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FACULDADE ANHANGUERA

EDNA MARIA ADÇÃO

RESUMO: TERAPIA
COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL

São Bernardo do Campo


2022
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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL

Lígia M Ito, et. al

O texto de Lígia M. Ito e outros colaboradores, fala sobre Fobia Social (FS),
um grave problema de saúde mental incapacitante que se apresenta de diversas
formas, sendo mais recorrente o medo de ser humilhado ou ridicularizado por se
sentir inadequado em situações sociais. O artigo discorre de maneira interessante
sobre as causas, sintomas e maior incidência da FS, mostrando, mediante pesquisa,
que tal fobia pode se originar em fatores genéticos, sociais e ambientais, apresenta
sintomas específicos como rubor, sudorese excessiva e desatenção, podendo ser
caracterizada como generalizada ou circunscrita, dependendo da quantidade ou
diversidades sociais temidas, além de ser mais comum em mulheres adultas e tendo
a mesma incidência entre crianças dos sexos masculino e feminino.

O tratamento da FS, apresenta resposta mais eficaz com a junção da


farmacoterapia e a cognitivo-comportamental individual (TCCI) e em grupo (TCCG),
contudo o texto se focou na TCC.

O TRATAMENTO DA FS PELA METODOLOGIA TCC

Segundo a TCC, o indivíduo com FS enxerga o mundo como um lugar


perigoso e carente de constante vigilância e tal visão é parte de crenças e valores
que o indivíduo constrói, dentre eles, está o medo de ser rejeitado socialmente por
ser considerado incapaz, inadequado, anormal ou inferior e tal medo faz com que
qualquer estímulo seja considerado um convite à solidão e isolamento.

Sendo a TCC uma abordagem focada e educativa, ela trata a FS de maneira


muito eficaz, estudos mostram que são necessárias entre 12 e 16 sessões semanais
para o paciente sentir considerável melhora em seu quadro.

AVALIAÇÃO: Na entrevista inicial, colhe-se informações sobre a história da


doença, considerando os fatores histórico-familiares, ambientais e clinico. Nesta
sessão, elenca-se os dados determinantes para o planejamento do tratamento.

PSICOEDUCAÇÃO: No início da terapia é feita uma sessão para


esclarecimento de todas as informações que o paciente necessite sobre seu
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transtorno e o tratamento e todas as nuances que envolvem o tratamento. A família


deve ser orientada em como proceder diante das dificuldades na interação com o
paciente.

OBJETIVOS: Terapeuta e paciente determinam juntos os objetivos da terapia


e como será o processo, inclusive de exposição da pessoa à diferentes situações
sociais, aumentando a sensação de domínio em situações sociais.

TÉCNICAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS: O Treino de habilidades


sociais (THS) e de assertividade (TA) é feito de maneira gradual. Dos ambientes
mais intimistas (ambiente familiar) aos mais populosos, com técnicas de
relaxamento e respiração, são trabalhadas as dificuldades reclamadas pelo
paciente.

ABORDAGEM COGNITIVA: Detecção de pensamentos distorcidos e a


crença central do paciente, visando a compreensão do funcionamento cognitivo do
paciente, para que, a partir de então haja uma reflexão crítica para a mudança dos
mesmos e o trabalho para essa mudança é particular de cada paciente.

MANEJO DE ESTRESSE E RELAXAMENTO: Identificação dos sinais que


indicam aumento da ansiedade e, através de exercícios respiratórios e de
relaxamento, evitar o aumento da ansiedade.

EXPOSIÇÃO: Depois de todo o trabalho anterior em andamento, o paciente é


orientado a se expor às situações tão temidas e isso pode ser feito por meio do
confronto das situações ao vivo ou na imaginação e, através da habituação, o
paciente se sinta menos ansioso. Segundo os autores:

A exposição ao vivo consiste em buscar deliberadamente o confronto com


situações reais que gerem ansiedade. Algumas tarefas podem ser
realizadas por meio da imaginação, a chamada exposição na imaginação ou
dessensibilização sistemática.

PROGRAMAÇÃO DAS TAREFAS DE CASA: Durante todo o tratamento,


parte da sessão é utilizada para programar e averiguar as tarefas de casa que
devem ser praticadas diariamente e deve haver o compromisso de cumprimento
delas por parte do paciente.
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TÉRMINO: O final da terapia se dá quando é notória a maioria dos sintomas


tiver uma intensidade reduzida significantemente. nesta fase faz uma análise do que
foi aprendido, aconselhando-se a continuidade dos exercícios e observa-se a
recaídas e seus potenciais desencadeantes, até que a alta propriamente dita.

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM GRUPO (TCCG): A TCCG,


segundo os autores, apesar de eficiente, não apresentou resultados melhores que a
TCCI, contudo, tem um diferencial interessante que é o compartilhar das dificuldades
entre os membros do grupo. o número ideal de participantes do grupo é seis.

EFICÁCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: Os autores


afirmam que a TCC é um dos melhores tratamentos para a FS, mas deixam a
ressalva de que, que muitos pacientes não atingem mais critério diagnóstico para
FS, porém ainda apresentam dificuldades significativas em situações sociais,
podendo ser consideradas manifestações subsindrômicas desse transtorno.

Por fim, o artigo relata o caso de “André” ( nome fictício) uma criança de 10
anos que sofria com a FS, mas que teve significativa melhora depois da aplicação
da TCC.

CONCLUSÕES

 A TCC é um tratamento eficaz para pacientes de FS;

 Pacientes com quadro clinico de subtipo generalizado, de longa duração e


com transtornos comórbidos devem ser tratados com a TCCI;

 O tratamento farmacológico não pode ser negligenciado;

 A detecção e tratamento de FS com TCC quanto mais precoce melhor, por


isso é importante se diagnosticar a FS ainda na infância.

 A disseminação de informações e manuais de autoajuda é uma importante


contribuição para a prevenção do agravamento da FS.

REFERÊNCIA

ITO. Lígia M. Terapia Cognitivo-Comportamental da Fobia Social. Revista


Brasileira de Psiquiatria. 2008; 30(Supl II): S96-101. Disponível em: https://www.sciel
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o.br/j/rbp/a/ 8jL85kwBNNpFkYv5w5DDnKq/abstract/?lang=pt. Acesso em 31 de


Março de 2022.

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