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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

Aluno: Alex Mesquita da Silva


Disciplina: Teoria das Organizações
Docentes: José Rodolfo Tenório Lima e Milka Alves Correia Barbosa
Tema 5: Configurações Organizacionais

Secchi (2009) traz uma análise crítica dos modelos de administração pública
burocrático, gerencial, do governo empreendedor e do paradigma relacional de
governança pública. Aponta aspectos positivos e negativos em ambos os modelos e
ressalta aspectos convergentes e divergentes entre eles, adotando uma postura
reformista de não ruptura, mas de continuidade entre os modelos. Os modelos
pós-burocráticos tendem a aproximar a administração pública da privada, conferindo
mais autonomia, flexibilidade e responsabilidade ao gestor público. Apesar desses
modelos ressaltarem mecanismos de controle como transparência e accountability,
o paradigma da governança pública e seus conjuntos de boas práticas parecem
estar mais associados à tentativa de influência e/ou controle das decisões políticas
dos governos e Estados por parte das elites econômicas e grandes organizações
globais. Já Mintzberg (2001) realiza uma análise da estrutura das organizações, de
forma geral, e aponta seis elementos constitutivos dessas estruturas: área
estratégica, linha intermediária, nível operacional, tecnoestrutura, equipe de apoio e
ideologia. Ressalta a importância da divisão do trabalho e coordenação ou
padronização das atividades para o sucesso da organização. Elenca seis formas de
coordenação: ajuste mútuo, supervisão direta , padronização dos processos de
trabalho, de resultados, de habilidades e normas.Salienta o design organizacional
como ferramenta essencial para a obtenção da coordenação da divisão do trabalho
e confere à descentralização (do poder e da tomada de decisão) um papel especial
no contexto organizacional. Também aponta seis tipos de descentralização:
horizontal limitada, vertical limitada, vertical e horizontal, seletiva vertical e horizontal
e descentralização pura. Também afirma a existência de fatores situacionais ou
contingenciais que influenciam a escolha do design ou por eles são influenciados:
Idade e tamanho, sistema técnico, ambiente e poder. Por fim, apresenta algumas
configurações organizacionais a partir da interação desses elementos apresentados,
a saber: organização empreendedora, máquina, profissional, inovadora,
diversificada, missionária e política. As reformas apontadas por Secchi (2009)
parecem seguir a mesma lógica da “melhor forma” organizacional salientada por
Mintzberg (2001), inclusive no aspecto do antagonismo dos modelos, certos e
errados. Da mesma forma que as organizações buscam, através de suas
configurações, otimizarem seus processos e obterem os melhores resultados, por
meio de seus modelos organizacionais, a administração pública também o faz, por
meio das reformas administrativas, adotando modelos de gestão pública que
buscam objetivos semelhantes aos das organizações, especialmente no que diz
respeito à eficiência dos procedimentos e melhora dos resultados entregues, no
último caso, à sociedade.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

Aluno: Alex Mesquita da Silva


Disciplina: Teoria das Organizações
Docentes: José Rodolfo Tenório Lima e Milka Alves Correia Barbosa
Tema 6: Teoria Institucional

Tolbert e Zucker, (1999), se propõem a apresentar uma abordagem teórica


específica dos processos de institucionalização. Demonstram o percurso histórico
dos estudos que envolvem esses processos e apontam um modelo geral para eles.
Nesse modelo, os autores apontam a ideia da institucionalização como fenômeno
central para a criação de grupos sociais duradouros, a partir da padronização de
certas ações e comportamentos, que adquirem significados gerais que são
socialmente aceitos e compartilhados para então serem adotados por outros grupos
sociais. Dessa forma, os autores apontam 3 elementos constitutivos do processo de
institucionalização e 1 fator iniciador desse processo. O início desse processo de
institucionalização se dá a partir de um fenômeno que os autores definem como
inovação, ou seja, a adoção de novas estruturas e comportamentos a partir de
mudanças tecnológicas, alterações na legislação ou forças do mercado. Em
seguida, ocorre a habitualização, processo que envolve a geração e formalização de
novos arranjos estruturais para atender às demandas de inovação. Após o
desenvolvimento desses novos arranjos, ocorre o fenômeno de objetificação, que
envolve a difusão dessa nova estrutura e o desenvolvimento de um consenso no
que diz respeito à utilização desse novo modelo. Por fim, os autores afirmam que a
institucionalização, se dá, de fato, com o processo de sedimentação que se
configura pela adoção, propagação e perpetuação dessas novas estruturas que
constituem os novos padrões organizacionais. Já DiMaggio e Powel, (2005), partem
da ideia de que o racionalismo de diferentes atores converge para uma similaridade
das organizações e ressalta que esse mecanismo de racionalização e
burocratização se deslocou do mercado para o Estado. Relatam a existência
campos organizacionais e que a sobrevivência de uma organização depende das
ações e estratégias que essas empresas utilizam para a sua sobrevivência e que o
processo de institucionalização das estruturas organizacionais dentro de um campo
organizacional pode levar a um isomorfismo das organizações, que segundo os
autores, pode ser competitivo ou institucional. Parece óbvio que as organizações
devam adotar estratégias e ações que tenham se mostrado eficientes ou que
tenham produzido resultados positivos em outras organizações. No entanto, esse
processo de institucionalização não pode se sobrepor aos objetivos da própria
organização nem devem ser incorporados de forma acrítica, importados sem uma
adaptação para o contexto da organização. O isomorfismo pode levar a uma
diminuição da competitividade, bem como a uma desvalorização da própria
organização, uma vez que, nada ou muito pouco a difere de outras. No entanto, o
processo de institucionalização se mostra interessante se utilizado com moderação,
fazendo-se as adaptações necessárias para a inclusão de novos arranjos
organizacionais em uma estrutura já existente.

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