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Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental 1

Transtorno Obsessivo
Compulsivo e Transtorno de
Estresse Pós-Traumático

Caderno de Exercícios e Técnicas


Complementares às aulas teóricas

Coordenadora: Eliana Melcher Martins

Doutoranda pelo Depto. de Neurociências e Neurologia da UNIFESP


Mestre em Ciências pelo Depto. de Psicobiologia da UNIFESP
Especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP
Formação em curso no Beck Institute - Philadelphia
Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental

Maria de Lourdes Gurian

Especialista em Psicoterapia Cognitivo Comportamental


Pesquisadora e Mestranda pela UNIFESP
Psicóloga Clínica

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Introdução

Este trabalho foi realizado com muito carinho para os alunos do CETCC com o objetivo
de facilitar seu futuro trabalho com a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
A abordagem Cognitivo-Comportamental tem se tornado cada vez mais utilizada entre
os psicólogos por ser mais prática, focada em problemas e metas, proporcionando aos
clientes/pacientes níveis de adaptação e resultados de uma forma mais eficaz e rápida.
Obviamente um conhecimento mais aprofundado dos conceitos teóricos torna-se
necessário, porque, embora pareça muito fácil esse trabalho psicoterápico, se os profissionais
não entenderem seus objetivos e testarem sua prática não conseguirão obter os resultados
almejados.
Diante de uma experiência de quase 20 anos como professora, supervisora e psicóloga
na linha cognitivo-comportamental achei por bem criar meios que facilitassem o ensino da
TCC. Além das aulas expositivas com professores altamente qualificados, exercícios práticos,
filmes e experiências de atendimentos estou lançando este guia prático que pode orientar todo
o trabalho em consultório daqueles que procuram a TCC por vários motivos.
Lembrando que este trabalho não substitui um aprendizado constante através de
pesquisas recentes, leitura de livros consagrados, a participação em congressos e em
supervisões, mas acredito que vai proporcionar uma ajuda bastante significativa para aqueles
que precisam de algo mais concreto.
Neste caderno de exercícios vocês encontrarão sugestões de instrumentos de avaliações
e técnicas para trabalharem com os transtornos Obsessivos Compulsivos e de Estresse Pós-
Traumáticos, duas psicopatologias que tem na TCC um padrão ouro de tratamento para os seus
portadores.
Portanto, utilizem este material para tornar a TCC o mais prática possível para que os
psicoterapeutas desta abordagem adquiram mais segurança para o tratamento de pessoas que
procuram respostas e soluções para os seus problemas emocionais.
Mãos à obra e parabéns por sua disponibilidade em aprender algo tão valioso para sua
prática profissional.

Atenciosamente
Eliana Melcher Martins

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Transtorno Obsessivo
Compulsivo

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Tratamento do Transtorno Obsessivo na TCC

Leia o caso clínico abaixo:

Estudo de caso clínico – Paciente Joelson

Joelson é um engenheiro eletricista, aposentado, com 60 anos, casado, com uma filha
de 18 anos. Durante muitos anos sofreu de transtorno obsessivo compulsivo, e quando ele era
aluno de graduação em engenharia já ouvia dos seus colegas, conselhos para tratar suas
compulsões e obsessões. Quando tinha 50 anos, ele foi encaminhado para tratamento na
Psiquiatria e apresentou muitas alergias aos medicamentos. Cinco anos depois, foi encaminhado
para um terapeuta cognitivo comportamental.
Já no início da sua avaliação clínica, a escala YBOCS apresentou um nível de gravidade
de 34 pontos, o nível máximo é 40. Os rituais dele começavam logo ao acordar na parte da
manhã pois era o momento dele fazer sua higiene corporal, ele tinha que fazer vários rituais
alguns deles até dolorosos, como esfregar o corpo com esponja áspera e Lysoform. Depois ele
ia tomar café da manhã e logo após, começava o ritual principal que mais afetava sua rotina,
que era a preocupação excessiva com os aparelhos elétricos, os interruptores e tomadas da sua
casa uma vez como engenheiro elétrico ele achava que se as tomadas estivessem muito
aquecidas, isso poderia provocar um incêndio na sua casa e no seu edifício. Verificava
detalhadamente e repetidamente pelo menos 5 vezes todos os interruptores da casa, tomadas e
aparelhos elétricos como geladeira, televisores, aparelhos de ar-condicionado ou aparelhos para
filtrar ácaro. Joelson, durante as caminhadas com sua esposa, fazia vários rituais, como chutar
folhas caídas, colocar e tirar lixo das lixeiras. Voltava para casa para fazer novamente os rituais
no banho, almoçava e novamente fazia outros rituais de verificação em relação aos aparelhos
elétricos da casa. De noite, ele descia na garagem, para fazer verificações no carro que era usado
por sua esposa. Ficava muito preocupado que pudesse haver um acidente e ele fosse o
responsável, gastava de uma a duas horas verificando o carro mesmo sendo observado por
outras pessoas, voltava para casa e tinha que fazer mais uma vez a verificação das tomadas e
do sistema elétrico. Finalmente dormia.
Quando iniciou o tratamento em psicoterapia, a avaliação clínica mostrou que ele
gastava de 16 a 18 horas por dia sofrendo com obsessões e rituais. O que significa que o tempo
que ele estava acordado era o tempo que ele ficava fazendo rituais.

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O tratamento inicial em TCC consistiu em fazer exposições prolongadas com as
situações descritas na avaliação do terapeuta, acompanhadas de prevenção de resposta de cada
um dos rituais relacionados com cada obsessão numa frequência semanal de 5 vezes por
semana. Observe o RPD de Joelson abaixo:

Situação Pensamento Ritual ou Compulsão Consequência Grau de


Obsessivo Antecipada ansiedade
Em frente a lixeira Posso não ter Pegar o lixo várias Desconforto 75
depois de ter jogado o lixo e vezes com cuidado grande
jogado algo serei responsável para verificar se jogou
por sujar a cidade. de fato

Folhas de árvore Se eu não tirar as Chutar e pegar as Desconforto 85


na calçada folhas de árvore, folhas e com cuidado grande
vão me achar para jogar no lixo.
desleixado.
Tomada da Isso pode Desligar a tomada, Ansiedade 90
geladeira quente provocar um esperar fazer testes e
incêndio. religar.
Carro da esposa Vou ser o Verificar o carro em Ansiedade 100
estacionado responsável se eu todos os detalhes
não verificar que várias vezes
está tudo bem no
carro minha
esposa pode ter
um acidente e
morrer.

Joelson contou com ajuda intensiva do terapeuta para impedir a realização dos rituais no
intervalo entre as sessões e a família teve uma alta colaboração, já que esposa era muito participativa e
a filha de 18 anos também.
A adesão do paciente ao tratamento foi o fator de maior importância no sucesso do tratamento,
durante 4 meses e outros dois meses iniciais, foram dedicados a construção da hierarquia.
Ele se dedicou com persistência no tratamento. A sua escala YBOCS caiu para 8 pontos o que
corresponde uma média de menos de uma hora por dia de tempo gasto com objeções e rituais, situações
descritas na avaliação clínica. 1

1
Extraído do livro: Psicoterapia Cognitivo Comportamental : Teoria e prática. Caminha e cols, (2003).
Casa do Psicólogo.

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Ainda resta no trabalho clínico, aprofundar o modelo cognitivo e levantar as crenças centrais
e intermediárias de Joelson e suas estratégias compensatórias. A partir do RPD e do texto acima,
preencha a conceitualização cognitiva de Joelson abaixo:

História de Vida Relevante:


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Esquema – Crença básica:


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Suposições – Crenças – Regras Condicionais:


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Estratégias Compensatórias:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Situação 1 Situação 2 Situação 3


_________________________ _________________________ _________________________
_________________________ _________________________ _________________________

PAD PAD PAD


_________________________ _________________________ _________________________
_________________________ _________________________ _________________________

Emoção Emoção Emoção


_________________________ _________________________ _________________________
_________________________ _________________________ _________________________

Comportamento Comportamento Comportamento


_________________________ _________________________ _________________________
_________________________ _________________________ _________________________

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Exemplo de RPD adaptado para o TOC:

O que passou O que fiz ou Qual a


Quanto me Qual foi a
Data Horário Situação pela minha evitei de distorção
perturbou ? emoção?
cabeça? fazer? cognitiva?

Como se faz o exercício da torta da responsabilidade?


1. Descreva a situação e atribua um percentual de quanto se sente responsável ou acredita ser
responsabilizado pelo temido acontecimento:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Faça uma lista dos possíveis fatores que podem contribuir para que o temido fato ocorra:

Atribua percentuais equivalentes aos pesos que, no seu entender, esses diferentes fatores
poderiam ter para a ocorrência do evento temido, incluindo na lista, por último, o percentual de
responsabilidade que você atribui a si mesmo.

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3. Divida a torta, colocando em cada fatia um dos fatores que, em sua opinião, poderiam colaborar
para o desastre. Estabeleça o tamanho das fatias de acordo com o percentual de responsabilidade
(peso) que você acredita que cada fator possa ter (10% de responsabilidade equivale a fatias de
1/10 de toda a pizza; 25%, a fatias de 1/4 do tamanho; 50%, à metade, e assim por diante).
4. Quando terminar observe o percentual de responsabilidade atribuído à sua participação e o
percentual atribuído aos demais fatores envolvidos.
5. Compare o percentual que você atribuiu a si mesmo antes e depois da realização do exercício.

Torta das Responsabilidades

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Materiais para sondagem e avaliação clínica em TCC para o
TOC:

LISTA DE SINTOMAS DO TRANSTORNO OBSESSIVO-


COMPULSIVO

Instruções para o preenchimento

O questionário a seguir irá auxiliá-lo a identificar suas obsessões, compulsões ou rituais


e evitações e avaliar a gravidade.
* No caso das obsessões assinale com um “X” o grau de 0 a 4 para o quanto elas lhe perturbam,
quando invadem a sua mente.
*No caso das compulsões ou rituais dê uma nota de 0 a 4 para o quanto se sente compelido a
executá-las ou para o grau de aflição ou desconforto que sentiria se fosse impedido de realiza-
las.
* No caso das evitações assinale o grau de desconforto ou aflição que sente quando entra em
contato, toca ou se expõe a objetos, lugares, pessoas ou situações que costuma evitar. Caso não
apresente o sintoma descrito marque “0”.

OBSESSÕES E COMPULSÕES RELACIONADAS COM SUJEIRA, GERMES,


CONTAMINAÇÃO, MEDO DE CONTRAIR DOENÇAS, NOJO

A. Obsessões:

Perturbo-me demasiadamente com pensamentos ou preocupações:

Com limpeza, sujeira, germes, contaminação ou em contrair doenças.


0 1 2 3 4
Em contaminar as pessoas da minha família com germes ou com sujeira, trazidos da rua.
0 1 2 3 4
Quando necessito ir a uma clínica, hospital ou cemitério.
0 1 2 3 4
Se cumprimentar passar por perto ou tocar em certas pessoas.
0 1 2 3 4
Nojo ou repugnância de certas substâncias (urina, saliva, esperma, carne, geleias, colas).
0 1 2 3 4

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B. Compulsões

Assinale o quanto se sente compelido a fazer o ritual ou o grau de dificuldade ou de aflição


para evitar fazê-lo:

Limpo demasiadamente a casa ou os objetos (móveis, chão, louças, talheres, chaves do carro,
carteira, bolsa, etc.).
0 1 2 3 4
Lavo minhas mãos por mais tempo e com maior frequência do que o necessário.
0 1 2 3 4
Lavo demais as minhas roupas ou as da minha família.
0 1 2 3 4
Uso excessivamente a máquina de lavar, sabão, sabonetes, detergentes ou álcool.
0 1 2 3 4
Desinfeto ou lavo as coisas que trago da rua antes de pô-las em uso.
0 1 2 3 4
Demoro muito no banho, me esfrego demais, uso demasiadamente sabonete ou xampu.
0 1 2 3 4
Necessito com muita frequência me desinfetar usando álcool, bactericidas ou água sanitária.
0 1 2 3 4
Obrigo os demais membros da família a fazer as coisas acima descritas.
0 1 2 3 4
Escovo os dentes de forma excessiva (com muita força, ou demorando muito tempo).
0 1 2 3 4
Jogo fora bolsas, carteiras, roupas, sapatos por considerá-los contaminados ou sujos.
0 1 2 3 4
Lavo as louças ou os talheres novamente, antes de usá-los.
0 1 2 3 4
Verifico seguidamente se não há sinais de sujeira ou manchas, marcas dos dedos ou pó em
móveis e objetos.
0 1 2 3 4

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Quando vou a um restaurante verifico se a louça, os copos ou os talheres estão limpos ou
necessito passar o guardanapo.
0 1 2 3 4
Tenho toalha de mão ou sabonete só para mim e não permito que ninguém da minha família os
use.
0 1 2 3 4
Outros medos ou lavações excessivas situações que não estão no questionário.

___________________________________________________________________________
0 1 2 3 4

C. Evitações

Perturbo-me demasiadamente e por isso evito tocar em:

Torneiras, maçanetas, torneiras, portas ou tampas de vaso de banheiros públicos.


0 1 2 3 4
Teclados, mouse de computador, pegador do ônibus, telefones públicos, corrimãos.
0 1 2 3 4
Interruptores de luz ou do elevador.
0 1 2 3 4
Manchas (na mesa,sofá, cadeiras) ou pisar em manchas suspeitas na rua.
0 1 2 3 4
Resíduos ou secreções corporais de meu corpo (urina, fezes, saliva, sangue, esperma).
0 1 2 3 4
Substâncias viscosas (colas, gelatinas, geleias ou carne).
0 1 2 3 4
Caixas ou tubos de venenos domésticos (inseticidas, raticidas).
0 1 2 3 4
Em certas pessoas ou chegar perto (mendigos, pessoas com câncer, homossexuais) por medo
de contrair doenças.
0 1 2 3 4

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Em certas pessoas ou passar perto para que não me passem algo ruim (má sorte, energia
negativa) ou porque tenho medo de praticar certos pensamentos que me perturbam
(agressão/sexual)
0 1 2 3 4
Em animais domésticos (cães, gatos).
0 1 2 3 4

D. Evito:

Sentar em coletivos, bancos de praças ou outros lugares públicos.


0 1 2 3 4
Entrar em casa com os sapatos usados na rua.
0 1 2 3 4
Sentar-me em sofás, camas ou cadeiras ao chegar da rua sem antes trocar de roupa.
0 1 2 3 4
Usar banheiros públicos, mesmo que estejam perfeitamente limpos.
0 1 2 3 4
Frequentar hospitais e clínicas ir ao cemitério ou andar em certos lugares com medo de contrair
doenças.
0 1 2 3 4
Encostar roupas ou objetos que considero “sujos” com roupas ou objetos que considero
“limpos”.
0 1 2 3 4
Usar certas roupas ou objetos pessoais “contaminados” (bolsas, carteiras, chaves, celular).
0 1 2 3 4
Uso luvas ou papel para evitar o contato direto com objetos (torneiras, tampa do vaso sanitário)
ou até mesmo para cumprimentar pessoas .
0 1 2 3 4

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OBSESSÕES DE DÚVIDAS E COMPULSÕES DE VERIFICAÇÃO OU
CONTROLE (CHECAGENS)

A. Obsessões

Perturbo-me com a dúvida e necessito verificar ou me certificar se:

Fechei as portas, janelas, gás, fogão, geladeira, torneiras.


0 1 2 3 4
Desliguei os eletrodomésticos (antes de sair de casa, antes de deitar).
0 1 2 3 4
Fechei bem as portas e os vidros do carro, se puxei bem o freio de mão.
0 1 2 3 4
Fiz ou não a coisa certa (por exemplo: assinei corretamente o meu nome num documento).
0 1 2 3 4
Disse ou escrevi algo errado ou impróprio.
0 1 2 3 4
Os outros entenderam perfeitamente o que eu disse.
0 1 2 3 4
Compreendi exatamente o que a pessoa disse.
0 1 2 3 4
Não fiz algo errado (atropelei alguém, disse algo inconveniente).
0 1 2 3 4
Meu trabalho ou o que escrevi está sem falhas.
0 1 2 3 4
O que pensei não é moralmente condenável.
0 1 2 3 4
Minha aparência está perfeita.
0 1 2 3 4
As minhas roupas (cinto, cadarço dos sapatos) estão perfeitamente ajustadas ou simétricas.
0 1 2 3 4

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B. Compulsões

Verifico demasiadamente:

Portas e janelas, gás, torneiras, fogão.


0 1 2 3 4
Interruptores de luz, eletrodomésticos, mesmo após tê-los desligado.
0 1 2 3 4
As coisas que escrevi, para verificar se não cometi nenhum erro ou se escrevi algo errado.
0 1 2 3 4
Documentos, carteira, bolsa, chaves e listas antes de sair de casa.
0 1 2 3 4
Meus e-mails ou mensagens no meu celular.
0 1 2 3 4
Portas, vidros, freio de mão do carro.
0 1 2 3 4
No espelho, se estou bem arrumado(a), se os cabelos estão bem penteados
0 1 2 3 4
No espelho, se estou mais gordo(a) ou mais magro(a).
0 1 2 3 4
De forma repetida se o celular está desligado.
0 1 2 3 4
Extratos bancários, balancetes ou outras somas.
0 1 2 3 4
Repasso diálogos que tive em redes sociais para ver se não escrevi nada de errado ou impróprio.
0 1 2 3 4
Olho no retrovisor ou dou voltas na quadra para ter certeza de que não atropelei alguma pessoa.
0 1 2 3 4
Tenho a necessidade de perguntar a mesma coisa várias vezes para ter certeza.
0 1 2 3 4

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OBSESSÕES DE CONTEÚDO REPUGNANTE
(AGRESSIVO/SEXUAL/BLASFEMO) INDESEJÁVEIS;
ESCRÚPULOSIDADE

Obsessões de conteúdo agressivo

Sou atormentado por pensamentos impulsos ou imagens violentas de:

Ferir outras pessoas (dar um soco,esfaquear, arranhar, machucar, empurrar alguém na escadaria
ou na parada do trem ou ônibus, jogar pela janela, etc.)
0 1 2 3 4
De atropelar pedestres ou animais.
0 1 2 3 4
Ferir a mim mesmo(a).
0 1 2 3 4
Engolir agulhas, ou outros objetos metálicos como clipes, parafusos, prendedores.
0 1 2 3 4
Falar obscenidades, dizer palavrões ou insultar outras pessoas.
0 1 2 3 4
Fazer coisas que causem embaraço ou que prejudiquem outras pessoas.
0 1 2 3 4

A. Evitações

Necessito esconder facas, objetos pontiagudos para não machucar outras pessoas.
0 1 2 3 4
Evito passar perto de pedestres (para não dar um soco), ou de me aproximar de familiares por
medo de agredi-los.
0 1 2 3 4
Fico perturbado ao assistir filmes ou trechos de filmes ou programas de TV que contenham
imagens ou cenas violentas e por isso evito.
0 1 2 3 4

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OBSESSÕES REPUGNANTES DE CONTEÚDO SEXUAL

Sou perturbado por pensamentos ou cenas que me repugnam de:

Praticar sexo com pessoas de minha família ou com pessoas desconhecidas.


0 1 2 3 4
Molestar sexualmente meus filhos, irmãos/irmãs ou crianças.
0 1 2 3 4
Praticar sexo violento com outras pessoas, introduzir objetos em seus (ou nos meus) órgãos
genitais ou ânus.
0 1 2 3 4
Olhar fixamente os genitais, os seios ou as nádegas de outras pessoas.
0 1 2 3 4
Tirar a roupa (abaixar as calças, levantar as saias, rasgar a blusa) de outras pessoas.
0 1 2 3 4
Imaginar as pessoas nuas.
0 1 2 3 4
Dúvidas se sou ou não ou se um dia posso me tornar homossexual.
0 1 2 3 4
Evito certos lugares como bancas de revistas, filmes, fotos, para não ter pensamentos ou
impulsos de conteúdo sexual que que me repugnam.
0 1 2 3 4
Outros pensamentos ou impulsos inaceitáveis de conteúdo sexual:
___________________________________________________________________________
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CONTEÚDO RELIGIOSO OU BLASFEMO

A. Obsessões

Sou perturbado por pensamentos ou cenas que me repugnam de:


Praticar sexo com a Virgem Maria, Jesus Cristo, os Santos, o Espírito Santo ou com Deus.
0 1 2 3 4
Sobre o demônio ou sobre outras entidades malignas.
0 1 2 3 4
Cometer sacrilégios (cuspir na hóstia, na cruz, quebrar uma imagem de um santo).
0 1 2 3 4
Dizer palavrões, obscenidades ou blasfêmias ou gritar em momentos impróprios (durante o
sermão, no momento mais solene de uma cerimônia).
0 1 2 3 4
De ser punido por pensamentos blasfemos.
0 1 2 3 4
ESCRUPULOSIDADE

Perturbo-me por dúvidas:

De ter feito ou pensado algo certo ou errado, moral ou imoral.


0 1 2 3 4
De ter feito ou pensado algo que pode ser pecado e se Deus irá me perdoar.
0 1 2 3 4
De não ter dito a verdade de forma absolutamente certa e ou de não ser perfeitamente honesto.
0 1 2 3 4
Se disse uma mentira, trapaceei e/ou prejudiquei alguém.
0 1 2 3 4
Se o que eu fiz (transar ou masturbar-se na sexta-feira santa, tomar um refrigerante em dia de
jejum, etc.) foi ou não pecado.
0 1 2 3 4
Por não ter certeza de ter sido absolutamente correto.
0 1 2 3 4
Tenho que falar, confessar ou perguntar de forma repetida sobre as coisas que fiz para certificar-
me de não fiz nada de errado ou de que não magoei outra pessoa.
0 1 2 3 4

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OBSESSÕES E RITUAIS DE CARÁTER SUPERSTICIOSO

Tenho medos supersticiosos e pensamentos de que pode me acontecer algo de ruim ou alguma
desgraça(por exemplo: se passar embaixo de escadas, pisar nas juntas de lajotas, olhar certas
pessoas ou locais, olhar um espelho quebrado, virar os chinelos ou não alinha-los).
0 1 2 3 4

Acredito que certos objetos, pessoas, nomes ou palavras podem provocar azar.
0 1 2 3 4

Evito olhar ou entrar em funerárias, cemitérios, casas de santos, ler necrológios.


0 1 2 3 4

Tenho que rezar ou fazer o sinal da cruz de forma repetida ou em certo horário ou local.
0 1 2 3 4

Evito usar certas cores de roupa (vermelhas, pretas), ou por algum outro motivo
0 1 2 3 4

Necessito fazer certas coisas (tocar, ligar e desligar uma lâmpada, rezar) um determinado
número de vezes, ou repetir certos atos ou palavras para dar sorte ou para que não aconteçam
desgraças.
0 1 2 3 4

Acredito que pensar ou ouvir más notícias pode fazer com que elas aconteçam.
0 1 2 3 4

Acredito em certos momentos que posso me transformar em outra pessoa (tocando, olhando).
0 1 2 3 4

Acredito que existem números bons e maus, que dão sorte ou azar.
0 1 2 3 4

Arrumo os objetos de certa maneira para que coisas ruins não aconteçam.
0 1 2 3 4

Evito passar em certos lugares para que não aconteçam desgraças depois.
0 1 2 3 4

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Evito dizer ou escrever determinada palavra ou cantar certa música (para não ter azar ou
provocar desastres).
0 1 2 3 4

Evito encontrar certas pessoas, olhar sua fotografia ou vê-las na TV com medo de que dê azar.
0 1 2 3 4

Evito fazer qualquer atividade em determinados dias ou horários.


0 1 2 3 4

Outros medos supersticiosos:


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

ORDEM, SEQÜÊNCIA, SIMETRIA, EXATIDÃO OU ALINHAMENTO

Perturbo-me se os objetos não estão no lugar certo (fora do lugar) ou desarrumados.


0 1 2 3 4

Preocupo-me com a possibilidade de que aconteça algum acidente para alguém da família a
menos que as coisas estejam nos locais exatos ou alinhados.
0 1 2 3 4

Necessito de forma exagerada:

Manter a minha casa e meus objetos perfeitamente em ordem ou no seu lugar.


0 1 2 3 4

Alinhar papéis, objetos, livros e arrumar as roupas.


0 1 2 3 4

Fazer as coisas em determinada ordem ou da forma que considero correta.


0 1 2 3 4

Deixar coisas simétricas: quadros na parede, laços do pacote de presentes, laços do cadarço dos
sapatos, os lados da colcha da cama, as cadeiras ao redor da mesa, as roupas no corpo.
0 1 2 3 4

Alinhar os pratos e os talheres na mesa ou a comida no prato.


0 1 2 3 4

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Repetir as coisas várias vezes até sentir (ter certeza) que está tudo certo ou como deve.
0 1 2 3 4

Dizer as coisas de forma perfeita.


0 1 2 3 4

Fazer as coisas muito devagar ou de forma repetida (como ler e reler documentos), para que
não ocorram erros.
0 1 2 3 4

Deixar uma tarefa completa (ler todo o jornal, todo o livro, uma página ou parágrafo por inteiro),
mesmo não tendo importância ou não sendo necessário.
0 1 2 3 4

Ler cuidadosamente correspondência inútil ou todo o jornal mesmo se os assuntos não me


interessam. Tenho que ler tudo ou por completo, e não deixar nada de fora (completude).
0 1 2 3 4

Evitar olhar certas peças da casa para não perceber que as coisas estão fora de lugar
0 1 2 3 4

Seguir sempre a mesma sequência ao vestir-me, despir-me, escovar os dentes, ao chegar em


casa, tomar banho ou deitar, etc.
0 1 2 3 4

Outras:
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OBSESSÕES E COMPULSÕES POR POUPAR, ARMAZENAR OU
GUARDAR OBJETOS SEM UTILIDADE E DIFICULDADE EM
DESCARTÁ-LOS (COLECIONAMENTO) 0 1 2 3 4

Guardo coisas sem utilidade e sem valor afetivo como embalagens vazias, revistas ou jornais
velhos, sucatas, notas fiscais antigas, anúncios ou correspondências vencidas.
0 1 2 3 4

Guardo eletrodomésticos que não têm conserto, roupas e sapatos que não serão mais usados,
etc.
0 1 2 3 4

Tenho dificuldade em desfazer-se de coisas sem utilidade que atravancam muitos espaços na
minha casa.
0 1 2 3 4

Armazeno alimentos ou outros itens muito além do que posso consumir ou usar.
0 1 2 3 4

Evito usar coisas novas ou até mesmo guardo sem nunca usá-las.
0 1 2 3 4

Poupo excessivamente ou sofrer caso tenha que gastar mesmo tendo dinheiro disponível.
0 1 2 3 4

Tenho dificuldades em deletar e-mails, ligações ou mensagens do celular mesmo se a caixa


postal estiver cheia.
0 1 2 3 4

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OBSESSÕES E COMPULSÕES SOMÁTICAS

Obsessões

Tenho medo ou preocupação excessiva:

De vir a ter uma doença grave (AIDS, câncer, hepatite).


0 1 2 3 4

De que certas partes do meu corpo ou algum aspecto da minha aparência sejam feios, muito
pequenos ou muito grandes, desfigurados e assimétricas (transtorno dismórfico corporal).
0 1 2 3 4

Compulsões

Verifico demasiadamente minha aparência no espelho.


0 1 2 3 4

Demoro muito tempo para escolher a roupa adequada.


0 1 2 3 4

Questiono muito os outros sobre minha aparência.


0 1 2 3 4

Repito muito exames, consultas médicas para possíveis sintomas de doenças.


0 1 2 3 4

Reviso muito minha pele (espinhas, sinais)para ver se ela está perfeita.
0 1 2 3 4

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REPETIÇÕES, CONTAGENS E COMPULSÕES MENTAIS

Necessito de forma exagerada:

Reler ou reescrever repetidamente parágrafos ou páginas.


0 1 2 3 4

Repetir atividades rotineiras: entrar e sair de um lugar, sentar e levantar da cadeira, passar o
pente nos cabelos, amarrar e desamarrar o cadarço dos sapatos, tirar e colocar uma peça de
roupa.
0 1 2 3 4

Tocar em objetos, móveis, paredes ou fazer uma tarefa um determinado número de vezes.
0 1 2 3 4

Contar enquanto estou fazendo algo.


0 1 2 3 4

Fazer contagens sem uma razão especial.


0 1 2 3 4

Repetir certas palavras ou frases um determinado número de vezes.


0 1 2 3 4

Memorizar fatos e informações, filmes, nomes de artistas de forma completa.


0 1 2 3 4

Repassar repetidamente situações passadas para lembrá-las perfeitamente.


0 1 2 3 4

Repetir certa sequência de palavras, números, letras.


0 1 2 3 4

Fazer cálculos matemáticos (números das placas de carros, número de letras das palavras, etc.).
0 1 2 3 4

Repetir certas palavras ou frases ao contrário.


0 1 2 3 4

Quais?:_____________________________________________________________________

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Saber ou de lembrar nomes de pessoas, artistas, cantores, ou conteúdo de anúncios
luminosos, letreiros, placas de carro, etc.

Repetir uma palavra ou imagem “boa” para anular uma palavra ou imagem “ruim”
0 1 2 3 4

Fazer algumas dessas repetições ou contagens para que com isso evitar que algo de muito ruim
possa acontecer.
0 1 2 3 4

Quais:______________________________________________________________________

OBSESSÕES DIVERSAS

Obsessões

Perturbo-me demasiadamente com a possibilidade:

De dizer certas coisas ou palavras de forma errada ou esquecendo detalhes.


0 1 2 3 4

De perder coisas.
0 1 2 3 4

De cometer erros.
0 1 2 3 4

Quando minha mente é invadida por certas imagens (não-violentas).


0 1 2 3 4

Quais______________________________________________________________________

Quando minha mente é invadida por sons, palavras ou músicas sem sentido.

Quais:_____________________________________________________________
0 1 2 3 4

Preocupação demasiada com certas funções corporais: respiração, deglutição, piscar de olhos,
irregularidades nos dentes.
0 1 2 3 4

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Certos sons ou barulhos (relógio, buzinas, sons de carros) aos quais não consigo deixar de
prestar atenção neles.
0 1 2 3 4

COMPULSÕES DIVERSAS

Necessito:

Fazer listas, mesmo que de atividades rotineiras que se repetem todos os dias da semana.
0 1 2 3 4

Tocar, bater de leve ou roçar em objetos, móveis, paredes.


0 1 2 3 4

Olhar fixamente ou para os lados, estalar os dedos ou as articulações (juntas) dos ossos do
corpo.
0 1 2 3 4

COMPORTAMENTOS RELACIONADOS AO TOC

Arrancar cabelos, pelos pubianos, fios das sobrancelhas, pelos das axilas.
0 1 2 3 4

Roer unhas, morder as cutículas.


0 1 2 3 4

Beliscar e mexer nos olhos com força.


0 1 2 3 4

Coçar a cabeça, cutucar os dentes com a língua, espremer espinhas de forma excessiva.
0 1 2 3 4

Comprar compulsivamente (por impulso, sem planejamento prévio e geralmente sem


necessidade).
0 1 2 3 4

Piscar os olhos, movimentar a cabeça, os ombros (tiques motores) ou emitir um sons, pigarrear
(tiques vocais).
0 1 2 3 4

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YALE-BROWN OBSESSIVE-COMPULSIVE SCALE (Y-BOCS)

Instruções para o preenchimento Para responder às perguntas da Y-BOCS, identifique


junto com o terapeuta uma ou mais de suas obsessões (as que mais lhe incomodam) e procure
responder às cinco questões relativas a obsessões. Depois, identifique uma ou mais das suas
compulsões (as que mais lhe prejudicam) e, da mesma forma, responda às cinco perguntas
relativas a compulsões. Você obterá três notas: uma correspondente à soma dos escores obtidos
nas perguntas sobre obsessões, outra relativa à soma dos escores obtidos nas perguntas sobre
compulsões e o escore total.
I. OBSESSÕES

Tempo ocupado pelos pensamentos obsessivos (ou obsessões) Quanto de seu tempo é
ocupado por pensamentos obsessivos?
0. Nenhum
1. Leve: menos de uma hora por dia ou intrusões (invasões de sua mente) ocasionais
2. Moderado: uma a três horas por dia ou intrusões frequentes
3. Grave: mais de três horas até oito horas por dia ou intrusões muito frequentes
4. Muito grave: mais de oito horas por dia ou intrusões quase constantes
II. Interferência gerada pelos pensamentos obsessivos

Até que ponto seus pensamentos obsessivos interferem em sua vida social ou profissional?
0. Nenhuma interferência
1. Leve: leve interferência nas atividades sociais ou ocupacionais, mas o desempenho global
não está comprometido
2. Moderada: clara interferência no desempenho social ou ocupacional, mas conseguindo
ainda desempenhar
3. Grave: provoca comprometimento considerável no desempenho social ou ocupacional
4. Muito grave: incapacitante
III. Sofrimento relacionado aos pensamentos obsessivos

Até que ponto os seus pensamentos obsessivos o perturbam ou provocam mal-


estar?
0. Nenhuma perturbação
1. Leve: pouca perturbação
2. Moderada: perturbador, mas ainda controlável
3. Grave: muito perturbador
4. Muito grave: mal-estar quase constante e incapacitante
5.

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IV. Resistência às obsessões

Até que ponto você se esforça para resistir aos pensamentos obsessivos? Com que frequência
tenta não ligar ou distrair a atenção desses pensamentos quando invadem sua mente?
0. Sempre faz esforço para resistir, ou tem sintomas mínimos que não necessitam de resistência
ativa
1. Tenta resistir na maior parte das vezes
2. Faz algum esforço para resistir
3. Cede a todas as obsessões sem tentar controlá-las, ainda que faça algum esforço para afastá-
las
4. Cede completamente a todas as obsessões de modo voluntário

V. Grau de controle sobre os pensamentos obsessivos

Até que ponto você consegue controlar seus pensamentos obsessivos? É habitualmente
bem-sucedido quando tenta afastar a atenção dos pensamentos obsessivos ou interrompê-
los? Consegue afastá-los?
0. Controle total
1. Bom controle: habitualmente capaz de interromper ou afastar as obsessões com algum
esforço e concentração
2. Controle moderado: algumas vezes é capaz de interromper ou afastar as obsessões
3. Controle leve: raramente bem-sucedido; quando tenta interromper ou afastar as obsessões,
consegue somente desviar a atenção com dificuldade
4. Nenhum controle: as obsessões são experimentadas como completamente involuntárias;
raras vezes capaz, mesmo que de forma momentânea, de modificar seus pensamentos
obsessivos.

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COMPULSÕES (RITUAIS)

Tempo gasto com comportamentos compulsivos (compulsões ou rituais) Quanto tempo


você gasta executando rituais? Se compararmos com o tempo habitual que a maioria das
pessoas necessita, quanto tempo a mais você usa para executar suas atividades rotineiras
devido aos seus rituais?
0. Nenhum
1. Leve: passa menos de uma hora por dia realizando compulsões, ou ocorrência ocasional de
comportamentos compulsivos
2. Moderado: passa uma a três horas por dia realizando compulsões, ou execução frequente de
comportamentos compulsivos
3. Grave: passa de três a oito horas por dia realizando compulsões, ou execução muito frequente
de comportamentos compulsivos
4. Muito grave: passa mais de oito horas por dia realizando compulsões, ou execução quase
constante de comportamentos compulsivos muito numerosos para contar

Interferência provocada pelos comportamentos compulsivos

Até que ponto suas compulsões interferem em sua vida social ou em suas atividades
profissionais? Existe alguma atividade que você deixa de fazer em razão das compulsões?
0. Nenhuma interferência
1. Leve: leve interferência nas atividades sociais ou ocupacionais, mas o desempenho global não
está comprometido
2. Moderada: clara interferência no desempenho social ou ocupacional, mas conseguindo ainda
desempenhar
3. Grave: comprometimento considerável do desempenho social ou ocupacional
4. Muito grave: incapacitante

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Desconforto relacionado ao comportamento compulsivo

Como você se sentiria se fosse impedido de realizar suas compulsões? Até que ponto
ficaria ansioso?
0. Nenhum desconforto
1. Leve: ligeiramente ansioso se as compulsões fossem interrompidas ou ligeiramente ansioso
durante a sua execução
2. Moderado: a ansiedade subiria para um nível controlável se as compulsões fossem
interrompidas, ou ligeiramente ansioso durante a sua execução
3. Grave: aumento acentuado e muito perturbador da ansiedade se as compulsões fossem
interrompidas ou aumento acentuado e muito perturbador durante a sua execução
4. Muito grave: ansiedade incapacitante com qualquer intervenção que possa modificar as
compulsões ou ansiedade incapacitante durante a execução das compulsões

Resistência às compulsões

Até que ponto você se esforça para resistir às compulsões?


0. Sempre faz esforço para resistir, ou tem sintomas mínimos que não necessitam de resistência
ativa
1. Tenta resistir na maioria das vezes
2. Faz algum esforço para resistir
3. Cede a quase todas as compulsões sem tentar controlá-las, ainda que as faça com alguma
relutância
4. Cede completamente a todas as compulsões de modo voluntário

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Grau de controle sobre as compulsões

Com que pressão você se sente obrigado a executar as compulsões? Até que ponto
consegue controlá-las?
0. Controle total
1. Bom controle: sente-se pressionado a executar as compulsões, mas tem algum controle
voluntário
2. Controle moderado: sente-se fortemente pressionado a executar as compulsões e somente
consegue controlá-las com dificuldade
3. Controle leve: pressão forte para executar as compulsões; o comportamento compulsivo tem de
ser executado até o fim, e somente com dificuldade consegue retardar a realização das
compulsões
4. Nenhum controle: sente-se completamente dominado pela pressão para executar as compulsões;
tal pressão é sentida como fora do controle voluntário. Raramente se sente capaz de retardar a
execução de compulsões.

Escores:2

Obsessões: Compulsões: Escore total:

2
Referências: Goodman WK, Price LH, Rasmussen SA, Mazure C, Fleischmann RL, Hill CL, et al. The yalebrown obsessive compulsive
scale. I. Development, use, and reliability. ArchGenPsychiatry. 1989 Nov;46(11):1006-11.Escala traduzida por Asbahar FR, Lotufo Neto F,
Turecki GX, et al. In: Miguel EC. Transtornos do espectro obsessivo-compulsivo. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan; 1996. p. 219-30.

Material completo disponível no site : http://www.ufrgs.br/toc/index.php/profissional/instrumentos.html

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Transtorno de Estresse
Pós-Traumático

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Exercícios

Leia o caso clínico abaixo:

Michele, 12 anos, terceira filha de um casal de meia-idade, moradores da região


metropolitana de uma grande cidade brasileira. No ano de 1999, Michele sai com a mãe às 19
horas, como de rotina para buscar o pai em seu trabalho na mesma cidade onde moram.
A mãe estacionou o carro diante da indústria de propriedade da família quando foi
abordada por dois homens. Michele voltou correndo para o carro e se trancou enquanto a mãe
do lado de fora gritava com os assaltantes, com uma arma apontada para sua cabeça e lhes batia
com sua bolsa de mão.
Michele estava apavorada trancada no carro com medo que os ladrões matassem a mãe
que os estava enfrentando, com medo que o pai saísse do escritório da fábrica presenciasse a
cena e reagisse. Michele temia que a qualquer momento os assaltantes matassem a ela, seu pai
e sua mãe.No desenrolar da cena, os assaltantes foram embora correndo em direção a um mato
próximo levando apenas a bolsa da mãe, não feriram ninguém tampouco o seu pai saiu do
escritório. O fato todo não durou mais do que cinco minutos.
Michele desenvolveu, conforme seus relatos em psicoterapia, transtorno de estresse
agudo e posteriormente TEPT que começou com desenvolvimento progressivo. Começou a ter
necessidade de dormir no quarto dos pais constantemente, não ficava sozinha em casa, se sentia
desprotegida fora de casa e reduziu suas habilidades sociais. A menina passou por avaliação
psiquiátrica e psicológica anterior sem que o diagnóstico de TEPT tenha sido levantado. O
apego reativo e a fobia escolar foram os principais diagnósticos apresentados levantados pelas
avaliações anteriores, que não levaram em consideração o evento do assalto com os pais.
Michele chegou para tratamento em TCC quando a situação ficou insuportável a ponto
de a menina não mais frequentar a escola.
Cada vez que Michele se percebe sozinha, cenas do assalto brotam em sua cabeça, ou
ainda, a iminência de um novo assalto com ela ou com um dos pais que estão fora de seu
convívio “”temporário “” surge em sua memória. O fato de ela não saber o que pode estar
acontecendo com eles reativa respostas pós-traumáticas como choro, tremores no corpo e
taquicardia.
O assalto aconteceu na rua da fábrica do pai de Michele, uma rua de distrito industrial,
absolutamente sem movimento, embora em nenhum momento a paciente relacione rua sem

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movimento com assalto, ela simplesmente se sente muito mal e têm vontade de voltar para casa.
Seu coração dispara e relata sentir o corpo gelado, além de uma ansiedade muito grande. Os
pensamentos giram em torno de “algo ruim, sensação de que algo pode acontecer”. Se estiver
sozinha então ou com alguém que não é de sua família. Três meses após o assalto, a paciente
foi visitar o sítio dos pais e no local havia mato, que estava impedindo de visualizar o sítio da
família, local anteriormente bastante frequentado principalmente nos finais de semana.
Segundo a paciente “aquele mato todo me deixa em pânico”.
A paciente começou a evitar multidões e deixou de ir ao shopping. Apresentou
dificuldades de manter-se em sala de aula por um tempo e dificuldades de aprendizagem.
Notou-se apatia social como uma mudança no seu comportamento e a vontade constante de
ficar em casa.3
Observe o mapa da memória abaixo e descreva as respostas emocionais, sensações
físicas e pensamentos pareados, no caso de Michele.

Emoção/ Sensação Física/


Estímulos-Chave Tipo de Pareamento
PADS
Estar sozinha Estímulo Pareado I

Medo de lugares onde há mato Estímulo Pareado II

Estar longe do pai e da mãe Estímulo Pareado I

Rua sem movimento Estimulo Pareado II

Colégio Estímulo Pareado II

Entardecer Estímulo Pareado II

Acúmulo de pessoas Estímulo Pareado III

3
Extraído do livro: Transtornos do estresse pós-traumático TEPT: da neurologia à terapia cognitiva,
Caminha e cols, 2005, ed.Artmed

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Responda:

Em qual momento da terapia poderíamos fazer a conceitualização cognitiva e justifique?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Descreva um plano de tratamento para Michele, considerando as etapas descritas em aula


as técnicas de TCC :

Fase Inicial:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Fase Intermediária:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Fase final e prevenção de recaída


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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TÉCNICA: VENTILAÇÃO ESCRITA

Descrição:

Pedimos ao paciente que recorde o evento perturbador e faça sua descrição detalhada,
por escrito, prestando atenção especial nas emoções que emergem e no significado do evento.
Embora o efeito imediato possa ser o aumento dos sentimentos negativos à medida que o
sentimento negativo e as lembranças se tornam mais evidentes, há, com frequência, diminuição
da negatividade e redução do estresse em alguns dias ou semanas.

Orientação:

“Tente se lembrar do acontecimento que o aborreceu tanto. Busque obter uma


lembrança muito clara do acontecimento e da experiência que teve. Dedique cerca de 20
minutos e escreva todos os pensamentos e sentimentos sobre esse acontecimento. Como foi
para você? Seria útil dar maiores detalhes?
“Tente fazer a recordação parecer tão real quanto possível.”
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

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ESCALAS PARA SONDAGEM CLÍNICA DE TEPT

Anexo 1: PCL-C4

Instruções:
Abaixo, há uma lista de problemas e de queixas que as pessoas às vezes apresentam
como uma reação a situações de vida estressantes.
Por favor, indique o quanto você foi incomodado por estes problemas durante o último
mês.
Por favor, marque 1 para “nada”, 2 para “um pouco”, 3 para “médio”, 4 para “bastante”
e 5 para “muito”.5
Um
Nada Médio Bastante Muito
pouco
1. Memória, pensamentos e imagens repetitivos e perturbadores 1 2 3 4 5
referentes a uma experiência estressante do passado?
2. Sonhos repetitivos e perturbadores referentes a uma 1 2 3 4 5
experiência estressante do passado?
3. De repente, agir ou sentir como se uma experiência
estressante do passado estivesse acontecendo de novo (como 1 2 3 4 5
se você a estivesse revivendo)?
4. Sentir-se muito chateado ou preocupado quando alguma coisa 1 2 3 4 5
lembra você de uma experiência estressante do passado?
5. Sentir sintomas físicos (por exemplo, coração batendo forte,
dificuldade de respirar, suores) quando alguma coisa lembra 1 2 3 4 5
você de uma experiência estressante do passado?
6. Evitar pensar ou falar sobre uma experiência estressante do
passado ou evitar ter sentimentos relacionados a esta 1 2 3 4 5
experiência?
7. Evitar atividades ou situações porque elas lembram uma 1 2 3 4 5
experiência estressante do passado?
8. Dificuldades para lembrar-se de partes importantes de uma 1 2 3 4 5
experiência estressante do passado?
9. Perda de interesse nas atividades de que você antes costumava 1 2 3 4 5
gostar?
10. Sentir-se distante ou afastado das outras pessoas? 1 2 3 4 5

11. Sentir-se emocionalmente entorpecido ou incapaz de ter 1 2 3 4 5


sentimentos amorosos pelas pessoas que lhe são próximas?
12. Sentir como se você não tivesse expectativas para o futuro? 1 2 3 4 5

13. Ter problemas para pegar no sono ou para continuar 1 2 3 4 5


dormindo?
14. Sentir-se irritável ou ter explosões de raiva? 1 2 3 4 5

15. Ter dificuldades para se concentrar? 1 2 3 4 5

16. Estar “superalerta”, vigilante ou “em guarda”? 1 2 3 4 5

17. Sentir-se tenso ou facilmente sobressaltado? 1 2 3 4 5

4
Equivalência semântica da PTSD-C em português – Berger et alii
5
R. Psiquiatr. RS, 26 (2): 167-175, mai./ago. 2004

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Versão com 12 itens, Auto administrada - Whodas

Este questionário pergunta sobre dificuldades decorrentes de condições de saúde.


Condições de saúde incluem doenças ou enfermidades, outros problemas de saúde de curta ou
longa duração, lesões, problemas mentais ou emocionais. E problemas com álcool e
drogas. Pense nos últimos 30 dias e responda as questões, pensando sobre quanta dificuldade
você tem nas atividades a seguir, por favor marque uma resposta:
1 – Nenhuma 2 – Leve 3 – Moderada 4 – Grave 5 – Extrema ou não consegue
Nos últimos 30 dias, quanta dificuldade você teve nos aspectos abaixo?

S1 Ficar em pé por longos períodos como 30 minutos? 1 2 3 4 5

S2 Cuidar das suas responsabilidades domésticas? 1 2 3 4 5

Aprender uma nova tarefa, por exemplo, como chegar em um lugar


S3 1 2 3 4 5
desconhecido?
Quanta dificuldade você teve ao participar em atividades comunitárias (por
S4 exemplo festividades, atividades religiosas ou outra atividade) do mesmo modo 1 2 3 4 5
que qualquer outra pessoa?
S5 Quanto você tem sido emocionalmente afetado por seus problemas de saúde? 1 2 3 4 5

S6 Concentrar-se para fazer alguma coisa durante 10 minutos? 1 2 3 4 5

S7 Andar por longas distâncias como por 1 quilômetro? 1 2 3 4 5

S8 Lavar seu corpo inteiro? 1 2 3 4 5

S9 Vestir-se? 1 2 3 4 5

S10 Lidar com pessoas que você não conhece? 1 2 3 4 5

S11 Manter uma amizade? 1 2 3 4 5

S12 Seu dia a dia no trabalho? 1 2 3 4 5


Anote o número de dias:
Em geral, nos últimos 30 dias, por quantos dias essas dificuldades estiveram
H1
presentes?

Nos últimos 30 dias, por quantos dias você esteve completamente incapaz de Anote o número de dias:
H2 executar suas atividades usuais ou de trabalho por causa de sua condição de
saúde?
Nos últimos 30 dias, sem contar os dias que você esteve totalmente incapaz, por Anote o número de dias:
H3 quantos dias você diminuiu ou reduziu suas atividades usuais ou de trabalho por
causa de alguma condição de saúde?

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