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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TEORIA INSTITUCIONAL

Pamela S. Tolbert e Lynne G. Zucker


Para os autores, as Instituições são regras compartilhadas e tipificações que
identificam categorias de atores sociais e suas atividades próprias e relações. E a
institucionalização regularmente tratada como um estado qualitativo: ou as estruturas são
institucionalizadas ou não o são. Portanto, descuida-se de importantes questões sobre os
fatores das variações nos níveis de institucionalização, e sobre como tais variações podem
afetar o grau de analogia entre conjuntos de organizações.
Os autores abordam algumas questões, oferecendo uma especificação teórica dos
processos de institucionalização es principais objetivos nesse esforço são: classificar as
contribuições teóricas independentes da teoria institucional para a análise organizacional e
também avançar nesta perspectiva teórica a fim de melhorar sua utilização em pesquisa
empírica.
Em análises sociológicas das organizações; as origens da teoria institucional, é
realizada a discursão em volta das análises funcionalistas das organizações e quantitativas da
co-variação estrutural, sendo citado pelos autores que o exame das inter-relações entre
elementos estruturais, estabeleceu as bases para uma linha geral de pesquisa que dominou e
definiu os estudos sociológicos de organizações para as próximas duas décadas. Esta linha de
pesquisa foi cada vez mais caracterizada por análises quantitativas das co-variações entre os
elementos da estrutura organizacional formal, e por explicações essencialmente econômicas
destas covariações.

Em estruturas formais como mito e cerimônia, é citado suas implicações e


ambigüidades na teoria institucional. Meyer e Rowan separam estrutura formal da ação,
definindo implicitamente estruturas institucionais como aquelas que estão sujeitas à
separação. No entanto, em seu argumento anterior, eles usam o conceito de estruturas
institucionais do mesmo modo que Berger e Luckman (1967) e Zucker (1977): uma estrutura
que se tornou institucionalizada e que é considerada pelos membros de um grupo social como
eficaz e necessária; servindo, então, como uma importante força causal para padrões estáveis
de comportamento

Quando explanado sobre a dependência de recursos versus processos institucionais, os


autores do capitulo ressaltam a ambigüidade inerente a esta visão de mudança estrutural nas
organizações levando a uma confusão fundamental entre as teorias institucional e a teoria de
dependência de recursos. E a análise feita no artigo de Meyer e Rowan (1977) oferecendo,
uma mudança radical nos meios convencionais de pensar a estrutura formal e a natureza da
decisão organizacional por meio da qual se produz a estrutura. Essa análise foi guiada por uma
idéia- chave, qual seja: as estruturas formais tem propriedades simbólicas assim como as
propriedades geradoras de ação.

Em processos de institucionalização, a partir de trabalhos identificados com a tradição


filosófica da fenomenologia, Berger e Luckmann (1967) identificaram a institucionalização
como um processo central na criação e eternização de grupos sociais longevos. Os atores
desenvolveram o processo de institucionalização em quatro fases: inovação, habituação,
objetificação e sedimentação. Sendo, o processo de habitualização envolvendo a geração de
novos arranjos estruturais em resposta a problemas ou conjuntos de problemas
organizacionais específicos e a normalização de tais arranjos em políticas e procedimentos de
uma dada organização, ou um conjunto de organizações que encontrem problemas iguais ou
semelhantes. A objetificação envolve a evolução de um certo grau de concordância social
entre os tomadores de decisões da organização a respeito do valor da estrutura, e a crescente
adoção pelas organizações.

Concluindo, abordando as implicações para a pesquisa, conceitua a necessidade de


desenvolvimento de medidas mais diretas e melhor documentação das solicitações de
institucionalização das estruturas, uma vez que resultados associados a uma dada estrutura
provavelmente dependerão do estágio ou nível de institucionalização em que se encontrar. E a
teoria institucional evolui como um paradigma coerente, fazendo uma contribuição durável
para a análise organizacional, e as questões sobre os processos de institucionalização
demandam respostas tanto conceituais quanto empíricas. Nesse sentido, foi possível observar
algumas respostas iniciais para estes problemas, respostas cuja extensão e modificação deverá
esperar o desenvolvimento teórico e os testes empíricos.

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