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Capítulo 6 - Superação dos Obstáculos: Desafios e Problemas na Estrutura do Grupo

- Pacientes difíceis, processo grupal e liderança do terapeuta.

● Pacientes difíceis: há pelo menos 1 paciente que representa um desafio para o


processo grupal, para os outros membros e para a condução do grupo.
● Apresentar tabela 6.1 → Protótipos de Membros Difíceis e Estratégias de Manejo
● Importante: As categorias não são mutuamente exclusivas → por exemplo, o
membro descrente pode ser o membro arrogante ou quieto.

O tipo quieto e calado

- Características: prefere sentar-se em silêncio, desempenhando o mínimo de


participação no grupo;
- Por que ele apresenta esse comportamento: ele pode ser tímido e estar
desconfortável no contexto grupal // ele fica calado em virtude de falta de abertura ao
tratamento, o que se reflete em participação em envolvimento cautelosos no grupo.
- Procedimento terapêutico: avaliar a razão subjacente de falta de participação com
base na observação ou por sondagem discreta no grupo // utilizar o próprio grupo para
extrair informações ao mesmo tempo colaborando para a integração/universalização
do grupo.
- O que é comum: paciente se sente mais tranquilo e menos cauteloso com o passar do
tempo.

O tipo quieto e arrogante

- Características: tenta continuamente monopolizar o tempo do grupo com sua


experiência, altera o equilíbrio da participação do grupo e pode também desviar a
agenda dos terapeutas.
- Estratégias sutis: não reforçar fala prolongada fazendo perguntas, balançando a
cabeça ou fazendo contato visual.
- Estratégias explícitas: estratégias que tentam equilibrar as necessidades do indivíduo
com as do grupo.

O Ajudante

- Características: sempre dá conselhos aos outros e em alguns casos também aos


terapeutas (como conduzir melhor o grupo, etc.)
- Prós: é ótimo ter um membro que que ajude e cujos feedbacks e conselhos sejam úteis
para os outros.
- Contras: se o membro auxilia a ponto de não conseguir refletir sobre suas próprias
experiências de forma específica, esse estilo comportamental inibe o benefício do
tratamento em geral.
- Importante: Outros membros podem não se sentir confortáveis com a generalização,
pois não se sentem compreendidos com aquela fala. Pode ser desconfortável para eles
discordarem. Dessa forma, é importante socializar os membros desde cedo e
compartilhar a experiência a partir de sua própria perspectiva pessoal, bem como
evitar falar de forma generalizada.

- Feedbacks nocivos: exemplo → ansiedade de desempenho; nesse caso o terapeuta


pode levar o conselho de volta para o grupo, perguntar ao membro que sugeriu quais
seriam os benefícios daquela atitude (FORMA CONSTRUTIVA DE MANEJO).

O Descrente

- Características: membro pessimista do grupo que não aposta de fato no tratamento,


ele pode ter experimentado previamente a TCC ou muitas outras abordagens distintas.
Pode ser um membro calado ou arrogante.
- → O indivíduo pode desafiar o terapeuta e abordagem terapêutica, minar o tratamento
e ter um efeito negativo no grupo.
- Exemplo discutido no livro: paciente não acreditava que o tratamento funcionasse e
questionou o grupo se alguém pensava da mesma maneira → os terapeutas interviram
não permitindo que houvesse um feedback, dessa forma, evitando uma possível
contaminação do grupo → contornaram a questão ressaltando a responsabilidade
pessoal sobre sua permanência no grupo, validaram seus sentimentos e levaram a
questão para o grupo em seus próprios termos: sentimentos de frustração, não a
eficácia da intervenção.

O Errante

- Características: membro cuja frequência no grupo é inconsistente, às vezes ele


aparece, às vezes não. A presença de um errante pode interferir no processo
terapêutico afetando a moral e a coesão do grupo.
- Comportamento: O errante deixa de ir às sessões por muitas razões: falta de
comprometimento (motivação, dúvidas quanto ao tratamento, personalidade do tipo
“descrente”), gravidade dos sintomas (agorafobia grave, que torne o paciente
dependente de terceiros para chegar às reuniões), questões práticas (transporte,
cuidado com crianças, horário de trabalho) e ansiedade social (desconforto no grupo).
- Procedimento terapêutico: as questões do paciente errante devem ser tratadas de
forma prematura, pois não há benefício em deixá-lo participar do grupo dessa maneira.
Ou ele pode concluir o tratamento “aos trancos e barrancos” com a crença que a TCC
em grupo foi um fracasso.
- Encontro pré-grupo: última chance de investigar a adequabilidade dos membros.
- Frequência e comprometimento devem ser enfatizados no início: caso haja a
necessidade faltar, deve ser comunicado de maneira prévia e deve haver uma
reposição do conteúdo com um dos terapeutas. Caso o membro falte e não comunique,
é importante dar um telefonema para verificar a ausência. Limitar o número de sessões
perdidas; por exemplo: em tratamentos curtos que consistam em 10 a 15 sessões, um
limite de duas faltas é razoável.
- Três situações de abordagens: abordar o compromisso e possíveis dificuldades de
maneira grupal, abordar individualmente ou sugerir outras alternativas.

Membro Não-Apropriado para o Grupo

- Características: indivíduo que passou pela investigação e entrou no grupo, mas


quando este se encontra em andamento, torna-se evidente que ele não é apropriado ou
que o grupo não é adequado para ele.
- Porquê isso ocorre: diagnóstico e personalidade → protocolos utilizados são muito
específicos, assim, podem surgir problemas quando há a presença de comorbidades.
- Procedimento terapêutico: o tratamento pode não ser o mais adequado para o
indivíduo. Encontrar formas alternativas de tratamento.

Componentes didáticos da TCC

Psicoeducação deve ser feita de forma interativa e que ele seja idealmente revelado pelo
questionamento socrático e pelo diálogo grupal. Caso contrário o grupo pode ter a sensação de
estar em uma sala de aula ao invés de um contexto de terapia que promove a expressão aberta
de pensamentos e sentimentos.

Estrutura da TCC

Estrutura e agenda são componentes importantes. Contudo, é necessário certa flexibilidade,


por exemplo: espontaneidade → silêncio, tempo para reflexão e interação (sem isso o
processo grupal pode ser prejudicado). É importante reservar tempo no início ou no final de
cada sessão para verificar como os membros estão se sentindo em geral, quaisquer
pensamentos ou sentimentos sobre o grupo e a forma como ele estiver progredindo. →
Promove sentimentos de responsabilidade grupal e pertencimento nos membros individuais.

Sessões externas

Sessões fora do ambiente terapêutico que visem desafiar o processo grupal.

Presença de observadores e pessoas em treinamento

Caso haja a visita de um indivíduo observador/estagiário etc. os membros devem ser


comunicados com antecedência.

Desafio relativo ao terapeutas

- Onde se deseja chegar com determinada linha de raciocínio?


- Um dos terapeutas faz maior parte do trabalho;
- Discordâncias quanto a administração do grupo;
- Terapeuta - Co terapeuta//o que deve ser sempre evitado são discordâncias durante o
grupo.
- Deve haver alinhamento antes das reuniões (planejamento) e também após.
- Estratégias: uso de um sinal discreto e não verbal para que o outro o ajude a
redirecionar o grupo ou o “resgate”.
- Recomendação: frequência de trabalho dos mesmos terapeutas.

“Nenhum grupo que já conduzimos transcorreu sem falhas.”

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