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Este artigo explora as diferentes interpretações das organizações como construções discursivas e como elas moldam as
tradições de pesquisa sobre linguagem organizacional e interação social.
Ver a organização como objeto significa tratá-la como uma entidade pré-formada, com características ou
resultados discursivos já definidos. Isso implica em uma abordagem top-down, em que a organização é vista
como um objeto estático e dominante, em vez de um processo emergente e dinâmico. Essa abordagem pode
limitar a compreensão da complexidade e da fluidez das práticas organizacionais, bem como das relações de
poder e identidade que emergem a partir da interação social.
Ver a organização em constante estado de transformação significa adotar uma abordagem bottom-up, em que
a organização é vista como um processo emergente e dinâmico, em vez de uma entidade pré-formada e
estática. Nessa abordagem, a organização é vista como um fenômeno em constante mudança, moldado pelas
práticas sociais e discursivas que emergem da interação entre os membros da organização. Isso implica em
uma compreensão mais complexa e fluida das práticas organizacionais, bem como das relações de poder e
identidade que emergem a partir da interação social.
Ver as organizações baseadas na ação significa adotar uma perspectiva em que a ação e a estrutura são vistas
como mutuamente constitutivas. Nessa abordagem, a organização nunca assume a forma de uma entidade
identificável, porque está ancorada no nível das práticas sociais e formas discursivas. Isso implica em uma
compreensão mais dinâmica e fluida das práticas organizacionais, em que a organização é vista como um
processo emergente e em constante mudança, moldado pelas práticas sociais e discursivas que emergem da
interação entre os membros da organização.
Discurso x Discursos
A análise do discurso contribui para o avanço das ciências organizacionais ao cruzar vários campos de estudo,
incluindo a sociolinguística, a análise da conversação, a linguística cognitiva, a pragmática, a semiótica, os
estudos retóricos e literários, a análise crítica do discurso e os estudos pós-modernos.
Os estudiosos desta área afirmam que as organizações são construções discursivas porque o discurso é o
próprio fundamento sobre o qual a vida organizacional é construída. Ao analisar a linguagem e a interação
social dentro das organizações, os investigadores podem obter insights sobre como as organizações são
construídas, como o poder e a identidade são negociados e como o significado é criado e mantido.
Você pode fornecer exemplos de como as práticas sociais e as formas discursivas ancoram as organizações?
Este artigo descreve o campo emergente da teoria da prática conforme ela é praticada em relação aos fenômenos
organizacionais.
A teoria da prática é uma abordagem emergente que se concentra na compreensão das práticas cotidianas
como uma forma de entender os fenômenos organizacionais. Ela se preocupa com a consequencialidade da
ação cotidiana e a relacionalidade dos fenômenos, e procura teorizar os processos constitutivos da prática em
vez de assumir a existência de entidades discretas.
A teoria da prática é aplicada em estudos sobre os fenômenos organizacionais por meio de três abordagens: empírica
(um enfoque empírico sobre como as pessoas agem em contextos organizacionais), teórica (em enfoque teórico na
compreensão das relações entre as ações que as pessoas realizam e as estruturas da vida social) e filosófica (um foco
filosófico no papel constitutivo das práticas na produção da realidade social), que se relacionam com o quê, o como e
o porquê do uso de lentes práticas.
Empírica: reconhece a centralidade das ações cotidianas das pessoas para resultados organizacionais e reflete
um reconhecimento crescente da importância das práticas no operações contínuas das organizações. Essa
abordagem busca entender como as práticas são realizadas, como são aprendidas e como mudam ao longo do
tempo. Ela se baseia em dados empíricos coletados por meio de observação, entrevistas e outras técnicas de
pesquisa qualitativa para descrever e analisar as práticas em questão.
Teórica: a abordagem teórica da prática se concentra na compreensão das relações entre as ações que as
pessoas tomam e as estruturas da vida social. Essa abordagem busca entender como as práticas são moldadas
por contextos sociais mais amplos e como elas, por sua vez, moldam esses contextos. Ela se baseia em teorias
e conceitos para analisar as práticas em questão e pode ser usada para desenvolver novas teorias sobre a
prática.
Filosófica: a abordagem filosófica da prática se concentra no papel constitutivo das práticas na produção da
realidade social. Essa abordagem vê o mundo social como sendo criado através da atividade cotidiana das
pessoas e entende as práticas como os blocos de construção fundamentais da realidade social. Ela se baseia em
uma ontologia da prática, que afirma que as práticas são ontologicamente primárias em relação a outras
entidades sociais, como estruturas, instituições e indivíduos.