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Trabalhando com os pensamentos

automáticos
“Os métodos para descobrir e modificar os pensamentos
automáticos desadaptativos encontram–se no cerne da
abordagem cognitivo-comportamental.”

IDENTIFICAR MODIFICAR

RESOLUÇÃO SIGNIFICATIVA DE SINTOMAS!


• A identificação e a modificação ocorrem juntas como parte de um
processo progressivo de desenvolvimento de um estilo de
pensamento racional.
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
1. Reconhecimento das mudanças de humor
• “Nos estágios iniciais da TCC, os terapeutas precisam ajudar os pacientes a
entender o conceito de pensamentos automáticos e a reconhecer algumas
dessas cognições.”
• “Uma boa regra é considerar qualquer mostra de emoção como um sinal de
que ocorreram pensamentos automáticos.”
• “A mudança de humor é um método especialmente útil de descobrir
pensamentos automáticos, porque normalmente gera cognições que são
emocionalmente carregadas, imediatas e de alta relevância pessoal.”
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
2. Psicoeducação
• “Geralmente, dedicamos algum tempo no início da terapia a breves
explicações sobre a natureza dos pensamentos automáticos e como eles
influenciam a emoção e o comportamento.”
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
3. Descoberta guiada para pensamentos automáticos

• Faça questionamentos que estimulem a emoção. - As emoções são sinais de que o tópico
é importante para o paciente.
• Seja específico – O Questionamento deve ser focado em uma situação claramente definida
e memorável.
• Focalize em eventos recentes não no passado distante - O questionamento sobre eventos
recentes normalmente tem a vantagem de dar acesso aos pensamentos automáticos que
na verdade ocorreram na situação e que podem ser mais passível de mudança.
• Mantenha-se em uma linha de questionamento e um tópico. – Tente evitar pular de
tópico em tópico. É mais importante fazer um trabalho completo, trazendo à tona uma
série de pensamentos automáticos em uma única situação do que explorar diversas
situações
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
3. Descoberta guiada para pensamentos automáticos

• Mantenha-se em uma linha de questionamento e um tópico. – Se puderem aprender


a identificar totalmente seus pensamentos automáticos para um determinado
problema, terão maior probabilidade de fazer o mesmo em outras situações.
• Vá fundo. – Os pacientes geralmente relatam apenas alguns pensamentos
automáticos, o terapeuta pode fazer perguntas que ajudem o paciente a contar a
história toda.
• Utilize suas habilidades de empatia. –Coloque-se no lugar do paciente e pense como
ele pode estar pensando, assim você conseguirá desenvolver suas habilidades para
entender suas cognições que são comuns em vários quadros clínicos, tornando-se
mais ágil em perceber os pensamentos automáticos.
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
3. Descoberta guiada para pensamentos automáticos

• Conte com a formulação de caso para saber que caminho tomar. – A


formulação do caso, mesmo em estágio inicial, pode dar uma ajuda
inestimável sobre quais questionamentos seguir. O conhecimento de fatores
estressores e precipitantes surgirão tópicos importante para discussão. A
avaliação dos sintomas, dos pontos fortes, das vulnerabilidades permitirão
que o terapeuta personalize as perguntas aos pacientes.
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
4. Registro de pensamentos

• O processo de registro chama atenção do paciente para as cognições


importantes;

• Frequentemente estimula a indagação sobre a validade dos padrões de


pensamento;

• O fato de ver os pensamentos escritos, geralmente, dá início ao empenho


espontâneo de rever ou corrigir as cognições desadaptavas.
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
5. Imagens mentais

• Quando os pacientes têm dificuldades para elaborar seus pensamentos


automáticos, esse exercício, geralmente, produz resultados excelentes.

• Essa técnica ajuda os pacientes a reviver eventos importantes em sua


imaginação para entrar em contato cm os sentimentos e pensamentos que
tiveram.
• A capacidade do terapeuta de explicar e estimular a geração de imagens
mentais pode fazer uma grande diferença no modo como os pacientes
mergulham na experiência.
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
6. Role-play
No role-play o terapeuta faz o papel de uma pessoa na vida do paciente
ou o inverso. Está técnica é usada com menos frequência, devido as
possíveis implicações na relação terapêutica. Os seguintes
questionamentos devem ser feitos antes de aplicar essa técnica:
1. Como o role-play nessa situação com essa figura importante na vida do
paciente, afetaria a relação terapêutica? ( Ex. Pai agressivo)
2. 2. O teste da realidade do paciente é forte suficiente para ver essa
experiência com uma dramatização e retornar o trabalho depois?
3. 3. Esse role-play tocaria em questões relacionadas de longo tempo ou seria
focado em um evento mais restrito?
IDENTIFICAÇÃO DOS PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
7. Inventário para pensamentos automáticos
O inventário mais extensivamente pesquisado para pensamentos
automáticos é Questionário de Pensamentos Automáticos (ATQ).
Embora venha sendo usado primordialmente em pesquisas para medir
as modificações nos pensamentos automáticos associados ao
tratamento, esse questionário também pode ser usado no consultório
quando o paciente tiver dificuldades de detectar suas cognições.
MODIFICAÇÃO DE PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
1. Questionamento Socrático
• Processo de intervenção cognitiva para mudar os pensamentos disfuncionais.
• Alguns benefícios são: intensificação da relação terapêutica, estimulação da indagação, melhor
entendimento de cognições e comportamentos importantes, promoção do engajamento ativo
do paciente na terapia.
• Características chaves do Questionamento Socrático:
1. Faça perguntas que revelem oportunidades de mudança.
2. Faça perguntas que tragam resultados – Questionamentos que rompam um padrão de
pensamento desadaptativo. Se os questionamentos feitos não produzirem resultados
emocionais ou comportamentais revise a formulação do caso e reveja as estratégias.
3. Faça perguntas que envolvam os pacientes no processo de aprendizagem.- Um dos
objetivos desta técnica é ajudar os pacientes a se especializarem em “pensar sobre o
pensamento”. Incentivá-los a olhar sobre novas perspectivas.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
1. Questionamento Socrático
4. Elabore perguntas de forma que seja produtiva para o paciente. - É preciso levar em
consideração o nível cognitivo e seus sintomas, onde as perguntas sejam um desafio para
que o paciente pense mas que não faça-o se sentir pressionado ou intimidado. Faça
perguntas que você acredite que o paciente seja capaz de responder.

5. Evite Fazer perguntas de comando. – Esse deve ser um método que viabilize o aumento
da capacidade do paciente de pensar de maneira flexível e criativa.

6. Use pergunta de múltipla escolha


MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
2. Registro de Mudança de Pensamento
• O automonitoramento é feito através dos registros de pensamentos,
considerado procedimento de alto impacto por Beck (1979).
• O RPD (Registro de pensamentos disfuncionais) incentiva os pacientes
a:
1. Reconhecer seus pensamentos automáticos;
2. Aplicar métodos de mudanças de pensamentos (identificar erros, examinar
evidencias.)
3. Observar resultados positivos em seus esforços para modificar seus
pensamentos.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
2. Registro de Mudança de Pensamento

SITUAÇÃO PENSAMENTO EMOÇÃO RESPOSTA RESULTADO


AUTOMÁTICO RACIONAL
Descrever evento, Pensamento Especificar a Identificar erros Grau de emoções
fluxo de automático e grau emoção e grau da cognitivos, subsequentes e
pensamentos e de crença emoção escrever resposta descrever as
sensações racional e grau de mudanças
fisiológicas. crença. comportamentais

• É sugerido que paciente preencha a RPD como tarefa de casa e traga as sessões;
• É necessário observar o grau de crença nos pensamentos automáticos pois os mesmo fornece
pistas sobre a maleabilidade ou resistência dessas cognições.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
3. Geração de Alternativas Racionais

PENSAMENTO LÓGICO FORÇA DO PENSAMENTO POSITIVO

“O terapeuta deve ajudar ao paciente a enxergar as circunstâncias de


forma mais racional possível e depois trabalhar as maneiras adaptativas
de lidar com os problemas.”
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
3. Geração de Alternativas Racionais
Desenvolvendo os pensamentos lógicos:
1. Abra a sua mente para as possibilidades
2. Pense com pensava antes. – Tente ajudar os pacientes a entrarem
em contato com a maneira como se viam antes de ficarem deprimidos
ou ansiosos, acessando assim, os pensamentos adaptativos que foram
esquecidos.
3. Faça um branstorm.
4. Aprenda com os outros.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
4. Identificação dos erros cognitivos
• Normalmente, é explicado rapidamente na sessão de terapia sobre os erros
cognitivos, devido ao tempo que pode ser tomado da sessão. Sendo
necessário instruir e incentivar o paciente a buscar informações sobre os
erros cognitivos.
• Para muitos pacientes, identificar e nomear os erros cognitivos são uma das
partes mais desafiadoras no desenvolvimento das habilidades na terapia
cognitiva. Esses erros no modo de pensar foram repetidos durante muitos
anos e se tornaram automáticos no processamento de informações.
• O terapeuta precisa chamar atenção repetidas vezes para esse fenômeno.
Reconhecer qualquer erro pode ajudar a pensar de maneira mais lógica.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
5. Exame das evidências

• Essa técnica consiste em elaborar uma lista de evidências a favor e contra a


validade de um pensamento automático ou outra cognição, avaliar essas
evidências e então, trabalhar na modificação dos pensamentos para que seja
consistente com as evidencias recém-descobertas.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
6. Descatrastofização
• Comum em pessoas depressivas e ansiosas;
• Essas previsões são comumente influenciadas pelas distorções
cognitivas, observadas nestes transtornos. Porém, às vezes o medo tem
razão de ser, e deve ser trabalhado a forma de enfrentar a situação.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
7. Reatribuição
• A atribuição são os significados que as pessoas dão a eventos em sua vida.

1. Interno X Externo: pessoas deprimidas tendem a internalizar a culpa e as não


deprimidas fazem uma atribuição equilibrada ou externa;

2. Geral X Específico: na depressão as atribuições são devastadoras;

3. Invariável X Variável: Pessoas deprimidas fazem atribuições invariáveis e preveem pouca


chance de mudança.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
8. Ensaio Cognitivo
• Normalmente, é introduzido em uma sessão depois de o paciente já ter
feito algum trabalho com outros métodos para modificar os pensamento
automáticos, pois estas outras experiências preparam pacienta para
“lançar mão de tudo” ao orquestrar uma resposta adaptativa.
Passos para o paciente:
1. Pense na situação com antecedência;
2. Identifique possíveis pensamentos automáticos e comportamentos;
3. Modifique os pensamentos automáticos fazendo um RPD;
4. Ensaie o modo mais adaptativo de pensar e se comportar .
5. Implemente a nova estratégia.
MODIFICAÇÃO DEPENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
9. Cartões de enfrentamento
• O uso dos cartões pode ser uma maneira produtiva de ajudar ao
paciente a praticarem as principais intervenções aprendidas na TCC;
• Nos cartões, deve-se escrever instruções que os pacientes gostariam
de dar a si mesmos para ajudá-los a enfrentar questões ou situações
importantes.

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