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LIÇÃO 7

A Tarefa Remanescente
Palavra-chave: ESTRATÉGIA
Pessoas apaixonadas pela visão que Deus lhes deu vivem com intenção estratégica. A visão lhes captura. Não
mais sonham com o que poderia acontecer, mas estão convencidas de que certas coisas devem acontecer.
Fazem decisões diárias como se cada dia tivesse um valor permanente. Não são mais movidas por obrigação.
Vivem na dignidade e liberdade de saber que estão dando tudo pelos propósitos de Deus.

ESTUDAR ESTA LIÇÃO O AJUDARÁ A ENTENDER:

1. Diferenciar entre missões regulares e pioneiras NA LEITURA INDICADA:


usando a “Escala-E”(evangelismo) e a “Escala-P”
(proximidade). 6. Entender as questões da unidade e da
liberdade em Cristo em relação à abordagem de
2. Definir e usar os termos grupo de povo, povo grupos de povos.
etnolinguístico, povo sociocultural e grupo de
povo não alcançado. 7. Explicar e comparar métodos e definições
usados por missiólogos diferentes (e.g. Winter e
3. Decorar a definição de um grupo de povo para Johnstone).
propósitos evangelísticos.

4. Explicar a tarefa missionária essencial e definir


um “avanço” missiológico.

5. Descrever o desequilíbrio na alocação


missionária no mundo atual.

Como montanhas são vistas mais claramente de certa distância, as impressionantes


possibilidades estratégicas de hoje podem ser vistas com mais clareza quando damos
um passo para trás e olhamos “o quadro geral”.

Até neste ponto do curso temos olhado para trás enquanto traçamos o progresso dos
propósitos de Deus desde o tempo de Abraão até hoje. Vimos a bênção de Abraão
sendo estendida a todas as nações. A bênção se espalhou em ritmos desiguais ao longo
da história, mas mesmo assim, Deus impeliu o seu propósito com paixão perseverante.

Olhando para o dia de hoje devemos ficar impressionados com a grandeza do


movimento para Cristo. Nunca antes o nome de Cristo foi honrado em tantas
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línguas e Ele está sendo obedecido dentro de tantas formas culturais. Nunca antes
se adorou a Cristo tão abertamente. Embora também, nunca antes Cristo foi odiado
tão severamente e os seus seguidores perseguidos tão extensamente. Nunca antes
tantas pessoas seguiram a Cristo. Será que estamos vendo de perto o que Abraão viu
de longe? Jesus disse que, “Abraão regozijou-se, porque veria o meu dia; ele o viu e
alegrou-se” (João 8.56 – NVI).

Ao considerarmos a realidade do nosso dia, entenderemos com mais clareza o que


significou quando Deus prometeu a bênção “a todas as famílias da terra” através de
Abraão. Nesta lição focaremos nossa atenção nos distintos grupos de povos da terra.
Uma vez que dominamos alguns conceitos e definições quanto aos grupos de povos,
podemos avaliar a tarefa remanescente.

Cristo nos deu uma tarefa bem definida para completar. Estamos sob o mandato de
alcançar cada grupo de povo, estabelecendo comunidades do Reino e de fé obediente.
Mas, a partir deste início poderoso em cada grupo de povo, Deus intenta causar
algumas surpresas maravilhosas que são amostras da plenitude do seu Reino vindouro.
Deus está travando sua batalha contra o mal de muitas maneiras. Ele está organizando
o Seu povo para lutar contra o maligno de todas as formas para produzir a bênção
abundante que foi prometida através de Abraão. Exploraremos algumas perspectivas
mais amplas da batalha espiritual e da Missão de Deus de abençoar cada sociedade
em nome de Jesus.

1. CONCLUINDO A TAREFA REMANESCENTE

Ralph Winter e Bruce Koch descrevem o ponto decisivo em que estamos historicamente.
O progresso fenomenal em algumas partes do mundo destaca a tarefa remanescente.
É crucial entendermos a natureza da tarefa remanescente antes de tentar quantificá-la.

A. PROGRESSO SURPREENDENTE
Houve um progresso surpreendente no cumprimento da promessa de Deus em
abençoar todas as nações através da descendência de Abraão. O mero crescimento
numérico já é razão de alegria. A fé bíblica está crescendo e se espalhando como nunca
antes na história. Há no mínimo um crente dedicado em cada dez pessoas no mundo.

B. REALIDADE TRÁGICA
Realidades sociais e culturais inibem fortemente o progresso do Evangelho. Uma vez
estabelecido, o Evangelho “se espalha” com relativa facilidade dentro de um povo,
mas não passa de um grupo para o outro por causa de barreiras de preconceito entre
os povos. O resultado é que bilhões de pessoas continuam isoladas sem contato com
o Evangelho. Até podem estar com disposição de ouvir e entender o Evangelho, mas

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consideram as práticas cristãs como estranhas e hostis à sua cultura. Do seu ponto de
vista, é praticamente impossível seguir a Cristo abertamente sem abandonar a sua
identidade cultural e seus relacionamentos significantes.

Leia Winter e Koch (cap. 73, p. 547-549): Completando a tarefa


(até a seção: Um “testemunho a todas as nações”).

C. DOIS PONTOS DE VISTA NO EVANGELISMO DEFINEM DUAS CATEGORIAS DE


MISSÕES
O motivo pelo qual muitos não seguem a Cristo não é que os evangelistas não
conseguem chegar até eles, mas que as pessoas não encontram maneiras de pertencer
a uma igreja sem perder a sua identidade cultural.

1. Escala-E e Escala-P: Dois pontos de vista no processo de evangelização.


Representam duas maneiras de olhar para o evangelismo: do ponto de vista do
evangelista e o dos convertidos.

A Escala-E tem sido uma ferramenta muito usada para descrever e comparar
dificuldades e necessidades evangelísticas. O Dr. Winter identificou três tipos de
evangelismo diferentes: dentro da própria cultura, em outra cultura, e dentro de
cultura radicalmente diferente.

E-0 se refere ao evangelismo de pessoas que são membros de famílias cristãs (ou
de povos cristãos); pessoas que são cristãs nominais e que já frequentam uma
igreja. Não há barreiras culturais.

E-1 se estende às pessoas fora da igreja, mas inseridas na própria cultura. Só há


uma barreira, a da “cultura de igreja”. É o evangelismo mais potente porque as
pessoas são mais aptas a entender o que lhes é comunicado por pessoas que são
como elas mesmas.

E-2 é o evangelismo que alcança uma cultura próxima, ainda que diferente. Há
duas barreiras, a da “cultura da igreja” e a que é suficiente para requerer igrejas
separadas.

E-3 é o evangelismo de pessoas em culturas radicalmente diferentes. Para


enfatizar a distância cultural, entendemos que o evangelista que trabalha num
evangelismo tipo E-3 cruza no mínimo três barreiras culturais. Por exemplo, para
trabalhar com nômades no Saara precisa-se cruzar a barreira da “cultura da

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igreja”, a barreira linguística e a barreira do estilo de vida. E-3 é o tipo mais difícil
de evangelismo.

O padrão básico de evangelismo, de acordo com a palestra proferida em 1974


pelo Dr. Winter (veja o artigo “Nova Macedônia”), é que haja em primeiro lugar
“esforços especiais E-2 e E-3 para transpor barreiras culturais, alcançando novas
comunidades, a fim de estabelecer denominações fortes, atuantes, vigorosamente
evangelísticas, para que essa igreja nacional, então, leve adiante o trabalho no nível
E-1, que é o mais eficaz”.

A Escala-P também foi desenvolvida pelo Dr. Winter e ajuda a comparar as diversas
diferenças culturais que convertidos precisam transpor a fim de se unir à igreja mais
próxima. P-0 se refere ao povo que participa numa igreja culturalmente relevante
(e que precisam de conversão ou renovação). P-1 é o povo em cuja cultura já há
uma igreja local. P-2 é o povo cuja cultura é semelhante (mas não igual) a de um
povo com igreja. P-3 se refere aos povos sem igreja e cuja cultura é radicalmente
diferente do grupo mais próximo com uma igreja. Mais adiante veremos como esta
Escala-P é mais do que somente um espelho da Escala-E.

2. O que é um missionário? Existe uma tendência para definir “missões” como


qualquer trabalho cristão que ocorre numa distância geográfica significante.
Sendo assim, o missionário é visto como aquele que trabalha num campo estranho
ou distante. Algumas pessoas até definem missões como qualquer obra de
evangelismo. Portanto, por razões de clareza, é melhor definir como missionário
aquele que trabalha para alcançar um povo de cultura (radicalmente) diferente (E2
ou E3). Ao contrário, o evangelista é aquele que trabalha para alcançar pessoas da
própria cultura (E0 ou E1). O trabalho de evangelismo pode ter uma forte intenção
missionária. Porém, para distinguir os diferentes papéis dos evangelistas e dos
missionários, é melhor reservar o termo “missionário” para aquele que faz, mobiliza
ou trabalha em apoio direto com aqueles que fazem o trabalho transcultural.

3. Missões regulares e pioneiras. Cada esforço missionário pode ser classificado em


duas categorias:

Missão Regular: trabalho cristão transcultural que estende o Evangelho dentro


de grupos de povos onde já há igrejas (P0 e P1).

Missão Pioneira: trabalho cristão transcultural que procura estabelecer igrejas


no meio de grupos de povos onde elas ainda não existem (P2 e P3).

O tipo de esforço necessário para esta categoria é diferente o suficiente para


requerer estratégias, métodos e obreiros diferenciados. Por isso, é necessária
a categoria de “missão pioneira” para descrever o esforço de plantar igrejas no

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contexto de povos não alcançados. Não há avaliação implícita na distinção entre


missões regulares e pioneiras. Ambas são necessárias. Missões pioneiras, porém,
têm a prioridade estratégica para concluir a tarefa toda.

Exemplo: Um missionário brasileiro trabalha em Papua Nova Guiné ensinando


cristãos de uma tribo a ler a Bíblia na sua própria língua. A igreja deles está
crescendo. A alfabetização os ajudará a treinar pastores e líderes. A cultura tribal
é muito diferente (E3), mas o missionário está trabalhando com cristãos dentro da
sua igreja culturalmente relevante (P0). Este esforço missionário, embora vital, se
qualifica na categoria de “missão regular”.

Por outro lado, membros da igreja brasileira do próprio missionário podem


apenas precisar atravessar a rua para serem categorizados como missionários. Se
eles trabalharem com refugiados curdos do Iraque, onde não há igreja curda, o
seu trabalho, embora ocorra dentro de uma cidade brasileira, não somente seria
transcultural (E2 ou E3), e por isso considerado missões, mas também seria no meio
de um povo sem igreja própria (P2 ou P3), e por isso categorizado como “missão
pioneira”.

Veja os diagramas da Escala-E, Escala-P e Missões Regulares e Pioneiras


em Winter e Koch (cap. 73, p. 548-549): Completando a tarefa.

Use o diagrama de “Missões Regulares e Pioneiras” para classificar o esforço


de alguns missionários de curto prazo que você conhece.

Eles estavam envolvidos em missões regulares ou pioneiras?


O seu valor depende desta distinção?

Use o diagrama para identificar algumas faxineiras filipinas na Arábia Saudita


que procuram evangelizar as senhoras para quem trabalham. Compare
o seu trabalho com o dos missionários de curto prazo.

As mulheres filipinas têm mais valor como missionárias?


Estão fazendo um trabalho mais estratégico?

D. UM TESTEMUNHO A TODAS AS NAÇÕES


Mateus 24.14 nos ajuda a entender o que Cristo espera que tenhamos feito antes de
Ele voltar. Jesus afirma o propósito missionário da Igreja em termos do “Evangelho do
Reino” sendo pregado em todo mundo. Há duas qualificações importantes que têm
tudo a ver com a conclusão da tarefa: “como testemunho” e “a todas as nações”. Não
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podemos ter completa certeza quanto àquilo que Jesus quis dizer com ambas as frases,
mas elas levantam as perguntas certas para imaginarmos a tarefa que está à nossa
frente.

O que é “um testemunho”? Existe alguma demonstração e declaração do Evangelho


do Reino que indique o mínimo pelo qual precisamos aspirar? O restante das
Escrituras e a obra de Deus na história nos dão maneiras fortes de entendermos
como o Evangelho do Reino é pregado e demonstrado.

Quem são “os povos”? A maioria das traduções traduz a frase grega panta ta ethn
para “todas as nações”, o que traz países geopolíticos à mente. Como já vimos na
lição 3, esta mesma frase ocorre em Mateus 28.19 e se refere na verdade a grupos
étnicos ou grupos de povos. Quem são esses grupos de povos? Como são definidos?
Quantos há?

Leia Winter e Koch (cap. 73, p. 549-550): Completando a tarefa


(a seção “Um testemunho a todas as nações”).

2. DESAFIO DOS POVOS NÃO ALCANÇADOS

Há várias maneiras em que o termo “grupo de povo” está sendo usado. Precisamos
conhecê-las e saber usá-las. Afinar nosso pensamento sobre os grupos de povos nos
ajudará a cooperar com mais clareza estratégica.

A. POVOS ETNOLINGUÍSTICOS
Um povo etnolinguístico é um grupo étnico ou racial diferenciado por uma identidade
própria, com tradições oriundas de descendência, história, hábitos e idioma em comum.
O valor da abordagem para povos etnolinguísticos está na facilidade de identificar
povos para mobilizar oração e estimular planejamento inicial. Características como
raça e língua são fáceis de contar. Por isso, as listas de povos etnolinguísticos não
mudam muito. Povos etnolinguísticos não correspondem a países. Um só país pode
ter milhares de povos etnolinguísticos. Da mesma maneira, um só povo etnolinguístico
pode estar espalhado por vários países. O exemplo clássico é o caso da Nigéria na
África Ocidental (veja a figura na p. 551 do artigo de Winter e Koch).

B. POVOS SOCIOCULTURAIS
Um povo sociocultural é uma associação relativamente pequena de pares que
partilham afinidade mútua com base em algum interesse, atividade ou ocupação em

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comum. Povos socioculturais não são grupos que justificam um esforço especial de
plantação de igreja. Podem requerer uma tática especial de evangelismo, mas não um
movimento próprio de plantação de igrejas. Por outro lado, são grupos de pessoas
significantes para evangelismo inicial que servem como ponte intermediária para
nossos objetivos de longo prazo quanto à plantação de igrejas. Podemos somente
estimar quantos povos socioculturais existem, pois as redes e conjuntos sociais são
praticamente sem fim.

C. GRUPOS DE POVOS
Em março de 1982, um grupo de líderes de missões sob o apoio do Comitê de Lausanne
aceitou a seguinte definição para o conceito: Um grupo de povo é um agrupamento
consideravelmente grande de indivíduos, que cogitam ter afinidade mútua por
partilharem um mesmo idioma, religião, identidade étnica, local de residência,
ocupação, classe social ou casta, condição etc., ou alguma combinação desses itens.

A definição afirmada. Agora, decore a seguinte definição: “Para propósitos


evangelísticos, um grupo de povo é o maior grupo dentro do qual o Evangelho pode
se difundir por meio de um movimento de fundação de igrejas, sem se deparar com
barreiras de compreensão ou aceitação”. Um grupo de povo não alcançado é “um
grupo de povo dentro do qual não há uma comunidade nativa de crentes que seja
capaz de evangelizar o restante do grupo de povo”. Há definições diferentes para
este conceito (daí, as contagens diferentes de número de grupos), mas estas, aceitas
em 1982, se provaram úteis, tanto para aqueles que estão no campo quanto para
igrejas, para compreender o foco e o resultado do seu trabalho. Esta abordagem do
grupo de povo ajuda a identificar as barreiras que impedem a difusão do Evangelho
e indica onde cristãos precisam começar outro trabalho de evangelização, além
das barreiras de preconceitos culturais. Assim, nenhum grupo menor passará
despercebido dentro do maior grupo etnolinguístico.

Há mais grupos de povos do que grupos etnolinguísticos. O Evangelho se espalha


dentro dos limites culturais, mas não “pula” com facilidade sobre as barreiras de ódio
e medo que separam os povos do mundo. Até dentro de grupos etnolinguísticos,
existem distinções sociais que podem se tornar barreiras insuperáveis para
convertidos em potencial. Em vez de requerer que tais pessoas – Com vontade de
crer – se divorciem do seu próprio povo para seguir a Cristo, devemos fazer todo
o esforço para estabelecer um movimento de pessoas seguindo a Cristo dentro do
próprio grupo.

É possível contá-los? A intenção da definição do grupo de povo nunca foi de


quantificar exatamente a tarefa. Em vez disso, nos ajuda a reconhecer onde a tarefa
das missões pioneiras terminou e identificar onde ainda não começou.

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D. USANDO TODAS AS DEFINIÇÕES


Cada uma das definições tem o seu próprio uso:

Para mobilização e conscientização ou para iniciar ação no campo e formar


parcerias, use as distinções etnolinguísticas.

Para iniciar a evangelização de um povo não alcançado, comece identificando os


povos socioculturais que podem servir como pontes para transmitir o Evangelho ao
grupo de povo todo.

Para plantar igrejas no meio de um povo não alcançado, use a abordagem do grupo
de povo para identificar a extensão do povo que você está alcançando. Novos
povos estão sendo “descobertos” quando nos conscientizamos que estão sendo
“esquecidos” dentro dos esforços atuais.

E. UM ALERTA
Precisamos evitar enxergar a população mundial como conjuntos fechados de pessoas
que se dividem em grupos com limites bem definidos e sem pontos de intersecção
com outros agrupamentos. As barreiras nocivas são, frequentemente, difíceis de
discernir. Forças poderosas de urbanização, migração, assimilação e globalização estão
trabalhando constantemente para mudar a composição e a identidade corporativa de
grupos de pessoas em todo o lugar.

Leia Winter e Koch (cap. 73, p. 550-555): Completando a tarefa


(até a seção “A Essência da Tarefa Missionária”).

3. A TAREFA MISSIONÁRIA ESSENCIAL

Deus nos deu um mandato a cumprir. Mas nunca devemos pensar que a obra do próprio
Deus esteja limitada àquilo que nós fizemos ou que Ele nos mandou fazer. Cada vez que
completamos parte do mandato, isso desencadeia grande número de oportunidades
para o povo de Deus cooperar com Ele em trazer cura e esperança para as nações. A
bênção de Abraão só começa com a mensagem da salvação. Por causa do potencial das
sociedades de serem transformadas pela obra de Deus através do Evangelho, todos
nós deveríamos focar muito mais em cumprir a tarefa missionária essencial.

A. UM ROMPIMENTO DE BARREIRAS OU UM “AVANÇO” MISSIOLÓGICO


A tarefa missionária nunca deve ser entendida simplesmente como os missionários

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proclamando o Evangelho a todas as pessoas. Cristo de fato quer que todos ouçam, mas
não somente de missionários! A tarefa missionária é realizar o início de um movimento
do Evangelho em todos os povos, para que as pessoas de certa cultura, mais tarde,
ouçam o Evangelho sendo comunicado por alguém do seu próprio grupo de povo.

A definição de “avanço”. A tarefa missionária essencial é de estabelecer um


movimento de plantação de igrejas autóctones e autossustentáveis, que têm em si
o potencial de renovar e transformar famílias e sociedades inteiras.

Autóctone (ou Nativo) – o que não é visto como estrangeiro

Autossustentável – o que cresce e se desenvolve com vida em si mesmo

Movimento de plantação de igrejas – o que continua a reproduzir comunidades


que incluem todas as gerações e são capazes de evangelizar o restante do grupo
de povo.

Encerramento é o termo usado quando se fala em completar a tarefa dentro de


todos os grupos de povos na terra. O conceito de encerramento estava explícito no
lema do movimento de missões pioneiras: “Uma Igreja Em Cada Povo no Ano 2000”.

Uma igreja – não “a” Igreja, mas uma igreja nativa e culturalmente relevante;
não só uma congregação, mas um movimento que se multiplica.

Em cada povo – cada um dos grupos de povos da terra

No Ano 2000 – alguns enfatizaram indevidamente a importância do ano 2000.


O lema (lançado em 1979) usou a marca milenar para chamar atenção para a
possibilidade empolgante da conclusão num período relativamente curto se
os amplos recursos da igreja fossem mobilizados. O ano 2000 passou sem que
houvesse uma igreja em cada povo, mas milhares de povos foram alcançados.
E, possivelmente mais importante ainda, o lema convenceu muitos crentes em
todo o mundo a crer que o alvo de “Uma Igreja Para Cada Povo” deve e pode ser,
e com certeza vai ser, concluído.

Progresso Verificável. Alcançar povos é um processo que talvez não sejamos


capazes de quantificar, mas cujo progresso podemos verificar.

B. ALÉM DO AVANÇO
Usamos a palavra “avanço” sobre as barreiras porque igrejas estão sendo estabelecidas
pela primeira vez, o que expressa o Senhorio de Cristo no meio da cultura.

Um “Testemunho” de Seu Reino. Essas igrejas se tornam comunidades de alegre

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obediência e submissão ao Seu senhorio. A nova igreja, com ou sem a participação


de missionários, se torna o agente fundamental da bênção de Deus, uma outra
manifestação da semente de Abraão. A bênção de Seu reinado se torna observável
e acessível à comunidade e as novas igrejas produzem um sinal persuasivo, ou
pode-se dizer, um “testemunho”, do Reino de Deus.

O Encerramento Abre o Caminho Para Mais. A plantação de igrejas não encerrará


nossa missão. Em muitos aspectos, a conclusão dessa obra, na verdade, abre
caminho para muitas coisas grandiosas. Muitos empreendimentos missionários se
voltam para a luta contra o mal e para a manifestação do Reino através da assistência
social e projetos de desenvolvimento da comunidade. Embora isso seja correto
e útil, a plantação de uma igreja viável é uma importante prioridade estratégica,
porque ela é o início de tudo que produz frutos duradouros.

Leia Winter e Koch (cap. 73, p. 555-557): Completando a tarefa


(até a seção “Visualizando a Tarefa em Gráficos”).

5. VISUALIZANDO A TAREFA EM GRÁFICOS

A. O STATUS
Os conceitos que aprendemos até agora nos ajudarão a entender o status do
Movimento Cristão Mundial e a necessidade crucial do momento.

O Planeta num Relance. No gráfico que mostra “o planeta num relance” (p. 559), as
áreas brancas representam todos os povos não alcançados. Para melhor entender
o gráfico, imagine um grupo hindu onde há um movimento nativo de plantação de
igrejas, mas que ainda consiste predominantemente em hindus. Assim podemos ter
“cristãos praticantes” dentro do segmento hindu.

Quantos povos não alcançados? Usando nossa definição supracitada, a melhor


estimativa é de 8.000. A maioria se encontra em quatro blocos culturais: muçulmano
(3.300 grupos), hindu (2.400 grupos), religiões étnicas (1.200 grupos), e budista
(700 grupos). Lembre-se de que há também povos não alcançados nos blocos dos
não religiosos e dos com outras religiões.

B. A GRANDE DESPROPORÇÃO
Os mesmos dados podem ser representados de forma diferente (veja o gráfico: A
Grande Desproporção, p. 558). Uma comparação importante é entre o número de

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missionários localizado entre povos alcançados e não alcançados. De acordo com os


números mais recentes, somente 10% da força missionária evangélica está focando os
40% da população mundial atualmente fora do alcance da Igreja. Isto quer dizer que a
maioria dos não cristãos nunca encontrou alguém da sua própria cultura que segue a
Cristo. Dois fatos importantes ainda agravam a situação:

Considere a Maior Desproporção Ainda de Obreiros de Tempo Integral. A


desproporção se tornaria mais clara ainda se incluíssemos todos os obreiros de
tempo integral como líderes musicais e pastores de jovens. A nossa intenção não é
de termos menos pastores, mas que tenhamos mais missionários.

Considere a Relativa Dificuldade. Evangelizar povos não alcançados é muito mais


difícil do que trabalhar com não crentes que vivem em culturas já saturadas com o
Evangelho.

Então, que tipo de distribuição gostaríamos de ver? Não seria mais apropriado ver no
mínimo 40% da força missionária evangélica no meio dos povos não alcançados, que
formam 40% da população mundial? Como faríamos isto? Em vez de tirar missionários
eficazes dos povos já alcançados, por que não mobilizar muito mais missionários
da Igreja Global? Há recursos suficientes no mundo para a tarefa – hoje existem
aproximadamente 1000 igrejas para cada povo não alcançado!

Leia Winter e Koch (cap. 73, p. 557-560):


Completando a tarefa.

5. O AVANÇO MISSIOLÓGICO: IGREJAS DE LÍNGUA MATERNA

Barbara Grimes ressalta o valor de desenvolver “ministérios de língua materna”, a fim


de produzir “discípulos de língua materna” e igrejas que causem impacto em toda a
sociedade a que pertencem. Sua principal preocupação é a decisão sobre que língua
deve ser usada no trabalho missionário. Frequentemente, a escolha da língua se
baseia no que é conveniente para os comunicadores, ao invés do que é proveitoso
para os ouvintes. Grimes amplia nossa visão para além da questão de qual língua
seria adequada como meio de exposição, mas que língua seria melhor para facilitar
a formação de um movimento. A visão deve ser sempre mais do que simplesmente
veicular a mensagem em cada língua. Em vez disso, precisamos focar no que pode
acontecer a partir de cada língua: a adoração a Deus e o testemunho para a sociedade.

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A. O MELHOR RESULTADO:
Igrejas de “Língua Materna”. A importância fundamental do uso do vernáculo local é
observada na criação de igrejas duradouras e frutíferas.

B. AS DISTRAÇÕES CONVENIENTES
Grimes aponta dois caminhos que parecem oferecer atalhos para evitar as dificuldades
do aprendizado da língua e da tradução.

Populações multilinguísticas. Cuidado com a tentativa de usar uma língua comercial


que apenas alguns membros de uma sociedade podem compreender. Considere
as percepções e atitudes em relação ao que é estrangeiro e ao que é fidedigno.
Considere realisticamente o número de pessoas naquela sociedade que pode não
ter fluência na segunda língua.

Intermediários Bilíngues. Outra tentação é trabalhar através de um intérprete. Esse


método reduz drasticamente o desenvolvimento de liderança.

Leia o Artigo de Grimes (CLIQUE AQUI)

CONCLUSÃO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS.

6. A NOVA MACEDÔNIA

Na primeira parte desta lição, estudamos os conceitos da Escala-E e da Escala-P. Estes


foram desenvolvidos e pela primeira vez apresentados pelo Dr. Ralph Winter, em
1974, quando se dirigiu ao Congresso de Evangelização Mundial de Lausanne. Em sua
palestra, ele lançou uma luz muito importante sobre a confusão da segunda transição
(veja lição 6). Convocando a plateia a um novo impulso de missões aos povos até
então esquecidos, Winter ajudou muitas pessoas a reconhecerem o que ele chamou
de “cegueira étnica”. Mais tarde deu o título “Nova Macedônia” à sua monografia,
referindo-se ao chamado descrito em Atos 16.9.

A. PARA COMPLETAR A TAREFA


Nesta palestra/monografia, Winter identificou três tipos diferentes de evangelismo,
baseados na distância cultural que o evangelista precisa transpor para comunicar
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efetivamente. Winter usa Atos 1.8 como um paralelo às distinções da Escala-E. A


distância geográ- fica não importa tanto quanto a distância cultural e a entrada em
grupos de povos culturalmente diferentes.

B. CEGUEIRA ÉTNICA SE REFERE À VISÃO QUE NÃO ENXERGA OS SUBGRUPOS


DENTRO DE UM PAÍS
Esta cegueira é uma barreira significativa para desenvolver uma estratégia missionária
eficaz. A sociedade precisa ser vista, assim como sugeriu McGavran, como um mosaico
complexo. Deus ama e valoriza cada grupo de povo dentro do grande mosaico da
sociedade.

Leia Winter (cap. 44, p. 330-341a):


Nova Macedônia.

7. O DESAFIO DAS CIDADES

As cidades têm crescido como nunca em toda a história. Como isso afeta a nossa
missão?

A. O DESAFIO E A OPORTUNIDADE DO ALCANCE DAS CIDADES


A pesquisa de Roger Greenway aborda o crescimento explosivo das cidades descrevendo
por que elas estão crescendo e por que a pobreza e as grandes necessidades estão
concentradas ali. Ele afirma que embora o crescimento em certa medida produza
necessidades, também promove maior receptividade e oportunidade.

B. QUESTÕES PRÁTICAS
Greenway cita cinco problemas práticos: pobreza, diversidade racial e étnica, pluralismo
religioso, atitude antiurbana e alto custo de vida. Grande parte do trabalho missionário
entre povos não alcançados ocorre em centros urbanos. Um foco em grupos de povos
não se contrapõe a uma ênfase nas cidades. O alcance eficaz de qualquer cidade exige
que os esforços missionários encontrem maneiras de enfocar cada um dos diversos
socio povos e povos etnolinguísiticos.

C. UMA TEOLOGIA DE MINISTÉRIO NA CIDADE


Os sete pontos mencionados por Greenway reforçam seu apelo para que iniciativas
missionárias sejam dirigidas às cidades.

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Guia de Estudo – Perspectivas no Movimento Cristão Mundial

Leia Greenway (cap. 76, p. 576-581):


O Desafio das Cidades.

8. ESPERANDO UMA GRANDE COLHEITA

Patrick Johnstone, o autor do conhecido livro Intercessão Mundial, resume a esperança


fenomenal de completar a evangelização mundial. Ele fornece outra perspectiva com
base bíblica para esta esperança e depois recapitula o crescimento do Evangelho ao
longo dos séculos.

A. A DIFUSÃO DO CRISTIANISMO ATRAVÉS DA HISTÓRIA


Preste atenção ao fato de que a era de mais rápida expansão – de 1800 até o presente –
seja a mesma era de 200 anos dos “Três Períodos” (estudados na Lição 6). No primeiro
gráfico, Johnstone introduz o modelo de David Barrett dos Mundos A, B, e C como
maneiras de olhar o mundo em termos de indivíduos expostos ao Evangelho. “Mundo
A” está desaparecendo rapidamente, como é de se esperar enquanto igrejas estão
sendo plantadas no meio de cada povo.

A seguinte descrição mostra como o modelo dos Mundos A, B, e C se compara com a


Escala-E de Winter. Lembre-se de que Barrett reconhece muitas outras maneiras de
“exposição ao Evangelho”, enquanto Winter (de acordo com McGavran) considera a
presença de um movimento de igrejas nativas como o único evangelismo adequado.

Mundo C: todos os indivíduos que se auto identificam como cristãos – corresponde


ao evangelismo tipo E-0.

Mundo B: todos os não cristãos que vivem em sociedades onde ouviram ou


provavelmente podem ouvir o Evangelho durante o tempo da sua vida – corresponde
ao evangelismo do tipo E-1.

Mundo A: todos os não cristãos que são “não evangelizados” (sem exposição
adequada ao Evangelho) e provavelmente ficarão assim se não houver um esforço
pioneiro de evangelismo – corresponde ao evangelismo dos tipos E-2 e E-3.

B. DOIS MILÊNIOS DE EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS


Johnstone também nos oferece uma visão semelhante do mundo, em termos de povos
etnolinguísticos. Novamente, o número e a porcentagem de povos não alcançados
continuam a diminuir enquanto os missionários dos Três Períodos têm “ido” às
“nações”. Um dia não haverá mais não cristãos do tipo P-2 e P-3 que estão fora do

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LIÇÃO 7 – A Tarefa Remanescente

alcance da igreja (a área preta do segundo gráfico). É isso que queremos dizer com
a “evangelização do mundo”. Por outro lado, o número de povos não alcançados
está crescendo constantemente enquanto descobrimos que a maioria dos povos
“etnolinguísticos” são de fato agrupamentos de povos menores.

C. DISCIPULANDO OS POVOS DO MUNDO


Johnstone apresenta uma classificação dos povos etnolinguísticos de acordo com
aqueles que são predominantemente cristãos; os que são predominantemente não
cristãos, mas onde já houve um “avanço missiológico”; e os grupos de povos que
ainda são campos pioneiros e precisam de um esforço missionário. Separe tempo
para ponderar os dados. Embora haja milhares de povos etnolinguísticos que ainda
precisam ser evangelizados, podemos nos regozijar, pois uma obra já começou em
mais da metade deles!

Leia Johnstone (cap. 32, p. 221-226):


A Igreja é maior que você pensa.

CONCLUSÃO DAS LEITURAS INDICADAS.

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