e
ansiedades, em destaque: ansiedade real, neurótica e moralística. É importante ressaltar que
todo ser humano desde os mais arcaicos possuem ansiedade pois ela é fundamental para a
prevenção de perigo iminente real ou ameaças percebidas (podendo ser psicológicas),
entretanto, a ansiedade contínua e excessiva é a causa dos transtornos de ansiedade e
resultados das angústias e sofrimentos do sujeito.

Para finalizar, com base no que foi apresentado, podemos ressaltar que cabe ao sujeito
procurar um psicanalísta para que se de início ao seu tratamento, deve ser apresentada a
queixa para que o profissional possa entender e analisar o caso para que dê assim o
prosseguimento possível da hipótese terapêutica, deve-se levar em conta o ambiente no
setting analítico principalmente a relação analista-analisando. O processo terapêutico terá
como principal objetivo fazer com que o analisando reconheça seus conteúdos inconscientes
por meio de sua própria fala e com o auxilio do analista e de suas ferramentas e métodos
fundamentais (associação livre, atenção flutuante, análise de sonhos, atos falhos, chistes,
sintomas, entre outros). Por fim podemos dizer que o mundo atual é sede de diversos tipos de
angustias sendo a maioria delas de fonte psicológica, utilizando o Brasil como exemplo
principal podemos destaca-lo como o país que possuí mais casos de pessoas ansiosas e que
necessitam de um tratamento adequado de psicoterapia para a redução de suas angustias e
sofrimentos.