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Deus é um Deus missionário

Nosso Deus tem um propósito global. Vamos caminhar nas escrituras buscando a
revelação deste propósito e isso nos lançará no centro do significado do restante da
história, pois tudo está se cumprindo assim como ele prometeu. Ele é um Deus de
grande propósito e há uma missão que Ele se propôs a cumprir. Ele é um Deus
missionário

Vimos até aqui a missão de Deus nos capítulos iniciais de Gênesis. Através da mediação
e autoridade do homem criado a imagem de Deus a missão consistia em levar a glória
de Deus a todos os cantos da criação fazendo com que todo o ser respire e louve ao
Senhor.

A missão de Adão era uma aliança missionária pré-queda e consistia em expandir a


adoração ao levar o Éden até os confins da terra fazendo com que todo o planeta se
tornasse um grande templo.

Vimos que a arca como um segundo templo preservou a semente Santa queria continuar
a adoração e cumprir os propósitos de encher a terra (Gn 9.1).

Quando chegamos em Babel, na confusão das línguas, vimos que a intervenção divina
ao confundir os construtores não foi um ato de juízo punitivo, mais uma intervenção de
preservação das nações preparando-os para serem alcançadas e abençoadas por um
personagem e seus descendentes: Abraão.

A dispersão tinha um propósito: “em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn
12.3). A missão de Abraão e seus descendentes era buscar ser benção para cada uma
dessas nações espalhadas e preservadas.

A grande história de Deus cumprindo o seu propósito

O propósito de Deus está resumido na sua glória em adoração global, onde Deus te
propôs a redimir um povo de dentro de todos os povos e a reinar um reino sobre todos
os reinos.

Em primeiro lugar, esse propósito é um propósito de benção para os povos no início da


narrativa bíblica (Gn12.1-3). Deus apresenta um plano específico: a sua intenção
propositada de abençoar todos os povos da terra por meio de Abraão e sua semente,
Cristo, Deus promete redimir pessoas de cada cultura e etnia e levá-los para a sua
presença eterna.

Note que a aliança com Abraão está em forma de promessas. A promessa enfatiza o que
Deus vai fazer para cumprir o propósito não tanto o que Abraão fará. Aa benção vem de
Deus, não de Abraão, mesmo que ele participe do propósito.

Em (Gl 3:7-8), Paulo explicou que o comprimento da benção de Deus para as nações é o
evangelho, as boas novas que em Cristo, a benção da salvação de Deus é para todos os
povos!
Ao longo da Bíblia Deus promete que todos os povos serão alcançados: “vocês serão
minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e Samaria, e até os confins da terra”
(At 1:8). “E esse evangelho do reino será pregado em todo o mundo como testemunho a
todas as nações, então virá o fim.” (Mt 24:14). “todas as nações que tu formastes virão e
te adorarão, senhor, e glorificarão o teu nome.” (Sl 86:9)

Em segundo lugar, o propósito de Deus no evangelho é algo relacional. É o coração de


um pai, que se deleita em chamar os seus filhos de cada povo para um profundo
relacionamento de amor.

Há uma grande alegria em se juntar ao pai no seu trabalho. Participar da missão de Deus
é um privilégio e graça de Deus, porque Ele não precisa de nós para cumpri-la. O
trabalho do povo de Deus a igreja é sempre resposta ao movimento prévio de Deus.

Esse é um projeto que não existe a possibilidade de dar errado, porque Deus está em
missão. Ele será cumprido custe o que custar, independente de nós, porque ele não
precisa de nós para fazer a sua obra.

Em Cristo, a igreja herdou a promessa de Abraão, que abrange o significado completo


da promessa (Gl 3:7-8). A promessa representa não só a benção de Deus para nós, mas o
mandato para abençoar outros povos. Somos abençoados para abençoar todos os povos
da terra. (Sl 67: 1-4)

Além de sermos um povo de benção, a igreja também um povo apostólico ou


missionário. O chamado apostólico é de se preocupar não somente com seus vizinhos,
mas também com todos os povos da terra, com foco prioritário naquele sem igrejas
nativas e sem acesso ao evangelho de Jesus Cristo.

Em Rm 15: 20-23, Paulo explica: sempre fiz questão a minha missão é de pregar o
evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando
sobre o Alicerce de outro.

Paulo não tinha problemas em compartilhar com os outros trabalhar junto com outros,
mas tinha a visão apostólica: o evangelho é para todos principalmente para os povos não
alcançados.

Um povo é um grupo significativamente grande de indivíduos que entendem ter uma


afinidade comum uns pelos outros. Eles compartilham a mesma linguagem, religião,
etnia, localidade, ocupação, ou mesmo um combinado disto. Um povo tem um nome é
apto para ocupar um local.

O termo Não Alcançado ou Não Evangelizado surgiu para definir um grupo de


indivíduos no qual não há uma comunidade nativa de crentes (cristãos) capazes de
evangeliza-lo. Muitos destes grupos não tem conhecimento de quem é Deus. Não
conhecem a Jesus, seu filho e desconhecem a necessidade de salvação. Alguns destes
grupos não tem sequer uma estrutura de linguagem escrita formada, não lêem nem
escrevem em seus próprios idiomas. Já outros possuem uma bem dividida estrutura
social, dominam a escrita e possuem uma forte e milenar estrutura religiosa.

O que se requer para evangelizar estes grupo de povos não alcançados ?


Oração, iniciativa e treinamento adequado entre outras coisas. Não existe um manual
com respostas prontas ou receitas mirabolantes, (muito embora existam procedimentos
comuns) pois cada grupo não alcançado, possui barreiras e problemas únicos a serem
vencidos. Para cada um destes existem estratégias e oportunidades específicas a serem
buscadas, antes que o alcance efetivo seja posto em ação. São oportunidades e
estratégias percebidas principalmente no lugar de oração, e lá vencidas em primeira
instância. Estes grupos permanecem inalcançados ou ocultos porque são
verdadeiramente difíceis de se alcançar, do contrário a tarefa já teria sido terminada. Por
outro lado uma intervenção maior por parte das igrejas se faz necessária, investindo em
iniciativas missionárias voltadas ao alcance destes grupos. Parcerias entre agências e
igrejas acabam surgindo como resposta a esta lacuna de influência que encontramos na
história da Igreja.

Hoje o número exato dos grupos de povos não alcançados varia de acordo com as
definições. Podem ser categorizados em mega ou mini povos, povos minoritários, povo
etnolingüístico, povo socio-econômico etc. O Movimento AD 2000 considerava não
alcançados, povos com uma população superior a 10.000 pessoas, o que colocaria
dentro desta categoria no Brasil, apenas os ribeirinhos amazônicos. Outras , pelo menos,
130 diferentes tribos ficariam de fora, e cerca de 50 delas nunca foram de fato
contactadas ainda pelo homem branco. Estima-se no mundo todo mais de 10.000
grupos.

De acordo com Joshua Project, um povo não alcançado é uma etnia que possui menos
de 2% de cristãos evangélicos. Esses critérios foram criados para ajudar de forma
estratégica o esforço missionário mundial. A ideia central é que essas são as condições
mínimas necessárias para que a presença cristã em um determinado povo possa resistir
no longo prazo sem a dependência do esforço missionário estrangeiro.

​Ainda segundo o Joshua Project, hoje no mundo foram contabilizados cerca de 17.000
povos. Desse total, 7406 povos são considerados não alcançados. Ou seja, são 7406
etnias que possuem poucos ou nenhum cristão evangélico, com pouca ou nenhuma
história cristã.

 Esses grupos de pessoas que não sabem sobre Jesus estão tipicamente em áreas
onde a igreja é perseguida ou em regiões geograficamente isoladas.
 Os PNAs frequentemente estão no topo de montanhas, no meio de desertos, em
selvas escondidas, perdidos em favelas urbanas, vivendo uma vida nômade, ou
vivendo em pequenas ilhas no meio dos grandes oceanos.

Podemos resumir em cinco grandes grupos religiosos de povos não alcançados:


 1. Povos Tribais: 161 milhões de pessoas, 961 povos não alcançadas, com 1
missionário para cada 60.000 pessoas.
 2. Povos Hindus: 1 bilhão de pessoas, 2300 povos não alcançados, com 1
missionário para cada 179.000 pessoas.
 3. Povos Ateus (chineses): 121 milhões de pessoas, 165 povos não alcançados,
com 1 missionário para cada 71,000 pessoas.
 4. Povos Budistas: 275 milhões de pessoas, 530 povos não alcançados, com 1
missionário para cada 260.000 pessoas.
 5. Povos Muçulmanos: 1,8 bilhões de pessoas, 3470 povos não alcançados,
com 1 missionário para cada 405.500 pessoas.

PNAi – Povos não Alcançados isolados: são cerca de 300 povos que dentro deste
grupo de PNA são mais difíceis ainda por estarem em contexto isolados. Alcançá-los
não será fácil por diversos fatores: perseguição governamental, hostilidade dos
moradores locais, estradas perigosas, guerras, política, crime, terrorismo ou clima
extremo são apenas alguns dos fatores.

A lista de quem são os não alcançados é imensa, e passa por todos os continentes,
grandes metrópoles, vilarejos, aldeias e tribos. Eles não estão apenas em lugares de
difícil acesso como a maioria de nós imagina. Algumas vezes é possível encontrar
grupos inteiros, isolados por barreiras idiomáticas ou culturais. Quem sabe, num lugar
bem próximo a você que lê este texto agora.

O contexto das tribos indígenas brasileiras, pela grande área da região amazônica é
igualmente desafiador: bom exemplo disso é a tribo isolada que foi avistada no final de
2016 por um fotógrafo que sobrevoava a floresta amazônica, próximo à fronteira do
Acre com o Peru. Por causa de uma tempestade seu helicóptero precisou fazer um
desvio de rota. Foi quando ele se deparou com um aldeamento no meio da mata.
“Depois da chuva, a gente voltou e viu umas malocas feitas de palha. A gente estava
voando muito rápido, mas vimos plantações e decidimos voltar. Encontramos a tribo e
eu comecei a fotografar”.

Os propósitos de Deus para os povos e nações (ta ethene) são imutáveis e verdadeiros.
Elas estarão representadas no grande dia diante do trono. Precisamos orar e alcançar
estes povos, pois esta foi a ordem Jesus: fazer discípulos de todas as nações.
Povos de Fronteira :

Dentre os 7000 povos não alcançados existe uma categoria de PNAs que são os povos
mais críticos da tarefa remanescente: os Povos de Fronteira.

Os não crentes que são dos “povos de fronteiras,” vivem em comunidades sem nenhum
movimento para Cristo, e nenhum avanço da fé indígena. Não há uma igreja entre eles
para evangelizar o seu próprio povo.

São povos com menos do que 0,1% de cristãos.

A prioridade da missão devem ser os povos SEM ACESSO à Cristo, onde não existe
cristãos nem igrejas que possam compartilhar as boas novas de Jesus para as pessoas
daquela etnia. O alvo da missão é que Deus receba adoração de todos os povos da terra.
Onde Deus não está sendo amado e adorado dever ser o nosso foco prioritário.
A pergunta missionária não é “Onde tem não cristãos para enviarmos missionários para
lá.” Existem não cristãos em todos os lugares. A pergunta missionária é “Onde estão os
povos que não tem nenhum cristão entre eles, ou que não tem uma igreja forte o
suficiente para fazer evangelismo local naquela etnia?” Essa é a pergunta missionária! É
uma questão de povos sem ACESSO ao evangelho. Em quais etnias o nosso Deus não
está sendo adorado? A maioria delas estão localizadas na Ásia, especificamente na Índia
e países de maioria muçulmana.

Apesar dos desafios de enviar equipes missionárias para os povos não alcançados, há
boas notícias do crescimento exponencial da Igreja.

Para a glória de nosso Deus, nos últimos 50 anos temos visto a Igreja de Cristo ao redor
do mundo crescer de forma surpreendente. A Igreja na Camboja, por exemplo, que em
1990 tinha apenas 10 grupos pequenos de cristãos, hoje tem mais de 3000 igrejas. A
igreja nas Filipinas, que possuía 3000 igrejas em 1975, já chegou a 75.000 igrejas até
2010. A igreja chinesa, que comemorou 1 milhão de cristãos em 1950, até 1980 chegou
a 40 milhões e hoje existem 128 milhões de cristãos (9,2% da população do país) no
país.

A população cristã em 1900 era apenas 2,5% da população mundial, mas em 1970,
cresceu para 5% e no ano 2000, passou dos 11%. Dos mais de 300 milhões das pessoas
que foram convertidos de 1995 até 2010, 95% delas são dos países do Sul Global,

países com Nigéria, Brasil, Índia e China. Hoje a maior parte da igreja no mundo vem
da África, Ásia e América Latina.

Ainda mais encorajador é o crescimento explosivo entre os povos muçulmanos que


aconteceu nos últimos 20 anos. De 1980 a 2000 surgiu 13 movimentos entre povos
muçulmanos.

Até 2010 esse número cresceu para 70 movimentos. Mas desde 2010, o número de
movimentos entre povos muçulmanos multiplicou de forma milagrosa e hoje temos
mais de 1000 movimentos entre esses povos. Isso quer dizer que mais muçulmanos
decidiram seguir Jesus nos últimos 10 anos do que nos 14 séculos anteriores. A
definição de um movimento que é geralmente usada hoje é de pelo menos 1000 pessoas

convertidas ou 100 igrejas plantadas em menos de 10 anos, e com o mínimo de 4


gerações de igrejas plantando igrejas.

Deus está agindo na nossa geração de forma surpreendente e está chamando os Seus
filhos para Si mesmo em grandes números. Vemos a graça e poder de Deus para chamar
os povos a Sua presença. Mesmo assim uma grande porcentagem dos povos
muçulmanos, hindus e budistas continuam sem acesso pleno do Evangelho. O que isso
tem a ver conosco, a Igreja brasileira.

Agora, entendendo o propósito de Deus, sabendo que Ele tem um propósito singular que
é refletido nas Escrituras , veja Sm 67: que ele seja glorificado em adoração global. E
para realizar esse fim, Deus age de acordo com um determinado propósito que não
somente afetará todos os povos, mas também derrotará as forças espirituais malignas.

Observe a ideia das três direções da missão de Deus:

1) Em função de Deus: Deus deseja que a adoração venha a ele de cada nação
ponto por isso, evangelização Mundial, em última análise é para Deus.
2) Para pessoas: o desejo de Deus é trazer benção Redentor a cada povo ponto ele
redimirá um povo dentre todos os povos.
3) Com respeito ao maligno: Deus vencerá os poderes malignos para libertar
pessoas e, no final, trazer todas as coisas debaixo do seu governo eterno e
completo. Esse governo do seu reino é a substância da benção que ele traz as
nações.

Shedd, no seu artigo “Missões, a prioridade de Deus” diz que sobre o propósito de Deus
que Ele sempre esperou que as bençãos concedidas fossem compartilhadas em
cumprimento deste propósito. Quando combatemos a injustiça, através do evangelho,
entendemos o reino de Deus para a sua glória eterna e adoração universal.

A Bíblia toda como um mandato maior

O mandato bíblico para Missões não é limitado a poucos versos bíblicos. Nunca
deveríamos confiar em texto que querem provar uma causa, mas devemos sempre olhar
além de diversos isolados para verificarmos o mandato através de toda a história da
Bíblia.

Ao longo do caminho das Escrituras, notaremos muitas referências do cuidado de Deus


para com o mundo todo. E claro, também perceberemos as poucas passagens nas quais
Deus expressa mandamentos explícitos para a atividade missionária. É possível verificar
o enorme mandato para a missão mundial quando trilharmos através da Bíblia como um
todo.

A Bíblia revela o que Deus tem feito e o que ele quer que seja feito. Ele nos tem
mostrado através da Bíblia como podemos realizar o propósito de Deus da maneira que
ele quer.

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