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Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA/UFCG

Disciplina: Teoria das Organizações Prof.º Gesinaldo Ataíde, Dr.


Discente: Rodrigo Ribeiro Data: 11/04/2019

Resumo: Debates e perspectivas centrais na teoria das organizações

O artigo “Debates e perspectivas centrais na teoria das organizações” analisa o


aumento do pluralismo teórico no campo dos estudos organizacionais a partir de suas
complexidades que se deram em partes, devido ao refinamento dos interesses e
preocupações dos teóricos em melhorar a compreensão bem como promoção de um
melhor entendimento das estruturas organizacionais.
O modelo apontado pelos autores aborda seis questionamentos por meio da
sobreposição dos conceitos fundamentos acerca da estrutura, do comportamento, da
mudança e dos papeis gerenciais nas organizações. Desta maneira, com base nas
dimensões voluntarista e determinista, e através da análise em nível macro –
populações e comunidades organizacionais -, e nível micro - organizações individuais -,
Astley; de Vem; Others (2005) apresentaram quatro perspectivas a respeito da Teoria
Organizacional balizadas na visão sistêmico – estrutural (Q1), caráter determinista
de nível micro, com estrutura definida através de papeis e posições hierarquizadas,
comportamento determinado, restrito e adaptativo, comuns no funcionalismo estrutural
e na teoria de sistemas, nesta visão, o papel do gestor é reativo. Na visão da escolha
estratégica (Q2), com uma orientação mais voluntarista de nível micro, as pessoas e
seus relacionamentos são organizados para servir quem está no poder, as organizações
são continuamente construídas e autônomas e seus interesses são alinhados com os
objetivos da alta gestão. O papel do gestor é proativo. Já a visão da seleção natural
(Q3), é guiada pelo determinismo de nível macro contrário às abordagens anteriores,
seu foco é direcionado às características estruturais e demográficas das comunidades
organizacionais ou industriais. Aqui é mudança é marcada pela evolução natural do
ambiente, em que o papel do gestor é inativo. No que se refere à visão ação coletiva
(Q4), sua estrutura é orientada pelo voluntarismo de nível macro, baseado em
comunidades e redes de grupos que interagem para criar ambientes e regras da
coletividade em que as ordens racionais são construídas e negociadas por meio da
barganha e de compromissos coletivos amparadas por ajustes partidários mútuos
comuns em redes interorganizacionais (COOK, 1977) voltadas para ação social e
focadas no interesses individuais e coletivos das organizações que as compõem.
Para além das abordagens descritas, os autores propõem seis debates com base
nas interfaces entre estas quatro perspectivas. O “Sistema versus Ação” que retrata o
contraste entre o argumento sistêmico e o estratégico, e suas argumentações são ao
mesmo tempo complementares, contraditórios e convergentes. Esse debate está presente
na tensão entre a teoria da contingência e as teorias estratégicas e de recursos. O
“Adaptação versus Seleção” que aborda o contraste entre a visão de adaptação interna,
em que as organizações respondem às mudanças contingências de seu próprio ambiente
de trabalho e seleção natural. Ambas modelos compartilham uma orientação
determinista, na qual a origem das mudanças ocorre no ambiente, porém a análise da
desta é baseada em espécies ou populações organizacionais e daquela em unidade.
Já o debate “Nichos restritos versus Domínios ordenados” trata do contraste
entre seleção natural e escolha estratégica, as quais divergem quanto às unidades de
análises e as linhas teóricas. No quarto debate “Agregados Econômicos versus
Coletividades políticas” os autores abordam as contraposições entre a Ecologia
Populacional, em que as organizações compartilham alguns elementos-chave, que
Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA/UFCG
Disciplina: Teoria das Organizações Prof.º Gesinaldo Ataíde, Dr.
Discente: Rodrigo Ribeiro Data: 11/04/2019

constituem sua forma e vulnerabilidade comuns, e os Humano-Ecologistas que definem


população em termos da padronização interna entre os membros que a constituem.
Quanto ao debate “Ação individual versus Ação Coletiva” os autores mostram
as diferenças entre as concepções da Teoria do Comportamento Racional, em que os
agentes envolvidos geralmente possuem objetivos mútuos orientados para o trabalho em
equipe, e a dos Stakeholders, os quais comumente apresentam objetivos contrários.
Referente ao último debate “ Organizações versus Instituições”, em que as organizações
são delineadas conforme uma lógica de eficiência e técnico-instrumental direcionadas
para mobilização de atividades em prol de conjunto de objetivos ou ferramentas
construídas para execução de uma tarefa. Já as instituições incorporam valores, não se
limitando a requisitos técnicos para a execução de uma tarefa.
Por fim, a partir do exposto, conclui que as abordagens organizacionais são
constituídas com base em aspectos, apresentados nos diversos cenários, políticos,
econômicos e sociais, ratificando assim a Teoria das Organizações como uma “ciência
multiparagmática” essencial para a compreensão fenômenos da Administração e demais
ciências sociais aplicadas.

ASTLEY, W. Graham; DE VEN, Andrew H.; OTHERS. Debates e perspectivas


centrais na teoria das organizações. Revista de Administração de Empresas, [s. l.], v.
45, n. 2, 2005.

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