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Competências básicas na TCC:

Tornando-se um Terapeuta Cognitivo-


Comportamental altamente eficaz e
competente.

Esta aula é uma produção coletiva dos docentes do Centro


de Estudos em Terapia Cognitivo-comportamental
Coordenadora: Psicóloga Ms. Eliana Melcher Martins
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TCC Terapia Cognitivo-


Comportamental
• É ativa e focada
• Objetiva usar o tempo de forma eficaz.
• É psicoeducativa - aos pacientes são ensinadas
habilidades cognitivo-comportamentais para
melhorarem a manutenção de ganhos
terapêuticos.
(“Passamos o bastão" para eles.)
• Utiliza um modelo de relacionamento
terapêutico de "empirismo colaborativo".
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As "Crenças e Valores" da Competência

1. O tempo na terapia é precioso. Use-o bem.


2. É importante praticar métodos da TCC, especialmente
em nós mesmos!

1. Os dois maiores objetivos da terapia são:


(1) ensinar aos clientes habilidades psicológicas úteis e
duradouras e
(2) melhorar seu humor.

4. Gerar e testar hipóteses é preferível a ser


dogmático.
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As "Crenças e Valores" da Competência

5. Esforce-se para compreender a "função da disfunção", e a


"lógica no ilógico".
6. Esforce-se para ser um "estudante" da TCC para sempre!
7. Ter a confiança e a colaboração do paciente é um privilégio,
não um direito.
8. "Meus olhos não são os únicos que veem. Eu preciso alargar
a minha lente "(é importante aprender com o paciente).
9. É importante usar minhas palavras com cuidado e sabedoria.
10. É importante não pensar na TCC de forma generalizada. Os
princípios gerais da TCC devem ser aplicados caso a caso,
momento a momento, dependendo do contexto.
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A Relação Terapêutica

• Confiança
• Confidencialidade
• Comportando-se de forma respeitosa consigo e com os
outros
• Investir no tratamento do paciente.

• Respeite o tempo do paciente. Retornar chamadas.

• Use a conceitualização do caso para levar empatia ao


seu nível mais elevado, que é a empatia acurada.
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Aliança Terapêutica:
Preservação e Aperfeiçoamento
• Mudanças de humor são pistas para discutir as
preocupações dos pacientes sobre o que está
acontecendo na sessão.

• Validar os sentimentos dos pacientes, mas ajudar a


gerar alternativas aos pensamentos que
acompanham esses sentimentos.

• Manifeste seu compromisso para ajudar, e expresse


sua atitude, dizendo "nós podemos trabalhar isto".

• Esteja ciente de seus próprios sentimentos!


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Técnicas padrão
Resposta racional:
• Registros de Pensamento Automático Disfuncional.
• Questionamento aberto (método socrático)

• De que outra forma posso visualizar esta situação?


• Qual é a evidência que apoia ou refuta meus pontos de
vista sobre mim e minha vida?
• Quais são os possíveis cenários e resultados, e como eu
iria lidar?
• Que ação construtiva posso tomar?
• O que eu diria a um amigo na mesma situação?
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Técnicas padrão

• Automonitoramento.

• Fazer um balanço de si mesmo e coletar dados.


• Não-julgamento; Observacional.
• Documentação.
• Diário.
• Tempo de atividades e horas livres.
• Pensamentos em momentos de angústia
emocional.
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TÉCNICAS PADRÃO

• Ativação Comportamental.

• Fazer algo é infinitamente melhor do que não fazer


nada.
• Princípios de formação, reforço positivo, gerando
cognições congruentes.
• Concentre-se na maestria, prazer, conexão.
• Pode também ser aplicada “in vivo” (por exemplo, uma
sessão em ambiente externo, caminhando; começar a
“atividade” de casa em sessão).
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técnicas padrão

• Experiências comportamentais.

• Faça algo positivo e/ou necessário que você tem


evitado. Observe os resultados.
• Documentar os pensamentos e sentimentos que
ajudam ou impedem a atividade planejada acima.
• Repita as atividades até conseguir o próximo nível
(hierarquia).
• Compare-se "antes" e "depois".

Bennett-Levy et al. (2004)


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Técnicas padrão

• Exposições

• Planejamento, habituação, experiências


corretivas (coleta de dados verificando o
progresso), aumento da autoeficácia.
• Ansiedade não é o problema principal. A
Evitação é o principal problema.
• Pode ser feito em sessão, e como atividade de
casa.
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Técnicas padrão

• Role play.

• O cliente age como o terapeuta. (Papel do


“Advogado do Diabo”).
• O paciente repete várias vezes o novo
comportamento (por exemplo, assertividade).
• Avaliar pensamentos inibitórios durante o
role-play.
Hackmann et al. (2011)
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Técnicas
Avançadas

• Imaginação guiada.

• "Ensaio cognitivo" de situações antecipadas.


• Imaginar reestruturação de eventos
importantes da vida no passado.
• Reinterpretação do evento em questão.
• Manipulação imaginária dos resultados, para
a aprendizagem nova, e para se apropriar
dela.
• Ser inspirador.
Técnicas
Avançadas

• Como fazer boas perguntas socráticas.


• Criando e usando uma ampla gama de
atividades de casa.
• Como conceituar obstáculos de tratamento
com pacientes em termos de TCC.
• Como usar métodos da TCC
simultaneamente para reparar tensões na
relação terapêutica.
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Técnicas
Avançadas

▪ Quando o progresso é bloqueado, considere a


hipótese de "dados ausentes".
▪ Como "encontrar" esses dados ausentes.
(ideação suicida, dependência química,
trauma, preferência /identidade sexual, uma
fonte secreta de culpa/ vergonha)
▪ Como incentivar os pacientes a revelar mais.
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Técnicas
Avançadas

➢ “Usando-se” na terapia (auto-revelação).

➢ Consciência de seus próprios pensamentos e sentimentos


como dados para a conceitualização do caso, e como
bandeiras vermelhas para proceder com cuidado e cautela.

➢ Modelação do uso dos métodos da TCC (por exemplo, em


resposta a uma tensão na relação terapêutica).

➢ Humor. Inspiração. Consistentemente esperançoso.


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*Note: Estas não são as únicas “técnicas avançadas" (outras são Exposição
Prolongada, Mindfulness, e outras das ACT, DBT, etc.)
Técnicas
Avançadas

Reparando tensões na relação terapêutica:

Reconhecendo o problema (por exemplo, silêncios e/ou


confrontos na sessão, falta de comunicação entre sessões,
cancelamentos).

Avaliando os pensamentos e sentimentos do paciente (mas NÃO


como uma declaração unilateral de disfunção do paciente!)

Comunicar a intenção de resolver o problema, esclarecer o mal-


entendido, e levar a melhor termo.

Aprendendo algo útil com as tensões.


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J. Strauss et al. (2006) in JCCP
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Habilidades Avançadas
➢ Em momentos de ansiedade-provocar feedback de uma
maneira a acalmar, e inspirar confiança.

➢ Ter um bom senso de tempo e humor.

➢ Lidar gentilmente com o feedback negativo, ao mesmo tempo


conceitualizar a ruptura da aliança.

➢ Fazendo perguntas consistentes e bem direcionadas, usando


uma grande variedade de expressões, inflexões e jogo de
palavras (por exemplo, de quantas maneiras diferentes você
pode perguntar: “Quais são os seus pensamentos?" - esta é
uma boa tarefa para supervisionandos! )
Fazendo a Terapia Memorável
Conceitos e provérbios atraentes:
• Seu primeiro pensamento não é a palavra final."
• “O primeiro é o pior”.
• "Seja um cético saudável de seu próprio pensamento."
• "Você falhará somente se você acreditar piamente."
• Uma mente flexível, como um corpo flexível, é mais saudável.
Vamos nos envolver em "yoga cognitiva".
• "Seja um procrastinador de primeira classe de ... (desistir,
engajar-se em um comportamento adictivo, atacar alguém,
ferir a si mesmo, etc)"
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Tensões na Aliança na condução da


TCC?
Alguns exemplos
• Dar pouca importância aos pensamentos disfuncionais do paciente.

• Forçar exercícios de exposição de forma rápida e agressiva,


arriscando assim a desistência antecipada do paciente.

• Estar demasiado focado em técnicas à custa de um sentimento de


colaboração e empatia.

• Ficar frustrado com o paciente quando ele ou ela tem dificuldade


em aprender procedimentos básicos da TCC.

• Passivamente permitir que um paciente "desapareça" do


tratamento. (Desistência prematura é um problema significativo
que requer intervenção ativa).

J. Cummings et al., (2011) in IJCP


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Confrontação Terapêutica:
Honesta, com Feedback Direto, com cuidado
e interesse
• Use as próprias palavras do cliente para mostrar
seu ponto de vista terapêutico.

• Formas agradáveis de expressar ceticismo.

• Seja sério e grave, não bravo ou presunçoso.

• Bom-humor ajuda, se respeitoso.


Como manejar adequadamente o término do
caso
➢ Momento oportuno
➢ A flexibilidade auxilia a capacidade do paciente.

➢ A necessidade que o paciente tem para tratamento contínuo, sem


intervalos problemáticos entre as sessões.

➢ Sensibilidade à ansiedade antecipatória do paciente (por exemplo,


esquemas de dependência, abandono).

➢ Um repertório para lidar com questões especiais.


➢ - As férias do terapeuta, faltas ou licenças, etc.
➢ - Pacientes que querem permanecer em contato.
➢ - Recomeços periódicos e longitudinais do tratamento.

22 (Veja o trabalho de Denise Davis e cols neste assunto)


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Princípios Eficazes para Atividades de


Casa.

• A tarefa de casa é consistente com o conteúdo da sessão,


e/ou com os principais temas discutidos na terapia.

• Uma justificativa é fornecida e a atribuição "faz sentido"


para o paciente. Não é visto como uma tarefa rotineira, ou
como "trabalho difícil".

• O paciente se envolve no processo de concepção da tarefa.

Kazantzis et al. (2005)


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Princípios Eficazes para Atividades de Casa.

• Forneça instruções explícitas (se possível, faça uma


demonstração na sessão).

• Peça ao paciente feedback, incluindo sua


compreensão da finalidade e benefícios pretendidos.

• Em geral, os benefícios são :


- Aprender uma habilidade psicológica
nova e útil.
- Para melhorar o humor e a esperança.
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Princípios Eficazes para Atividades de Casa.

• Pergunte aos pacientes o quanto eles estão dispostos para


fazer a atividade de casa - ou o quão confiantes eles estão
para fazê-lo (0-100 escala).

• Informe-se sobre possíveis obstáculos que poderiam


atrapalhar a tarefa de casa.

• Um role-play pode ser uma maneira de encorajar ou evitar


pensamentos negativos sobre a atividade de casa.
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Princípios Eficazes para Atividades de Casa.


• Estabeleça a atividade de casa como uma
situação de “não pode deixar de ser feita".

• Se a atividade de casa for tentada, significa um


triunfo sobre a inércia e a desesperança.

• Se a atividade de casa não for feita, ela se


tornará uma oportunidade de entender "o que
atrapalha o paciente a se ajudar".

• O terapeuta encoraja; Não julga.


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Competência Cultural
• Avaliar a identidade cultural do paciente, ou os
conflitos nela.

• Questões intergeracionais?

• História e/ou cenários atuais de discriminação?

• Valores, modos de pensar, meios de autoexpressão.

• Adaptando a TCC respeitosamente.


Hays & Iwamasa (2006)
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Profissionalismo e Ética
• AS "PEQUENAS COISAS" CONTAM!

• Um comportamento respeitoso.
• Pontualidade (sessões e telefonemas).
• Manutenção de registros rápida e precisa.
• Boas habilidades de comunicação.

• CONFIDENCIALIDADE, SEGURANÇA, LIMITES,


INFORMAÇÕES.
• ESFORCE-SE PARA FAZER O MELHOR ("ÉTICA POSITIVA").
• APRENDIZAGEM CONSTANTE. (estudar sempre)
• PESQUISA. SUPERVISÃO.
Auto-Reflexão, Autoconhecimento

• A competência dos terapeutas é aprimorada quando


eles praticam os mesmos tipos de habilidades de TCC
que ensinam a seus pacientes (por exemplo, usando
reações emocionais problemáticas como uma sugestão
para se engajar em respostas racionais e/ou resolução
de problemas).

• A relação terapêutica pode ser melhorada se os


terapeutas "praticarem o que pregam", talvez
comentando seus próprios "pensamentos automáticos"
e "respostas adaptativas" na sessão.

29 Bennett-Levy et al. (2015)


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Auto-Reflexão
Autoconhecimento
• Antes de falar, pergunte a si mesmo se o
que você está prestes a dizer tem validade. E
utilidade.

• Esteja ciente de seus pensamentos e emoções, para


que não surjam em formas inadequadas na sessão.

• Esteja aberto para aprender com os pacientes (eles


fazem parte da nossa "equipe" de aprendizado).

• Reconhecer e aprender com os erros.


Terapia
Cognitivo-
comportamental
Judith Beck.
ARTMED, 2013

Aprendendo a TCCl – Um Guia I


Ilustrado
Jesse H. Wright, Monica R. Basco e
Michael E. Thase. ARTMED, 2008

TCC na Prática Manual de Técnicas em


psiquiátrica. Paulo Terapia Cognitiva. Rian
Knapp e cols. Mcmullin ARTMED,2005
ARTMED, 2004
Bibliografia / leitura complementar
Terapia Cognitiva da Depressão
Aaron T. Beck

Terapia Cognitivo-Comportamental de Alto Rendimento para Sessões Breves


Por Jesse H. Wright,Donna M. Sudak,Douglas Turkington,Michael E. Thase

Regulação Emocional em Psicoterapia: um guia para o terapeuta cognitivo-


comportamental
Leahy , Robert L. / Tirch, Dennis / Napolitano,Lisa A.
BIBLIOGRAFIA
• TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL - TEORIA E PRÁTICA. Judith Beck-
ARTMED

• APRENDENDO A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL-Um Guia ilustrado. Jesse


H. Wright et al. ARTMED

• A MENTE VENCENDO O HUMOR. Christine Padesky et al ARTMED

• TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA PRÁTICA Donna Suddak. ARTMED

• TERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVO-COMPORTAMENTAL – Práticas clínicas


Abreu & Guilhardi ROCA:2004

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Bibliografia
Manual de Técnicas de Terapia Terapia
Cognitivo-
e Modificação do comportamental
Comportamento A Mente vencendo o Humor.
Judith Beck.
Vicente E. Caballo Christine A. Padesky,
Artmed ARTMED, 2013

Aprendendo a TCCl – Um Guia Técnicas de Terapia Cognitiva –


TCC na Prática
Ilustrado
psiquiátrica. Paulo Manual do Terapeuta
Jesse H. Wright, Monica R. Basco e Robert L. Leahy – Ed. Artmed
Knapp e cols.
Michael E. Thase. ARTMED, 2008
ARTMED, 2004 2006
OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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