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O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para

pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a

proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; 2 a

apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a

consolar todos os que choram 3 e a

pôr sobre os que em Sião estão de luto

uma coroa em vez de cinzas,

óleo de alegria, em vez de pranto,

veste de louvor, em vez de espírito angustiado;

a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória.

Jesus está aqui, irmãos? Sim? Nós acreditamos nisso?

Eu pergunto isso porque a resposta para essas perguntas é crucial para a maneira como ofereceremos o nosso
culto e viveremos a nossa vida.

Essa profecia de Isaias coloca um ponto onde não há mais retorno na nossa vida com Deus, e quando lemos esse
texto corremos o risco de, se o levarmos a sério, começarmos a fazer alguns questionamentos difíceis sobre nossa vida
cristã. Ele fala tão bem sobre o ministério que o Espírito de Deus delegou a Jesus, fala de modo tão profundo, que se a
gente para pra refletir a gente pode acabar se perguntando: Que diferença Jesus fez? O que mudou na minha vida
depois que Jesus me encontrou? Que diferença Jesus faz na minha vida hoje?

Espero que os irmãos não fiquem tão desesperados quanto eu fiquei quando essas perguntas me começaram a
ocorrer, mas, se essas questões forem um incomodo pra você, tenha bom ânimo! Isso é um bom sinal!

A verdade é que a vida com Jesus é um negócio muito sério! Não tem meio termo. E o encontro com Jesus
carrega um sintoma escandalosamente notável (nem digo “encontro verdadeiro” porque não tem essa, ou você se
encontra com Jesus ou não, ou deixa passar). Alguém arrisca qual é esse sintoma do encontro de Jesus, conforme o
versículo 3?

- ALEGRIA! “Sem alegria, a vida com Jesus não é séria!”

Quero compartilhar um fato ocorrido com Jesus que exemplifica isso, e nos ajuda a perceber a mudança, a
diferença que o encontro com Jesus gera, e como Jesus propõe cumprir essa profecia nas nossas vidas.

Lucas 7.11-16.

“11 Em dia subseqüente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa
multidão. 12 Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande
multidão da cidade ia com ela. 13 Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! 14 Chegando-se, tocou
o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! 15 Sentou-se o que estivera morto e
passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. 16 Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo:
Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo.”

O Lucas escreveu o evangelho como uma defesa da fé cristã, como que para provar a inocência da Igreja ante as
acusações do império romano, e dessa forma, ele escreve quase como que um advogado de defesa lendo uma perícia
forense. Ele organiza os eventos de forma a dar o máximo de credibilidade ao seu relato. Ele fala onde, quando, como, a
reação das pessoas, etc.

Nesse encontro já de cara podemos nos sentir dentro da história, ver a cena, sentir o climão: de um lado, Jesus,
seus discípulos e numerosa multidão chegando na cidade de Naim. Jesus tinha, a pouco, realizado (à distância) uma cura
milagrosa feita a um servo de um Centurião, que apesar de amigo da comunidade judaica de Cafarnaum, nem era do
povo de Israel. O povo estava maravilhado!!! Pouco tempo antes disso, Jesus escolhera e nomeou os doze apostolos e
eles também se sentiam detonando, Yeah! Jesus tinha acabado de ensinar o povo no sermão do monte, então todo
mundo estava zunindo.

Por outro lado, saindo da cidade, está uma viúva, levando o cadáver do seu filho único, um jovem, no cortejo
fúnebre com uma grande multidão também, pra enterrá-lo no lado de fora. Acho que nesse encontro o clima ficou tenso.
Eu tento me imaginar na situação dessa viúva, e é muito difícil de pensar o tamanho do pesar que ela poderia estar
sentindo. Dadas as devidas diferenças na proporção, eu me imagino se, daqui a dez, ou quinze anos, eu estivesse viúvo,
e por alguma razão, tivesse que enterrar também o meu filho, moço, jovem, antes da hora. Dói só de pensar. No caso
daquela viúva foi real, e ela teve de sentir tudo o que eu não consigo imaginar, ainda num contexto muito pior, que seria
o de uma mulher, viúva, de um só filho, no oriente médio a dois milênios.

A questão é que desse encontro surge a primeira verdade que vamos usar pra aplicar nas nossas vidas sobre
como Jesus nos transforma ao nos encontrar.

Podemos pontuar que a vida sem Jesus é uma vida de dor e tristeza, semelhante à vivida por aquela viúva. Uma
vida de desamparo, sem esperança.

Mas, quando Jesus nos encontra, ele imediatamente se compadece.

1. Jesus se compadece (vs13).

Se pegarmos um dicionário a fim de descobrir o significado dessa palavra, vemos que compadecer-se significa
Participar dos sofrimentos alheios. Na minha opinião existe uma diferença entre sentir dó e ter compaixão. Penso que
sentir dó denota distância, impotência. E, curiosamente, quando sentimos dó, declaramos completando com uma frase
famosa: “Ai que dó... Não... Posso... Fazer... Nada”. Talvez por isso que sentimos dó, mas, quando temos compaixão,
quando nos compadecemos de algo, dividimos o sofrimento, sofremos juntos, damos suporte, fazemos o possível e o
necessário para que a dor seja superada.

E quão preciosa é a compaixão de Jesus!

(Hb 4:15 [ARA])


Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas
as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
Tirando o pecado, tudo o que nós sofremos, Jesus sofreu também como homem, tudo! Jesus foi traído, foi
rejeitado, foi abandonado, foi agredido, foi tentado. Nas nossas fraquezas, nos nossos conflitos, não importa a razão,
Jesus sofre conosco.

(Lc 13:34 [ARA])


Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus
filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!

Mesmo quando sofremos como consequência das nossas falhas, Jesus ainda se compadece. O adversário das
nossas almas tenta colocar um sentimento de falso moralismo, de culpa, nas nossas mentes nessas situações, de modo
que ficamos pensando: “Não... eu que vacilei, vou ter que ficar sofrendo aqui, mesmo...”, mas isso é mentira!

(Hb 4:16 [ARA])


Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça
para socorro em ocasião oportuna.

A tradução revista e atualizada usa esse termo “meio baiano”, que pra mim, cai como uma luva!!! É como se o
Senhor Jesus nos visse na nossa dor e se compadecesse dizendo:
“-Venha cá, meu rei, venha! Se achegue aqui, com teu Deus! Venha.”

Ouvimos domingos atrás, o Senhor nos convidando pra se aproximar dele, nos chamando pra conversa, pra
que, mesmo que nossos pecados sejam como a escarlate, o Senhor pode nos tornar alvos como a Neve. Esse é o teu
Deus, meu irmão! Ele não é como a multidão, que só fica com dózinha e não pode fazer nada. Se alegre porque, em
todas as situações, o Deus Todo-poderoso se compadece de você! Achegue-se a ele, no nome de Jesus!
Logo na sequência, vemos mais uma ação de Jesus que visa nos transformar.

2. Jesus toca (vs14).

Conforme relatado no livro de Números, no capítulo 19, tocar ou carregar um cadáver era um sério
inconveniente para um judeu naquela época, contudo, para Jesus não existem tabus. Segundo a lei mosaica, quem
tocasse um morto se tornava imundo, e quem se tornasse imundo deveria se retirar do arraial por sete dias,
participando de um ritual complexo de purificação realizado no terceiro e no sétimo dia pelos sacerdotes. Nesse
período, qualquer pessoa que tocasse o imundo se tornaria imunda também. Assim, os imundos eram sumariamente
evitados e indesejados. Mas para Jesus, mudar a vida daquele jovem e daquela viúva valia o esforço. Precisamos
compreender o nosso Deus pra saber reagirmos a ele. Mais uma vez: não há tema que Jesus não possa tratar, não há
dor que o nosso Deus não esteja interessado em curar, não há espírito angustiado sobre o qual o Senhor não possa
colocar vestes de louvor. A iniciativa dele será sempre transformar, salvar, restaurar. Conheçamos o nosso Deus pra que
possamos ir com confiança buscar a sua vontade!

Sem melindre algum, sem esperar por uma oração correta da parte da viúva, ou por um pedido cheio de fé de
alguém, Jesus fez o que desejava fazer. Jesus se adiantou e tocou o esquife, e assim, os que o estavam carregando
pararam. Aqui aparece uma das iniciativas que cabem a nós no que se refere ao encontro com Jesus:

3. “(...) e os que carregavam o caixão pararam” (vs. 14).

Aqueles que carregavam o caixão tiveram que parar. Talvez estranhando a atitude de Jesus, que vinha com sua
comitiva festiva, dizendo para a viúva não chorar e tocando o caixão de modo tão desprendido. O importante é que era
necessário que eles parassem, para que Jesus desse ao jovem a ordem de vida, e esse fosse restituído à sua mãe.

Devemos considerar também a necessidade de parar após sentirmos o toque de Jesus. Da mesma forma que o
Senhor declarou à Jerusalém em Lucas 13:34, quantas não são as vezes que o Senhor quer nos abraçar mas não estamos
sensíveis ao seu toque, não paramos. Ele quer nos dar do seu óleo de alegria, as suas vestes de louvor, a sua coroa, mas
não queremos deixar o caixão e insistimos em carregar morte e luto. Nos apegamos a coisas que foram boas no
passado, mas agora já não são mais, e não queremos deixar que Jesus tome conta de tudo. Nos agarramos tão firmes
em coisas que são perecíveis nas nossas mãos, e acabamos nos condenando a viver carregando pesos dos quais Jesus
quer nos aliviar. Nos enlutamos em procissões de morte, de autocomiseração e esquecemos o salvador que se
compadece de nós, que tem alegrias inimagináveis fora dele.

Hb 3:7-8 (ARA)
Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na
provocação, no dia da tentação no deserto,

(Ap 3:20 [ARA])


Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
comigo.

A proposta de Jesus é boa demais para recusarmos. Simplesmente ouvi-lo e obedecê-lo nos garante as palavras
de bem, e não de mal, que ele tem para nós.

4. Jovem, eu te mando: levanta-te!

Jesus tem um objetivo muito claro quando nos oferece sua coroa, óleo de alegria e vestes de louvor: seu
propósito é fazer de cada um de nós um carvalho de justiça. Na verdade, é daí que vem o nosso bem estar, em cumprir
e estar conforme com o propósito de Jesus para nós. Ele quer nos dar vida, para que vivos, glorifiquemos a Deus. Assim
como o jovem que estivera morto, ao ouvir a ordem de Jesus, sentou-se passou a falar e foi restituído a sua mãe, somos
nós ao receber a vida através da ordem de Jesus: “Levanta-te!”
O carvalho, citado na profecia de Isaias, tem um simbolismo muito forte no contexto em que foi escrito, e ilustra
força, resistência, pilar, sustentação. A meta do Senhor ao compadecer-se de nós, ao nos tocar e nos ordenar vida,
transformando o nosso luto em alegria é que permaneçamos firmes, como uma plantação do Senhor que o glorifica.

Que nós tenhamos plena consciência do nosso Deus: compassivo, longânimo, misericordioso, alegre, nosso. Que
confiemos em sua compaixão e nos acheguemos a ele para receber socorro e livramento no tempo de necessidade. Que
paremos definitivamente e deixemos os caixões, e pesos, e tudo que nos impede de ouvir e obedecer a Jesus pra trás.
Que celebremos com vida o nosso salvador, sendo aquilo que ele nos fez para ser. Que o seu Espírito encontre lugar em
nós também, para fazermos sua obra, levando boas-novas aos quebrantados, cura aos quebrantados de coração, a
libertação aos cativos e liberdade aos algemados; consolo a todos os que choram; coroas em vez de cinzas, óleo de
alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; para a glória do Senhor, no nome de Jesus.
Amém.

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