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Prof.ª Dr.

ª Carmem Beatriz Neufeld


Profª Drª Carmem Beatriz Neufeld
 Livre Docente em TCC - USP
 Pós-Doutora em Psicologia – UFRJ
 Doutora em Psicologia – PUCRS
 Mestre em Psicologia – PUCRS
 Psicóloga – URCAMP
 Professor Doutor do PPGP-DP-FFCLRP-USP
 Coordenadora do LaPICC
 Bolsista Produtividade CNPq
 Vice-Presidente da ALAPCO (Gestão 2015-2018)
 Terapeuta Cognitiva Certificada pela FBTC com mais de 15 anos de experiência
 Avaliadora Institucional e de Cursos de Graduação do INEP do Ministério da
Educação – MEC
 Desenvolve pesquisas em Processos Cognitivos Básicos e em Terapia Cognitivo-
Comportamental
 URL: www.lapicc.com.br / lapicc@usp.br / cbneufeld@usp.br
 Fone: (16) 3602-3724
Objetivo da TCC
Produzir mudanças nos pensamentos, nos sistemas
de significados, nas reações emocionais e
comportamentais de forma duradoura e que
proporcione autonomia ao paciente, alcançando
assim o alívio ou a remissão total dos sintomas
(Beck, 1993)
MODELO COGNITIVO

Pensamento

Emoção Comportamento
Benefícios da TCCG
 Mais de uma pessoa ser atendida por um profissional ao
mesmo tempo;

 Custo reduzido;

 Observação das interações e dos comportamentos


interpessoais;

 Identificação de que outras pessoas podem passar pelo


mesmo problema ou semelhante facilitando o Insight;

 Ambiente terapêutico para treinamento;

 Dar e receber feedbacks.


Benefícios da TCCG
 Atendimentos em grupo para diversos sintomas e
dificuldades são mais efetivos do que atendimentos
individuais, isso pode ser notado em intervenções para:
 fóbicos sociais (Purehsan & Saed, 2010),
 portadores de TOC (Cordioli, et. al., 2003),
 treinamento diversas habilidades interrelacionais (Del Prette
& Del Prette, 2008).
 em obesos, por exemplo, a supremacia de resultados das
intervenções em grupos sobre intervenções individuais pode
ser encontrada mesmo entre os pacientes que preferem a
modalidade individual de atendimento (Renjilian, Perri,
Nezu, McKelvey, Shermer & Anton, 2001)
TCCG
 O início dos trabalhos em intervenções de grupo
possuem suas raízes nos modelos psicodinâmicos das
patologias.

 Pontos de divergência:
 Abordagens psicodinâmicas:
 O processo grupal é a própria intervenção.
 Formados, em geral, por “diagnósticos heterogêneos”.

 Abordagem Cognitivo-Comportamental:
 Grupo é o sistema de distribuição das técnicas.

 Formados, em geral, por “grupos homogêneas”.


Fatores Grupais de Yalom
 Yalom (1995), descreve 9 fatores grupais:

 Instilação de esperança:
 Reforço dos aspectos positivos que a terapia de grupo oferece;

 Universalidade:
 Descoberta que os outros sofrem com dificuldades
semelhantes

 Compartilhamento das informações:


 Informações acerca da natureza do diagnóstico ou problema
em particular e a respeito do plano de tratamento

 Altruísmo:
 Os membros se ajudarem.
Fatores Grupais de Yalom
 Desenvolvimento de técnicas de socialização;

 Comportamento imitativo;

 Coesão grupal:
 O grupo propicia um ambiente acolhedor oferecendo compreensão e
empatia

 *Recapitulação corretiva do grupo familiar primário e do


aprendizado interpessoal;

 *Catarse:
 Compartilhar algo que não tenha sido articulado anteriormente
Fatores terapêuticos de Burlingame
e cols (2004)
 Estrutura do contexto grupal
 Grupos fechados, frequência semanal, tempo ideal (60-120 min),
presença ou não de grupos de reforço.
 Características do paciente
 Diagnóstico único ou mais prevalente, a importância de uma boa
seleção, existência de abordagens preparatórias, conhecimento
sobre os papeis que os participantes ocupam no grupo.
 Liderança
 Estilo do terapeuta para ser elo entre os fatores grupais, além da
empatia, do empirismo colaborativo e da descoberta guiada
 Ser regente da orquestra ou o diretor de cinema (permitir que a
técnica seja envolvida pelo processo grupal sadio, tornar as técnicas
vivas)
Processo x técnica
 Técnica grupal para TCCG: ferramentas e estratégias de
aprendizado pelas quais os pacientes são educados
sobre seu transtorno ou instruídos a examinar
pensamentos, emoções e comportamentos e todos os
métodos concebidos para mudança nesse sistema
cognitivo-comportamental.

 Processo grupal para TCCG: interações interpessoais


entre os membros do grupo (clientes e terapeutas)
Processo Grupal

 Inclui fatores singulares do ambiente grupal que


influenciam o funcionamento do grupo e o desfecho
do tratamento.

 Efeitos dos sintomas sobre a situação grupal;


 Efeito do estilo de personalidade dos membros nos
outros membros;
 Efeito da piora ou melhora de um membro;
 Formas de interação entre eles;
 Relação terapêutica;
 Efeito do estilo dos terapeutas e da relação entre os
terapeutas
Adequabilidade: estilo pessoal
 Avaliar a aliança e o estilo de relacionamento demonstrados
na entrevista
 A força das relações de amizade e com a família podem ser
indicadores
 Falta de relações significativas ou com longo histórico de
relacionamento destrutivos nas quais tenham exercido papel
preponderante
 Comportamentos potencialmente problemáticos:
 Tangencialidade, expressão aberta de ideação suicida,
extrema necessidade de reasseguramento, expressão de
hostilidade e/ou desconfiança exageradas
 Inabilidade de auto-revelação, falta de afeto ou humor
inadequado, ausência de flutuação no afeto
Fatores demográficos
 Idade

 Cultura

 Gênero

 Linguagem

 Educação formal
Pacientes difíceis
 O calado (incluí-lo de forma sutil/ processar pensamentos
e sentimentos sobre estar no grupo)
 O arrogante (conte-lo não dando reforço/ ou diretamente)
 O ajudante (incentiva-lo a pensar em si/ colocar as
sugestões dele para analise do grupo)
 O descrente (validar e não confrontar/ focar nas escolhas
pessoais)
 O errante (confronta-lo individualmente/ falar sobre no
grupo)
 O não apropriado para o grupo – destoa do grupo
(administra-lo e conte-lo/ pode precisar sair do grupo)
Treinamento de terapeutas
 Curso / treinamento didático

 Supervisão direta em casos individuais

 Observação de grupos em TCC

 Atuação como co-terapeuta


Terapeutas
 Terapeuta principal:
 Maior responsabilidade na condução da discussão do grupo;
 Tomada de decisões centrais;
 Apresentação do material e do trabalho.

 Co-terapeuta:
 Tem menos responsabilidade imediata;
 Segundo conjunto de “olhos e ouvidos clínicos”;
 Interações grupais e fatores processuais;
 Registro das sessões
Terapeutas
 No planejamento e organização dos programas ambos
os terapeutas exercem papéis idênticos.

 A interação harmoniosa entre os terapeutas atua como


um fortalecedor da coesão grupal

 É fundamental que nas atividades extra-sessão os


terapeutas assumam papéis de igualdade e equidade.
Postura do Terapeuta
 O terapeuta incorpora os princípios da TCC de
empirismo colaborativo, descoberta guiada e
aprendizado socrático;

 O terapeuta é sensível aos fatores processuais,


conexões importantes entre os membros e encorajando
a abertura e feedback;

 O terapeuta principal é responsável por manter o


grupo no rumo certo.
Postura do Terapeuta
 O terapeuta adota estilo cordial, empático e diretivo;

 O terapeuta observa qualquer obstáculo ou problema


no processo ou na estrutura;

 O terapeuta é sensível ao estágio de desenvolvimento


do grupo, respeitando a evolução das dinâmicas
grupais e permite que o grupo tenha autonomia.
Estrutura da Sessão
 Revisão da tarefa;
 Forma de ampliar as possibilidades de conhecer e
modificar os pensamentos disfuncionais;
 Auxiliam a identificar as dificuldades nas situações
cotidianas.

 Apresentação de novas informações;


Estrutura da Sessão

 Prática de habilidades (Exemplificações; encenações;


exposições; ensaio cognitivo e comportamental)

 Planejamento de tarefa de casa.

 Importante:
 Evitar ao máximo o tom de aula;
 No caso de crianças e adolescentes a ênfase na motivação deve
ser muito maior.
Tarefa de casa
 Objetivo de manter a informação on line, estender a
intervenção para ao longo da semana.

 No caso dos protocolos de intervenções em grupo a


tarefa de casa terá, além disso, o papel fundamental de
ser o elo entre as sessões, sendo que ela será
responsável pela noção de continuidade do programa
proposto, fazendo com que a ligação entre as sessões
fique clara para os participantes do grupo.
Programas em TCCG
 A construção de um programa de intervenção em
grupo deverá tomar como base os estágios de uma
intervenção grupal em TCC, além das questões pré e
pós-grupais.
 A estrutura das sessões auxiliará na execução do
programa e na manutenção da diretividade, que é uma
dos pressupostos da TCC.
 Porém, além dos aspectos mencionados, um programa
de intervenção em TCCG também deve estar
sintonizado com a modalidade de grupo que se
pretende formar.
Modalidades de grupos em TCCG
 Grupos de apoio

 Grupos de psicoeducação

 Grupos de orientação/treinamento

 Grupos terapêuticos
Grupos de Apoio em TCC
 Oferecer suporte a um tratamento em andamento ou a um
sintoma crônico que já recebeu intervenção específica.
 Pode ser ofertado tanto para grupos de pessoas que fazem
tratamento e precisam de encontros em grupo como sessões de
reforço, quanto pode ser ofertado a cuidadores de pacientes em
tratamento.
 O objetivo do grupo é auxiliar na continuidade da utilização das
estratégias que os participantes aprenderam no curso do
tratamento, bem como, atuar como um espaço de saúde para
cuidadores de pacientes crônicos.
Grupos de Apoio
 Em geral são grupos abertos, com uma estrutura
variável, visando trabalhar com o que surgir na sessão e
tem como principal fator terapêutico o espaço de
discussão e o apoio entre os membros do grupo.
 É uma das modalidades que comporta grupos maiores,
com mais de 15 integrantes, sendo essa uma de suas
maiores vantagens em relação às outras modalidades de
TCCG.
 Comumente funcionam junto a ambulatórios de
sintomas específicos e ocorrem semanalmente, sendo
que os participantes costumam frequentá-los
mensalmente ou bimestralmente.
Grupos de Apoio em TCC
 Esta modalidade de intervenção em TCCG ainda é
considerada a menos frequente na literatura.
 Dattilio e Freeman (2004) descrevem sua experiência
com um grupo de apoio para portadores de Transtorno
do Pânico. Os próprios autores ressaltam a necessidade
de mais publicações sobre esta modalidade grupal que
vem sendo negligenciada na literatura em TCC.
 Register e Hilliard (2008) propuseram uma intervenção
de apoio e musicoterapia cognitivo-comportamental
para crianças enlutadas. Seus resultados indicaram que
as crianças aderiram à intervenção em grupo e
passaram a apresentar atitudes mais positivas frente à
perda.
Grupos de Psicoeducação em TCC
 Oferecer informações sobre a natureza
neurobiológica, ambiental e psicológica dos
sintomas e/ou dificuldades de seus participantes,
oferecendo conhecimentos sobre características,
curso e tratamentos eficazes para os mesmos.
 Visam permitir que os pacientes reconheçam suas
dificuldades e/ou seus sintomas, seus
pensamentos, emoções e comportamentos, no
intuito de identificar a inter-relação entre eles e
discutir estratégias de mudança para intervir de
forma eficaz nos mesmos.
Grupos de Psicoeducação em TCC
 Em geral, são grupos fechados que não excedem 4 a 6
sessões estruturadas e baseadas em técnicas de
psicoeducação e de resolução de problemas, podendo ser
realizado com mais de 15 participantes.
 Podem ser de frequência semanal, quinzenal ou mensal
dependendo do serviço onde são oferecidos e para que tipo
de sintomas ou dificuldades são desenhados. Esta já é uma
modalidade mais recorrente na literatura.
 Alguns exemplos são o estudo de Morgan (2003) com
adultos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção, de
Roberts, Pinkham e Penn (2008) com portadores de
esquizofrenia e de Varo, Fernández, Cobos, Gutiérrez e
Aragón (2006) para manejo de sintomas de ansiedade.
Grupos de Orientação e/ou Treinamento
em TCC
 Visam fomentar atividades práticas, além de
oferecer informações e auxiliar a identificar
pensamentos, emoções e comportamentos.
 Buscam orientar e/ou treinar os integrantes do
grupo de forma mais direcionada para mudanças
nas suas formas de agir, pensar e sentir.
 Além da psicoeducação, estes grupos visam o
exercício de mudança na cognição e no
comportamento.
Grupos de Orientação e/ou Treinamento
em TCC
 Tipicamente são grupos fechados e de frequência
semanal, sendo que a literatura indica que sejam
realizadas mais de 8 sessões para sedimentar as
aprendizagens e oportunizar a aplicação das
mesmas no cotidiano e que não excedam 15
participantes.
 Esta modalidade grupal vem recebendo crescente
destaque pela sua possibilidade de atuação tanto
em aspectos terapêuticos como de prevenção e
até mesmo promoção de saúde.
Grupos de Orientação e/ou Treinamento
em TCC
 Uma densa literatura dirigida para
treinamento de habilidades sociais (Del Prette
& Del Prette, 2009; 2008; 2006), treinamento
de pais (Caminha & Pelisoli, 2007; Marinho,
2005; Silva, Del Prette & Del Prette, 2000;
Stern, 2003) e para portadores de afecções
orgânicas (Miyazaki, Domingos & Valério,
2006; Cade, 2001; Saab, Bang, Williams,
Powell, Schneiderman, Thoresen, Burg, &
Keef, 2009) vem sendo produzida.
Grupos Terapêuticos em TCC
 Visam intervenções estruturadas em sintomas
específicos, tendo como objetivo tanto o apoio, a
psicoeducação, a prevenção de recaídas e a
orientação para a mudança.
 Em TCCG tal modalidade é composta por grupos
fechados, onde se sugere frequência pelo menos
semanal, que conte com um mínimo de 12
sessões e que a média de participantes seja
limitada a 12 integrantes.
 Essa modalidade grupal é responsável pelo
escopo maior da literatura de TCCG, sendo
possível encontrar uma variedade de estudos
sobre os benefícios dos grupos terapêuticos em
TCC.
Grupos Terapêuticos em TCC
 Os estudos remetem desde às clássicas pesquisas sobre
depressão (Beck, Rush, Shaw, & Emery, 1979; Steuer,
Mintz, Hammen, Hill, Jarvik, McCarley, Motoike &
Rosen, 1984), como a estudos mais recentes (Hermolin,
Rangé & Porto, 2000), demonstrando mudanças na
cognição, no comportamento e no humor.

 Em uma recente revisão sobre intervenções eficazes em


diferentes transtornos de personalidade Matusiewicz,
Hopwood, Banducci, e Lejuez, (2010) encontraram
dados favoráveis a TCCG no Transtorno de
Personalidade Esquiva.
Grupos Terapêuticos em TCC
 Os dados apontaram melhores resultados em intervenções a partir
de 12 sessões, sendo que em sessões muito curtas (menos de 40
min) ou em pequena quantidade (menos de 11 sessões) a eficácia
do tratamento tende a cair, bem como a manutenção de
resultados adquiridos tendem a esmaecer.
 Ainda assim, Matusiewicz e cols (2010) ressaltam que
intervenções terapêuticas em grupo de 4h até 8h em um mesmo
dia tem se mostrado eficazes na redução de sintomas como a
esquiva, a ansiedade e a depressão.
 A limitação apontada para estes estudos repousa sobre o pouco
efeito que intervenções intensivas (mais de 4h de intervenção em
um mesmo dia) causam sobre reestruturação cognitiva e
aprendizagem de habilidades específicas, e consequente
prevenção de recaída.
Fases da TCCG
 Questões pré-grupo: Formação do grupo
 Estágio inicial: Orientação e exploração
 Estágio de transição: Lidando com a resistência
 Estágio de trabalho: Coesão e produtividade
 Estágio final: Consolidação e término
 Questões pós-grupais: Acompanhamento e
avaliação
Questões pré-grupo: Formação do grupo
 Planejamento do programa de intervenção e à formação do
grupo:
 o tipo de grupo a ser conduzido (apoio, psicoeducação,
orientação/treinamento ou terapêutico);
 o número de sessões necessárias para o alcance dos
objetivos; o planejamento de cada uma das sessões do
grupo;
 a definição dos critérios de inclusão e de exclusão a serem
observados dependendo dos objetivos do grupo e do tipo de
grupo a ser conduzido;
Questões pré-grupo: Formação do grupo
 a definição dos instrumentos e/ou técnicas para a seleção
dos participantes; as estratégias de recrutamento dos
participantes, considerando os critérios de seleção definidos
anteriormente;
 a triagem dos participantes visando obedecer aos critérios
de seleção;
 a forma de contato pré-grupo com os participantes,
definindo se haverá uma entrevista individual, uma
intervenção preparatória (por exemplo, entrevista
motivacional, intervenção psicoeducativa, e outras) com os
participantes ou outro tipo de oferecimento de informações
sobre o grupo, seus objetivos e estrutura.
Estágio inicial: Orientação e exploração
 Visa instalar a estrutura inicial da intervenção em grupo,
fornecendo orientações e explorando as expectativas e
características dos membros do grupo.
 Apresentar os objetivos do grupo, as características da
intervenção em TCCG oferecendo psicoeducação sobre o
modelo cognitivo, além do levantamento das expectativas dos
participantes do grupo sobre a intervenção e sobre o processo
de grupo em si.
 Dúvidas devem ser sanadas, informações devem ser oferecidas
com clareza e a ansiedade dos participantes deve ser acolhida
e administrada.
Estágio inicial: Orientação e exploração
 Foco no estabelecimento de vínculo entre os terapeutas e os
membros do grupo, portanto atividades que propiciem uma
interação mais lúdica podem ser de grande valia nesta fase,
alcançando o objetivo adicional de “quebra-gelo”.
 Além da psicoeducação e do contrato terapêutico, são ensinadas aos
membros do grupo uma infinidade de habilidades e estratégias de
monitoração de comportamento, emoção e pensamento, visando
prepará-lo para a fase da intervenção propriamente dita.
 Também é nesta fase que são implementadas estratégias de manejo
de emoção, de relaxamento e de respiração para que os
participantes aprendam possíveis soluções com aplicação imediata
em situações de crise.
Estágio de transição: Lidando com a resistência
 A fase da intervenção grupal onde as resistências e dificuldades
de relacionamentos começam a aparecer no grupo.
 Demanda dos terapeutas uma atenção redobrada ao processo
grupal, no intuito de não negligenciar a oportunidade de
trabalhar em sessão os conteúdos e situações interpessoais que
ocorrem na própria sessão.
 É nela que será realizada a conceitualização cognitiva, o
questionamento de evidências e a busca de pensamentos
alternativos.
Estágio de transição: Lidando com a resistência
 Também é nessa fase que o plano de metas será
consolidado como uma atividade de grupo,
intervenção esta que pode gerar conflitos entre os
membros se estes não estiverem cientes e de acordo
com os objetivos a serem traçados.
 Ao longo deste estágio as técnicas ou processos de
estratégias que visam o treino de habilidades sociais,
empatia e assertividade trazem bons resultados e
podem contrabalançar os atritos, bem como são vistas
como habilidades que facilitarão a próxima fase do
processo grupal.
Estágio de trabalho: Coesão e produtividade
 Intervenção específica direcionada aos objetivos
do grupo em questão.
 Suas principais características são a manutenção
e reforço da coesão grupal e a produtividade
dirigida para uma meta.
 Nesta fase ocorrem as intervenções típicas, o
protocolo de tratamento indicado na literatura
como o mais eficaz para os sintomas ou
dificuldades principais do grupo.
Estágio de trabalho: Coesão e produtividade
 Entende-se que neste momento do grupo, os
participantes já tenham adquirido algumas
habilidades de manejo de emoções,
pensamentos e comportamentos, e que a coesão
grupal seja alta, propiciando um ambiente
seguro para intervenções dirigidas ao foco da
demanda.
 É a fase ideal para intervir de forma mais
aprofundada nas crenças disfuncionais e de
reavaliar distorções cognitivas.
Estágio final: Consolidação e término
 Esta fase tem por objetivo a consolidação das aprendizagens e o
término do grupo.
 Nesse estágio as atividades de prevenção de recaída devem ser
intensificadas, bem como a avaliação do processo deve ser feita
de forma clara e sistemática.
 Além disso, questões como ansiedade em relação ao término,
fatores de resgate em situação de possíveis recaídas e indicação
de recursos auxiliares (por exemplo: indicação de leituras e
sites, confecção e distribuição de cartilhas, indicação de
serviços de apoio) devem ser discutidas nesta fase.
Questões pós-grupais: Acompanhamento e avaliação
 As decisões pós-grupo referem-se ao acompanhamento e
avaliação dos participantes findado o programa de
intervenção propriamente dito.
 São questões importantes nesta fase:
 existência ou não de sessões de encorajamento, momentos
de avaliação tipo seguimento (ou follow up),
 proposta de grupo de apoio,
 encaminhamentos para outros serviços de saúde,
 necessidade de psicoterapia individual para alguns
membros do grupo
 avaliação do desfecho do grupo por parte dos terapeutas,
 sistematização dos avanços e limitações do programa e da
condução do grupo.
O futuro da terapia
“A terapia do futuro irá se caracterizar por protocolos de
condições específicas e de tempo empiricamente
limitados. Destes, apenas 25% envolverão os clientes em
psicoterapia individual, outros 25% envolverão os clientes
em terapia de grupo, ao passo que os 50% restantes dos
clientes receberão terapia em grupo psicoeducacional”
(Cummings, 2003)
Sugestões de leituras
Bieling, P.J., McCabe R. E., & Antony, M. M., et al,. (2008). Terapia
Cognitivo-Comportamental em Grupos. Porto Alegre: Artmed.
Dattilio, F.M., & Freeman A., (2004). Estratégias Cognitivo-
Comportamentais de intervenção em situações de crise. Porto Alegre:
Artmed.
Neufeld, C. B. (2011). Intervenções em grupos na abordagem cognitivo-
comportamental. In: Rangé, B. Psicoterapias cognitivo-comportamentais:
Um diálogo com a psiquiatria. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, pp. 737 –
750.
Neufeld, C. B. (2014). Intervenções e pesquisas em TCC com individuos e
grupos. Novo Hamburgo: Sinopsys.
Neufeld, C. B. (2015). TCCG para crianças e adolescentes. Porto Alegre:
Artmed.
White, J.R., & Freeman A. S., (2003) Terapia Cognitivo-Comportamental em
Grupo para populações e problemas específicos. São Paulo: Roca.

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