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● Descrição sobre a importância da semiologia na psicopatologia

(transtornos mentais)

Para que você compreenda seu paciente e não tenha dificuldades em criar
hipóteses diagnósticas, é preciso compreender todos os caminhos que a
Psicopatologia traça. O primeiro passo é que a gente consiga entender seus
vocábulos. PSICOPATOLOGIA é a junção de três palavras gregas. A primeira delas
é “psykhé” ou “psique”, que significa Alma. A segunda delas é “paθɔs” ou “pathos”,
que dentro de seu vocábulo significa Sofrimento / uma espécie de Adoecimento. A
terceira dela é “λόγος” ou “logos”, que tem referência à palavra Logia e significa
Razão, Estudo ou Discurso. Então Psicopatologia é o estudo do adoecimento ou do
sofrimento psíquico.

Uma outra palavra importante para essa análise é “semiologia”, que significa signos.
Então podemos dizer que a Semiologia da Psicopatologia tem a ver com os signos
das doenças ou dos adoecimentos psíquicos tratados nessa disciplina. É um estudo
que ajudará a ter os indicativos do comportamento de uma pessoa, de que ela tenha
(ou não) um tipo de adoecimento / sofrimento psíquico. Alguns teóricos a colocam
como sendo o ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental.
Então Psicopatologia é o ramo da ciência que trata da essência dos fundamentos
das doenças psíquicas ou das doenças mentais e sendo uma área de estudo
extremamente importante para o Psicólogo e para o Psiquiatra.

O psicopatólogo não pode julgar moralmente o seu objeto de estudo, o seu objeto
de atendimento. Ele precisa apenas observar, identificar e compreender o seu
objeto e os diversos elementos da doença mental. Precisa estar diante do seu
paciente utilizando dos recursos / ferramentas que a Psicopatologia te fornece sem
ser preconceituoso. Isso não cabe em nenhuma ciência, muito menos na Psicologia.
A Psicopatologia é uma área da mesma, então é importante que ele compreenda
que é preciso rejeitar pré-julgamentos e preconceitos. Ela também rejeita qualquer
tipo de dogma, quer seja religioso, quer seja filosófico, psicológico ou biológico. O
terapeuta não pode utilizar qualquer tipo de comportamento dogmático,
independentemente de qual seja sua crença, seja ela até mesmo de qualquer outra
ordem cultural. É preciso respeitar de todas as formas a pessoa que está à sua
frente e utilizar cientificamente o que o material científico lhe oferece, até mesmo
porque ela aceita ser revisada, criticada e reformulada.

Um exemplo disso é de o terapeuta criar uma hipótese diagnóstica de um paciente


seu, nesse caso aqui de que ele possa ser esquizofrênico por ter chegado
apresentando falas e quadros de alucinações. A partir dessa hipótese, o diagnóstico
durante o período da avaliação psicológica com o passar do tempo chega a
compreender que aquelas alucinações não advém de um quadro esquizofrênico,
mas sim de um outro tipo de ordem. Podemos dizer que o paciente teve problemas
com álcool e / ou outras drogas. Suas alucinações então podem ser relacionadas a
uma outra ordem de fatores. Isso o próprio terapeuta terá que automaticamente
revisar e reformular a sua hipótese diagnóstica, colocando assim lá dentro do seu
devido lugar cientificamente falando.

Através dos signos, dos indicativos que a doença mental apresenta, ele conseguirá
identificar qual tipo de transtorno (ou possível transtorno) aquele paciente está
enfrentando. É isso que a Psicopatologia visa trazer para você estudante de
Psicologia ou para o profissional Psicólogo. Para que você seja um bom profissional
no futuro, é preciso estudar e pesquisar bastante esses conhecimentos, para não ter
grandes dificuldades em compreender o seu objeto de estudo, que nesse caso aqui
seria um paciente ou cliente.

Foi discutido em sala de aula também que toda doença mental tem um “sintoma
nuclear”, algo bastante perceptível para avaliação de um diagnóstico. Um exemplo
de transtorno que pode ser utilizado aqui é a Esquizofrenia, que possui vários
fatores que podem colaborar para a hipótese diagnóstica de um sujeito. Um sintoma
que é nuclear (ou central aqui) seria alucinação. Se a pessoa não apresentar
alucinações, poderá ser qualquer outro tipo de patologia psíquica ou algo
ocasionado por outros fatores. Então é preciso descartar tal hipótese desse
diagnóstico e continuar verificando algum outro sintoma nuclear que se enquadre a
outro quadro de patologia ou não. Também vale compreender que é preciso estudar
bastante os materiais sobre Psicopatologias como o DSM-5, para que você se torne
um profissional mais assertivo nos diagnósticos clínicos.

REFERÊNCIAS

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.


3ª edição, pp. 23-26. Porto Alegre: Artmed, 2019. Disponível em:
https://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01xse.pdf

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