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modelos de psicopatologia
PARTE 2: Dan Josua
Mapa da aula
Zé: o DSM e sua utilidade PARTE 4: Considerações
clínica PARTE 2: além do DSM Finais
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mapa da aula
5
EU SEI QUE O JAN JÁ FALOU DISSO...
vale a pena relembrar no contexto dessa discussão...
relembrando!: pbe não é
simplesmente seguir
manual de tratamento
“integração da melhor pesquisa
disponível com o expertise clínico no
contexto das características, cultura e
preferências de paciente”
nesse contexto...
por que
é tão
2. Nossa avaliação clínica é notoriamente falha
Encontrar evidência de
qualidade pode ser BEM difícil
E nem sempre os transtornos diagnósticos
não espelham bem o que acontece na clínica
“(...) uma abordagem de tratamento
inspirada no DSM não provê um guia
de como se aproximar de pacientes
que apresentam comorbidades”
A era dos Manuais
muitos manuais com
intervenções cada vez mais
restritivas
1. Encontrar a evidência relevante para muitos dos problemas
clínicos pode ser muito difícil
• os manuais para diagnóstico:
• muito prolíficos
• muito restritivos
• “estudos de co-morbidade, resposta de tratamento, e até
funcionamento neurobiológico agora mostram que transtornos
emocionais (um termo que inclui transtornos de ansiedade e de
depressão, bem como vários diagnósticos relacionados) compartilham
de similaridades fundamentais”.
no final, até o pai do modelo dos manuais, parece
estar caminhando para um modelo um pouco
diferente (como vimos com o Zé)
por que isso talvez seja um problema?
grande parte das pesquisas de eficácia
foram construídas nesse modelo
adaptar ou adotar o manual?
adaptar ou adotar o manual?
•Adaptar •Adotar
• mais sensível ao • mais próximo das
cliente na sua frente evidências
o que fazer quando o paciente não é parecido com aquele
descrito nos manuais?
Mulher, brasileira morando em
exercício: qual intervenção uma comunidade, vinte e três
anos, procura tratamento para
(como e por que)? [10 depressão. Reclama de insônia
minutos?] insistente, é alcoolista e relata
brigas com o marido (por conta
do comportamento do filho)
lembretes da aula do Jan...
Os 3 passos da k. Koerner
1. Faça Monitoramento do progresso (leve isso em conta, mas não
precisa decidir os instrumentos ainda – uma aula só para isso)
2. Escolha um TES para o principal problema*
3. Faça uma formulação de Caso Estruturada (ainda não também)
https://www.nice.org.uk/guidance/conditions-and-diseases/mental-health-and-behavioural-conditions
https://g-i-n.net/
Retomando...
Comportamentos
Problema do Filho
No caso do Consumo
exemplo... problemático
de álcool.
Problemas no
relacionamento insônia
Exercício 2: faça o gráfico de um caso seu...
Caso não esteja atendendo, use o caso descrito a seguir
Caso exemplo [caso antes da pandemia]
M., homem branco, heterossexual, de 23 anos. M. sofre de transtorno
obsessivo compulsivo desde os 15 anos de idade. Após uma crise mais severa
aos 18 anos, iniciou com antidepressivo (Effexor) e teve, segundo ele mesmo,
boa remissão dos sintomas. Problemas com perda de libido o fizeram retirar a
medicação por conta própria há pouco mais de um ano.
Tem vontade de iniciar um relacionamento e se reaproximar de amigos, mas
se sente descolado das pessoas quando em encontros sociais. Tende a tentar
não pensar em algumas palavras proibidas durante esses encontros e acaba
não conseguindo curtir a saída. Tem, assim, ficado cada vez mais isolado.
O isolamento tem o deixado um pouco deprimido (Depressão moderada – BDI
– sem ideação suicida).
Depressão
Minha Amigos /
ilustração relacionamentos
TOC
Monte um quadro com as intervenções
pensadas de forma hierárquicas
1. Encontrar a evidência relevante para muitos
dos problemas clínicos pode ser muito difícil
por que
é tão
2. Nossa avaliação clínica é notoriamente falha
•Adaptar •Adotar
• eu vou precisar adaptar. • adotar 100% não é
possível...
• minha avaliação se
tornou uma variável
importante do
tratamento.
• preciso construir
estruturas que
minimizem o efeito dos
meus vieses.
• passo 1: reconhecer os
limites do terapeuta
2. Nossa avaliação clínica é
notoriamente falha
Hannan et al. 2005 – somos ruins de avaliar nossos cliente?
• 40 terapeutas (20 experientes e 20 em treinamento) foram perguntados ao fim de cada sessão com o seu cliente:
• Você acha que o seu paciente vai abandonar a terapia?
• Ele se encontra em um estado mais deteriorado do que quando começou a terapia?
• Foram avaliados 550 pacientes em um período de 3 semanas.
• 40 clientes deterioram (segundo os dados coletados com separadamente)
• Os terapeutas relataram piora em apenas 3 dos 550 casos (0.01% dos casos contra os 8% esperados)
• Desses, apenas 1, relatados por um terapeuta inexperiente, de fato estava piorando.
• Para os autores do estudo, não apenas os terapeutas não sabem dizer ao certo quando seus pacientes estão melhorando, como em
40% dos casos de piora, ela é entendida como melhora
• métodos estatísticos usando do OQ45.2 previram a piora de 36/40 pacientes que pioraram de fato (90%)
• Isto é, os terapeutas parecem excessivamente otimistas em sua avaliação dos resultados da terapia
• Em contraste, resultados de estudos que verificaram o poder preditivo do OQ
• Em resumo, os estudos do OQ mostram que ele consegue prever (após a terceira sessão) com precisão de aprox. 82% a piora do
paciente. Sendo que ele costuma ser mais pessimista - prevê piora em 18% de casos que acabam não piorando de fato. O contrário
do “otimismo" do terapeuta.
self assessment bias
• 129 profissionais de saúde mental
• Comparado com outros profissionais de saúde mental (com
credenciais semelhantes, qual percentil você está?
• média: percentil 80th
• ninguém acreditava estar abaixo dos 50th
• Qual percentagem de seus pacientes melhora?
• 77.01% dos clientes melhoram
• 3.66% deterioram
• 20% acreditam que mais de 90% melhoram
Por que somos ruins?
Ambientes pouco generosos
Sistema 1 e Sistema 2
Ambientes pouco generosos
• Dicas dinâmicas
• Previsibilidade de resultados baixa
• Feedback atrasado, esparso e ambíguo
Pouco provável que a melhora do
paciente seja a principal variável
controladora do comportamento
do terapeuta
Uma série de vieses atrapalham
nosso julgamento [aula jan]
Em resumo
• A área está se distanciando do modelo de manuais para transtornos
• Mas boa parte de nossa evidência ainda dizem respeito àqueles manuais antigos.
• Como o cliente do consultório tende a ser diferente daquele que participa em
pesquisa
• Precisamos Adotar E Adaptar
• É preciso pensar em rotinas rígidas para controlar nossos vieses e nos
mantermos dentro do modelo de PBE.
• O modelo da K. Koerner talvez seja uma ponte entre o futuro da psicoterapia
baseada em processos e a terapia de manual para transtornos específicos.
• Vocês vão ver duas outras propostas em detalhes no curso (Tratamentos transdiagnósticos e
TBP)
PARTE 2: além do DSM
O que significa ir além do
DSM?
quando pensamos em ir além,
faz sentido pensarmos onde
estamos e como chegamos aqui
Uma Pequena história do DSM
DSM I
DSM II
DSM III
as mudanças
DSM III
as mudanças
1. Equiparar o DSM com o CID
do diagnóstico.
DSM III
as mudanças
Robert Spitzer
Nosso time certamente não era um time típico da
DSM III comunidade psiquiátrica [da época, década de 1970],
Robert Spitzer
DSM III Bem, é verdade que para muitos dos
transtorno que nos acrescentamos [no DSM
as mudanças III] não havia uma quantidade tremenda de
pesquisa, e com certeza não havia pesquisa
sobre a maneira particular com que nós
definimos esses transtornos. (...) Mas, de
novo, é certamente verdade que a quantidade
de pesquisa validando dados sobre a maior
parte dos transtornos psiquiátricos é
realmente muito limitada
[In. Davies (2013, p. 29)]
Robert Spitzer
DSM IV
conservador?
DSM IV
conservador?
Allen Frances
DSM IV Nós sabíamos que a maior parte das decisões
que vieram de antes doram arbitrárias. Eu
conservador? estava envolvido no DSM III. Eu entendia suas
limitações provavelmente melhor do que a
maior parte das pessoas. Mas o valor mais
importante na época era estabilizar o sistema,
não mudá-lo de forma arbitrária. (...) Em
outras palavras (...) pareceu melhor estabilizar
as decisões arbitrárias que já existiam do que
criar todo um conjunto de novas.
[In. Davies (2013, p. 51-52)]
Allen Frances
DSM 5
numerais
O que essa história criou para a psicoterapia???
“Por décadas a ciência de
intervenção seguiu uma estratégia
primariamente analítica – aquela do
diagnóstico sindrômico – o que criou
um campo progressivo e robusto,
mas agora chegou a um beco sem
saída”.
• prática baseada em evidências
passou a ser (quase) sinônimo da
aplicação de determinados
protocolos para síndromes específicas
• depois de 30 anos, o próprio comitê
O fim do caminho... do DSM chegou a conclusão de que
isso era uma péssima ideia
• ““All these limitations in the current
diagnostic paradigm suggest
that research exclusively focused on
refining the DSM-defined syndromes
may never succeed in uncovering their
underlying etiologies”.1
• Uma tentativa de solução dentro da
propria psiquiatria foi o RDoC
1. Kupfer, D. J., First, M. B., & Regier, D. A. (Eds.). (2008). A
research agenda for DSM V.
Vamos falar (inicialmente) de 2 pontos:
Problemas para a pesquisa
Problemas na produção de
tecnologia (intervenção)
Problemas em pesquisa:
Teorema Ergódico e o
PARADOXO DO DATILÓGRAFO
PARADOXO DO DATILÓGRAFO
PARADOXO DO DATILÓGRAFO
e psicoterapia
Psicologia do 1?
NÃOOO!!!!
A questão é que precisamos saber os limites do
conhecimento que estamos replicando
processos ideográficos
Pensemos no COVID-19
Aos poucos compreensões funcionais deveriam
substituir essas descrições
[volto nisso depois...]
Quando o uso de instâncias topográficas é particularmente
problemático?
mesma topografia → variedade mesmo processo funcional →
de processos funcionais variedade de topografias
Alguns exemplos de outras áreas que sofreram
com análises tográficas
1. botânica
2. oncologia
o que um diagnóstico deveria oferecer?
o que um diagnóstico deveria oferecer?
A. uma linguagem comum
B. Desestigmatização e Empoderamento
C. Utilidade Conceitual e Compreensão Causal
D. utilidade e progresso do tratamento
A. uma linguagem comum
O DSM tem uma função
fundamental na conversa de
médicos e psicólogos e mesmo entre
psicólogos
Ao mesmo tempo...
diagnóstico mais comum na prática clínica?
NOS – not otherwise specified
baixa confiabilidade e alta co-morbidade
“Estudos epidemiológicos e clínicos mostraram altas taxas de comorbidade entre os
transtornos, minando a hipótese de que as síndromes representam etiologias distintas.
Ainda mais, estudos epidemiológicos mostram um alto grau de instabilidade
diagnóstica no curto prazo para muitos transtornos. No que diz respeito ao tratamento,
falta de especificidade de tratamento é a regra e não a exceção
KUPFER, David J.; FIRST, Michael B.; REGIER, Darrel A. (Ed.). A research agenda for DSM V. American Psychiatric Pub, 2008.
p. XVIII
B. Desestigmatização e
Empoderamento
pessoas culpam menos o
indivíduo quando acreditam
no modelo de doença latente
mas...
a longo prazo aumenta aspectos de estigma e auto-
estigma, crenças de que é impossível mudar, de que a
pessoa pode ser perigosa. Até reduz horizonte de vida
aumento de diagnostic overshadowing
Atribuições de problemas físicos a questoes mentais...
causalidade circular [na linguagem popular]
mais prozac → menos terapia
esse contexto produz...
SSRI serve para tudo?
Caminho inverso da psicoterapia
C. Utilidade Conceitual e Compreensão Causal
o objetivo seria que alguns
dos transtornos migrassem
para o status de doenças
quando foi a última vez
que isso aconteceu?
parasis geral → final dos anos 1880
nenhum biomarcador (consistente) foi
encontrado para os transtornos do dsm-V
”Nos mais de trinta anos (...) o objetivo de validar essas síndromes e descobrir
etiologias comuns permaneceu elusivo. Apesar de muitos candidatos terem
sido propostos, nenhum marcador de laboratório específico para identificar
qualquer uma das síndromes definidas pelo DSM foram encontrados”
KUPFER, David J.; FIRST, Michael B.; REGIER, Darrel A. (Ed.). A research agenda for DSM V. American Psychiatric Pub, 2008
Página XVIII
D. utilidade e progresso do tratamento
retomando...
“o DSM é a pior
ferramenta para guiar
intervenções/ de
diagnóstico – exceto
todas as outras”
pressupostos
do Desenvolvimento, etc.
• futilidade de “desprovar” teoremas a partir
filosóficos claros de outro critério de verdade
• em resumo: assuma e siga seus pressupostos
filosóficos – seja eles quais forem
• obviamente, o modelo precisa ser
aplicável e potente em uma série variada
amplamente de clientes
aplicável e potente • eventualmente, a ideia é que [quase]
qualquer paciente possa ser atendido pela
variação de um punhado de processos
compreensivos.
CRIANDO UM • o modelo dos modelos das ciências da
vida deve ser o centro de um modelo
MODELO DE de psicologia baseada em processos
• all hail Charles Darwin! – uma
MODELOS consideração evolutiva estendida
multidimensional e multinível
EXTENDED EVOLUTIONARY META MODEL (EEMM)
aprendendo a ser VRSCDL [“versatile”]