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A Tarefa Remanescente
Palavra-chave: ESTRATÉGIA
Pessoas apaixonadas pela visão que Deus lhes deu vivem com intenção estratégica. A visão lhes captura. Não
mais sonham com o que poderia acontecer, mas estão convencidas de que certas coisas devem acontecer.
Fazem decisões diárias como se cada dia tivesse um valor permanente. Não são mais movidas por obrigação.
Vivem na dignidade e liberdade de saber que estão dando tudo pelos propósitos de Deus.
Até neste ponto do curso temos olhado para trás enquanto traçamos o progresso dos
propósitos de Deus desde o tempo de Abraão até hoje. Vimos a bênção de Abraão
sendo estendida a todas as nações. A bênção se espalhou em ritmos desiguais ao longo
da história, mas mesmo assim, Deus impeliu o seu propósito com paixão perseverante.
línguas e Ele está sendo obedecido dentro de tantas formas culturais. Nunca antes
se adorou a Cristo tão abertamente. Embora também, nunca antes Cristo foi odiado
tão severamente e os seus seguidores perseguidos tão extensamente. Nunca antes
tantas pessoas seguiram a Cristo. Será que estamos vendo de perto o que Abraão viu
de longe? Jesus disse que, “Abraão regozijou-se, porque veria o meu dia; ele o viu e
alegrou-se” (João 8.56 – NVI).
Cristo nos deu uma tarefa bem definida para completar. Estamos sob o mandato de
alcançar cada grupo de povo, estabelecendo comunidades do Reino e de fé obediente.
Mas, a partir deste início poderoso em cada grupo de povo, Deus intenta causar
algumas surpresas maravilhosas que são amostras da plenitude do seu Reino vindouro.
Deus está travando sua batalha contra o mal de muitas maneiras. Ele está organizando
o Seu povo para lutar contra o maligno de todas as formas para produzir a bênção
abundante que foi prometida através de Abraão. Exploraremos algumas perspectivas
mais amplas da batalha espiritual e da Missão de Deus de abençoar cada sociedade
em nome de Jesus.
Ralph Winter e Bruce Koch descrevem o ponto decisivo em que estamos historicamente.
O progresso fenomenal em algumas partes do mundo destaca a tarefa remanescente.
É crucial entendermos a natureza da tarefa remanescente antes de tentar quantificá-la.
A. PROGRESSO SURPREENDENTE
Houve um progresso surpreendente no cumprimento da promessa de Deus em
abençoar todas as nações através da descendência de Abraão. O mero crescimento
numérico já é razão de alegria. A fé bíblica está crescendo e se espalhando como nunca
antes na história. Há no mínimo um crente dedicado em cada dez pessoas no mundo.
B. REALIDADE TRÁGICA
Realidades sociais e culturais inibem fortemente o progresso do Evangelho. Uma vez
estabelecido, o Evangelho “se espalha” com relativa facilidade dentro de um povo,
mas não passa de um grupo para o outro por causa de barreiras de preconceito entre
os povos. O resultado é que bilhões de pessoas continuam isoladas sem contato com
o Evangelho. Até podem estar com disposição de ouvir e entender o Evangelho, mas
consideram as práticas cristãs como estranhas e hostis à sua cultura. Do seu ponto de
vista, é praticamente impossível seguir a Cristo abertamente sem abandonar a sua
identidade cultural e seus relacionamentos significantes.
A Escala-E tem sido uma ferramenta muito usada para descrever e comparar
dificuldades e necessidades evangelísticas. O Dr. Winter identificou três tipos de
evangelismo diferentes: dentro da própria cultura, em outra cultura, e dentro de
cultura radicalmente diferente.
E-0 se refere ao evangelismo de pessoas que são membros de famílias cristãs (ou
de povos cristãos); pessoas que são cristãs nominais e que já frequentam uma
igreja. Não há barreiras culturais.
E-2 é o evangelismo que alcança uma cultura próxima, ainda que diferente. Há
duas barreiras, a da “cultura da igreja” e a que é suficiente para requerer igrejas
separadas.
igreja”, a barreira linguística e a barreira do estilo de vida. E-3 é o tipo mais difícil
de evangelismo.
A Escala-P também foi desenvolvida pelo Dr. Winter e ajuda a comparar as diversas
diferenças culturais que convertidos precisam transpor a fim de se unir à igreja mais
próxima. P-0 se refere ao povo que participa numa igreja culturalmente relevante
(e que precisam de conversão ou renovação). P-1 é o povo em cuja cultura já há
uma igreja local. P-2 é o povo cuja cultura é semelhante (mas não igual) a de um
povo com igreja. P-3 se refere aos povos sem igreja e cuja cultura é radicalmente
diferente do grupo mais próximo com uma igreja. Mais adiante veremos como esta
Escala-P é mais do que somente um espelho da Escala-E.
podemos ter completa certeza quanto àquilo que Jesus quis dizer com ambas as frases,
mas elas levantam as perguntas certas para imaginarmos a tarefa que está à nossa
frente.
Quem são “os povos”? A maioria das traduções traduz a frase grega panta ta ethn
para “todas as nações”, o que traz países geopolíticos à mente. Como já vimos na
lição 3, esta mesma frase ocorre em Mateus 28.19 e se refere na verdade a grupos
étnicos ou grupos de povos. Quem são esses grupos de povos? Como são definidos?
Quantos há?
Há várias maneiras em que o termo “grupo de povo” está sendo usado. Precisamos
conhecê-las e saber usá-las. Afinar nosso pensamento sobre os grupos de povos nos
ajudará a cooperar com mais clareza estratégica.
A. POVOS ETNOLINGUÍSTICOS
Um povo etnolinguístico é um grupo étnico ou racial diferenciado por uma identidade
própria, com tradições oriundas de descendência, história, hábitos e idioma em comum.
O valor da abordagem para povos etnolinguísticos está na facilidade de identificar
povos para mobilizar oração e estimular planejamento inicial. Características como
raça e língua são fáceis de contar. Por isso, as listas de povos etnolinguísticos não
mudam muito. Povos etnolinguísticos não correspondem a países. Um só país pode
ter milhares de povos etnolinguísticos. Da mesma maneira, um só povo etnolinguístico
pode estar espalhado por vários países. O exemplo clássico é o caso da Nigéria na
África Ocidental (veja a figura na p. 551 do artigo de Winter e Koch).
B. POVOS SOCIOCULTURAIS
Um povo sociocultural é uma associação relativamente pequena de pares que
partilham afinidade mútua com base em algum interesse, atividade ou ocupação em
comum. Povos socioculturais não são grupos que justificam um esforço especial de
plantação de igreja. Podem requerer uma tática especial de evangelismo, mas não um
movimento próprio de plantação de igrejas. Por outro lado, são grupos de pessoas
significantes para evangelismo inicial que servem como ponte intermediária para
nossos objetivos de longo prazo quanto à plantação de igrejas. Podemos somente
estimar quantos povos socioculturais existem, pois as redes e conjuntos sociais são
praticamente sem fim.
C. GRUPOS DE POVOS
Em março de 1982, um grupo de líderes de missões sob o apoio do Comitê de Lausanne
aceitou a seguinte definição para o conceito: Um grupo de povo é um agrupamento
consideravelmente grande de indivíduos, que cogitam ter afinidade mútua por
partilharem um mesmo idioma, religião, identidade étnica, local de residência,
ocupação, classe social ou casta, condição etc., ou alguma combinação desses itens.
Para plantar igrejas no meio de um povo não alcançado, use a abordagem do grupo
de povo para identificar a extensão do povo que você está alcançando. Novos
povos estão sendo “descobertos” quando nos conscientizamos que estão sendo
“esquecidos” dentro dos esforços atuais.
E. UM ALERTA
Precisamos evitar enxergar a população mundial como conjuntos fechados de pessoas
que se dividem em grupos com limites bem definidos e sem pontos de intersecção
com outros agrupamentos. As barreiras nocivas são, frequentemente, difíceis de
discernir. Forças poderosas de urbanização, migração, assimilação e globalização estão
trabalhando constantemente para mudar a composição e a identidade corporativa de
grupos de pessoas em todo o lugar.
Deus nos deu um mandato a cumprir. Mas nunca devemos pensar que a obra do próprio
Deus esteja limitada àquilo que nós fizemos ou que Ele nos mandou fazer. Cada vez que
completamos parte do mandato, isso desencadeia grande número de oportunidades
para o povo de Deus cooperar com Ele em trazer cura e esperança para as nações. A
bênção de Abraão só começa com a mensagem da salvação. Por causa do potencial das
sociedades de serem transformadas pela obra de Deus através do Evangelho, todos
nós deveríamos focar muito mais em cumprir a tarefa missionária essencial.
proclamando o Evangelho a todas as pessoas. Cristo de fato quer que todos ouçam, mas
não somente de missionários! A tarefa missionária é realizar o início de um movimento
do Evangelho em todos os povos, para que as pessoas de certa cultura, mais tarde,
ouçam o Evangelho sendo comunicado por alguém do seu próprio grupo de povo.
Uma igreja – não “a” Igreja, mas uma igreja nativa e culturalmente relevante;
não só uma congregação, mas um movimento que se multiplica.
B. ALÉM DO AVANÇO
Usamos a palavra “avanço” sobre as barreiras porque igrejas estão sendo estabelecidas
pela primeira vez, o que expressa o Senhorio de Cristo no meio da cultura.
A. O STATUS
Os conceitos que aprendemos até agora nos ajudarão a entender o status do
Movimento Cristão Mundial e a necessidade crucial do momento.
O Planeta num Relance. No gráfico que mostra “o planeta num relance” (p. 559), as
áreas brancas representam todos os povos não alcançados. Para melhor entender
o gráfico, imagine um grupo hindu onde há um movimento nativo de plantação de
igrejas, mas que ainda consiste predominantemente em hindus. Assim podemos ter
“cristãos praticantes” dentro do segmento hindu.
B. A GRANDE DESPROPORÇÃO
Os mesmos dados podem ser representados de forma diferente (veja o gráfico: A
Grande Desproporção, p. 558). Uma comparação importante é entre o número de
Então, que tipo de distribuição gostaríamos de ver? Não seria mais apropriado ver no
mínimo 40% da força missionária evangélica no meio dos povos não alcançados, que
formam 40% da população mundial? Como faríamos isto? Em vez de tirar missionários
eficazes dos povos já alcançados, por que não mobilizar muito mais missionários
da Igreja Global? Há recursos suficientes no mundo para a tarefa – hoje existem
aproximadamente 1000 igrejas para cada povo não alcançado!
A. O MELHOR RESULTADO:
Igrejas de “Língua Materna”. A importância fundamental do uso do vernáculo local é
observada na criação de igrejas duradouras e frutíferas.
B. AS DISTRAÇÕES CONVENIENTES
Grimes aponta dois caminhos que parecem oferecer atalhos para evitar as dificuldades
do aprendizado da língua e da tradução.
6. A NOVA MACEDÔNIA
As cidades têm crescido como nunca em toda a história. Como isso afeta a nossa
missão?
B. QUESTÕES PRÁTICAS
Greenway cita cinco problemas práticos: pobreza, diversidade racial e étnica, pluralismo
religioso, atitude antiurbana e alto custo de vida. Grande parte do trabalho missionário
entre povos não alcançados ocorre em centros urbanos. Um foco em grupos de povos
não se contrapõe a uma ênfase nas cidades. O alcance eficaz de qualquer cidade exige
que os esforços missionários encontrem maneiras de enfocar cada um dos diversos
socio povos e povos etnolinguísiticos.
Mundo A: todos os não cristãos que são “não evangelizados” (sem exposição
adequada ao Evangelho) e provavelmente ficarão assim se não houver um esforço
pioneiro de evangelismo – corresponde ao evangelismo dos tipos E-2 e E-3.
alcance da igreja (a área preta do segundo gráfico). É isso que queremos dizer com
a “evangelização do mundo”. Por outro lado, o número de povos não alcançados
está crescendo constantemente enquanto descobrimos que a maioria dos povos
“etnolinguísticos” são de fato agrupamentos de povos menores.