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CENTRO DE ENSINO MÉDIO INTEGRADO DO CRUZEIRO

CEMIC

CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA PARA INTERNET

MIGUEL FERNANDO FLORES BARRETO, CAIO


ALEXANDER DE ABREU, LARA KETLYN MENDES, JOÃO
VICTOR MENDES E RAFA SANTANA

A ANTIGA CIVILIZAÇÃO CHINESA

Brasília

2023
1. Introdução

A civilização chinesa é uma das mais antigas do mundo, com uma


história que remonta a milênios. Ela desempenhou um papel crucial no
desenvolvimento da Ásia e teve uma influência duradoura em diversas áreas,
incluindo filosofia, arte, política e tecnologia. Abordaremos seus aspectos
geográficos, políticos, sociais, religiosos e temporais, de maneira a facilitar a
compreensão dessa grande civilização, que muitas vezes acaba
negligenciada e esquecida no estudo da Antiguidade.

2. Desenvolvimento
2.1 Localização
O povo chinês teve sua origem às margens do Rio Amarelo, ou no vale
do Huang He, de acordo com restos mortais de Homo Erectus datados de
460 mil anos atrás, na mesma região, mas foi entre 7000 a 5000 anos
AEC que as primeiras comunidades humanas se estabeleceram na China.
O Rio Amarelo é o segundo rio mais extenso da China atualmente, e
possui 4667km de comprimento, além de ser o 6º maior do mundo. Um
dos fatores que mais contribuiu para o desenvolvimento de uma
civilização nessa região foi a incrível fertilidade do terreno, que permitiu o
desenvolvimento da agricultura e o estabelecimento de comunidades
agrárias, durante o período Neolítico.
Além disso, a bacia do Rio Yangtzé também atuou de maneira
fundamental na origem da China, uma vez que, pelos mesmos motivos
que o Rio Amarelo, permitiu o estabelecimento de grandes comunidades
agrícolas em seu Vale. Sua importância cultural para a população chinesa
futura seria muito grande, uma vez que foi palco de grandes centros
culturais e políticos ao longo da história.

2.2 Período do Tempo

O período anterior às dinastias foi marcado pelo assentamento de


comunidades agrícolas nos vales de ambos os Rios Amarelo e Yangtzé,
período que data de aprox. 7000 a 5000 anos AEC.
De maneira um tanto diferente das culturas ocidentais, a história da
China como civilização é dividida em dinastias. As dinastias são séries de
reis (ou rainhas) de uma mesma família, que se sucedem no trono. A
primeira dinastia chinesa foi a Dinastia Xia, que teve origem no ano de
2205 AEC e perdurou até o ano 1818 AEC, que começou através do
Imperador Yu, o Grande. Esse sistema dinástico, iniciado por Yu, tinha
como características a garantia do poder absoluto do governante como
proprietário do Estado. Na prática, esse poder dependia de muitos fatores,
mas se assemelhava com o Absolutismo europeu em sua construção ao
longo do tempo. Existe um consenso atualmente de que a China teve
entre 20 e 24 grandes dinastias ao longo de toda sua história.
As três dinastias que serão abordadas nessa pesquisa serão as
Dinastias Xia, Shang e Zhou. Essas dinastias foram as três maiores
durante o período da Antiguidade histórica e estão relacionadas entre si
na construção da base dos costumes e da política que seriam aplicados
durante toda a história do Império. A dinastia Xia durou até 1818 AEC,
como já foi dito. A dinastia Shang durou entre os anos 1600 até 1046 AEC
e foi sucedida pela dinastia Zhou, que controlou o Império até 256 AEC,
onde encontrou seu fim. A dinastia Zhou foi a mais longeva, alcançando a
marca de aprox. 700 anos de controle estatal.

2.3 Organização Política


Como dito anteriormente, toda a história da civilização chinesa
enquanto império foi dividida em dinastias, e as dinastias tinham um
governante central: o rei, ou imperador. Seus poderes e garantias
variaram entre as dinastias, mas, de maneira geral, a autoridade do
Imperador era garantida pelo status de “Filho do Céu” ou “Tianzi”, e seu
conceito advinha da filosofia política chinesa conhecida como “Mandato do
Céu”, ou “Tianming”. Segundo eles, o Céu (Tian), conferia seu mandato a
um governante virtuoso, que ganhava o título de Filho do Céu, e
governava “Todos sob o Céu”, ou seja, todo o mundo. O Mandato do Céu
foi instituído oficialmente na Dinastia Zhou, mas a garantia da autoridade
divina do Imperador já era comumente aceita desde a Dinastia Shang,
relacionada com a crença popular no patriarca divino Shangti.
A China, desde a Antiguidade, tem uma vasta extensão territorial.
Administrar todo o território era uma tarefa árdua, e por isso a política
aplicada era a de províncias. Cada província tinha um governador local,
que era nomeado pelo imperador. Este fato caracterizava a política local
com uma hierarquia descentralizada, que incluía níveis superiores e
inferiores de funcionários públicos, como prefeitos e magistrados de
condados.
Um fator importante relacionado com a organização política da China
Imperial era o Sistema de Exames Imperiais, ou “Keju”, que era realizado
periodicamente com o propósito de selecionar candidatos para a
burocracia estatal, e envolvia rigorosos exames de filosofia, história e
literatura clássica chinesa. Era uma maneira de ascender de classes
sociais (que serão abordadas futuramente neste trabalho), puramente por
méritos acadêmicos. A influência do confucionismo na organização política
e burocrática da China Antiga também vai ser abordada mais a fundo
futuramente, mas o que se pode dizer de maneira resumida é que o
confucionismo pregava uma doutrina de moralidade, bons costumes,
respeito à imagem do Imperador e a prática da virtude.
Ademais, é importante notar que a história da China foi marcada
longamente pelas dinastias, fato que já foi mencionado acima, mas que
cada dinastia influenciava de maneira decisiva nas decisões políticas e na
organização do Império como um todo. Apliquemos isso ao curso do
tempo e, de forma surpreendente, podemos ver contradições no texto se
analisarmos como duas dinastias diferentes tratavam um mesmo assunto,
o que acontece muito ao longo da história.
2.4 Sociedade

A sociedade chinesa durante o período da Antiguidade pode ser


dividida em 8 classes sociais hierarquizadas. No topo da hierarquia estava
a família real, logo após vinham os nobres, burocratas, agricultores,
artesãos e comerciantes, camponeses, servos, um tipo de classe média e
os escravos.
A família real era composta pelo Imperador, sua esposa e seus
descendentes. Na maior parte das dinastias chinesas, o trono era passado
para o herdeiro masculino mais velho vivo, mas o consorte também recebia
muita influência no centro da sociedade chinesa. Como já dito
anteriormente, a partir da dinastia Shang a autoridade divina do Imperador
começou a ser garantida, mas foi a partir da dinastia Zhou que o Mandato
do Céu e o conceito de “Filho do Céu”, ambos derivados do Confucionismo,
começaram a ser aplicados de maneira oficial.
A nobreza e aristocracia chinesas não tinham diferenças grandes da
nobreza e aristocracia dos reinos europeus, por exemplo, e tinham suas
origens baseadas no conceito de origem e hereditariedade, mas com o
diferencial que uma família poderia passar a ser nobre após nomeação
oficial pelo Imperador por serviços prestados ao Estado. Tinham privilégios
e posse de terras, acesso a educação de qualidade e era comum que
nobres ocupassem posições de liderança na política imperial.
A burocracia imperial era composta pelos funcionários públicos,
selecionados através do “Keju”, ou exames imperiais, que avaliavam o
conhecimento dos aspirantes em literatura clássica chinesa, filosofia e
história. Era baseada num tipo de meritocracia acadêmica, e permitia que
os burocratas pudessem alcançar postos cada vez mais altos através dos
testes imperiais. Os burocratas geralmente ocupavam posições diversas
relacionadas à administração do Império.
Os agricultores, artesãos, comerciantes e camponeses compunham a
maior parte da sociedade da China Antiga, o que contribuiu para que a
economia chinesa fosse, até recentemente, quase que totalmente baseada
na agricultura. Eram considerados a espinha dorsal da propriedade e,
embora quase sempre estivessem sujeitos aos nobres (num sistema
semelhante ao feudalismo medieval da Europa), ainda assim gozavam de
certa liberdade com relação aos servos.
Os servos eram trabalhadores contratados em posição inferior, as
vezes em situação de trabalho forçado, e faziam parte do final da
hierarquia, junto aos escravos. Os escravos não eram tão comuns quanto
em outras sociedades antigas, mas ainda existiam durante a China
Imperial, trabalhando em situações desfavoráveis e sendo considerados
propriedade privada de seus donos.

2.5 Economia

A economia chinesa era quase totalmente baseada na agricultura


desde o início da civilização, em aprox. 7000 anos AEC. Desde então,
muitas descobertas importantes foram levadas a cabo pelo Império chinês,
como a porcelana, a seda, a pólvora e até a bússola, que posteriormente
impactaram a economia global.
Durante a Dinastia Xia, a economia era baseada principalmente na
agricultura e pecuária, com o foco na produção de milhetos e a criação de
gado e ovelhas. A metalurgia do bronze na história da China também
começou durante esse período, o que marcava o uso de ferramentas,
armas e objetos ritualísticos nessa época.
Na Dinastia Shang, a nobreza assumiu um papel central no controle da
produção e comércio dos recursos produzidos pelo país, enquanto a classe
popular era responsável pelo trabalho manual. Ainda aqui, a agricultura e a
pecuária ocupavam papel fundamental, mas o comércio e a metalurgia do
bronze atingiram grande desenvolvimento. Como característica da época, o
comércio de bronze, jade e marfim e o uso do bronze tanto de forma
prática quanto ritualística eram comuns.
Enfim, a Dinastia Zhou implementou novas ferramentas de cultivo,
como o arado de ferro, e a Idade do Ferro começou na China. O comércio
continuou florescendo, e durante esse período estabeleceram-se rotas
comerciais que ultrapassavam as fronteiras chinesas. Caravanas
comerciais viajando por longas distâncias eram comuns. Por fim, também
nessa época foi difundido o uso de moedas de bronze como facilitadora do
comércio.

2.6 Religião

A religião durante as três dinastias se diferenciava em muitos detalhes,


com uma possível percepção da evolução do pensamento filosófico chinês.
Podemos definir em poucas palavras que a Dinastia Xia tinha uma forte
tendência ao animismo, principalmente pelo fato de que grande parte da
narrativa imperial que deriva desse período ser muitas vezes considerada
lendária e fantasiosa. O animismo era caracterizado pela crença de que
elementos naturais, como rios, montanhas e árvores eram todos habitados
por espíritos, que deviam ser respeitados e cultuados. Uma preocupação
constante era a da manutenção do equilíbrio entre o mundo humano e o
mundo espiritual, para que esses espíritos não se voltassem contra os
homens.
A Dinastia Shang, por outro lado, instituiu o culto aos antepassados
como uma prática fundamental por todo o Império, além de um panteão de
deuses que era governado por “Shangti”, ou “Deus Supremo” ou mesmo
“Céu”. A veneração aos ancestrais estava relacionada a uma crença
comum de que, ao morrerem, os espíritos dos virtuosos adquiriam um
status poderoso de poder, quase como se eles se tornassem divindades.
Por isso, a sepultura adequada e a garantia de recursos confortáveis para
a vida após a morte eram amplamente difundidas como forma de apaziguar
a alma dos falecidos e fazê-los cooperar com os vivos.
A Dinastia Zhou foi marcada pela origem de duas correntes filosóficas e
religiosas que foram fundamentais durante toda a história do Império
chinês, que foram o confucionismo e o taoísmo, ambos pregando a virtude
e a busca por uma vida mais harmoniosa. A palavra confucionismo deriva
do filósofo chinês Confúcio, que viveu durante a Dinastia Zhou, e pregou
uma mensagem de incentivo à virtude e aos bons costumes. Prega uma
ideia de unidade do próprio eu e do “tian”, que é o Céu. O Caminho do Céu
é o que garante a autoridade divina do Imperador e, através da
contemplação adequada e do reconhecimento da própria humanidade, o
indivíduo poderá finalmente tornar-se um só com Ele. Sua obra básica está
baseada nos Cinco Clássicos, que são cinco livros que resumem a doutrina
confucionista, e neles estão contidos os conceitos de bons costumes, da
virtude, da boa liderança e de que estes são os únicos caminhos que um
homem pode seguir para finalmente se integrar com o Céu. Foi muito
importante por sua influência na burocracia imperial, uma vez que os rituais
necessários envolviam tais conceitos e os próprios exames imperiais eram
relacionados a isto.
O taoísmo foi outra doutrina religiosa e filosófica que surgiu durante a
Dinastia Zhou, mas que se desenvolveu de maneira mais profunda em
Dinastias subsequentes. Prega a vida em harmonia com o Tao, que poderia
ser traduzido como “o Caminho”, “a Transformação” ou mesmo “a
Mudança”. O conceito de duas energias primordiais que permeiam a vida,
Yin, “a Escuridão” e Yang, “a Luz”. A harmonia entre essas forças também
leva a uma vida saudável e feliz.

2.7 Características

Por fim, o que se pode dizer dos atributos únicos e características da


civilização da China Antiga é

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