Você está na página 1de 9

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM TCC

A DEPRESSÃO NA INFÂNCIA/ADOLESCÊNCIA E O
TRATAMENTO EM TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL

TAYANE CRISTINA PINHO DE SOUZA – 19103762

RIO DE JANEIRO
JUNHO/2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................3

DESENVOLVIMENTO...................................................4,5,6,7

CONCLUSÃO..........................................................................8

REFERÊNCIAS.......................................................................9
INTRODUÇÃO

Este presente relatório, possui como objetivo, a definição da Depressão na Infância e na

Adolescência com enfâse no tratamento através da TCC (Terapia Cognitivo Comportamental). A

depressão está se tornando uma doença cada vez mais comum, caracteristicamente crônica,

recorrente e familiar, cujo início ocorre, muitas vezes, durante a infância e a adolescência (Bahls &

Bahls, 2003). Em consequência disso, o transtorno está se tornando uma das principais

preocupações em saúde pública (Bahls S. & Bahls F., 2003). Entretanto, no Brasil, existem poucos

estudos sobre intervenções que podem ser realizadas durante a depressão infantil e por isso, a

depressão tem se tornado uma das principais preocupações em saúde pública, uma vez que a

ausência da intervenção, cause uma continuidade adulta. Assim, este presente estudo, irá apresentar

a intervenção baseada na TCC para depressão infantil.

3
DESENVOLVIMENTO

A Depressão na Infância, se configura por uma Psicopatologia Infantil, que vem aumentando de

forma significativa em crianças e adolescentes, se manifestando durante os anos pré-escolares,

puberdade e então adolescência. Considera-se que a fase da infância/adolescência, é cercada por

descobertas, alegrias e encantamentos, por isso, é importante que saibamos reconhecer os sinais e

os sintomas. Com tudo, estudos apontam que ainda nessa fase, o Transtorno Depressivo Maior

(TDM), é comum e pode vir acompanhado de situações de ideações e suicidas. A partir disso, é de

suma importância a identificação para tratamento de tal transtorno, tendo em vista que essa

psicopatologia está ocorrendo cada vez mais cedo e que pode apresentar continuidade na vida

adulta. Passou-se a considerar que os sintomas de TDM, são semelhantes no adolescente e adulto,

sendo o diagnóstico realizado pelos mesmos critérios.

De acordo com o DSM-5, o TDM se configura pelos aspectos abaixo que precisam existir por um

período mínimo de duas semanas, onde para um diagnóstico, preicsa de pelo menos 5 ou mais dos

seguintes sintomas (precisam ser considerados como sintomas existentes quase todos os dias):

1. Humor deprimido na maior parte do dia;

2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na

maior parte do dia;

3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta;

4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias;

5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não

meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);

6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;

4
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada;

8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão;

9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida

recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para

cometer suicídio.

Nos últimos anos, passou-se a considerar que a depressão na criança, no adolescente e no

adulto emerge de forma semelhante e que quando emerge na fase infantil, podem haver

recorrência na fase adulta. O diagnóstico de TDM vem aumentando de forma significativa

entre crianças e adolescentes, de maneira que alguns pacientes apresentam o primeiro episódio

durante os anos pré-escolares, antes da puberdade ou na adolescência (Bauer, Whybrow, Angst,

Versiani, & Möller, 2009, Piccoloto et al., 2000). Percebe-se, a partir desses dados, a

importância de se reconhecer os sinais e os sintomas do transtorno em crianças e,

principalmente, de desenvolver um tratamento efetivo para ele (Friedberg & McClure, 2004).

A Depressão Infantil, emerge entre os 6/7 anos da idade e os sintomas podem ser observáveis

no âmbito acadêmico, com dificuldades acadêmicas e os problemas de relacionamento com

colegas e professores, causando consequência negativa no rendimento escolar da criança,

diminuindo o interesse escolar, gerando falta de concentração e dificuldades de raciocínio. Ou

seja, as crianças, também apresentam diminuição de interesse/prazer. Com todos os aspectos,

as crianças podem apresentar comportamentos como discutir, brigar com irmãos/ pais, ou

responder adultos, podendo apresentar problemas também, com questões alimentares e sono. A

expressão da DI na criança pode passar despercebida ou ser confundida com uma fase difícil,

visto que muitas vezes a criança é criticada ou até mesmo punida por seus comportamentos

considerados inadequados (Bahls, 2002). Entretanto, assim como no adulto, vem acompanhada

de uma série de prejuízos nas diferentes áreas da vida que certamente acarretam consequências

negativas para o desenvolvimento infantil (Cruvinel & Boruchovitch, 2009).


5
TRATAMENTO DA DEPRESÃO INFANTIL NA TCC

A intervenção psicoterapêutica nos casos de TDM infantil mostra-se imprescindível e é

amplamente indicada nos casos de intensidade sintomática leve e moderada, sendo associada à

psicofarmacologia nos casos mais graves (Schwan & Ramires, 2011). Pesquisas mostram que,

uma das abordagens mais eficazes é a TCC. A TCC é uma modalidade de terapia que apresenta

uma estrutura bem definida e que faz o uso de técnicas validadas pela literatura, onde são

constituídas intervenções psicológicas que em tratamento para a DI (Depressão Infantil), o

tratamento pode ser estruturado com um Protocolo Terapêutico (PT). O PT é um conjunto

inclusivo e coeso de intervenções psicológicas semiestruturadas (Turra et al., 2012) disponíveis

para o tratamento de determinadas psicopatologias. Sua utilização favorece a prática do

psicólogo, reduzindo o tempo de planejamento do processo psicoterapêutico. A partir do

desenvolvimento e da aplicação de um protocolo, torna-se possível analisar sistematicamente

as evidências de eficácia do tratamento e produzir uma série de recomendações que tenham

significado clínico e científico (Bauer et al., 2009). No tratamento da TCC, considera-se que as

principais estratégias para tratamento de DI, são o incrimento de atividades prazerosas,

reestruturação cognitiva, treino para resolução de treinamentos, treino em habilidades sociais,

treino de relaxamento, incrimento de autocontrole e treinamento de pais (Petersen & Wainer;

2011).

As primeiras sessões, são voltadas para a avaliação geral da criança e as duas seguintes são

voltadas para à Psicoeducação. Na sessão seguinte, por mais 6 semanas, são trabalhadas as

questões de reestruturação cognitiva da criança, compostas por técnicas específicas. Em

seguida, 3 semanas são dedicadas à aplicação de técnicas de resolução de problemas, mais 3

semanas ao treino em habilidades sociais e as 3 últimas à consolidação de ganhos e finalização

do tratamento. Para dar início ao tratamento, foram selecionadas técnicas comportamentais que

ajudam a motivar a criança, já que a depressão é mantida por um decréscimo de eventos

6
agradáveis, porém, essas técnicas também podem levar à modificação de pensamentos

disfuncionais, mesmo que indiretamente. Por isso, ao aplicá-las, o terapeuta deve auxiliar a

criança a identificar e contestar seus pensamentos negativos, ajudando-a a testar sua validade

(Bahls, 2003). Nesse sentido, o programa de atividades prazerosas configura-se como uma

defesa valiosa contra a anedonia, o retraimento social e a fadiga (Beck et al., 1997; Friedberg &

McClure, 2004; Petersen & Wainer, 2011).

As sessões finais são dedicadas à consolidação de todo o processo trabalhado durante o

tratamento, revisando tudo o que foi feito e aprendido ao longo do processo terapêutico.

Ajustando com a criança também, o que foi aprendido durante as sessões com ela, pois é

importante que durante o tratamento, a criança tenha sido estimulado e aprender as técnicas e a

realizá-las de forma autônoma, pois um dos principais objetivos da TCC é que o paciente possa

ser seu próprio terapeuta (Beck , 1997; Knapp & Beck , 2008).

No final das sessões, os pais também são inclusos no tratamento, com o objetivo de que sejam

orientados e informados sobre o andamento e para que possam também, contribuir de forma

positiva com a criança. Eles também fazem parte do protocolo de psicoeducação do tratamento,

para que possam também, saber auxiliar a criança em casa em suas atividades.

7
CONCLUSÃO

Por fim, destaca-se a importância de dar continuidade à pesquisa por meio da realização de

estudos experimentais capazes de avaliar a sua eficácia e apontar a necessidade de adaptações e

melhorias relativas à sua capacidade de remissão sintomática, essenciais ao seu

aperfeiçoamento para utilizações futuras. Com a eficácia devidamente comprovada, este

protocolo poderá apresentar-se muito útil por tratar-se de um instrumento prático, confiável e

de simples aplicação, afora os benefícios já destacados.

8
REFERÊNCIAS

• RIBEIRO, Maiara Viana; MACUGLIA, Greici Conceição Rössler; DUTRA, Morgani

Moreira. Terapia cognitivo-comportamental na depressão infantil: uma proposta de intervenção.

Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 9, n. 2, p. 81-92, dez. 2013 . Disponível em

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-

56872013000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 30 jun. 2023.

http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20130012.

• American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos

mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Você também pode gostar