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Secchi (2009) traz uma análise crítica dos modelos de administração pública
burocrático, gerencial, do governo empreendedor e do paradigma relacional de
governança pública. Aponta aspectos positivos e negativos em ambos os modelos e
ressalta aspectos convergentes e divergentes entre eles, adotando uma postura
reformista de não ruptura, mas de continuidade entre os modelos. Os modelos
pós-burocráticos tendem a aproximar a administração pública da privada, conferindo
mais autonomia, flexibilidade e responsabilidade ao gestor público. Apesar desses
modelos ressaltarem mecanismos de controle como transparência e accountability,
o paradigma da governança pública e seus conjuntos de boas práticas parecem
estar mais associados à tentativa de influência e/ou controle das decisões políticas
dos governos e Estados por parte das elites econômicas e grandes organizações
globais. Já Mintzberg (2001) realiza uma análise da estrutura das organizações, de
forma geral, e aponta seis elementos constitutivos dessas estruturas: área
estratégica, linha intermediária, nível operacional, tecnoestrutura, equipe de apoio e
ideologia. Ressalta a importância da divisão do trabalho e coordenação ou
padronização das atividades para o sucesso da organização. Elenca seis formas de
coordenação: ajuste mútuo, supervisão direta , padronização dos processos de
trabalho, de resultados, de habilidades e normas.Salienta o design organizacional
como ferramenta essencial para a obtenção da coordenação da divisão do trabalho
e confere à descentralização (do poder e da tomada de decisão) um papel especial
no contexto organizacional. Também aponta seis tipos de descentralização:
horizontal limitada, vertical limitada, vertical e horizontal, seletiva vertical e horizontal
e descentralização pura. Também afirma a existência de fatores situacionais ou
contingenciais que influenciam a escolha do design ou por eles são influenciados:
Idade e tamanho, sistema técnico, ambiente e poder. Por fim, apresenta algumas
configurações organizacionais a partir da interação desses elementos apresentados,
a saber: organização empreendedora, máquina, profissional, inovadora,
diversificada, missionária e política. As reformas apontadas por Secchi (2009)
parecem seguir a mesma lógica da “melhor forma” organizacional salientada por
Mintzberg (2001), inclusive no aspecto do antagonismo dos modelos, certos e
errados. Da mesma forma que as organizações buscam, através de suas
configurações, otimizarem seus processos e obterem os melhores resultados, por
meio de seus modelos organizacionais, a administração pública também o faz, por
meio das reformas administrativas, adotando modelos de gestão pública que
buscam objetivos semelhantes aos das organizações, especialmente no que diz
respeito à eficiência dos procedimentos e melhora dos resultados entregues, no
último caso, à sociedade.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE