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EAD

Educação à Distância

MISSÕES

Módulo 26
Seminário Teológico Batista Independente do Sul - STBISUL
EAD – Educação à Distância

Apostila do Módulo 26: Missões

Elaborada por Pastor José Aldoir Taborda


EAD – Educação Teológico à Distância

Participaram na compilação e revisão:


Pr. José Aldoir Taborda, Pr. José Tomaz R. Lima, Pr. Mário A.
Oreste, Ulrich Schierz, Silvana S. K. Bloch e Pr. Cleo Harison
Bloch.

Versão 1.1 / 2017

Pedidos p/ STBISUL
Fone (51) 3033-4141
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Rua Pedro Lerbach 741 – Centro
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1
Índice
INTRODUÇÃO 3

I. CONCEITOS GERAIS NA ÁREA DE MISSÕES 4

II. BASES BÍBLICAS DE MISSÕES 9


Exercício 1 15

III. O PREPARO PARA A MISSÃO MUNDIAL 18


IV. A IGREJA LOCAL E MISSÕES 23
Exercício 2 26

V. SÍNTESE DA HISTÓRIA MISSIONÁRIA 28


Exercício 3 34

VI SÍNTESE DA HISTÓRIA BATISTA INDEPENDENTE 37


Exercício 4 40

VII – ASPECTOS DE MISSÕES TRANSCULTURAIS 41


Exercício 5 47

VII DESAFIOS MISSIONÁRIOS HOJE 49


Exercício 6 60

BIBLIOGRAFIA 62

2
INTRODUÇÃO

“Por que nenhum homem branco jamais falou sobre essas coisas conosco?”

Esta foi a pergunta mais difícil que John Eliot (missionário para os Índios
Americanos 1645) teve de responder, após ter pregado a um grupo de índios sobre os
dez mandamentos e o amor de Cristo. Apesar de tantos homens e mulheres terem
aceitado o desafio de alcançar os não alcançados, esta pergunta continua sendo feita por
mais de dois bilhões de pessoas que ainda não conhecem a Cristo.

O objetivo deste estudo é mostrar ao aluno a importância de se conhecer a base


bíblica de missões; proporcionar inspiração através da história de muitos vocacionados
que deram suas vidas pela causa da proclamação do evangelho ao redor do mundo,
destes indivíduos que, embora sendo pessoas comuns, à semelhança dos personagens
bíblicos, ousaram levantar os olhos para os campos brancos para a ceifa; mostrar a
realidade atual do mundo no que tange à população, religião, povos e suas necessidades
principais, bem como alvos e desafios missionários, etc.

Sobretudo, nosso objetivo maior é conscientizar que a tarefa missionária, delegada


por Jesus, foi dada prioritariamente à Igreja (Mt 28.18-20).

Participemos, pois, ativamente da obra missionária: Indo, Enviando, Sustentando


financeiramente e em oração. Ouçamos hoje o clamor das vidas com suas realidades
espirituais, querendo libertação, esperando solução. Como os milhões de perdidos ao
redor do mundo crerão naquele de quem nada ouviram? E, como ouvirão se não há quem
pregue? E como pregarão se não forem enviados? (Rm 10.14).

Engajemo-nos na maior causa de toda a história humana, levando a mensagem da


salvação desde “Jerusalém”, até aos confins da terra.

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I. CONCEITOS GERAIS NA ÁREA DE MISSÕES

O Que Geralmente Se Pensa Sobre Missões Na Igreja

a. É dar uma oferta num dia especial (sem saber o que o dinheiro realmente faz por
missões).
b. É a organização missionária da Igreja.
c. É uma obra que está sendo feita em algum lugar específico – obras de
beneficência (hospital, escola), efeito da propaganda do que se faz.
d. É receber missionários do exterior (não enviar).
e. É sofrer em algum lugar do planeta, ajudar os povos (pobres) do Terceiro mundo.
f. É uma série de grandes e inesquecíveis aventuras e vitórias.

O Que é Missões?

a. O termo cristão de missões significa proclamação do evangelho aos perdidos em


todos os lugares, de acordo com a ordem de Jesus Cristo. Podemos dizer ainda que
missões é a proclamação das boas novas onde realmente são novas.

b. Missões é o privilégio de ver a revelação de Deus penetrar nos corações das


pessoas sem Cristo em todos os lugares do mundo, atingindo pessoas e culturas que
nunca seriam alcançadas à menos que nós mesmos formos ou enviemos missionários.

c. Missões, além da tarefa diária, é trabalho às vezes com poucos resultados


visíveis.

Diferença entre Evangelismo & Missões

Evangelismo - é a proclamação do Evangelho na mesma cultura, ou no mesmo local do


obreiro.
Missões - é a proclamação do Evangelho numa cultura ou país diferente daquele do
obreiro.
Um missionário geralmente pratica o evangelismo, no entanto, o evangelista nem
sempre é um missionário.
Diferença entre Missão & Missões

4
Missão: se refere a toda a responsabilidade da Igreja de Jesus Cristo.

Missões: são as várias tarefas a serem realizadas pela igreja neotestamentária


mediante o envio de pessoas autorizadas, além das fronteiras de sua influência imediata,
para proclamar o Evangelho em áreas desprovidas dele, visando ganhar os convertidos
de outras crenças ou da incredulidade para Cristo, estabelecendo congregações locais
que funcionem e se multipliquem noutras congregações locais producentes de frutos do
cristianismo nesta comunidade, área ou país.

Missão é a tarefa específica da igreja como agência ou do missionário como


agente, missões são as várias tarefas a serem realizadas. Ex. a missão da igreja é pregar,
a missão do seminário é preparar obreiros. Paulo recebeu a missão de pregar o
evangelho aos gentios, enquanto Pedro recebeu a missão de pregá-lo aos judeus.

Diferença entre Evangelizar E Cristianizar

Muitas vezes se confunde evangelizar com cristianizar. Cristianizar é tornar


alguém Cristão. É quase o mesmo que ”aculturar, civilizar”. Trazer uma pessoa para a
religião e não necessariamente para Cristo. Implantação de costumes cristãos entre
pagãos. Evangelizar é pregar o evangelho em toda a sua pureza, apontando as coisas
que são pecados segundo o ensino bíblico e respeitando as questões culturais do povo.

Exemplo: Muitos missionários (de todas as nacionalidades) vão realizar trabalho


entre índios, mas na verdade acabam implantando lá a cultura do povo a que pertencem
como obrigar os índios a usarem paletó e gravata para poder pregar no culto, etc...

O Que é Um Missionário?

* Não é necessariamente um gigante espiritual. Uns pensam que missionário é


aquele que sai à guerra contra a pobreza.
* Não é necessariamente aquele que ocupa o seu tempo só com a pregação do
evangelho. Pode ser um professor, médico, assistente social (tendeiro).
* Também não é aquele que fracassou em todos os lugares e então o único meio
foi entregar-se a missões.

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O missionário é primeiramente uma pessoa especialmente vocacionado por Deus e
enviado por uma igreja local para um trabalho específico, num lugar específico. Em
segundo lugar, ele é um ser humano sujeito as tentações, provações como: doenças,
adaptação ao clima, à distância, à cultura, língua e costumes de um povo; é uma pessoa
que sente saudade, tristeza, medo, como qualquer outro ser humano. Em terceiro lugar
ele é alguém que precisa de intercessão, ajuda, compreensão e condições de trabalho.

De Que Depende a Obra Missionária?

* Depende de um planejador:------------------- Deus


* Depende de um que convoca:---------------- Jesus
* Depende de um que capacita:- --------------- O Espírito Santo
* Depende de um que envia:- -------------------- A Igreja
* Depende de um que é enviado:- -------------- O Missionário
* Depende de um para quem é enviado:- ----- O povo

DEUS: Missões não foi um pensamento tardio na mente de Deus. Ele a planejou
na eternidade passada quando prometeu a “semente de mulher que esmagaria a cabeça
da serpente”. Missões esta no coração de Deus. Todo o Velho Testamento está recheado
de versículos que enfatiza o pensamento de Deus para a restauração dos povos.

JESUS: Creio que foi David Livinstone que disse: “Deus teve um único filho e fez
dEle um missionário”. Se estas palavras forem colocadas ao lado do texto de Mateus
28.18 poderíamos talvez melhor compreendermos a expressão “toda a autoridade me foi
dada”. Jesus é aquele que convoca para a tarefa da grande comissão com a autoridade
de que é o primeiro da criação, o primeiro a ser enviado, o primeiro a dar a vida e o único
a tornar a tomá-la. Os chamados para a obra missionária, são primeiramente discípulos
de Jesus, convocados e enviados por Ele.
Cristo realizou sua obra com sofrimento, e o missionário também deve estar
disposto a pagar o preço para alcançar os povos no mundo inteiro. O principal sofrimento
de Jesus, no entanto, não foi à falta de um lugar para reclinar a cabeça, mas foi a rejeição
do povo à Sua mensagem.
ESPÍRITO SANTO: Toda obra missionária depende muito da ação do Espírito
Santo. Ele é o capacitador do vocacionado. A tarefa não poderá ser cumprida no poder

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humano. É no plano espiritual que se trava a maior luta e Paulo exorta a todos que
devemos orar em todo o tempo no espírito para que ele receba o poder para testemunhar
com ousadia do evangelho. (Ef 6.18-20).

IGREJA: Tem a missão de preparar os vocacionados para a obra (At 13.1-4). É na


igreja que se faz a escolha. É nela que o vocacionado se revela, onde dá testemunho. A
igreja é a noiva de Cristo e é ela em última instância quem tem a missão de tornar grande
o nome de Cristo na Terra. A igreja é uma enviada e, como bem frisou numa preleção o
Pr. Paulo Mendes (missionário na Espanha). A Igreja está na contagem regressiva do
tempo. Ela tem um tempo limitado na terra e, nesse tempo ela tem que cumprir a Sua
sagrada missão, pois disse Jesus: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”
(Jo 20.21).

MISSIONÁRIO: É alguém que deve ter bom testemunho na igreja e na comunidade.


Deve ser uma pessoa preparada e apta para transmitir o ensino da Palavra (II Tm 2.1-6).
Antigamente se faziam missões estimulando as emoções dos crentes. O missionário era
um “coitadinho” que ia sofrer; o povo que recebia os missionários eram os “coitadinhos”
que estavam necessitados de ouvir e os pobres eram os “coitadinhos” que devíamos
evangelizar. Hoje a igreja deve ser motivada não a sentir pena, mas a sentir
responsabilidade. O missionário não pode mais parecer um pobrezinho, um sofredor ou
um herói, mas alguém responsável que faz a obra por decisão consciente.

POVO: O missionário deve pensar em primeiro lugar no povo onde vai trabalhar e
não em primeiro lugar na sua tarefa. O alvo do amor de Deus é o povo carente, não
apenas de dinheiro, mas os carentes de Jesus. O povo está realmente perdido. Conhecer
suas características, aspectos culturais, necessidades devem ser as prioridades do
obreiro chamado para poder atingir o povo e trazê-lo das garras de satanás para o reino
de Deus.

“Deus usou homens e não anjos para pregar, pois o homem conhece o homem e
suas fraquezas, seus costumes. Por isso Jesus se fez homem, para que pudesse ser
melhor compreendida a mensagem divina. Nas missões transculturais também é
importante a igreja autóctone, isto é, o evangelho sendo pregado no contexto cultural e
lingüístico do povo, por pessoas do próprio povo”.

7
Perspectiva Bíblica: A Bíblia toda revela que “todos os povos, nações, tribos e
línguas” serão afetadas pelo dom gratuito de Deus e pelo povo de Deus. (Mt 24.14, Ap 7.9)

II. POR QUE MISSÕES?

1. Pressupostos: a) A autoridade das Escrituras – A Bíblia é a palavra revelada de


Deus e a inspiração divina garante sua veracidade e relevância em tudo o que ela afirma.
(2 Tm 3.14-16; 2 Pe 1.20,21 e Ap 22.18,19). b) A Soberania de Deus – Deus, criador e
sustentador de toda vida, é o soberano da história, o eterno juiz diante do qual todos terão
de prestar contas um dia de sua vida na terra. c) O amor de Deus – Deus, que ama a
todos indistintamente e com a mesma intensidade, quer que todos sejam salvos e voltem
à comunhão com ele. (Jo 3.16 e 1 Tm 2.4). d) A condição pecaminosa do ser humano –
Todos pecaram e necessitam a salvação em Cristo Jesus. Ninguém tem desculpa diante
de Deus e o destino daqueles que não aceitarem a Cristo, mesmo não tendo ouvido dEle,
é a perdição eterna. (Rm 3.23 e 1.18-20). e) Jesus, o único caminho – Não há outra forma
de ser salvo a não ser através da fé em Jesus Cristo. Ele é o único mediador entre Deus e
os homens. (Jo 14.6; 1 Tm 2.5; At 4.12 e Jo 3.36). f) A obra do Espírito Santo – É o
Espírito Santo que vivifica a mensagem acerca de Cristo e que convence o pecador de
sua necessidade de salvação. (Jo 16.5-11).

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II. BASES BÍBLICAS DE MISSÕES
Passagens Bíblicas do Velho Testamento a Respeito de Missões

Êxodo 19.5,6 – “Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o


meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha
é toda a terra; e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as
palavras que falarás aos filhos de Israel”. Este texto nos mostra três coisas importantes
sobre a tarefa missionária:

1. A escolha de Deus para o serviço: (sereis minha propriedade peculiar... v.5)


2. O Campo de Serviço: (toda a terra é minha... v.5)
3. A Tarefa no Serviço: (Me sereis reino e sacerdotes e nação santa... v.6)

Salmos 2. 7,8 “ Proclamarei o decreto do Senhor... Eu te darei as nações por


herança e as extremidades da terra...”
Salmos 22.27 “Lembrar-se-ão do Senhor e a Ele se converterão os confins da terra;
Perante Ele se prostrarão todas as famílias das nações”.
Salmos 67.2 “Para que se conheça na terra o Teu caminho; em todas as nações a
Tua salvação”.
Isaías 49.6 “Também te dei como luz para os gentios... até as extremidades da
terra”.
Isaías 52.10 “... Todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus”.
Isaías 56.7 “... a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”.
Isaías 60.3 “... as nações se encaminham para a Tua luz...”.
Jeremias 1.5 “... te constitui profeta às nações”.
Joel 2.32 “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor, será
salvo...”.
Miquéias 4.1-3 “Nos últimos dias... afluirão muitas nações... muitos povos...
nações poderosas e longínquas...”.
Zac 8.20-23 “... virão muitos povos e poderosas nações... e dirão: iremos convosco,
porque temos ouvido que Deus está convosco”.

9
Resumo de Missões na História do Antigo Testamento
Para elaborarmos uma teologia de missões, nunca devemos ignorar o fato de que
tanto o Antigo como o Novo Testamento falam sobejamente sobre o assunto, como
pudemos observar nos versículos citados, com passagens bíblicas do Antigo Testamento.
Por outro lado, não devemos apenas extrais da Bíblia certos textos “missionários”, mas
considerar todo o contexto bíblico histórico, onde poderemos perceber como Deus age. A
história da salvação nos dá princípios de como Deus age e nós, podemos verificar a ação
missionária de Deus desde o Gênesis até o Apocalipse. Assim, o plano eterno de Deus
pode ser descoberto:

No Relato da Criação

Deus:

Ele é o criador do mundo, o Senhor absoluto do Universo. A preocupação de Deus,


antes de ser o povo de Israel é com o mundo todo. O mesmo Deus que criou tudo, sobre
tudo possui autoridade (Cl 1.16,17) e de tudo receberá toda a glória e honra.

O Homem:

É de origem divina. Ele é um ser espiritual (imortal e feito à imagem e semelhança


de Deus) e Social (é um ser moral e une toda a raça humana). A tarefa do homem é
governar o mundo, isto é, é ser um representante de Deus na terra. Na queda, entretanto,
o homem se tornou um ser carnal, perdendo a imagem divina. Mas Deus lhe deu uma
esperança ao prometer a redenção através da “semente da mulher” que esmagaria a
cabeça da serpente. Há hoje uma inimizade = luta constante entre o homem e o poder
maligno.

No Dilúvio
* O Por que – Gn 6.5,11,12 – O homem longe demais com o seu pecado. Deus dá
liberdade, mas exige responsabilidade. O dilúvio era o “basta” de Deus para prostituição
humana.

* Deus chama Noé – Pregador da justiça (II Pe 2.5). Noé é salvo com sua família e
Deus faz um novo pacto (Gn 8.20) e a tarefa sócio cultural é renovada (Gn 8.17;9.1).

10
Na Torre de Babel

a. O Por quê – Infelizmente a história continuou inalterada e o homem outra vez se


corrompeu, e, como símbolo de sua rebeldia planejaram construir um prédio que
chegasse até o céu. Isso provocou a ira de Deus e houve a confusão das línguas.

b. O Ensino – A liberdade tem limites.


Diferentes culturas fazem parte do plano de Deus.
O perigo das tendências nacionalistas.

Na História de Israel

A atuação de Deus para com seu povo visava a um propósito maior – alcançar as
nações (Josué 4.23-24) “... para que todos os povos da terra conheçam que a mão do
Senhor é forte: a fim de que temais ao Senhor vosso Deus todos os dias”.

a. A Chamada de Abraão - Foi chamado para abençoar as famílias da terra (Gn


12.1-3). Este chamado repetiu-se para seus descendentes, isto é, para Isaque (Gn 26.2-
4), Jacó (Gn 28.13,14) e José (Gn 49.22).

b. A chamada de Moisés – Para libertar o povo e ir à Faraó (Ex 3.10)


c. A chamada dos Profetas – Jr 7.25 ss; II Cr 36.15
d. O Fracasso de Israel – Missão centrípeta – Vinde.
O Plano de Deus – Missão centrífuga – Ide (Zc 9.10)
Assim, conforme o Antigo Testamento, desde a criação do mundo, alcançando a
história de Israel e as profecias dos antigos profetas, Deus tem preparado seu povo para
a grande missão de levar seu domínio a todo canto e a todos os povos da terra.
Estejamos preparados e dispostos.

RESUMO DE MISSÕES NO NOVO TESTAMENTO

- Algumas passagens do Novo Testamento Sobre Missões

Textos que enfatizam a necessidade de evangelizar:

11
“Vendo ele as multidões compadeceu-se... a seara é grande e poucos o
trabalhadores... rogai... que mande trabalhadores...” (Mt 9.36-38);
“Levantai os vossos olhos e vede os campos __________________________” (Jo
4.35);

“Como invocarão _________________________________________________não


creram? Como crerão ________________quem ____________ouviram? Como ouvirão
se _________quem pregue? Como __________se não forem___________? (Rm 10.14);

“e que em Seu nome se pregasse _______________________________ a todas as


nações, a ____________________________ por Jerusalém”. (Lc 24.47).

Textos que enfatizam a amplitude do testemunho cristão:

“Vi outro anjo voando ___________________tendo um evangelho ______________ para


pregar aos que se assentam sobre a terra, a cada nação, __________, língua e
__________”. (Ap 14.6);

“Ide por todo mundo e pregai _____________________________________”. (Mc 16.15);

“E este _______________ será por todo mundo, para __________________a todas as


nações, e então _________________”. (Mt 24.14);

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do


Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28.19);

“Eu te constituí para luz dos gentios _______________até os confins da terra”. (At 13.47).

“_______________________ ao descer sobre vós o Espírito Santo __________________


testemunhas _________________ em Jerusalém __________________ toda a Judéia, e
Samaria ___________________ da terra”. (At 1.8)
Textos que enfatizam o caráter da evangelização:
(Proclamar, Ensinar, Batizar, Morrer).

* “Ide, portanto, fazei discípulos, ensinando-os”... (Mt 28.19 e 20).

12
* “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16).
* “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
* “Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos” (Mt 10.16).
* “Se o grão de trigo não morrer, fica ele só...” (João 12. 24–26).

Textos que enfatizam a capacitação para o trabalho:

* “... e eis que estou convosco ___________os dias até a consumação dos séculos” (Mt
28.20).

* “Mas recebereis ____________ ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis


_________ testemunhas __________ em Jerusalém __________ toda a _____________
Samaria ____________até aos ___________ da terra”. (Atos 1.8).

* “... quem permanece _____________________________, este dá muito fruto, porque


sem mim ____________ podeis fazer...” (João 15.5).

* “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra: ide, ____________, fazei discípulos de
_________ as nações”. (Mt 28.18,19).

* “... Como o Pai ____ enviou também eu ______________”. (João 20.21).

* “... pelo contrário _______ vos escolhi e vos ____________para que _____________ e
deis _______ ...” (João 15.16).

Textos que mostram o trabalho sendo realizado

Leia os versículos abaixo e escreva como eles se aplicam ao trabalho missionário, quais
as implicações para a vida do obreiro.

a. “... Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado”.
(At 7.60)
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

13
b. “... entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra”.
(Atos 8.4)
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

c. “ Felipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo”. (At 8.5)


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

d. “ Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse; expeliam muitos


demônios e curavam numerosos enfermos ungindo-os com óleo”.(Mc 6.12-13)

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

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EXERCÍCIO 1

1. Defina com suas palavras o termo “Missões”.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2. Explique a expressão: “um missionário geralmente pratica o evangelismo, mas nem


sempre o evangelista é um missionário”.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3. Leia atentamente cada afirmação abaixo e Marque “V” no caso da mesma ser
verdadeira ou “F” se for falsa:

____ Missionário é aquele que vem do exterior trabalhar em nosso país.


____ Missões é a proclamação das boas novas onde elas ainda não foram ouvidas.
____ Missões é um trabalho que sempre apresenta resultados visíveis.
____ Ofertar num dia especial é o modo mais eficaz de fazer missões.
____ Missões são as várias tarefas a serem realizadas pela igreja.
____ A finalidade da obra missionária é estabelecer congregações produtivas que façam
expandir o trabalho.

4. Qual a diferença básica entre evangelizar e cristianizar?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. O que é um missionário?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. Escreva uma frase ao lado de cada item abaixo que complemente a expressão: “a obra
missionária depende”:

a) de Deus, porque _______________________________________________________

15
b) de Jesus, porque _______________________________________________________
c) do Espírito Santo, porque _________________________________________________
d) da Igreja, porque ________________________________________________________
e) do Missionário, porque ___________________________________________________
f) do povo, porque _________________________________________________________

7. Na sua opinião, todo crente é um missionário ou existe um chamado específico para


fazer missões? Justifique sua resposta.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. Qual a perspectiva bíblica quanto ao alcance do Evangelho? (use a Bíblia para


responder).
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
9. Complete:

“Missões é o _____________ de ver a _______________ de Deus penetrar nos corações


das __________sem Cristo em ____________ do mundo, que nunca seriam __________
A menos que vamos ou __________________.

10. Explique o texto de êxodo 19.5 e 6 mostrando como ele se aplica à missões.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

11. Escreva um versículo do Novo Testamento que estejam relacionados com o título
abaixo:

Texto que enfatiza a necessidade de evangelizar ___________________________


_____________________________________________________________________

Texto que mostra o trabalho sendo realizado ______________________________


_____________________________________________________________________

16
Texto que enfatiza o caráter da evangelização __________________________________
________________________________________________________________________

Texto que enfatiza a capacitação para o trabalho


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

17
III. O PREPARO PARA A MISSÃO MUNDIAL

(Aspectos Teológicos da Obra Missionária)

1 - O Coração de Missões – Deus:

Deus é um Ser Centrífugo. Como vimos no Antigo Testamento, Deus sempre


chamou pessoas para os enviar, sempre com uma mensagem. Em o Novo Testamento
vemos que Deus:

a. Enviou Seu Filho (Gl 4.4-6)


b. Enviou Seu Espírito (Jo 14.26; 16.7)
c. Enviou Seus Apóstolos – Missionários (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.44-53;
At 1.6-8; João 20.19-23).

2. O Centro de Missões – A Vida de Jesus

A Encarnação de Jesus

Deus não fica mais numa sala pequena no lugar santíssimo. Ele é:

 Mt 1.23 – Is 7.14 = “Deus Conosco” cf. Ef. 2.22 = habitação de Deus


 Mt 1.21 = “Jesus”, Aquele que salvará Seu povo dos seus pecados.
 Mt 2.6 = Um governador pastoreará seu povo – Mq 5.2

A Nova Aliança

a. Jesus, a boa nova (Mc 1.1,15; Lc 2.10,14,32)


b. Jesus, a luz do mundo (Is 9.2, Jo 1.4,9)
c. Jesus, Verbo: ao mesmo tempo Deus e Cordeiro de Deus (Jô 1.1,14,18,29; I Jo 2.2)
d. Gentios e Judeus: Todos com o direto de recebê-lo (Jo 1.11,12; 4.1-42)
e. Aliança é no corpo e sangue de Jesus (Mt 26.28)

O Preparo dos Missionários – Escolha e Treinamento (Mt 5. 1,2; Jo 15.16)


Jesus tinha critérios de escolha e treinamento de obreiros que podemos usar como
exemplos para a nossa vida prática.

18
A Escolha (João 15.16) – Não é suficiente minha vontade pessoal de trabalhar,
mas cada um tem que ser um escolhido do Senhor. Mas, quem ele escolhe?
Pescadores de homens chamados (Mt 4.18,19). Qual o critério usado para fazer e
escolha dos obreiros? A escolha ocorreu após noite em oração (Lc 6.12). O que Ele
priorizou em seu ensino? O caráter dos missionários é muito enfatizado no Sermão do
Monte (Mt 5.1ss). Em que consistiu basicamente o método do treinamento? Os
discípulos foram chamados para passar tempo com Ele (Mc 3.14).

O Treinamento (Mt 5. 1,2)

 Discípulos devem se tornar discípulos para poder fazer discípulos (Mt 28. 18-20).
Este ensino vemos reforçado por Paulo quando disse a Timóteo: o que de minha
parte ouviste, transmite a homens fiéis e idôneos para que ensinem a outros” (II
Tm 2.2);

 Treinando pelo exemplo (Jo 13. 12-20), um exemplo em servir sempre;

 Treinando pelo Ensino Teórico – Novas verdades e interpretação do velho


Testamento (Mt 5 à 7), onde fica claro a autoridade de Seu ensino quando diz: “Eu
porém vos digo...”;

 Ajudando os discípulos a compreender por meio de parábolas (Samaritano, o


fariseu e o publicano, semente, etc...);

 Exercitando os ensinos teóricos – A vida prática (Mc 7 e 8) – curas, libertações,


compaixão pelas pessoas, oportunidade para os gentios serem salvos através da
sua ressurreição (o sinal de Jonas, profeta aos gentios no Antigo Testamento em
Mt 16.1-4). Todos nós sabemos que o melhor aprendizado ocorre quando
praticamos as verdades recebidas. Só se aprende fazer, fazendo;

 Identificação dos discípulos na carne e sangue de Jesus (Jo 6. 53-58; 15.14 e 17.
16-26). Muitos vão atrás de Jesus (não apenas a multidão carente) porque dá
IBOPE ou porque podem ter suas necessidades satisfeitas, mas um discípulo tem
que se identificar com Ele na Sua morte e ressurreição;

 Treinamento na oração (Lc 9.18 e 28; Mt 5.44;6.5-9;14.23,17.21; 21.22;26.36 e 41).

19
É claro que encontramos na Bíblia um modelo de oração que Jesus ensinou aos seus
discípulos, porém, é importante notar que ele continuamente estava orando em particular,
sendo assim um exemplo.

Três Características de Um Discípulo

1. Deixar para seguir – Mt 4.20-22; 8.22; 19.27 – Não é possível seguir a Jesus sem
deixar a vida antiga, nem tampouco servi-Lo completamente, ficando preso às
atividades do passado.
2. Amar aos irmãos – Jo 13.34 – Cartão de identidade do crente. A Bíblia é muito
clara quando diz: “sem amor nada sereis”;
3. Produzir frutos - Mt 7.16-20; Jo 12.24; Jô 15.11-16 – Os verdadeiros discípulos
não serão conhecidos pelas suas muitas atividades (mesmo as eclesiológicas) e
nem por seu zelo ou bons discursos, mas pelo fruto que produz.

Princípios Missionários em Atos dos Apóstolos

A - Prioridade na Evangelização

 Reuniões no Templo (At 2.46; 5.42);


 Reuniões nos lares dos cristãos (At 2.46; 5.42; 12.12; 20.20);
 Evangelização nas Sinagogas e Escolas Filosóficas (At 19.8 e 9; 18:26).

Toda atividade dos apóstolos estava voltada para o ensino da Palavra de Deus em
qualquer lugar. No templo funcionava a ministração da doutrina, das orações enquanto a
pregação e o ensino eram feitos nas casas, juntando amizade, solidariedade e comunhão
como ingredientes da ministração evangélica.

B – A Mensagem Evangelística do Novo Testamento

Haviam três aspectos muito enfatizados na mensagem evangelística:

 Centralidade na Ressurreição (At.2.14-36; 13.16-41; 17.32);


 Centralidade no Serviço de Cristo – Evita sincretismo e apatia (II Co 4.5; I Co 1.18-
30; At 17.16-29; 14.8-17);
 Centralidade no Arrependimento e Batismo (At 17.30 e 31; 2.38).

20
C – O Alvo da Evangelização Neo-testamentária

Formação de uma igreja que se identifica com; Doutrina, Comunhão, Ceia e


Adoração
(At 2.42).

D – A Importância do Espírito Santo em Atos

 Foi o diretor da obra missionária (At 8.29; 13.2 e 4; 16. 6 e 9);


 Foi o capacitador para a obra missionária:

- Revestindo os discípulos com poder (Lc 24.49; At 8; 2.4)


- Tornando seu testemunho eficaz (At 2.40 e 41; 16.31; 4.13)
- Dando autoridade para pregar a palavra (At 4.31; 9.27 – 28; 14.3).

“Sem o poder miraculoso do Espírito Santo não podemos esperar que nosso
testemunho convença pecadores” (Sheed).

E – Ênfase no Trabalho Além Fronteiras

 As inúmeras viagens Missionárias de Paulo (4, incluindo para Roma) mostra


essa realidade. Partindo da Igreja de Antioquia da Síria (At 13) passou por Chipre e
foi à Galácia na sua primeira viagem, sendo que no caminho da Ásia em sua
segunda viagem missionária teve uma visão de um varão que o chamava para a
Macedônia. Indo então à Tessalônica, passando por Atenas e Corinto veio até
Jerusalém. Sua terceira viagem missionária, sempre partindo de Antioquia da Síria
foi mais uma vez para a Galácia, passando pela Frigia, Macedônia e vindo outra
vez para Jerusalém, sempre estabelecendo novas igrejas. Por fim, até mesmo no
caminho de Roma, quando fora levado para julgamento, Paulo pregava e
confirmava os irmãos;

 Preparam líderes nas igrejas, mas Paulo volta repetidas vezes para confirmar os
crentes (At 14.22; 15.41; 16.5; 18.27) e constituir presbíteros (At 14.23) em cada
localidade. Isto mostra um pouco de sua estratégia para a expansão do evangelho
no mundo.

21
 Paulo voltou para a igreja que o enviou (Antioquia) para relatar o que Deus tinha
feito (At 14.26-28; 18.22; 21.17). Não perder o contato com a igreja enviadora é o
que dá sustentação a toda obra missionária;
 Escreviam cartas para corrigir erros e encorajar a santificação (18.27 e 28).
Muitas vezes não temos o cuidado necessário como o trabalho que abrimos. A falta
de recursos nem sempre se justifica numa época de grandes recursos de
comunicação. Paulo nem sempre podia ir, mas podia manter o contato e a
liderança sobre os trabalhos implantados através de cartas e/ou mensageiros de
sua confiança;
 Embora as igrejas fossem ensinadas a respeito da responsabilidade de
sustentar os missionários (I Tm 5.17), não havia um compromisso de sustento
regular e o próprio Paulo trabalhou para seu sustento pessoal (At 20.34);
 Usavam as grandes cidades como centros de evangelização: (Antioquia,
Corinto, Éfeso (At 19:10). Não partiam do interior para o grande centro, mas sim o
inverso.

F – O Método de Escola de Obreiro


 Equipes de obreiros treinados por meio de contato diário com líderes (II Tm 2.2);
 Escolha baseada na reputação do candidato (At 16.2; 6.3 e 5) e no seu
conhecimento bíblico (II Tm 3.14-17).
 Características de um obreiro exemplificadas em Timóteo:
a. Contextualização – circuncidado para poder ministrar nas sinagogas (At 16.3);
b. Reconhecimento de seus dons e escolhido por imposição de mãos do presbitério
(ITm 4.14; II Tm 1.6);
c. Inquestionável dedicação pelos cristãos (Fp 2.20-22);
d. Podia substituir Paulo em Corinto (I Co 4.17), Filipos (2.23) ou em Éfeso (ITm 1.3),
Isto é, era de sua confiança, tanto pelo relacionamento como testemunho ou
comunhão doutrinária.

G – O Método do Trabalho
 Os trabalhos sendo realizados em Equipe:
a. Paulo, Barnabé e João Marcos – 1ª viagem (At 13.3 e 5);
b. Paulo, Silas e Timóteo (At 15.22; 16.1; 18.5);
c. A direção da igreja em Jerusalém (At 6.1-7).

22
 O Ensino Ocupando um Lugar de destaque

a. Ensino na Escola de Tirano todos os dias por dois anos (At 19.9) – segundo o
códex Beza, cinco horas por dia;
b. Toda a doutrina proveitosa e todo o desígnio de Deus ensinados em público e de
casa em casa (At 20. 20 e 27);
c. Necessidade de advertir contra os perigos de heresia (At 20.31; Cl 2.8).

IV. A IGREJA LOCAL E MISSÕES

“A suprema tarefa da Igreja é a Evangelização do Mundo” (Oswald Smith).

“A missão primária da Igreja, e portanto, das igrejas, é proclamar o Evangelho de


Cristo e reunir os crentes em igrejas locais onde podem ser edificados na fé e tornados
eficazes no serviço, e assim implantar novas congregações no mundo inteiro”. (Oswald
Smith).

Características da Igreja

o Fundado por judeus e gentios convertidos e onde o Espírito Santo age (Ef 3.1-12
e 4.4-16);
o A glória e o poder de Deus estão na Igreja e em Cristo (Ef 3.21);
o A Igreja é a noiva de Cristo (Ap 22.17) Cristo a amou e se entregou por ela para
purificá-la (Ef 5.25,26);
o É cuidada, alimentada e edificada por Cristo (Ef 5.29; Mt 16.18), sendo a força mais
poderosa na face da terra (Ef 3.10), tendo os apóstolos e profetas como fundamento,
os crentes como o edifício e Cristo como a Pedra Angular (Ef. 2.20-22).

A Tarefa da Igreja

o Ser uma agente de Cristo para:

a. Ser sal na terra (Mt 5.13; 18.17; Ef 3.9-11) – para preservar a sociedade da
decadência completa. A Igreja é a única instituição capaz de preservar a terra da
corrupção geral. Quando a Igreja for levantada já não mais restará esperança para
este mundo. Por isso o apóstolo diz: “Não retarda o Senhor a Sua vinda embora

23
alguns a achem demorada, antes é longânimo para com todos, não querendo que
nenhum se perca, mas todos cheguem ao arrependimento” (II Pe 3.9).
b. Ser a “força-tarefa” de expandir o reino de Deus na terra através de: ir, proclamar,
ensinar, batizar, etc... (Cl 1.24-29; Mt 28.18-20; Mc 16.15-16, etc...).

o Selecionar os Vocacionados e Envia-los (Atos 13.1-3; Ef 4.11,12)

Na Igreja é que vão aparecer os vocacionados para serem apóstolos, pastores,


evangelistas, profetas e mestres. O título “Servo do Senhor” que muitas vezes
ostentamos está profundamente ligado à Igreja. Um discípulo não “vai” por conta
própria. É a igreja que envia, sob a orientação do Espírito Santo, aqueles que são
vocacionados e, por conseguinte, a autoridade do missionário está no seu vínculo com
a Igreja local.
Nesse processo de seleção, duas verdades são muito importantes de serem
mencionadas:

1. A Igreja não trabalha à parte do Espírito santo (At 13.4)

a. O Espírito Santo é a vida da Igreja (Rm 8.10-11); Jo 6.63).


b. O Espírito Santo é o que ressuscitou Jesus de entre os mortos (Rm 8.11) e pode
nos ensinar tudo e lembrar os ensinos de Jesus (Jo 14.26; 16.13,14).

2. O Espírito não trabalha à parte da Igreja ( At 2.1 c/1.1-14)

Embora sempre esteja a agir em cada pessoa individualmente (Jo 16.7,8), é na igreja
que o testemunho será confirmado e aceito. Paulo teve seu encontro com Cristo no
caminho de Damasco, mas depois foi apoiado por Barnabé e encaminhado à igreja,
conforme At 9.6,11,15,17,26-31) e posteriormente foi enviado pela Igreja de Antioquia
para o trabalho missionário, pela ação do Espírito Santo.

Resumindo: “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” (Ap 22.17).

o Recomendar o missionário (II Co 8.18,19) – É ela que dá credibilidade ao seu


ministério. É muito importante o testemunho da igreja a respeito do enviado (I Co
10.32-33). É na igreja que o obreiro mostra os frutos de sua nova vida, e ter a igreja
por trás, apoiando e orando por cada um dos enviados é de importância vital no seu
ministério.

24
o Sustentar o Missionário Material e Espiritualmente (II Co 8.1-9,15)

Materialmente a igreja participa do sustento do obreiro e, espiritualmente, dá autoridade


para o mesmo realizar a obra de Deus.
A importância da igreja para missões, ou seja, para a expansão do reino de Deus na terra,
pode ser muito bem ilustrada, pelo seguinte epigrama:
 Se quiser fazer crescer alguma coisa para durar uma estação – Plante flores
 Se quiser fazer crescer alguma coisa para durar uma vida – Plante árvores
 Se quiser fazer crescer alguma coisa para durar pela eternidade – Plante Igrejas.
O segredo da importância e poder da igreja é que ela não é imaginação ou invenção
humana. Ela é a igreja do nosso Senhor Jesus Cristo. É Ele que a edifica (Mt 16.18). A
igreja tem sofrido muitas perseguições onde Paulo aparece como o primeiro perseguidor
e ainda hoje sofre muitos açoites da tempestade mundana, mas tem a promessa infalível
daquele cujas palavras se cumprem sempre (Mt 24.35) de que “as portas do inferno não
prevalecerão contra ela”.

A era presente constitui-se um período sem igual na história, pode ser chamada
corretamente de “A Era da Igreja”. Quando nosso Senhor estava ministrando, Ele
profetizou que edificaria sua Igreja. Quando morreu na cruz, fez provisão para que ela
pudesse nascer e crescer. Agora que está no céu, está santificando a igreja e
preparando-a para sua apresentação final. Quando Ele voltar, virá buscar a Igreja a fim de
glorificá-la na presença do Pai (I Ts 4.13-18).

25
EXERCÍCIO 2

1. Vimos que o Coração de Missões é o próprio Deus. O que queremos dizer quando
afirmamos que Deus é um ser centrífugo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2. Explique o que significa a “Encarnação de Jesus” no contexto de missões.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3.Explique em que consiste a Nova Aliança.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. Baseado nos textos abaixo, responda:


a. A quem o Senhor escolhe (Mateus 4.18,19)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
b. Qual o critério para a seleção dos discípulos (Lucas 6.12)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
c. Qual a prioridade do ensino de Jesus (Mateus 5.1)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
d. Qual o método de treinamento (Mc 3.14)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

5. Complete:

a. Discípulos devem se tornar ______________ para poder fazer _________________


(Mt 28.18-20, II Tm 2.2).
b. Treinamento era dado pelo ____________ (Jo 13.12-20), e pelo ensino _________.
Jesus também ajudava os discípulos a compreenderem o ensino por meio de _______
e também __________________ os ensinos teóricos, levando-os à prática do seu
ensino, pois só se aprende a fazer, _________________.

26
6. As três características que distinguem um discípulo são:

a. ____________________________________________________________________
b. ____________________________________________________________________
c. ____________________________________________________________________

7. Descreva os princípios missionários em Atos dos Apóstolos.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. Quais os três pontos centrais onde se baseava a mensagem neo-testamentária?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

9. Segundo Atos 2.42, qual o alvo da evangelização neo-testamentária?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

10. Marque C (certo) ou E (errado) nas afirmações abaixo.

____ A Igreja primitiva não enfatizou o trabalho além fronteiras.


____ Paulo tinha uma estratégia para a expansão do evangelho no mundo.
____ Paulo continuou suas viagens missionárias, sem retornar à igreja que o enviou.
____ A Igreja primitiva não possuía, a rigor, um compromisso de sustento regular com
seus obreiros.
____ O Espírito Santo foi o capacitador para a obra missionária conforme Atos dos
Apóstolos.

11. Explique a expressão: “a Igreja deve ser um agente de Cristo no mundo”.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

12. Cite algumas características da Igreja de Cristo.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

27
V. SÍNTESE DA HISTÓRIA MISSIONÁRIA

IRMÃOS UNIDOS – SÉCULO XV

O Movimento Irmãos Unidos (Unitas Fratum) surgiu no período que antecedeu a


Reforma de Lutero. Este movimento pode ser chamado de pré-reformadores. Quando
Lutero pregou “95 Teses” na porta da Igreja de Wittenbeng, os Irmãos Unidos já contavam
com cerca de 300 igrejas e 300 escolas, com um total aproximado de 100 mil membros só
na Moravia (antigo nome da Tcheco-Eslováquia).

O PERÍODO DA REFORMA (SÉCULO XVI)

O Movimento da Reforma iniciou-se no ano de 1.516, quando o monge Agostiniano


Martinho Lutero (1483-1546), convertido ao estudar o texto de Romanos 1.17 que diz: “o
justo viverá da fé”, pregou as 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg.

Lutero foi excomungado pelo Papa Leão X em 1520. Criticava fortemente o sistema
de indulgências e a corrupção dentro da Igreja. Traduziu a Bíblia para o alemão em 1.534.
Lutero ensinou a justificação pela fé, defendeu o direito de interpretação privada das
Escrituras bem como o ministério de leigos.

OUTROS LÍDERES DA REFORMA

* João Calvino (1509 – 1564) – Converteu-se em 1533. Criou a teoria da Irresistibilidade


da Graça, Eleição Incondicional e Limitação da Redenção dos Eleitos.

* Zwinglio (1484 – 1531) – Em 1516 teve a mesma compreensão bíblica de Lutero sobre
a justificação pela fé. Mais tarde deu apoio ao movimento dos Anabatistas (movimento
fundado por Conrad Grebel – 1498-1526) e que era contra o batismo infantil, voltando
atrás em 1525, tornando-se inclusive um forte opositor do movimento.

* Os Anabatistas – Surgiram na Suíça, onde havia mais liberdade. Com a oposição de


Zwinglio, surgiu uma forte perseguição ao movimento na Suíça tendo seus seguidores
sido mortos por afogamento e outros emigraram para a Alemanha. Os anabatistas (que
significa: o que rebatiza) eram contra o batismo infantil, ensinavam o batismo por imersão,
defenderam a autoridade da Bíblia e enfatizaram a separação entre a igreja e o estado.

28
REFLEXOS DA REFORMA NA OBRA MISSIONÁRIA

Este foi um período sombrio na história da Igreja. Os reformadores estavam tão


preocupados com a extensão e defesa da Reforma que simplesmente acharam que a
evangelização do mundo não era da sua conta.

Os reformadores não tinham uma visão missionária porque não estavam em


contato com os povos não cristãos, dando assim lugar para que a Igreja Católica Romana,
através de suas ordens missionárias, os jesuítas, franciscanos e dominicanos tomasse a
iniciativa de estender as fronteiras da fé cristã.

No entanto devemos notar alguns fatores que contribuíram para o desenvolvimento


missionário no próximo século: Separação entre Estado e Igreja, Uma Nova
Compreensão do Evangelho e do meio de Justificação dos pecadores e abertura para o
exercício do ministério leigo, o que facilitou a expansão.

O NASCIMENTO DAS MISSÕES MODERNAS (SEC. XVII E XVIII)

As Missões Modernas surgiram da busca de novas ênfases na vida cristã e no


anseio dos cristãos em cumprirem cabalmente a missão da Igreja, o que provocou um
despertamento e o levantamento de vários movimentos os quais buscavam um
relacionamento íntimo com Deus, usavam a Bíblia como o guia indispensável para a vida
e única base de fé, defendiam maior participação dos leigos na pregação e desenvolviam
uma crescente visão missionária. Dentre estes movimentos queremos destacar os
Puritanos, Pietistas, os Morávios, os irmãos Wesley (Alemanha e Inglaterra) e Jonathan
Edwards, George Whitefield e John Eliot (América).

Os Puritanos – Movimento surgido no início do século XVII na Inglaterra. Um dos


puritanos mais famosos é John Bunyan, autor do livro “O Peregrino”, o qual era
considerado o livro mais lido no mundo após a Bíblia.

O Pietismo – Os pietistas, movimento formado dentro da igreja Luterana, com


raízes nos Irmãos Unidos e nos Morávios, foram os primeiros a enviar missionários. Seu
fundador foi Phillip Jacob Spener (1631 – 1705) e August Franke professores na
universidade de Halle que muito contribuíram para que o pietismo se tornasse uma forte
influência missionária nas igrejas e agências que vieram a se formar por sua inspiração.

29
Os Morávios – Em 1722 um grupo de Morávios perseguidos procurou refúgio nas
terras do conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700–1760) na Alemanha juntamente
com pietistas, onde fundaram a comunidade de Herrnhut. Em 1731 a comunidade,
liderada por Zinzendorf, enviou seus primeiros missionários para o exterior e fundaram
uma corrente de oração contínua que duraram 100 anos.

Os Irmãos Wesley – John Wesley (1703–1791) tinha suas origens no puritanismo,


mas, profundamente influenciado pelos Morávios, fundou o Metodismo, nome originado
na elaboração e prática de um método ritualista e ascético para a vida de seus membros.
O metodismo alcançou a América do Norte, quando, juntamente com George Whitefield
foi grandemente usado para provocar o Grande Despertamento nas colônias inglesas.
Como viajava muito, Wesley foi certa vez questionado sobre “qual igreja pastoreava”, ao
que respondeu: “o mundo é minha paróquia”, sendo que, a partir daí, os olhos dos
protestantes foram abertos às multidões sem Cristo e sem esperança.

MISSÕES NO “GRANDE SÉCULO” (SÉC. XVIII E XIX)

“O grande século missionário, período que compreende os anos de 1792 a


1914, pertence às épocas mais brilhantes da história da Igreja e
especialmente da história de missões. Um movimento missionário sem igual,
desde os tempos dos apóstolos, caracterizou estes 122 anos onde a
determinação, a coragem, a fé e o sucesso acompanharam a maioria dos
pioneiros e seus sucessores (Hist. De Missões, Bertil Ekstrom, pg.47)”.

O grande século de missões começou com um homem simples, um sapateiro


chamado William Carey, que era um pregador leigo batista. Lendo a Bíblia e muitos livros,
sentiu-se desafiado a cumprir a “grande comissão”, de levar o evangelho aos pagãos. Sua
primeira experiência, porém, foi negativa. Ao falar a um grupo de pastores sobre o
assunto, ouviu-os dizerem: “quando Deus quiser converter os pagãos, ele o fará sem a
minha e sem a sua ajuda”.
Sentindo a chamada de Deus para trabalhar na Índia, muito lutou até que
conseguiu convencer os batistas a formarem a Sociedade Missionária Batista em 1792,
indo naquele mesmo ano para a Índia. Realizou uma grande obra missionária: traduziu a
bíblia em três línguas pessoalmente e ajudou em outras traduções; participou de
trabalhos evangelísticos; inaugurou o Colégio Serampore para a preparação de obreiros,

30
foi professor de línguas orientais em Calcutá, mas, foi como fundador da Sociedade
Missionária Batista que deu sua maior contribuição às missões. É, por tudo isso,
considerado o “pai das missões modernas”.
Além de William Carey (1761-1834), o grande século de missões foi marcado pela
ação de importantes homens de Deus, como: Hudson Taylor (1832-1905), missionário na
China; Adoniram Judson (1788-1850), missionário na Índia e Birmânia; Robert Moffat
(1795-1883), foi o patriarca das missões na África do Sul; David Livingstone (1813-1873),
grande desbravador do interior africano, morreu ajoelhado junto ao seu leito no coração
da áfrica no dia 1º de Maio, onde ficou também, sob uma árvore, sepultado o seu coração;
Robert Morrison (1782-1834), missionário na China, sendo o primeiro a traduzir a Bíblia
para o Chinês e John Paton (1824-1907), trabalhou nas ilhas do Pacífico. (Leia os
livros... Até aos Confins da Terra de Tucker e História de Missões, de Bertil
Ekstrom).

MISSÕES NO SÉCULO XX

Em 1910 deu-se a Conferência Mundial de Edimburgo, dando início ao Movimento


Ecumênico Moderno. Este movimento gerou, no entanto, uma grande divisão entre as
denominações por causa da questão liberal na interpretação das Escrituras.

O período inter-guerra colocou um “freio” na ação missionária, porém, com o fim da


2ª Guerra Mundial a obra missionária das igrejas cresceu de maneira nunca vista, embora
agora com novos modelos de evangelização, devido, provavelmente, a dois fatores de
suma importância no “despertamento” missionário:

1º - O declínio do colonialismo. A retirada das potências coloniais obrigou as igrejas


novas a assumirem a responsabilidade de sua missão no mundo. O cristianismo deixou
de ser uma religião estrangeira para ser uma fé autóctone, isto é, do país de origem.
2º - O fim da guerra – Os soldados cristãos, após lutarem em muitos países, ao voltarem
para sua terra tinham uma visão missionária acentuada.

No século XX mudaram as estratégias de missões, países se fecharam para a


evangelização dando dessa forma origem à necessidade de se criar metodologias
específicas. Neste século também observamos que as missões femininas começaram a
ter espaço na obra missionária mundial, onde vamos encontrar nomes como: Amy

31
Carmichael (para a índia); Charlotte Moon (para a China; Maude Cary (para a África-
Marrocos); Johanna Veenstra (para o Sudão, etc..., Além do surgimento de inúmeras
agências missionárias com a finalidade de alcançar os não alcançados no mundo todo.

Neste final de século há uma forte preparação para uma nova era missionária.

“Segundo Ralph Winter, a iniciativa missionária tem passado por


diferentes fases ao longo dos anos. A 1ª fase, encontramos na Palestina
como o envio dos apóstolos pelo próprio mestre e o trabalho realizado por
Paulo. A 2ª fase na Europa no século XIX com o surgimento das missões
modernas, mas com antecedentes desde a Idade Média. A 3ª fase coube a
América do Norte que invadiu o mundo com seus missionários durante este
século. A 4ª fase, e quem sabe a última, é de responsabilidade do terceiro
mundo (ou 2/3 do mundo como vem sendo chamado) o número de
missionários dos antigos países receptores vem aumentando e existe a
perspectiva que dentro de alguns anos iguale ao número de missionários do
Primeiro Mundo”. (História de Missões, Bertil Ekstrom, 1993, pg.60).

Importantes movimentos missionários têm se levantado visando dar maior


conscientização da responsabilidade missionária, levantando dados estatísticos do
movimento missionário mundial, preparando estratégias missionárias que permitam
enfrentar o desafio dos povos não alcançados e ampliando a discussão sobre a tarefa
missionária, entre os quais podemos destacar: o Pacto de Lausanne, instituído na grande
conferência missionária em Lausanne. Suíça em 1974, o qual criou um movimento
mundial, além, das conferências regionais reuniu-se novamente em 1989 de Manilla
(LAUSANNE II). É importante destacar que este movimento segue a linha conservadora
de interpretação da bíblia.

Podemos também destacar o Movimento do Crescimento da Igreja, iniciado por


Donald McGavran, professor de missões no Fuller Theological Seminary, Pasadena, EUA
e mais recentemente o Movimento AD 2000. Originado de uma consulta Global de
Evangelização Mundial para o ano de 2000 e além, realizado em Singapura em 1989, o
qual tinha a finalidade de “levantar” dados sobre os povos ainda não alcançados e
procurar motivar a igreja a atingir estes povos até o ano 2000.

32
FORÇA MISSIONÁRIA BRASILEIRA

O Brasil, um país com aproximadamente 400 denominações, tem concentrado sua


força missionária dentro do País, porém, cresce cada vez mais o número de
denominações com visão transcultural, além das missões interdenominacionais já
existentes, das quais podemos destacar a seguinte realidade hoje (2017):

 Secretaria Nacional de Missões das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus – cerca


de 240 missionários credenciados;

 Junta Missionária da Convenção Batista Brasileira – Cerca de 130 missionários

 JOCUM – Jovens com Uma Missão 134 obreiros fora do país;

 Missão Antioquia – 47 missionários no exterior;

 OM – Operação Mobilização – 46 missionários;

 Instituto Betel Brasileiro – 44 missionários fora do país:

 AMÉM – A Missão Evangélica Mundial – 31 obreiros;

 Junta Missionária da Igreja Presbiteriana do Brasil – 30 missionários no exterior;

 CIBI - Convenção das Igrejas Batistas Independentes – Missionários: 3 na Ásia; 8 na


Europa; 2 na África; Oriente Médio 2; América Latina 3 e um casal na Oceania. No
Brasil a CIBI sustenta ainda 15 missionários mediante parcerias, e através das
Regionais são mantidos mais 70 missionários.

 Igreja do Evangelho Quadrangular – 13 missionários no exterior;

 Igreja Presbiteriana Independente – 9 missionários além fronteiras.

(muitas das informações foram extraídas do livro: História de Missões de Bertil


Ekstrom)

33
EXERCÍCIO 3

1. Ligue as colunas, numerando a da direita de acordo com a da esquerda.

1. IRMÃOS UNIDOS ( ) Fundaram a Comunidade de Herrnhut, Alemanha.


2. MARTINHO LUTERO ( ) Eram contra o batismo infantil e seu significado “o que rebatiza”.
3. JOÃO CALVINO ( ) Abriram os olhos dos protestantes para as multidões sem Cristo.
Fundaram o metodismo.
4. ZWINGLIO ( ) Criou a teoria da “irreversibilidade da graça” (predestinação).
5. ANABATISTAS ( ) Teólogo que como Lutero entendeu a mensagem bíblica da
justificação pela fé.
6. PURITANOS ( ) Pré-reformadores
7. PIETISMO ( ) Ensinou e defendeu a justificação pela fé e o direito de
interpretação privada das Escrituras.
8. MORÁVIOS ( ) Movimento inglês do Séc. XVII, do qual pertenceu John Bunnyan,
autor do livro “O Peregrino”.
9. IRMÃOS WESLEY ( ) Movimento formado dentro da Igreja Luterana e que exerceu
grande influência missionária.

2. O “Grande Século Missionário” (1792-1914) pertence a uma época brilhante na história


de Missões. Este período teve início com um sapateiro. Quem foi ele e qual a sua
contribuição para Missões?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3. Há espaço para as mulheres na obra missionária? Cite nomes de mulheres que


também fizeram parte da História de Missões.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. Segundo Ralph Winter, a iniciativa missionária tem passado por diferentes fazes ao
longo dos anos. Quais são estas fases?
1ª Fase: _________________________________________________________________
2ª Fase: _________________________________________________________________
3ª Fase: _________________________________________________________________
4ª Fase: _________________________________________________________________
34
5. O que foi o movimento AD 2000?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. Qual têm sido a visão e participação do Brasil em Missões Transculturais?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

7. Quem iniciou o Movimento da Reforma no século XVI, de que maneira este movimento
começou e qual o ensino básico?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. Quem eram os Anabatistas e qual o seu ensino?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

9. O Nascimento das “Missões Modernas” (Séc. XVII) surgiu da busca de novas ênfases
na vida cristã, no anseio de cumprir a missão da igreja e do desejo de se envolver
obreiros leigos na pregação, desenvolvendo assim uma crescente visão missionária. Cite
quatro movimentos que se destacaram nesta fase.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

10. Qual a frase que disse George Whitefield que serviu para abrir os olhos dos
professores para as multidões sem Cristo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

11. Em que ano ocorreu a Conferência Mundial de Edimburgo e o que este movimento
gerou?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

35
12. Qual o movimento mais importante no século XX que se levantou com a finalidade de
dar maior conscientização da responsabilidade missionária? Quais outros movimentos
surgiram daí?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

36
VI SÍNTESE DA HISTÓRIA BATISTA INDEPENDENTE

Origem do trabalho Batista Independente

A Convenção das Igrejas Batistas Independentes é originária da Missão de Orebro-


Suécia. A Missão de Orebro foi fundada por John Ongman (que viveu de 1845 a 1931) em
1892, com a finalidade de despertar um maior interesse por Missões Transculturais. Esta
missão, que por sua vez era de origem Batista, aceitava o movimento pentecostal e
também dava abertura para o ministério feminino.

Hoje a Missão de Orebro é uma organização que congrega cerda de 22.000


membros em 250 igrejas e sustenta aproximadamente 200 missionários em 20 países
espalhados pela Ásia, África, Mundo Muçulmano; Europa, Oceania e América do Sul,
além da cooperação em projetos de outras organizações missionárias.

A primeira tentativa missionária da recém organizada Missão de Orebro foi para a


América do Sul. Em 1894 enviou seu primeiro missionário para o Brasil, Adolf Larsson, o
qual morreu logo após a sua chegada, vítima de febre amarela, na cidade de São Paulo
(Fonte Livro Da Suécia ao Brasil). Passaram-se 18 anos e então uma carta chegada de
uma colônia sueca na Vila Guarani, interior do Rio Grande do Sul, move o coração de
John Ongman, presidente da Missão, sendo então enviado o missionário Erik Jansson, o
qual desembarcou com sua esposa em Porto Alegre em 15 de Junho de 1912. Em 1919 é
fundada a Convenção Evangélica Batista Sul-Rio-Grandense.

Durante 40 anos o trabalho desenvolveu-se lentamente devido às dificuldades dos


missionários estrangeiros com a nossa língua, sendo que o trabalho ficou restrito ao Rio
Grande do Sul, durante este período, apenas em 1938 a presidência da Convenção e
também a secretaria foram exercidas por brasileiros: Astrogildo Pacheco e Francisco da
Silva. Em 1952, na cidade de Ijuí-RS, é fundada, com cerca de 3.000 membros a
Convenção das Igrejas Evangélicas Batistas Independentes do Brasil, com o objetivo de
expandir a obra missionária no Brasil, tendo em vista que já haviam trabalhos
missionários em São Paulo, Sorocaba e Jundiaí, liderados pelos missionários: Alfredo
Winderlich, John Waldemar Sjoberg, Olavo Berg e também da missionária Ester
Danielsson. O primeiro presidente da Convenção foi o pastor Pedro Falcão. Nesta
ocasião é enviado pela recém organizada convenção, o primeiro casal de missionários,
Alcides e Annie Orrigo, para a cidade de Santa Rosa. Em 1966, também na cidade de Ijuí,

37
a Convenção teve seu nome alterado para: CONVENÇÃO DAS IGREJAS BATISTAS
INDEPENDENTES, que permanece até hoje. (OBS. Dados do livro “E Deus faz
Crescer”)

Propósitos da CIBI na Sua Organização

A CIBI, na época da CIEBIB, foi organizada com a finalidade de promover a união


das igrejas para o trabalho de evangelização pátria, missões, educação e obras de
beneficência social. Para alcançar estes objetivos foram criados departamentos de:
Jovens, Senhoras, Escolas Dominicais, Imprensa, Homens, Educação Religiosa.

Desenvolvimento

a. No ano de sua organização (1952) a CIBI tinha trabalhos no Rio Grande do Sul,
algumas congregações no litoral catarinense e início em São Paulo, Jundiaí e
Sorocaba. A partir daí o trabalho passou a expandir-se para outras cidades
paulistas, oeste de Santa Catarina e Curitiba. Criou-se também o Instituto Bíblico
Batista Independente para a preparação de obreiros, sendo esta uma iniciativa do
missionário Nils Angelin, o qual, sentindo-se “pequeno” para o grande desafio da
evangelização do Brasil, compreendeu que, a única forma da tarefa ser cumprida
era ter obreiros nacionais para a realização do trabalho.

b. Até 1975 o trabalho alcançou muitos outros Estados do Brasil, estabelecendo-se


campos missionários em Goiás, Bahia, Paraíba, Pará, Minas Gerais, Distrito
Federal, Mato Grosso.

c. Em 1976 a CIBI iniciou o trabalho missionário no Paraguay, com um projeto que


visava atender os colonos brasileiros que haviam emigrado para aquele país. Este
foi o primeiro campo no Exterior. (Hist.Missões-Bertil, pg.72).

d. Na década de 80 o trabalho consolidou-se em vários Estados do País, ocorrendo


um despertamento maior para missões transculturais, sendo enviado missionários
para o Peru (Pr. Clerisnan da Costa e família); Portugal (Getúlio Costa da Silveira e
família) e Angola (Pr. José Aldoir Taborda e família).

38
Sistema de Sustento dos Projetos Missionários

A CIBI mantém seus projetos missionários com as contribuições das Igrejas filiadas
que utilizam o sistema de dízimo dos dízimos, ofertas especiais de missões, ofertas
missionárias de fé e projetos de Adoção de Obreiros, tanto por igrejas como de
particulares. Com a estruturação das Convenções Regionais, o dízimo dos dízimos das
igrejas e as ofertas missionárias são divididas em 50% para cada Convenção.

Instituições Denominacionais

Alcance do Trabalho Denominacional no Brasil

Hoje (2017) a CIBI mantém, através de convênios, cerca de 80 casais missionários


no Brasil. Conta com cerca de 700 Igrejas (Igrejas filiadas e suas Congregações - não
incluindo os pontos de pregação), e está atuando em torno de 700 municípios brasileiros,
marcando presença em todos os Estados com um número aproximado de 70.000
membros. Além disso, desenvolve diversos projetos sociais e trabalhos de evangelização
entre tribos indígenas, onde se destaca o trabalho realizado no Pará e Amazonas.

Alcance do Trabalho Denominacional no Exterior

A CIBI hoje (2017) sustenta missionários em outros países, estando assim


distribuídos: 3 na Ásia; 8 na Europa; África 2; Oriente Médio 2; América Latina 3. Oceania

39
EXERCÍCIO 4

1. Complete:
a) A Convenção das Igrejas Batistas Independentes é originária da __________________
_____ ____________ (Suécia).
b) Esta Missão foi fundada por _______________________________________________
c) Adolf Larsson foi o ____________ missionário enviado para o Brasil no ano de ______.
Ele morreu de __________________ em São Paulo.
d) Dezoito anos depois desembarcou em Porto Alegre o missionário _________________
e) em 1919 se organizava a Convenção _______________________________________.
f) Quando foi fundada a nossa Convenção em 1952, recebeu o nome de
_______________________________.
g) O objetivo da fundação de uma convenção era ________________________________
_______________________________________________________________________.
h) O primeiro casal de missionários foi ____________________________que foi enviado
para a cidade de ____________________________.

40
VII – ASPECTOS DE MISSÕES TRANSCULTURAIS

1. DEFINIÇÃO DO TERMO:

a. Missões Transculturais é a proclamação das boas novas numa cultura diferente da


cultura do obreiro, mesmo sem sair do país. Exemplo: Evangelização entre os
Índios, Japoneses, etc, no Brasil.
b. Ir além das fronteiras do país de origem, atingindo diferentes etnias (povos);
c. Pregação do Evangelho em lugares distantes geograficamente (diferentes países),
dando cumprimento ao propósito redentor de Deus em todo o mundo (Mt. 24.14).

2. A IMPORTÂNCIA DAS MISSÕES TRANSCULTURAIS

Para podermos contribuir com o máximo de nossas possibilidades na proclamação


da salvação de Deus em toda a terra, é preciso, sem dúvida, compreendermos missões
como um empreendimento transcultural.
As Escrituras sempre mostraram desde o Velho Testamento que o plano redentor
de Deus tem abrangência universal. Sabemos que o mundo inteiro não será salvo de
qualquer maneira, porém, está claro que todas as ações de Deus visaram a humanidade
como um todo, como podemos observar no clássico texto da chamada de Abraão em Gn.
12.1-3: “Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai e vai para uma terra que eu
te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei,... e em ti serão benditas todas
as famílias da terra”, e também em Atos 17.30 e 2Pedro 3.9 que afirmam categoricamente
que Deus não quer que nenhum se perca, mas que todos cheguem ao arrependimento.
Jesus o Filho do homem, ao consumar a Sua obra entre nós, confiou aos seus
discípulos o encargo de levarem avante a tarefa de anunciar o evangelho por toda a terra.
Passagens bíblicas como as de Mt 28.19,20 e Lucas 24. 47,48 deixam claro que a missão
dos discípulos não se limita aos judeus da diáspora, pelo contrário, implicava em atingir
todas as nações (etnias), fazendo entre elas discípulos de Cristo por meio da pregação e
apocalipse 7.9 parece afirmar claramente que estarão diante do Senhor representantes
de todas as nações, tribos, povos e línguas.

41
3. O CHAMADO TRANSCULTURAL

De um modo geral, todos são chamados por Deus para a proclamação das Boas
Novas, mas também devemos considerar que alguns são chamados com uma missão
específica (At 13.1), além fronteiras.

Sendo isso uma realidade é necessária que o vocacionado tenha um preparo


específico para o trabalho transcultural, a fim de que seu ministério seja eficiente e
duradouro. Fazer missões no exterior não é um ato emocional, mas um ato de
responsabilidade para com Aquele que chama (Deus), para com aquela que envia (Igreja)
e para com o povo que é o alvo da obra missionária.

É imenso o número daqueles que saem empolgados para o campo de missões,


com o fogo da chamada ardendo em seus corações, mas sucumbem aos desafios das
diferenças culturais e voltam decepcionados, fracassados, pensando que se enganaram
com a chamada e duvidando da vocação que Deus lhes deu.

Segundo pesquisa feita pela AMIB e apresentada no Encontro sobre a Realidade


Missionária em outubro/95 na cidade de Águas de Lindóia, 26% dos missionários
transculturais retornam após 3 anos de serviço, muitos deles por problemas não
conhecidos, mas um grande grupo por problemas de adaptação à nova cultura. O
chamado “Choque Cultural” é uma grande realidade na vida de cada missionário.

4. BARREIRAS A SEREM SUPERADAS NO TRABALHO TRANSCUTURAL

Muitas das barreiras que o missionário transcultural enfrenta não estão no trabalho,
às vezes qualificado de “duro”, difícil. A maioria das barreiras está no próprio missionário,
na dificuldade que o mesmo apresenta para a aceitação de alguns princípios que são de
vital importância ao bom desempenho da tarefa missionária. Não é suficiente ter a
convicção da chamada divina e a certeza da companhia do Todo Poderoso no seu dia a
dia. Ele precisa muito mais. Abaixo alistamos algumas considerações sobre o que precisa
o missionário a fim de que possa superar eventuais barreiras no campo.

42
O Missionário Transcultural Precisa Conhecer a Cultura do Povo que Deseja
Evangelizar

Cada grupo humano em cada parte do mundo tem sua própria escala de valores,
modelos de comportamentos, crenças e uma série de valores espirituais e materiais que
são transmitidos coletivamente, dentro de uma percepção da realidade do seu grupo. A
isto chamamos de cosmovisão, que, em palavras mais simples quer dizer: “visão do
mundo”. Como cada grupo humano tem uma cosmovisão diferente, isso afeta
sobremaneira o modo de encarar os desafios da vida e certamente provocarão diferentes
reações à pregação evangélica.
Não podemos ignorar a cultura do povo. Ignorar a cultura de um povo é como
colocar uma tranca nas “portas” já fechadas, isto é, aumentar as dificuldades para a
proclamação das verdades da Palavra de Deus. É preciso conhecer bem a cultura de um
povo para poder compreendê-lo e dessa maneira ajuda-lo bem como para podermos
participar de suas experiências.

O Missionário Transcultural Precisa Despir-se de Sua Própria Cultura

Existem coisas em nossa cultura que são de muito valor e não permitimos que
alguém ignore. Acontece o mesmo com outros povos. Aspectos como alimentação, modo
de conversar, modo de cumprimentar, de vestir, de falar, a sua língua, a sua arte, etc...
Você gosta quando existem duas pessoas falando perto de você num idioma que você
não compreende? Certamente que não. Existem muitas coisas que não gostamos, como
por exemplo, opiniões negativas que os estrangeiros fazem de nosso país, a posição de
superioridade que muitos missionários estrangeiros assumem conosco, as comparações
de qualidade entre o nosso país e seu país de origem. Bem, se não gostamos disso, é
bom lembrarmos quando formos missionários, que os autóctones também não gostam. É
importante aprender a compartilhar seu estilo de vida, renunciar nossas preferências e
valorizar o povo que vamos ajudar.
Não queremos ensinar que o missionário brasileiro deva deixar de ser brasileiro,
desvalorizar sua cultura ou coisa semelhante. Não é tanto uma questão de adotar um
novo estilo de vida, mas de criar condições para participar das experiências do povo. O
Evangelho está acima da cultura, mas ele não violenta os povos, ele os salva.

43
O Missionário Transcultural Precisa Preocupar-se em Transformar Vidas e
Não Culturas

O Missionário transcultural precisa compreender que sua missão é combater o


pecado e não a cultura do povo. Sua missão é evangelizar r não aculturar, civilizar.
Conheci vários missionários que voltando do campo missionário contavam as
grandes dificuldades que passaram para ensinar aos nativos a usarem paletó e gravata.
Alguns ficaram escandalizados porque o povo da igreja onde cooperavam não usavam o
cantor cristão. É muito estranho ver um africano, por exemplo, praticamente em posição
de sentido, cantando um hino do cantor Cristão. Ele gosta de bater palmas, cantar hinos
de sua terra.

A missão do missionário é ensinar a Palavra de Deus. Quando existem aspectos


culturais que são contra o ensino bíblico, estes devem ser combatidos, porém, existem
muitos costumes do povo (e também nossos) sobre os quais a Bíblia não se manifesta
claramente e neste caso usamos a “teologia do bom censo”, isto é, fazemos aquilo que a
comunidade considera eticamente correto e ao mesmo tempo não fere o princípio bíblico.
Porém, um risco que o missionário transcultural corre é o de ficar tão absorvido pelos
aspectos culturais de um povo que não distingue o que é pecado. Não é o fato de todos
fazerem uma coisa que aquilo se transforma em algo correto, mas a Bíblia é a autoridade
máxima em todas as culturas. Existem aspectos culturais que devem ser combatidos por
ferirem princípios bíblicos.

O Missionário Transcultural Precisa Ter um Bom Preparo Teológico

É grande o número daqueles que resistem (a idéia de fazer um curso teológico).


Uns argumentam que não é a teologia que salva; outros falam que a letra mata e outros
ainda acham que ir para um seminário é perder tempo de ganhar almas.
Se essas pessoas pudessem avaliar os prejuízos que a obra tem sofrido pelo
despreparo daqueles que têm a missão de ensinar ao povo, certamente mudariam de
opinião. É verdade que a letra mata, quando fica ela só, mas um homem de Deus deve
saber que ele jamais poderá ir para o campo no próprio poder, baseado apenas naquilo
que sabe. Ele precisa ir no poder de Deus. Quanto ensino errado que temos observado.
Como consertar o erro? Desprezar o preparo teológico é o mesmo que confiar
demasiadamente em si e isso não é espiritualidade, mas sim carnalidade. É supor que o

44
poder de Deus se revela na ignorância apenas e não no conhecimento. Deus quer usar
qualquer pessoa na sua obra, seja ele sábio ou ignorante, mas jamais poderá usar aquele
que é preguiçoso e orgulhoso.

Vantagens em se Conhecer os Costumes do Povo

a. Facilidade em distinguir a essência da mensagem que deseja pregar dos aspectos


puramente culturais de sua terra natal:
b. Facilidade em descobrir os valiosos pontos de contato já existentes dentro da
cultura e que podem ser úteis à pregação do evangelho;
c. Maior possibilidade de distinguir entre as coisas boas de cada cultura e os
perigosos sinais de sincretismo religioso que acompanham muitas vezes os novos
convertidos;
d. Possibilidade de melhor aproveitamento dos fatores culturais favoráveis para a
implantação de uma igreja autóctone auto-sustentada. Os nativos da terra têm
muito mais possibilidades de fazer o evangelho progredir do que os missionários.

“Devemos deixar que o evangelho transforme as culturas ao invés de tentarmos


aculturar os povos” (José A. Taborda ).

A Mensagem Transcultural

A Bíblia foi escrita para todos os povos e deve ser pregada à qualquer grupo étnico
que o Senhor nos enviar. Temos a missão de levar sua mensagem vivificante aos povos,
sem alterar a verdade, porém comunicando-a de forma compreensível. As diferenças
culturais não devem constituir obstáculo para a pregação da verdade transformadora. Se
conseguirmos quebrar nosso orgulho cultural e procurarmos contextualizar nossa
mensagem, sofreremos menos e alcançaremos resultados mais imediatos.

Existe uma palavra muito utilizada em Missões Transculturais que se chama


“contextualização”. Para que a mensagem divina que vamos entregar seja mais
rapidamente compreendida ela precisa ser contextualizada, isto é, além de ter relevância
para o ouvinte é necessário que seja acessível, fácil de entender. Ouvi certa vez um
pregador ministrando aos índios no Mato Grosso e utilizando uma linda ilustração que
mencionava termos como: “arranha céu, escada rolante, elevador, ascensorista, viaduto

45
do Anhangabaú”. Fiquei com muitas dúvidas se lá no mato os ouvintes tinham capacidade
de compreender uma terminologia de cidade grande. É importante usar figuras que o
povo conhece costumes aos quais o ouvinte está familiarizado e a partir daí fazer a
aplicação da mensagem.

Tive uma experiência semelhante quando trabalhei como missionário na Angola.


No início pregava empolgado e o povo me olhava atento, com os olhos arregalados, mas
no final da mensagem eu estava cansado e não percebia qualquer resultado. Embora
falasse o português, não havia “retorno” da mensagem. Mais tarde comecei a usar
palavras comuns ao povo, figuras conhecidas e foi uma mudança tão grande que fiquei
admirado. Pessoas se convertiam jovens faziam perguntas; crentes começaram a
modificar atitudes.

46
EXERCÍCIO 5

1. O que significa o termo “Missões Transculturais”?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2. Observando os textos de Gn 12.1-3; 2 Pe 3.9; At 17.30 e Mt 28.18-20, a que conclusão


podemos chegar?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3. O chamado transcultural é uma realidade. Ele não é um ato emocional, mas um ato de
responsabilidade, para com:
a) ______________________________________________________________________
b) ______________________________________________________________________
c) ______________________________________________________________________

4. Explique porque muitos obreiros que vão para o campo missionário empolgados com o
fogo da chamada, mas depois voltam decepcionados, fracassados...
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. Existe algo, que faz com que o missionário enfrente a dureza do trabalho no campo e
permaneça apesar das dificuldades. Você sabe o que é? Tente responder com suas
palavras.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. O que o missionário transcultural precisa para poder enfrentar as possíveis barreiras no


desenvolvimento do seu trabalho no campo?
a) ______________________________________________________________________
b) ______________________________________________________________________
c) ______________________________________________________________________

47
7. Escreva com suas palavras por que é importante para o missionário conhecer a cultura
do povo que vai evangelizar?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. Aprendemos que para superar as barreiras do trabalho transcultural o missionário


precisa “despir-se de sua própria cultura”. Isto significa que: (marque as opções corretas):

a) Deve deixar de ser brasileiro, isto é, desvalorizar sua cultura.


b) Deve adotar um novo estilo de vida.
c) Criar condições para participar das experiências do povo.
d) Renunciar nossas experiências e valorizar o povo que vamos ajudar
e) Aprender a compartilhar o estilo de vida do povo.

9. O que significa dizer que a missão do missionário é combater o pecado e não a cultura
de um povo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

10. Por que é importante o preparo teológico do missionário transcultural?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

11. A frase abaixo constitui-se num grave erro na visão missionária contemporânea.
Analise-a, identifique os erros e reescreva-a de forma correta:

“Não existem vantagens em se conhecer os costumes dos povos em missões


transculturais, porque isso não facilita a essência da mensagem e nem os nativos da terra
têm possibilidade de fazerem o evangelho progredir mais que os missionários”.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

12. Explique o termo “contextualização” e sua importância na transmissão da mensagem


transcultural.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
48
VII DESAFIOS MISSIONÁRIOS HOJE
A. POPULAÇÃO DO MUNDO

Mundos A, B e C

MUNDO A (o mundo não evangelizado): → Aqueles que nunca ouviram o evangelho


ou não compreendem o suficiente para tomar uma atitude.

MUNDO B (o mundo evangelizado, porém não cristão): → Aqueles que já ouviram o


evangelho o suficiente para compreendê-lo, mas o rejeitaram.

MUNDO C (o mundo cristão): → Aqueles que se dizem cristãos, incluindo os


nominais, católicos, ortodoxos, etc.

49
“Disse Jesus: Ide (indo), portanto, fazei discípulos do todas as nações...”.
O termo grego usado pelo evangelista neste texto é ethene (etnias), significando,
por certo, povos ou grupos étnicos (e não apenas as nações políticas reconhecidas pela
ONU, que são em torno de 250), pois, pelo que podemos entender das Escrituras, estarão
diante do trono do cordeiro salvos de todas as nações, tribos, povos e línguas (Ap 7.9-10).
A população mundial cresceu rapidamente, em 1996 haviam cerca de 5,4 bilhões
de habitantes e hoje estamos com cerca de 7 bilhões. Com isso também está crescendo o
número das pessoas que precisamos alcançar com o evangelho.

B. A JANELA 10 – 40
Observemos no quadro abaixo o quadro que compreende a chamada Janela 10x40.
Dentro da “Janela” estão aproximadamente 90% dos povos menos evangelizados do
mundo, populações sem conhecimento nenhum do evangelho, onde não tem nenhuma
igreja, e não se sabe da existência de pessoas crentes. Aqui também estão os três
maiores blocos religiosos (Muçulmanos, Hindus e Budistas) formando o chamado
MUNDO A, em missões. São 44 países muçulmanos, 2 Hinduístas e 8 países Budistas. A
Janela 10 x 40 compreende todo o norte da África, a Ásia e parte da Europa e é o lugar
onde vive mais de 50% da população mundial.

Cristãos sob Perseguição e a Janela 10-40


86% dos países com forte perseguição religiosa
estão dentro ou proximos da Janela 10-40

Rússia
Tatarstão
Tchetchênia (Moderada)
(Moderada)
Kabardino- Ingushétia
Balkária (Moderada)
(Moderada) Daguestão
Curdistão (Moderada)
(Alguma) Uzbequistao
Azerbaijao
Turquia Turcomênia Tadjiquistao Coréia-Norte
China
Tunísia Afeganistao
Marrocos Iraque Ira
Kuweit Paquistao Nepal
Argélia Butao
Líbia Egito Catar
Cuba U.A.E.
Arábia Saudita Birmânia
Mauritânia Sudão Oma
(Norte) Laos
México Nigéria
Iêmen
(Sul) (Norte) Djibuti Vietna

Nigéria Sudão Filipinas


(Sul) Quênia Sri Lanka Malásia
Colômbia Somália (Áreas muçulmanas)
(Nordeste)
Maldivas
Zanzibar (Severa)
(Alguma)

Ilhas Comores
(Severa)

Dos 22 países com forte perseguição -


15 estão dentro da Janela 10-40 e
Malaui 4 estão próximos à Janela 10-40
(Áreas muçulmanas)

Grau de Perseguição
Nada ou muito pouca
Alguma
Nota: Países ou áreas com perseguição forte ou moderada são identificados por nome.
Moderada Fonte: Ranking extraído de Portas Abertas, Open Doors International Persecution List,
julho de 2001 - www.gospelcom.net/od/
Forte Categorias criadas por Global Mapping International SEPAL 2005 - www.sepal.org.br
Mapa: Global Mapping International - www.gmi.org

50
C. A FORÇA MISSIONÁRIA MUNDIAL
Observemos agora este novo gráfico que mostra onde estão trabalhando os
missionários transculturais hoje.

Não parece estranho que a maior parte da força missionária mundial está agindo
entre os povos considerados alcançados, isto é, lugares onde o evangelho tem chegado
através de implantação de igrejas no meio do povo, ou pregação por Rádio, TV, Jornal,
etc? Observe no gráfico que, na parte menos evangelizada do mundo (Mundo A) poucos
missionários estão chegando. Não é chegada a hora da Igreja despertar para esta nova
realidade, para este novo desafio que surge diante dela e finalmente ir onde os perdidos
estão?

Os Povos não alcançados no Brasil

O Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo desde quando foi anunciado pela
primeira vez no Brasil, encontrou um solo fértil assim como descrito na parábola
apresentada pelo Mestre aos seus discípulos, onde ele disse que a semente “...caiu em
boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta...” (Mt 13.8).

É inegável a realidade do crescimento numérico de evangélicos em terras


brasileiras que hoje já alcança mais de 26% da população. Muitas vidas têm sido libertas
51
e transformadas pelo Senhor de forma tal, que o Brasil se tornou um celeiro missionário,
enviando mensageiros do Evangelho a várias nações.

Porém, apesar do crescimento numérico de evangélicos em todo o território


nacional, devemos compreender que poucos brasileiros na atualidade se dedicam a Obra
Missionária e as atividades de evangelismo, negligenciando a responsabilidade de ir mais
adiante. Há, portanto, ainda muito por ser feito, é necessário a igreja brasileira estar bem
inteirada acerca dos desafios missionários da atualidade, e atuarmos de forma mais
evidente nas atividades doméstica de evangelismo.

Quem são os menos evangelizados no Brasil?

O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial, com uma


população de aproximadamente 210 milhões de habitantes, onde 96% da população é
considerada religiosa. Encontramos neste país um número muito elevado de diversas
religiões, e por isso, o Brasil se encontra diante de muitos desafios espirituais. A nossa
nação aparece no quadro mundial liderando o ranking nas estatísticas referente a adeptos
do catolicismo, de espíritas e é o 2° país no mundo de pessoas que professam pertencer
as Testemunhas de Jeová. Ainda temos em nossa nação mais de 1 milhão de
muçulmanos, distribuídos em 500 mesquitas em todo o Brasil, e a sua capital, Brasília, é
considerada a capital mundial do esoterismo. Vejamos ainda outros desafios para a
evangelização no Brasil:

1. Indígenas:

Acredita-se que no Brasil em 1530 havia 1,5 milhão de indígenas, enquanto hoje
eles não passam de 400.000 em todo o território nacional. Estes estão divididos em cerca
de 251 etnias distintas representando mais de 180 línguas diferentes. Dentre estas etnias,
apenas 26 possuem o Novo Testamento completo traduzido em seus idiomas e outras 59
possuem porções, entretanto, mais de 120 tribos necessitam urgentemente de uma
tradução das Escrituras. Vejamos alguns desafios para a evangelização dos indígenas
brasileiros:

1. Tribos conhecidas: 218 (população: 353.881);

2. Tribos isoladas: 33 (população: 1.853);

3. Tribos a serem pesquisadas: 50 (população estimada: 2.735);


52
4. Tribos com existência duvidosa: 48 (população: 2.217);

5. Total de tribos existentes: 349 (população: 360.686);

Estima-se que há 117 etnias sem presença missionária e sem o conhecimento do


Evangelho. Estas etnias, com pouco ou nenhum conhecimento de Cristo, estão
espalhados por todo o Brasil com forte concentração no Norte e Nordeste.

2. Ribeirinhos:

Na bacia amazônica há 37.000 comunidades ribeirinhas ao longo de centenas de


rios e igarapés. As pesquisas mais recentes apontam a ausência de igrejas evangélicas
em cerca de 10.000 dessas comunidades.

3. Ciganos:

Os Ciganos espalham-se por todo o território nacional nas grandes e pequenas


cidades, vivendo em comunidades nômades, seminômades ou sedentárias. Brasil possui
cerca de 800 mil ciganos que carecem de evangelização e muitos deles estão localizados
em assentamentos de 291 cidades brasileiras. Os ciganos dividem-se em três grandes
grupos: Sinti, Rom e Calon.

A grande parte desse povo está concentrada, principalmente, no litoral das Regiões
Sul, Sudeste e Nordeste. O estado da Bahia destaca-se por conter o maior número de
grupos ciganos. Este grupo representa um número significativo na população brasileira e
o trabalho de evangelização de ciganos é muito necessário.

4. Imigrantes:

Há mais de 100 países representados no Brasil por meio de imigrantes e 27 dessas


nações, que aqui estão presentes, são países onde não há plena liberdade para o envio
de missionários ou da pregação do Evangelho. Por isso, é difícil enviar missionários para
esses países que estão entre nós, com colônias sobretudo em São Paulo, Brasília, Foz do
Iguaçu e Rio de Janeiro. Há entre nós muitos imigrantes que se encontram negociando e
estudando. Estes precisam ouvir que Jesus Cristo é o Senhor. Destacamos a chegada de
muitos estrangeiros por motivo da situação política internacional que tem provocado um
deslocamento de muitos povos através dos refugiados.

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5. Surdos, com limitações de comunicação:

Há mais de 9 milhões de pessoas nesta categoria em nosso país e menos de 1% se


declara evangélico.

6. Os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres

Os extremos socioeconômicos dividem-se em dois: os mais ricos dos ricos e os mais


pobres dos pobres. As últimas pesquisas nacionais demonstram que a presença
evangélica é expressiva nas escalas socioeconômicas que se encontram entre os dois
pontos, porém, sensivelmente menor nos extremos. Em alguns Estados brasileiros há três
vezes menos evangélicos entre os mais ricos e os mais pobres do que nos demais
segmentos socioeconômicos. As populações concentradas verticalmente em edifícios
fechados, os condomínios, hoje, são quase inalcançáveis com a mensagem evangelística.
Outro desafio é o excesso de entretenimento que bloqueia a evangelização desse grupo.
Por conseguinte, o outro extremo encontra-se desafiado pelas muitas modalidades de
crimes que tem se manifestado, pelo envolvimento com drogas, com a prostituição e a
escassez financeira.

Estatísticas Missionárias de 2017

• Há 7 bilhões de pessoas no mundo.


• 2,3 bilhões de cristãos.
• 1,5 bilhões de muçulmanos.
• 971 milhões de hindus.
• 703 milhões de não-religiosos.
• 626 milhões de budistas.
• 553 milhões de Religiões Étnicas (animismo).
• 33 milhões de religiões desconhecidas (pequenas denominações, sem confissão de fé
declarada.)

• Dos 7 bilhões de pessoas vivas no mundo atual, 2,7 bilhões vivem em regiões do mundo
onde se concentram os povos não alcançados ainda pelo evangelho de Cristo Jesus.

• Dos 7 bilhões de pessoas vivas no mundo atual, 1,6 bilhões de pessoas nunca ouviram
falar de Jesus e do evangelho trazido por Ele ao mundo, nem cogitam que exista um

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salvador, que pode perdoar-lhes os seus pecados e garantir-lhes a salvação das suas
almas e a vida eterna.

• Existem hoje 6.510 línguas faladas por grupos de pessoas no mundo atual.

• 86% de todos os grupos de povos não alcançados pelo evangelho se encontram dentro
da região chamada Janela 10/40, que está entre 10 e 40 graus do norte e da costa oeste
da África até a costa leste da Ásia, que por incrível que possa parecer são os povos mais
pobres do mundo atual.

• Por volta do ano 100 depois de Cristo, os desafios da Igreja eram maiores do que os
enfrentados pela Igreja de hoje, enquanto que naquele tempo para cada cristão existia
360 pessoas não crentes em média, hoje no século vinte um o desafio diminuiu pois
somente existem 7,5 pessoas alvo para cada cristão evangelizar no mundo atual.

• 90% da totalidade dos missionários estrangeiros trabalhando em algum projeto


missionário em todo o mundo, estão trabalhando entre povos já alcançados pelo
evangelho.

• Apesar da ordem imperativa de Cristo em Marcos 16.15, 67% de todos os seres


humanos que viveram do ano 30 dC até os dias atuais nunca sequer ouviram uma única
vez falar no nome de Jesus Cristo e muito menos tiveram a oportunidade de aceita-lo
como salvador e terem sido salvas, mas morreram sem ter conhecido o evangelho.

• 91% de todas as Igrejas evangélicas do mundo atual, não possuem nenhum trabalho ou
missionário trabalhando entre os povos não alcançados, mas antes concentram as suas
ações de evangelismo aos cristãos de outros grupos cristãos sob a alegação de
praticarem a verdade de Cristo e fazendo com isso um desserviço a expansão do
evangelho no mundo.

• O avanço do último movimento pentecostal chegou aos cem anos e os resultados finais
são insatisfatórios, pois que só nos últimos 40 anos, mais de 1 bilhão de pessoas
morreram sem nunca ter ouvido falar de Jesus e da salvação.

• Estima-se que 70.000 pessoas morram diariamente no mundo atual, sem terem sido
alcançadas pelo evangelho do Senhor Jesus Cristo.

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• Em torno de 30 milhões de pessoas ainda este ano irão perecer sem ter ouvido ou
conhecido mensagem do evangelho.

• 87% de todos os fundos destinados as missões transculturais cristãs vão para projetos
missionários desenvolvidos nos países cristãos.

• 12% de todos os fundos destinados as missões transculturais cristãs vão para projetos
missionários desenvolvidos entre os povos já evangelizados.

• E apenas. 1% dos fundos destinados as missões transculturais cristãs vão para projetos
missionários entre aqueles que nunca ouviram o evangelho, que são os não alcançados
ou os perdidos da terra.

• Os cristãos constituem 33% da população do mundo atual.

• Os cristãos em todo o mundo recebem e administram 53% do rendimento anual de tudo


o que o mundo produz, mas gastam 98% de tudo o que recebem ou administram consigo
mesmos e com as suas famílias.

• Os cristãos norte-americanos e europeus, recebem conjuntamente o equivalente a 12.5


trilhões de dólares, mas gastam a totalidade dos mesmos unicamente com eles próprios e
suas famílias, sem lembra-se dos perdidos que são aqueles ainda não alcançados pelo
evangelho.

• Apenas 0,1 % de todas as ofertas de Igrejas ao redor da terra, são direcionadas para
algum projeto missionário e via de regra estes projetos missionários estão localizados em
algum dos 38 países mais evangelizados do mundo.

• 60% dos povos não alcançados vivem em países fechados para missionários
estrangeiros.

• Estimava-se em 2017 que 160 mil crentes seriam martirizados (mortos), especialmente
em países de minorias cristãs.

• O país com a maior e mais rápida expansão do evangelho dos tempos modernos é a
China, onde se calcula que aproximadamente 10.000 novos convertidos abracem ao
cristianismo a cada dia.

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• Na atualidade existem 818 povos pertencentes a etnias diferentes, com costumes e
línguas diferentes, que se encontram entre os povos não alcançados do mundo, jamais foi
alvo de qualquer projeto missionário de alguma agência missionária cristã nestes últimos
anos.

• 40% dos recursos destinados para missões internacionais estão sendo investidos em
apenas 10 países, já saturados de missionários.

• Nestes séculos de cristianismo, pastores e igrejas desenvolveram 1.500 planos globais


para a evangelização do mundo, mas a maioria deles nunca saíram do papel e os
perdidos ficaram a sua sorte, sem o conhecimento do evangelho e da salvação.

• Anualmente os volumes financeiros dos desfalques financeiros nas igrejas provocados


por pastores e líderes, são infinitamente maiores do que os valores destinados a todos os
projetos de missões estrangeiras ao redor do mundo.

• A cada ano, 180 milhões de Bíblias e Novos Testamentos são desperdiçados, perdidos,
destruídos, ou se desintegram nos depósitos de Igrejas pela incompetência ou temores
das hostilidades e opositores nas distribuições, mau planejamento, ou defeitos de
fabricação.

• Cerca de 250 das 300 maiores organizações cristãs e missionárias internacionais


enganam regularmente o público cristão que contribuem com os seus projetos através da
publicação de relatórios estatísticos do progresso missionário, comprovadamente
incorretas ou falsificadas.

• Estima-se que 70% dos cristãos membros de uma Igreja nunca foram informados sobre
o número de pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho no mundo atual,
algo que jamais deveria acontecer.

• De todos os missionários vinculados as agências missionárias norte-americanas, cerca


de 2/3 não são americanos, mas obreiros nacionais trabalhando em seus próprios países.
Apenas 1/3 do contingente de missionários americanos estão trabalhando em algum
campo missionário.

• O cristão americano dá em média apenas 1 centavo por dia para missões mundiais.

• No momento 86 países proíbem ou restringem a entrada de missionários ocidentais.

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• Os missionários ocidentais gastam apenas 3% do seu tempo diário envolvidos em
evangelismo pessoal ou diretamente em contato com pessoas onde trabalham.

• Apenas 30 por cento dos missionários ocidentais estão envolvidos diretamente em


evangelismo e implantação de igrejas.

• Aproximadamente 50% de todos os novos missionários enviados a algum campo


missionário desistem após ou durante o seu primeiro ano no campo missionário.

• As Igrejas, agências missionárias e outras organizações cristãs, na atualidade gastam


mais de 8 bilhões de dólares anualmente em conferências, congressos e outros eventos,
que não produz nenhum efeito para a salvação dos perdidos e inalcançados do mundo
atual.

• Missionários nacionais são os responsáveis diretos ou indiretamente por 90% do


trabalho missionário pioneiro entre os perdidos, mas só recebem unicamente 10 % dos
fundos de missões; Enquanto isso, os missionários estrangeiros fazem 10% do trabalho
missionário pioneiro, mas recebem 90 % do financiamento da missão.

• O Novo Testamento foi ou está sendo traduzido para as línguas de 94% da população
do mundo, mas não existe nenhum plano de distribuição dos mesmos aos perdidos
destes grupos etnolingüístico beneficiados com a tradução.

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CONCLUSÃO

O que vamos fazer diante de tão grandes desafios? Qual a estratégia de Deus para
alcançar os não alcançados? É certo continuarmos a pregar onde já tem tanta gente
pregando enquanto que em alguns lugares a pregação ainda não chegou? Diante do que
vimos, a igreja tem três tarefas principais:

1. Os considerados cristãos autênticos não ultrapassam a casa dos 400 milhões. A


primeira tarefa da igreja é alcançar aquele 1,5 bi de cristãos nominais relacionados
no MUNDO C, isto é, pessoas que estão relacionadas entre as chamadas igrejas
cristãs (Católicos, Ortodoxos, Luteranos e diversas seitas do cristianismo) e que,
tendo sido batizadas, permanecem ainda sem conhecer profundamente o amor de
Jesus e sem entender o que significa servi-lo.

2. A segunda tarefa da igreja é alcançar aqueles não cristãos dos quais estamos
próximos (Mundo B), seja física ou culturalmente (em nosso país ou países de
língua semelhante), isto é, pessoas que podem nos entender: uruguaios, por
exemplo. São os não cristãos que estão dentro do chamado mundo evangélico.

3. A terceira tarefa da igreja é descobrir aquele grupo de mais de 2 bi de pessoas que


nunca foram atingidas por qualquer testemunho cristão. São as chamadas
pessoas “Escondidas”.

Está escrito: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como
porém invocarão aquele em quem não creram? Como crerão naquele de quem
nada ouviram? Como ouvirão se não há quem pregue?” Rm 10.14

Cada pessoa é especial, cada grupo humano é especial, único. Deus vê desse
modo e precisamos também aprender a ver o mundo como Deus vê. Sendo assim,
precisamos descobrir qual a estratégia para atingirmos estes povos “escondidos”.
Porém, como disse Edward R. Dayton, o que realmente importa é que precisamos
descobrir as estratégias de Deus para cada grupo. Não há uma estratégia que possa
ser considerada única. Cada grupo deve ouvir o evangelho dentro da maneira pela
qual foi preparado pelo Espírito Santo. Cada grupo requer um tipo de missionário
específico.

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Por causa das constantes orações do povo de Deus, aos poucos as portas
começam a se abrir em muitos lugares antes fechados (mundo comunista, mundo
árabe, mundo asiático), e a igreja deve decidir o que fará com as portas abertas.

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EXERCÍCIO 6
1. Segundo o gráfico da população mundial, como estão distribuídos os povos hoje em
relação ao cristianismo?
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2. A que conclusão podemos chegar lendo o texto de Apocalipse 7.9-10?


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3. Marque C (certo) ou E (Errado) nas afirmações abaixo.

( ) A maior parte da força missionária mundial está entre os povos não alcançados.
( ) O mundo A compreende o grupo dos cristãos no mundo, incluindo os cristãos
nominais.
( ) A maior parte dos cristãos do mundo estão dentro da chamada janela 10-40.
( ) A CIBI enviou uma missionária para trabalhar na Tunísia. A Tunísia fica dentro da
Janela 10 x 40.
( ) O Mundo B é o mundo não cristão, porém evangelizado.
( ) Os três maiores blocos religiosos do mundo não cristãos estão dentro da janela 10x40.

4. Sublinhe a resposta certa.

a) A igreja do século XXI deve:


* Despertar para construir mais templos
* Despertar para contribuir mais
* Despertar para o novo desafio da evangelização dos não alcançados.

b) O termo “não alcançados” refere-se:


* Àquelas pessoas que não podem ser “tocadas”.
* Pessoas não crentes em nossa cidade ou país.
* Não cristãos que vivem isolados dos cristãos.
c) As grandes religiões mundiais que desafiam o cristianismo atual são:
* Islamismo, Budismo, Catolicismo.
* Budismo, Religiões Orientais, Espiritismo.
* Islamismo, budismo, hinduismo.

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5. Como você encara o fato de que apenas 1% de todos os missionários transculturais
trabalham no MUNDO A?
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6. Quais as três principais tarefas que tem a igreja diante dos desafios apresentados?
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7. Em sua opinião, qual a melhor estratégia para atingir os não alcançados?


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8. Explique o que significa “Povos Escondidos”.


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BIBLIOGRAFIA

PATE, Larry D. Missiologia – A Missão Transcultural da Igreja. Traduzido por


João B. Batista. Miami, Flórida: Editora Vida, 1987.

JOHNSTONE, P.J. Batalha Mundial. Traduzido por Luiz A. T. Sayão. 3ª Ed. São Paulo:
1987.

TUCKER, Ruth A “... Até aos Confins da Terra”. Tradução de Neyd Siqueira. São Paulo:
S.R. Edições Vida Nova, 1986.

EKSTROM, Lars Bertil. História de Missões. Campinas-SP: CEMIBL, 1993.

NEILL, Stephen. História das Missões. São Paulo: Edições Vida Nova, 1989.

HESSELGRAVE, David J. Plantar Igrejas. Traduzido por Gordon Chown. São Paulo:
Edições Vida Nova, 1984.

DAYTON, Edward R. O Desafio da Evangelização do Mundo. Traduzido por Amantino A.


Vassão. Belo Horizonte: Visão Mundial, 1982.

APOSTILA SOBRE O DESAFIO MISSIONÁRIO, Sepal. São Paulo.

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