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Métodos e Técnicas em Terapia

Cognitivo Comportamental
Objetivo
Objetivo: identificar, examinar e modificar as cognições distorcidas ou
disfuncionais em seus três níveis: pensamentos automáticos, crenças
intermediárias e, por fim, as crenças centrais. Ou seja, promover uma
reestruturação cognitiva.
Técnicas Cognitivas
Pensamentos automáticos
Pensamentos automáticos
• Palavras, imagens ou memórias.
• Visão de si e Visão do mundo.
• Podem ocorrer antes de uma situação, durante uma situação ou após
uma situação.
• O paciente considera seus pensamentos completamente plausíveis.
Perguntar diretamente os pensamentos
Ao identificar uma mudança de humor na sessão (“hot cognition”), o
terapeuta pergunta diretamente ao paciente: o que está passando pelo
seu pensamento?
Descoberta guiada – busca de significados
• Objetivo: trazer informação à consciência do paciente,
correlacionando o pensamento automático à consequente emoção e
comportamento.
• Possíveis perguntas
• O que poderia acontecer então?
• E, então?
• Qual o significado disso?
• O que isso significa?
• O que isso quer dizer de você? De sua vida? De seu futuro?
• O que quer dizer isso que (X) pensa a seu respeito?
• O que isso quer dizer sobre as outras pessoas em relação a você?
Análise A – B – C
A – Ativadores
B – Crenças
C – Consequências

Objetivos:
• Familiarizar o paciente no modelo cognitivo.
• Auxiliar na identificação das cognições que intermedeiam a situação e os
comportamentos e emoções subsequentes.

Formas de avaliação
Primeiramente, o paciente precisa ser encorajado a distinguir pensamentos de fatos. A
seguir o terapeuta junto ao paciente devem trabalhar em conjunto para buscar os fatos
(empirismo colaborativo).
Registro de pensamentos disfuncionais (RPD)
Situação Pensamento Emoção + % Resposta Resultado sobre
automático + % adaptativa pensamentos e
emoções
anteriores + %
Registro de pensamentos disfuncionais (RPD)
Elementos que o compõe:
• Identificação de pensamentos disfuncionais
• Identificação de emoções associadas aos seus pensamentos
• Avaliação do grau de emoção associada ao pensamento
• Categorização das distorções cognitivas
• Exame das evidências

Obs.: Em algumas circunstâncias, o pensamento do paciente pode ser


acurado. Nesse caso, seria preciso pensar: o paciente é capaz de aceitar
essa realidade ao invés de tentar controlar, arrumar ou lutar contra ela?
Sobre o exame das evidências
• As informações que o paciente tem são suficientes para chegar às
conclusões?
• As informações são confiáveis?
• O paciente está analisando logicamente os fatos?
Educação sobre o transtorno
Objetivo: Favorecer informações sobre o transtorno do paciente,
provocando alívio no paciente pela correção de interpretações
equivocadas. Motivar para a mudança e estimular a participação
proativa do paciente na recuperação.
Crenças intermediárias
Crenças intermediárias
• São mais profundas na estrutura cognitiva.
• Se as condições que guardam são executadas, o indivíduo se mantém
estável. Caso contrário, incorrem em grande sofrimento pela a
ativação de crenças centrais.
• A exploração e modificação dos pressupostos e das crenças nucleares
devem ser trabalhadas após uma razoável confiança do paciente em
identificar e modificar seus pensamentos automáticos.
Seta descendente
Uma vez identificado um pensamento automático com forte carga
emocional (cognição quente), o processo de desvendar camadas de
cognições mais profundas para chegar aos pressupostos (“Se...Então”)
e às regras (“Tenho que...”, “Devo...”) dá-se por meio de uma série de
perguntas, buscando o significado que os pensamentos mais
manifestos têm para o cliente.

Judith Beck (1995)


• O que o pensamento significa para x? (crenças intermediárias)
• O que o pensamento significa sobre x? (crenças centrais)
Possíveis perguntas
“Se isso (pensamento) for verdadeiro, o que isso significa pra você? Por
que isso seria um problema? O que aconteceria?”
Experimentos comportamentais
Experimentos controlados para testar pressupostos ou regras.
Lista de vantagens e desvantagens
Analisar as vantagens e desvantagens de manter determinada regra.
Desenvolver pressupostos e regras mais
adaptativas
Analisar as vantagens e desvantagens de manter determinada regra.
Depois, encorajar o paciente a desenvolver pressupostos e regras que
abarquem as vantagens dos pressupostos antigos.
Obs.: Esses novos pressupostos podem ser colocados em cartões de
enfrentamento a serem lidos em novos experimentos, de forma a
colocar a prova seu conteúdo.
Cartões lembrete
Escrever em um cartão a ideia principal que norteia a mudança de
pressupostos e regras que o paciente intenta promover.
Crenças nucleares
Crenças nucleares
• Formam os esquemas cognitivos
• Estão situadas em níveis mais profundos
Psicoeducação
Psicoeducar o paciente sobre suas crenças, ajudando-o a evocar e
identificar crenças nucleares e esquemas.
Técnicas de análise
• Continnum
• Registro de crenças nucleares
• Teste histórico dos esquemas
• Agir “como se”
• Reestruturar memórias
Técnicas Comportamentais
Técnicas comportamentais
• Os experimentos comportamentais têm um elemento cognitivo.
• A modificação das distorções cognitivas se dá também por meio das
técnicas comportamentais.
• O objetivo das intervenções comportamentais é aumentar o
comportamento positivo enquanto diminui o negativo. Isso aumenta
os resultados positivos e, assim, a auto eficácia do indivíduo,
estimulando o engajamento em novos comportamentos mais
adaptativos.
• A prescrição de técnicas comportamentais é feita de forma
colaborativa e com um bom entendimento das razões pelas quais o
experimento foi escolhido.
Automonitoramento
A dupla terapêutica define de forma clara o comportamento,
pensamento ou emoção a ser monitorada.
O registro do automonitoramento pode ser feito através de uma
planilha dentro da sessão ou no espaço entre as sessões.
Informações obtidas através do automonitoramento:
1. Uso do tempo
2. Variações de humor associadas a emoções e pensamentos
3. Aumento da consciência do paciente sobre o que está pensamento, fazendo
ou sentindo
4. Aumento do autocontrole do paciente através do aumento da consciência
Programação de atividades
Realizada após o monitoramento das atividades diárias que mais dão
prazer e/ou habilidade.
Envolve a prescrição de atividades diárias que tragam recompensas ao
paciente.
Objetivo: Aumentar a auto eficácia do paciente e encorajá-lo a buscar
outras atividades que lhe dêem prazer.
Programação de atividades com previsão de
prazer e habilidade
Variação da programação de atividades que envolve uma estimativa
anterior do paciente em termos da quantidade de prazer e habilidade a
serem obtidas em cada atividade.
Objetivo: Desconstruir as expectativas negativas dos pacientes sobre as
atividades realizadas durante o dia.
Prescrição de tarefas graduais
Construção de um menu de atividades que o paciente costumava
realizar e que lhe traziam o sentimento de prazer ou habilidade e
prescrição gradual dessas atividades ao longo do dia.
Obs.:
• Atenção para a quantidade de atividades que o paciente consegue fazer em
dado momento. Afinal, se ele não consegue realizar as atividades, pode reduzir
sua auto eficácia.
• Detalhamento claro das atividades.
• Plano B
Solução de problemas
1. Identificar e especificar o problema.
2. Gerar soluções possíveis para lidar com o problema.
3. Avaliar as consequências de cada uma das diferentes soluções
encontradas.
4. Escolher e colocar em prática a solução escolhida para ser testada.
5. Avaliar os resultados obtidos com a solução selecionada.
6. Se necessário, promover modificações e coloca-las em prática
novamente.
Treinamentos comportamentais
Treinamento de assertividade

Treinamento de comunicação
Instrução de como editar o que quer dizer de forma clara e objetiva,
comunicando o que espera dos outros.

Treinamento de escuta ativa


Instruções para escutar, perguntar, refrasear, empatizar e validar.
Outras técnicas comportamentais
Alvos comportamentais
Identificação e planejamento da modificação de comportamentos
indesejados a curto, médio e longo prazo.

Modelagem
O terapeuta modela a resposta/comportamento desejado.

Ensaio comportamental
O paciente dramatiza o comportamento que deseja conduzir fora da sessão.
Outras técnicas comportamentais
Exposição com prevenção de resposta
Confrontação de uma situação ou estímulo temido.

Hierarquia de respostas/estímulos
Uma lista de situações ou respostas, das mais temidas até as menos temidas,
para serem usadas em exposição.

Auto-recompensa
Usar auto-elogio, gratificações e reforços concretos para incrementar
comportamentos desejáveis.
Treinamento de relaxamento
Relaxar diferentes grupos musculares em sequência; imaginar imagens
relaxantes; praticar exercícios de respiração.

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