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ETEC LAURO GOMES

ELETRÔNICA M-TEC

GUILHERME CAMARGO NAVARRO


ISADORA RODRIGUES SILVA SANTOS
MANUELA DIAS ALVES
SABRINA DE OLIVEIRA REIS TUDINO
VICTOR GABRIEL MENEZES DA SILVA

CIVILIZAÇÃO DA CHINA ANTIGA

SÃO BERNARDO DO CAMPO


2024
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1
2 FORMAÇÃO 2
3 GEOGRAFIA 3
4 POLÍTICA 9
5 DINASTIAS 10
5.1 Dinastia Xia 10
5.2 Dinastia Shang 11
5.3 Dinastia Zhou 13
5.4 Período dos Reinos combatentes 14
5 5 Dinastia Qin 15
6 ECONOMIA 16
7 CULTURA 17
8 DECADÊNCIA 18
9 REFERÊNCIAS 19
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1. INTRODUÇÃO

A sociedade da China Antiga é um fascinante capítulo da história humana que


continua a cativar a imaginação e a curiosidade dos estudiosos e entusiastas até os
dias de hoje. Este período, que se estende por milênios, testemunhou o surgimento
de civilizações complexas, inovações tecnológicas notáveis e sistemas sociais
intrincados que moldaram profundamente o curso da história chinesa e influenciaram
o mundo além das fronteiras do Império do Meio. Neste trabalho, exploraremos as
diversas facetas da sociedade chinesa antiga, desde sua estrutura social até suas
crenças religiosas, sua economia, cultura e legado duradouro. Ao mergulharmos
nesse rico panorama histórico, teremos a oportunidade de compreender melhor as
raízes de uma das civilizações mais antigas e influentes do mundo e sua
contribuição para o desenvolvimento da humanidade.
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2. FORMAÇÃO

Os primeiros registros escritos conhecidos da história da China datam de


1250 a.C., da Dinastia Shang. Textos históricos antigos como os Registros do
Grande Historiador (c. 100 a.C.) e os Anais do Bambu (296 a.C.) descrevem uma
Dinastia Xia (c. 2070–1600 a.C.) antes dos Shang, mas nenhuma escrita é
conhecida do período, e os escritos de Shang não indicam a existência da Dinastia
Xia. Documentos que datam do século XVI a.C. Demonstram que aquele país é uma
das civilizações mais antigas do mundo com existência contínua. A civilização
chinesa surgiu em cidades-Estado no vale do rio Amarelo. O ano 221 a.C. costuma
ser referido como o momento em que a China foi unificada na forma de um grande
reino, apesar de já haver vários estados e Dinastias antes disso. A fundação do que
hoje se chama a civilização chinesa é marcada pela imposição de um sistema de
escrita comum, criado pela Dinastia Qin no século III a.C., e pelo desenvolvimento
de uma ideologia estatal baseada no confucionismo, no século II a.C.

3. GEOGRAFIA

A geografia da China antiga desempenhou um papel crucial em sua história,


influenciando desde sua agricultura até suas relações comerciais e defesas. Grosso
modo, a China antiga pode ser dividida em três principais regiões geográficas: a
Planície do Norte, a Planície do Sul e as Regiões Ocidentais.

Planície do Norte: Esta região é dominada pela vasta bacia do Rio Amarelo (Huang
He), conhecida por suas cheias frequentes e sedimentação rica em nutrientes,
tornando-a ideal para a agricultura. No entanto, também é propensa a inundações
devastadoras que moldaram a história da região.Planície do Sul: Esta área é
caracterizada por sua topografia montanhosa, com rios mais curtos, como o Rio
Yangtze, e um clima mais úmido. A agricultura em terraços era comum nesta região
devido à escassez de planícies amplas. As montanhas forneciam uma barreira
natural contra invasões, mas também isolavam as regiões umas das outras.Regiões
Ocidentais: Compreendendo as áreas além das montanhas e desertos a oeste,
como o Deserto de Gobi e as Montanhas Himalaias, esta região era menos
densamente povoada. No entanto, serviu como uma rota crucial para as trocas
culturais e comerciais com outras civilizações, como a Índia e a Ásia Central.
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Dinastia Xia (c. 2070-1600 a.C.): Acredita-se que a Dinastia Xia tenha se
estabelecido na Planície do Norte, perto do Rio Amarelo. Sua localização próxima a
uma das principais vias fluviais da China permitiu que eles desenvolvessem técnicas
agrícolas avançadas e facilitou o comércio e a comunicação com outras culturas.

Dinastia xia (2100-1600 a.C).

Fonte: https://es.m.wikipedia.org/wiki/Dinast%C3%ADa_Xia

Dinastia Shang (c. 1600-1046 a.C.): Também estabelecida na Planície do


Norte, a Dinastia Shang floresceu ao longo do Rio Amarelo, onde desenvolveu uma
sociedade altamente estratificada e um sistema de escrita complexo. As cheias do
rio eram uma preocupação constante e influenciavam as práticas religiosas, como os
rituais de sacrifício para apaziguar os espíritos das águas.
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Dinastia Shang (1600-1046 a.C.)

Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dinastia_Shang

Dinastia Zhou (1046-256 a.C.): A Dinastia Zhou expandiu seu território para o
oeste, abrangendo as regiões montanhosas e férteis do sul da China. Isso ampliou
sua base agrícola e trouxe novos desafios geopolíticos, à medida que lidavam com
povos não sinizados e diferentes geografias.
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Dinastia Zhou (1046-256 a.C.)

Fonte: https://en.m.wikipedia.org/wiki/File:Mandar%C3%ADn_jilu.png

Período dos reinos em combate (475-221 a.C): Durante este período de


fragmentação política, a China estava dividida em vários reinos independentes, cada
um lutando pelo domínio. A geografia desempenhou um papel crucial nas estratégias
militares e no desenvolvimento econômico:Planície do Norte: Os reinos mais
poderosos, como Qin, Wei e Zhao, estavam localizados nesta região, onde as
planícies férteis e os rios facilitavam a agricultura e o comércio.Região Sul: Reinos
como Chu e Wu ocupavam esta área, caracterizada por suas montanhas e rios, que
ofereciam proteção natural contra invasões e forneciam rotas comerciais
vitais.Regiões Ocidentais: Estas áreas eram frequentemente percorridas por tribos
nômades, representando uma fronteira instável e uma fonte constante de conflitos
para os reinos chineses.
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Período dos reinos em combate (475-221 a.C)

Dinastia Qin (221-206 a.C.):Sob a liderança de Qin Shi Huang, a Dinastia Qin
unificou a China e introduziu uma série de reformas significativas. A geografia
desempenhou um papel importante em suas conquistas e desafios:Planície do Norte:
A capital da Dinastia Qin, Xianyang, estava localizada nesta região fértil, que era o
centro econômico e político do império. No entanto, a vulnerabilidade às invasões do
norte exigia defesas robustas, como a construção da Grande Muralha.Região Sul:
Embora a Dinastia Qin estivesse centrada na Planície do Norte, também incluía
terras ao sul do Rio Yangtze, caracterizadas por montanhas e florestas densas, que
eram valiosas fontes de recursos naturais.Desafios Geográficos: Apesar das
vantagens proporcionadas pela geografia, a expansão do império Qin enfrentou
desafios, incluindo fronteiras expostas ao norte e dificuldades de administração nas
regiões montanhosas do sul.
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Dinastia Qin (221-206 a.C.)

Fonte:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dinastia_Chin#:~:text=A%20Dinastia%20Qin%20(em%20chin%C3%AA
s,protoburocr%C3%A1tica%20da%20hist%C3%B3ria%20da%20China.
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4. POLÍTICA

Na China antiga, o sistema político era dominado por uma monarquia centralizada,
com um imperador como o líder supremo. Este sistema era baseado na filosofia
política conhecida como Confucionismo, que enfatizava a hierarquia, a moralidade e
a obediência aos superiores. Aqui estão algumas características principais do
sistema político na China antiga:

1. Imperador: O imperador era o governante supremo, considerado como o "Filho do


Céu". Sua autoridade era considerada divina, e ele governava com base na virtude e
na moralidade.

2. Burocracia imperial: O governo era organizado em uma burocracia altamente


estratificada, com oficiais nomeados com base em mérito e aprovação em exames
imperiais. A estrutura burocrática era crucial para a administração do vasto império
chinês.

3. Mandato do Céu: O conceito de Mandato do Céu sustentava que o imperador


governava com a bênção dos deuses, desde que governasse com justiça e
benevolência. Se um imperador falhasse em cumprir suas responsabilidades, seu
governo poderia ser considerado ilegítimo e sujeito a rebelião.

4. Feudalismo: Durante certos períodos da história chinesa, o país foi dividido em


feudos governados por nobres leais ao imperador. Este sistema feudal
proporcionava uma estrutura de poder descentralizada.

5. Confucionismo e legalismo: Enquanto o Confucionismo enfatizava a moralidade e


a benevolência como princípios governantes, o Legalismo enfatizava a autoridade
centralizada e a aplicação estrita da lei como meio de governar.

6. Exames imperiais: O sistema de exames imperiais foi introduzido durante a


dinastia Han e tornou-se uma característica central do sistema político chinês. Ele
permitia que os candidatos fossem selecionados para cargos burocráticos com base
em seu mérito acadêmico, em vez de em sua linhagem ou riqueza.
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Essas são apenas algumas das características principais do sistema político na


China antiga, que evoluiu ao longo dos séculos com o passar das dinastias.

5. DINASTIAS

As dinastias chinesas foram uma sucessão de famílias governantes que


reinaram sobre a China ao longo de milênios. Algumas das principais dinastias
foram:

5.1 DINASTIA XIA


A dinastia Xia também conhecida como dinastia Hsia,é a primeira dinastia
descrita pela historiografia tradicional chinesa. Reinou cerca século XXI a.C. – século
XVI a.C.. A historiografia lista os nomes de 9 reis por 14 gerações. Os lendários Três
Augustos e os Cinco Imperadores são colocados como antecessores da dinastia Xia,
que foi sucedida pela Dinastia Shang.
Até recentes escavações arqueológicas em sítios localizados na província de Henan,
onde os vestígios foram datados como sendo da Era do Bronze e pertencentes à
Cultura Erlitou, era difícil separar o que era mito e o que era realidade a respeito da
dinastia Xia. Desde então, arqueólogos descobriram vestígios de áreas urbanas,
objetos trabalhados em bronze, e tumbas que apontam para a possível existência da
dinastia Xia em localizações citadas em antigos documentos históricos chineses. A
maioria dos arqueólogos chineses identifica a cultura Erlitou como correspondente à
dinastia Xia, enquanto a maioria dos arqueólogos ocidentais continuam não
convencidos da conexão entre a cultura Erlitou e a dinastia. No mínimo, o período
Xia marcou um estágio de evolução técnica entre culturas do neolítico tardio e a
tradicional civilização urbana chinesa da Dinastia Shang. A tecnologia agrícola -
como a criação de cavalos, a produção de vinho, além de avanços no transporte -
aprimorou-se drasticamente na dinastia Xia.
A dinastia Xia finalizou um sistema de monarquia hereditária, transmitida
supostamente desde a época do lendário Imperador Amarelo, e iniciou um período
de controles políticos baseados em clãs e famílias aristocráticas, que passaram a
controlar tudo na nação. Foi também neste período que a civilização chinesa
desenvolveu um sistema de governo que empregava tanto um governador civil,
quanto o uso de punições duras contra qualquer transgressão. Destes primórdios o
código legal chinês começou a se formar.
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Diz-se que Jie, o último rei da dinastia, foi um rei corrupto. Ele foi deposto por T'ang,
o líder do povo de Shang, que foi localizado no leste.

5.2 DINASTIA SHANG

O que foi? : dinastia Shang, também conhecida como Yin, foi a segunda dinastia real
da história da China Antiga, e se estendeu de cerca de 1500-1050a.C.

História: várias alianças e disputas entre os reinos da China Antiga, a dinastia


Shang atingiu o poder, com Cheng Tang sendo o primeiro governante. Os
governantes eram apoiados por vários clãs aristocráticos com os quais possuiam
relações de parentesco ou de matrimônio.
Durante a dinastia Shang, a Idade do Bronze e Metalurgia foram aspectos
cruciais desta dinastia, caracterizada pela grande utilização do trabalho em bronze.
Descobertas em Yin, a última capital dos Shang, revelaram uma sociedade
habilidosa na fabricação de diversos materiais, incluindo ossos, jade, cerâmica e
bronze.
Haviam cerimônias e rituais que envolviam o uso de vasos de bronze, carros
de guerra e machados, destacando a associação do metal com a realeza.
Além disso, os Shang desenvolveram um sistema de escrita, evidenciado em ossos
de animais e peças de bronze, utilizado tanto para adivinhação quanto para o
registro de eventos históricos.
A Dinastia Shang prosperou na agricultura e artesanato, estabelecendo-se
permanentemente em fazendas e desenvolvendo sistemas avançados de irrigação
para proteção contra inundações pelos principais rios como o Yangtzé e o Rio
Amarelo.
A sociedade era hierarquizada, com o rei no topo seguido pela nobreza militar,
sacerdotes, comerciantes e agricultores.
Sepultamentos elaborados diferenciavam as classes sociais, com a elite enterrada
com objetos de valor para a vida após a morte.
A religião desempenhou papel central na cultura dessa dinastia; praticavam o
culto aos ancestrais e o politeísmo. Adoravam a Shang Ti como o "senhor supremo",
acreditando que os mortos eram tranformados em deuses; através de rituais,
oferendas, orações e sacrifícios humanos.
Importante reforçar que o poder monárquico estava restrito ao campo religioso; os
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reis dessa dinastia eram classificados como “filhos do céu” e tinham poderes
absolutos.
Acredita-se que a mão de obra normalmente era escrava, utilizada para o cultivo do
painço, principal atividade econômica da época.

Declínio: O declínio da Dinastia Shang foi caracterizado por lutas internas e


conflitos com nômades e tribos rivais.
O Rei Wu de Zhou derrubou o último rei Shang em 1046 a.C., fundando assim a
Dinastia Zhou.
Apesar de sua queda, a Dinastia Shang deixou um legado significativo na cultura
chinesa, incluindo avanços na fundição de bronze, desenvolvimento de sistemas de
escrita, práticas religiosas como o culto aos ancestrais e organização social.
Esta era foi marcada por conquistas culturais notáveis, refletidas em artefatos
sofisticados de bronze e artesanato em jade.
As contribuições da Dinastia Shang lançaram as bases para dinastias futuras na
China e moldaram aspectos-chave da civilização chinesa.

Principais características:
* Grande parte dos governantes eram caçadores e guerreiros. Eles tinham como
costume fazer consultas aos adivinhos.
* A sociedade chinesa, nessa dinastia, era complexa e bem desenvolvida.
* A economia era baseada, principalmente, na agricultura; cultivavam uma variedade
de culturas alimentares, incluindo arroz, milhete, trigo, cevada e painço.
* Também eram comuns as atividades de artesanato e a fabricação de artefatos de
bronze; como a tecelagem da seda e a fabricação de urnas funerárias por exemplo.
* As principais cidades durante esse período foram: Caoxian, Xingyang, Xian,
Xingtai, Yuncheng e Anyang (foi a capital).
* Idioma falado: chinês arcaico.
* Primeiro rei da dinastia: Cheng Tang. É considerado um dos principais governantes
da China Antiga. Após ele, houveram muitos outros governantes nesta dinastia.
* Principal religião: crenças populares chinesas. Havia também a adoração de vários
deuses, relacionados com a família real. A crença na existência de espíritos da
natureza também foi comum nesse período.
* Ano de fundação da dinastia: 1500 a.C.
* Ano final da dinastia: 1050 a.C. (ocorre o destronamento do rei Rei Zhou de
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Shang).
* Região de surgimento da dinastia Shang: vale do rio Amarelo. Também foi a região
principal de desenvolvimento da China nesse período.

5.3 DINASTIA ZHOU


A Dinastia Zhou foi uma das mais importantes na história da China,
estendendo-se por cerca de 800 anos, de aproximadamente 1046 a.C. a 256 a.C.
Durante esse período, a Dinastia Zhou testemunhou a formação e a consolidação do
feudalismo na China, bem como o desenvolvimento de várias escolas de
pensamento filosófico que moldaram a cultura e a política do país.
Antes da Dinastia Zhou, a China era dominada pela Dinastia Shang. No entanto, por
volta do século XI a.C., o rei Wu de Zhou liderou uma rebelião bem-sucedida contra
a Dinastia Shang, estabelecendo assim a Dinastia Zhou. Este evento é
frequentemente referido como a "Rebelião de Zhou contra Shang".A Dinastia Zhou
era governada sob um sistema feudal, onde o rei central concedia terras e poder a
nobres locais em troca de lealdade e apoio militar. Esses nobres, conhecidos como
senhores feudais, governavam sobre seus próprios feudos, mantendo exércitos e
administrações locais. O rei Zhou era o governante supremo do reino e considerado
o "Filho do Céu". Ele era responsável por manter a ordem e a estabilidade, bem
como por liderar cerimônias rituais importantes. No entanto, o poder real do rei era
muitas vezes limitado pelos senhores feudais.
Ao longo do tempo, o poder centralizado do rei Zhou enfraqueceu, e os
senhores feudais ganharam mais autonomia em seus próprios territórios. Isso levou
à fragmentação do reino em vários estados menores, cada um governado por seu
próprio senhor feudal.
A legitimidade do governo Zhou era baseada no conceito do "Mandato do
Céu". Segundo essa crença, os governantes tinham o direito de governar enquanto
mantivessem a moralidade e a estabilidade do reino. O Mandato do Céu podia ser
revogado se um governante fosse considerado tirano ou incompetente.
A sociedade Zhou era hierarquizada, com a nobreza e os funcionários
governamentais no topo, seguidos pelos agricultores, artesãos e, por último, os
comerciantes. A família era a unidade básica da sociedade, e a obediência aos pais
e ancestrais era altamente valorizada. Durante a Dinastia Zhou, várias escolas de
pensamento filosófico surgiram, influenciando profundamente a política e a cultura
chinesas. O Confucionismo enfatizava a moralidade, a ética e o respeito às
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autoridades. O Taoísmo buscava a harmonia com a natureza e a aceitação do fluxo


da vida. O Legalismo defendia a autoridade absoluta do estado e o uso da lei e da
ordem para manter o controle sobre a população.
A descentralização do poder e a rivalidade entre os senhores feudais levaram
à fragmentação do reino Zhou em vários estados menores. Isso resultou em um
período de conflito conhecido como "Período das Primaveras e Outonos", seguido
pelo "Período dos Reinos Combatentes". A Dinastia Zhou finalmente chegou ao fim
quando o estado de Qin, liderado por Qin Shi Huang, derrotou os outros estados
rivais e unificou a China sob seu domínio em 221 a.C., estabelecendo assim a
Dinastia Qin e encerrando oficialmente a Dinastia Zhou.

5.4 PERÍODO DOS REINOS COMBATENTES

O período dos Reinos Combatentes foi um momento histórico que antecedeu


a unificação da China, realizada por Qin Shin Huang. Durando de 475-221 a.C.,
fazendo parte então da Dinastia Zhou e do Período das Primaveras e Outonos, foi
uma era de guerra e instabilidade política na China, onde sete estados lutaram pelo
controle do país, sendo eles: Qi, Chu, Yan, Han, Zhao, Wei e Qin.
Este período data-se desde o enfraquecimento do poder da Dinastia Zhou, no século
770 a.C., quando os reis Zhou tiveram de se mudar para Luoyang, no Leste, após
uma rebelião por parte dos estados (antes dependentes; agora autônomos)
comandados pelos senhores feudais, levando a uma então fragmentação da
dinastia.
O então Período das Primaveras e Outonos (770-446 a.C.), descrita por
Confúcio em suas crônicas “Os Anais das Primaveras e Outonos”, retrata o momento
em que a Dinastia Zhou se descentralizou em sua mudança para a nova capital em
Luoyang, onde houve a mudança do então “Zhou Ocidental” para “Zhou Oriental”.
Este período é mais conhecido pelos avanços na filosofia, poesia e artes, levando ao
surgimento do pensamento confucionista, taoísta e mohista (acreditam em Tao;
buscam equilíbrio entre a vida mundana e a espiritual, entre o homem e a natureza).
Posterior ao Período das Primaveras, veio o Período dos Reinos Combatentes,
situado desde o enfraquecimento do poder Zhou e a fragmentação do mesmo,
levando a formação vários reinos, sendo os principais: Qi, Chu, Yan, Han, Zhao, Wei
e Qin. Estes, viviam em constante disputa por poder e território.
O estado de Qin logo foi expandindo-se de maneira muito significativa,
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distinguindo-se dos demais reinos. Isso levou a alguns a implementar uma política
que deveria frear esse crescimento de Qin, a chamada “Aliança de Henzong” ou
“conexão vertical”, a qual era formada pelos reinos de Qi, Chu, Yan, Wei e Têm;
juntos, os seus territórios iam de norte até o sul. Tal aliança disputava contra a
“Aliança Liangheng” (“ligados horizontalmente”, formada pelo estado de Qin e outros
reinos menores; se localizavam no centro e oeste do país.
Enquanto o objetivo da Aliança vertical era impedir o crescimento de Qin, a
Aliança Liangheng possuía uma estratégia que envolvia derrotar todos os reinos
inimigos, um a um, o que ocasionalmente veio a se tornar realidade.
O Período dos Estados Combatentes (assim como a Dinastia Zhou) teve fim em 221
a.C. com a vitória do reino de Qin sobre os demais estados e a unificação da China,
pelo rei Qin Shi Huang.

5.5 DINASTIA QIN

Na Primeira Era Imperial, assistimos a ascensão da dinastia Qin. Tal dinastia


governou a China no periodo entre 221 a.C e 206 a.C e foi responsável pela
formação de grande parte do atual território chinês ( unificaçao chinesa) que ocorreu
de forma muito violenta . Contando com uma superioridade bélica proveniente de
suas ricas fontes de ferro, a dinastia Qin conseguiu subjugar os demais povos que
participavam dos Estados Guerreiro. A partir de então, Qin Shihuangdi, primeiro e
único imperador dessa época, realizou um amplo processo de centralização
político-administrativa que garantiu a unidade de seus territórios.
Uma das mais usuais práticas centralizadoras consistia em controlar e perseguir as
demais escolas de pensamento filosófico e religioso da época. Uma das mais
perseguidas escolas de pensamento da época foi a confucionista. Além da
centralização política, o governo Qin também se destacou pela sua intensa política
militarista. Sua administração alargou as fronteiras ao sul e ao norte e também
realizou a construção de uma muralha visando proteger importantes parcelas de seu
território.
Essa muralha, atualmente, compõe um seleto grupo de monumentos
mundialmente conhecidos. A Muralha da China, tal qual a conhecemos, é uma parte
reconstruída da muralha feita durante a Dinastia Ming. Com a morte de Qin
Shihuangdi, em 210 A.C., seu governo entrou em colapso com a deflagração de uma
série de conflitos internos responsáveis pelo surgimento de um novo período
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dinástico.

6. ECONOMIA

A economia da China Antiga era baseada na agricultura e no comércio, o qual,


inicialmente, era praticado através do escambo (troca direta de produtos sem o uso
de moedas). Posteriormente, a partir da utilização de moedas, barras e peças de
ouro e bronze em diferentes regiões do planeta, os chineses passaram a adotar
esses elementos em suas relações comerciais. Os produtos comercializados
geralmente eram: alimentos, cerâmica e seda.
Após anos de dependência no setor agrícola, o comércio da seda foi uma das
atividades mais lucrativas para os chineses. No século I d.C., o Império Romano
tornou-se um dos maiores consumidores do produto, o qual era geralmente
transportado por terra, tendo como principal rota o Deserto de Góbi (atualmente
terras do Cazaquistão e Turquia) até Roma; esse trajeto era conhecido como Rota
da Seda. A seda era muito utilizada na confecção de roupas para os imperadores e
nobres e, em ocasiões especiais, para decorar painéis e faixas com dizeres festivos
ou fúnebres. Gradualmente, a produção estendeu-se por toda a Europa, onde o
tecido delicado e caro era muito apreciado. Entretanto, a seda só foi industrializada
na Inglaterra no século XV. Atualmente, a China ainda produz a melhor seda do
mundo.
Sobretudo, a China também foi um local conhecido por seus esplêndidos
(para a época) avanços tecnológicos. Os estudiosos chineses desenvolveram uma
série de instrumentos ainda utilizados nos dias atuais, tais como: a bússola
magnética, o sismógrafo (mede a intensidade dos tremores de terra) e o compasso.
No século II d.C., Zhang Heng foi responsável por construir o globo celeste. E em
1088, Han Gonglian projetou o primeiro relógio astronômico movido a água do
mundo. Em suma, os chineses deram uma grande contribuição às áreas de
astronomia, aritmética e geografia propriamente dito.
Inúmeros objetos e utensílios de bronze da Dinastia Shang (1500-1027 a.C.)
encontrados por arqueólogos comprovam a riqueza da antiga arte chinesa. O bronze
era usado na confecção de objetos que seriam utilizados nas cerimônias reais e
religiosas, e não na fabricação de instrumentos agrícolas, como ocorria na Europa.
Relativamente, os artesãos tinham papel de destaque na China Antiga; eram
contratados pelo rei para confeccionar objetos de uso pessoal e adornos, tecidos
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para a roupagem da família imperial e para funcionários reais. Os chineses


consideravam, acima de tudo, o jade a pedra mais valiosa dentre as demais e, por
essa razão, era muito utilizada para fazer adornos e objetos diversos.

7. CULTURA

Filosofias e pensamentos: Filosofias como o Confucionismo (filosofia ética,


social e política que se baseia nos ensinamentos do filósofo chinês Confúcio, Kong
Fuzi), Taoísmo (antiga tradição filosófica e religiosa originada na China, que se
baseia nos ensinamentos do Tao Te Ching, um texto clássico atribuído ao sábio
Laozi) e Legalismo (filosofia política proeminente na China antiga que floresceu
durante o período dos Estados Combatentes) surgiram durante este período e
tiveram um profundo impacto na sociedade chinesa. Confúcio, Laozi e Han Feizi são
alguns dos filósofos mais renomados desta época.

Arte e literatura: A China antiga produziu uma vasta gama de arte e literatura,
incluindo poesia, pintura, caligrafia, música e teatro. A poesia chinesa, em particular,
floresceu durante dinastias como a Tang e a Song.

Caligrafia e escrita: A caligrafia está entre as artes tradicionais chinesas e


começou na dinastia Shang, há 3,6 mil anos. É uma tradição milenar, que influenciou
diretamente os países vizinhos. É dividida em cinco categorias, selo, oficial, formal,
corrida e cursiva. Cada um dos estilos reflete um momento histórico e político chinês,
e a escrita exige disciplina mental e concentração.

Ciência e invenções: A China antiga fez inúmeras contribuições para a ciência


e tecnologia, incluindo invenções como a bússola, a pólvora, o papel, a porcelana, a
impressão, a seda, o macarrão e o garfo. Essas inovações tiveram um impacto
duradouro no mundo.

Arquitetura e engenharia: A arquitetura chinesa antiga é famosa por suas


estruturas grandiosas, como a Grande Muralha, os Terraços de Arroz, o Palácio
Imperial e os Pagodes. A China também desenvolveu técnicas de construção
avançadas, como o uso de tijolos, telhas, cúpulas e arcos na construção.
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Religião e espiritualidade: A religião na China antiga era pluralista, com uma


variedade de crenças e práticas, incluindo o culto aos antepassados, o taoísmo, o
budismo, o xamanismo (práticas e rituais ancestrais que tem como objetivo manter o
contato com o sagrado) e o confucionismo. Essas tradições espirituais
desempenharam um papel importante na vida cotidiana e na moralidade.

Sistema político e social: A China antiga era dominada por uma série de
dinastias imperiais, cada uma com seu próprio sistema político e estrutura social. A
burocracia imperial, o sistema de exames imperiais e a hierarquia social rígida eram
características proeminentes desta época.

Medicina Tradicional Chinesa: Inclui práticas como acupuntura, fitoterapia


(terapêutica que utiliza os medicamentos cujos constituintes ativos são plantas ou
derivados vegetais) e tai chi, é baseada em uma visão holística da saúde e
bem-estar. Essas práticas têm raízes antigas na cultura chinesa e continuam a ser
amplamente utilizadas até os dias de hoje.

8. DECADÊNCIA

As revoltas camponesas contribuíram para o enfraquecimento do


Império, o que trouxe o fim do domínio dos Han. Uma delas ocorreu no
século 9, quando vários camponeses famintos saquearam as duas
capitais, Chang'an e Luoyang. Apesar de derrotada, essa rebelião
enfraqueceu o exército chinês e contribuiu para o declínio da dinastia
Tang. O Império da China acabou se dividindo em três reinos: Wei (no
norte), Wu (no oeste) e Shu (no leste e no sul). Essa divisão em três
reinos durou do ano 220 ao ano 265 da Era Cristã.
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REFERÊNCIAS

AUGUSTO, P. Período dos Reinos Combatentes - China. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/historia/periodo-dos-reinos-combatentes/#:~:text=Data
%2Dse%20que%20tal%20per%C3%ADodo>. Acesso em: 4 abr. 2024.

Civilização Chinesa - História da Civilização Chinesa. Disponível em:


<https://www.historiadomundo.com.br/chinesa/civilizacao-chinesa.htm>. Acesso em:
4 abr. 2024.

China antiga (1): O Rio Amarelo e as origens da civilização chinesa. Disponível em:
<https://www.google.com/amp/s/educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/china-antig
a-1-o-rio-amarelo-e-as-origens-da-civilizacao-chinesa.amp.htm> . Acesso em: 4 abr.
2024.

China Antiga. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/china-antiga/> .


Acesso em: 4 abr. 2024.

EMPORIUM, E. E. China Antiga - História, cultura, economia, sociedade e muito


mais. Disponível em: <https://www.significados.pro/china-antiga/>. Acesso em: 4
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