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História

Antiguidade Oriental

Teoria

O Mundo Antigo
Quando começamos a estudar a Idade Antiga, é
bastante comum ouvirmos dizer que esse
período histórico foi marcado pelo surgimento
das primeiras civilizações. É importante lembrar,
no entanto, que a existência de uma civilização
não faz referência à existência de um povo “mais
evoluído” do que outros que viveram
anteriormente ou simultaneamente. Essa
nomenclatura, ao contrário disso, é utilizada para
explicar a existência de uma série de
características específicas, como instituições
políticas, hierarquização e diversificação social.

O que marca a mudança da Pré-História para a Idade Antiga é o surgimento da escrita. Porém, é
importante pensar que esse marco é super problemático, pois supõe que os povos que não tinham
escrita, também não tinham história. Existem múltiplas formas de conhecer a história, os costumes,
a cultura, a economia, a religião de uma sociedade através dos vestígios que são produzidos ao
longo do tempo.

Não é possível apontar um local específico onde teria surgido “a primeira civilização” do mundo
antigo. Quando olhamos para o Antigo Oriente, temos o desenvolvimento das civilizações chinesa
e indiana, além da formação da civilização egípcia e dos vários povos que dominaram a região
Mesopotâmica - localizada nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Também conhecidas como
civilizações hidráulicas, essas culturas agruparam largas populações que sobreviviam da
exploração das águas e terras férteis presentes na beira dos rios.

Os estudos sobre Egito e Mesopotâmia compõem aquilo que chamamos de Antiguidade Oriental.
É importante perceber que existe um recorte histórico, e proposital, sobre o período. Esse corte está
ligado àquilo que seria a origem do mundo e da cultura Ocidental, a Antiguidade Clássica, composta
pela história antiga da Grécia e de Roma. Ao mesmo tempo, a divisão pontua aquilo que não
pertence ao Ocidente, o Oriente.
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Mapa mostrando a localização das civilizações que se formaram no Antigo Oriente


Próximo.
Disponível em https://storage.googleapis.com/edocente-content-
production/PNLD/PNLD_2020/HISTORIA_DOC/6ANO/Historia_Doc_6ano_PNLD2020_PR.pdf

O Egito e o Nilo
Assim como as sociedades que se desenvolveram ao redor dos rios Tigre e Eufrates, na África,
povos anteriormente nômades passaram a ocupar as margens do rio Nilo e desenvolver uma
sociedade hidráulica e agrária graças às cheias do rio. Tendo em vista que o norte da África possui
um clima árido e regiões desérticas, o Egito, como afirmou o grego Heródoto, tornou-se a “dádiva
do Nilo”.

Muitos especialistas apontam que, na verdade, os egípcios chamavam o território de “Kemet”, que
significa “terra negra”, e seria uma referência a terra fértil que surgia com as enchentes periódicas
do rio. Contudo, existem outras linhas de pesquisa que acreditam que o nome não era uma
referência apenas ao Egito, mas sim, a um conjunto de civilizações africanas que coexistiam ao
redor do rio Nilo.

Para compreendermos o desenvolvimento da civilização formada no Egito antigo, podemos dividir


a história egípcia em 3 fases: o Antigo Império (3200 a.C. – 2100 a.C.), o Médio Império (2100 a.C.
– 1580 a.C.) e o Novo Império (1580 a.C.-715 a.C.).
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O Antigo Império (3200 a.C. – 2050 a.C.)


Antes das formações dinásticas do Egito, as civilizações que viviam na região já desenvolviam
muitas tecnologias e técnicas fundamentais para o estabelecimento da agricultura e para o uso das
águas do rio Nilo. Esse desenvolvimento também culminou na própria divisão da sociedade em
“nomos” e, posteriormente, na formação de cidades e de um império com um governo centralizado
na figura do Faraó.

Esses “nomos” eram regiões administrativas comandadas pelos nomarcas e compostas, em


grande medida, por agricultores conhecidos como felás. Gradativamente, os senhores mais
influentes foram garantindo o poder ao seu redor e se tornaram parte da administração do Faraó
após a unificação dos reinos.

Pega a visão: o rio Nilo não servia apenas para a agricultura, a lógica da sociedade
girava em torno da sua localização, que também era fundamental para comunicação
e transporte na região.

Por volta de 3500 a.C., enfim, dois reinos haviam se formado na região, sendo eles: o Alto Egito
(representado pela coroa branca), ao sul, e o Baixo Egito (representado pela coroa vermelha), no
Norte. Apesar de ainda ser algo controverso e da existência do Faraó Menés não ser amplamente
aceita, estima-se que mais ou menos em 3.200 a.C. este Faraó teria unificado os dois territórios e
iniciado os períodos dinásticos do Antigo Império.

O novo Faraó passou a ser cultuado como um deus, filho do Deus Hórus, em um regime conhecido
como monarquia teocrática, centralizou o governo dos nomos e desenvolveu ainda mais os
aparatos de controle sobre o rio Nilo, burocratizando o acesso às tecnologias, à terra e
desenvolvendo um novo modo de produção.

Sobre essa questão, vale destacar que, quem controlava as terras e a exploração das tecnologias
usadas para canalização do Nilo, para a irrigação, para a drenagem e para o aproveitamento das
enchentes era o Estado e uma elite local. Portanto, as terras pertenciam ao reino e não a
proprietários particulares. O Estado aproveitava a mão de obra que trabalhava nas terras e nas obras
públicas em um regime de servidão coletiva, tal forma de trabalho compulsório também ficou
conhecido como corveia real.

Assim, apesar de utilizarem a terra de forma coletiva para a subsistência de suas famílias, estes
servos deviam pagar ao Estado tributos em forma de dinheiro, mercadoria, excedente de produção
ou mais trabalho pelo uso da terra. Essa forma de relação social desenvolveu classes sociais
distintas e foi muito comum em regiões como o Egito e a Mesopotâmia, sendo conhecido como o
Modo de Produção Asiático.

Pega a visão: o conceito de “modo de produção asiático” é criticado por parte da


historiografia, apesar de muito utilizado, ele não é amplamente aceito. Alguns
historiadores pontuam que tal categorização acaba excluindo a complexidade na
qual esses povos se formaram.
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Graças ao trabalho dessas pessoas, o Egito viveu um grande


período de desenvolvimento político, econômico e cultural e,
durante a terceira e a quarta dinastia, sobretudo no poder dos
faraós Seneferu (2613 – 2589 a.C.) e Quéops (2589 – 2498 a.C.), o
Antigo Império viveu seu auge, com a construção inclusive de
grandes pirâmides e monumentos arquitetônicos. Essas obras,
apesar de terem um importante significado político, pois
demonstravam o poder de seus líderes, eram utilizadas como
túmulos para Faraós e nobres.

Os egípcios, politeístas, acreditavam que com a mumificação e o enterro dos Faraós ao lado de
seus pertences, o corpo divino do líder estaria protegido pela pirâmide e pronto para uma possível
reencarnação no futuro, segundo os ideais religiosos.

É importante compreender que para as civilizações antigas a religião não era algo separado das
suas vidas privadas e coletivas, ou seja, era algo intrínseco a todos os aspectos que permeavam a
política, a cultura, a agricultura etc. A ação dos deuses era o que justificava os acontecimentos
dentro dessas sociedades.

Vale destacar que, graças à prática da mumificação, os egípcios também foram fundamentais para
o desenvolvimento de noções anatômicas, de componentes químicos e de uma medicina antiga
muito rica. Assim como a construção das pirâmides levou à descoberta de noções matemáticas e
ao desenvolvimento de técnicas de arquitetura avançadíssimas. Além disso, os egípcios são
reconhecidos pelos seus cuidados com o corpo e com a higiene, que incluíam a utilização de óleos
perfumados e sombra nos olhos, por exemplo.

Pega a visão: diversos mitos foram construídos ao redor da civilização egípcia e da


construção das pirâmides, então é importante pontuar que não, as pirâmides NÃO
foram construídas por alienígenas, afinal de contas a existência deles nem é
comprovada né! Supera essa teoria da conspiração e clica nesse link aqui para
entender um pouco mais do rolê! Outro mito muito difundido é que as pirâmides teriam sido
construídas por escravizados, mas graças à descoberta de novos registros históricos essa teoria
não é mais aceita atualmente.

Médio Império (2050 a.C. – 1580 a.C.)


Por volta de 2300 a.C., o Antigo Império passou a conviver com séculos de instabilidade política e
econômica, marcada pelas secas, pela fome e por pestes. Neste período, a crise levou ao
enfraquecimento do Faraó e ao fortalecimento de nobres locais, nos antigos nomos, terminando o
Antigo Império.

Apenas em 2061 que o império retomou a centralização do poder com o faraó Mentuhotep II (2061
a.C. – 2010 a.C.), que derrotou os líderes das nomas e transformou Tebas na nova capital do
império. No entanto, apesar da vitória, os constantes conflitos entre o faraó e os nomarcas
permitiram o enfraquecimento dos egípcios e, posteriormente, o início de uma forte entrada de
estrangeiros no seu território.
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Durante muito tempo acreditou-se que os hicsos haviam invadido o território egípcio, contudo, como
sempre pontuamos com vocês, a História é um campo que está em constante modificação de
acordo com o surgimento de novas interpretações a partir do surgimento de fontes históricas mais
recentes. Nesse sentido, novas descobertas levantam suspeitas de que, provavelmente, essas
pessoas haviam imigrado para a região a muito tempo e já faziam parte da civilização egípcia,
porém possuíam características bem diferentes devido a sua origem e maior contato com outros
povos asiáticos.

Logo, os governantes hicsos da região teriam se aproveitado do momento de desestruturação e


crise no Império para tomarem o poder e governaram o Egito Antigo por um pouco mais de 100
anos. Isso quer dizer que os egípcios não foram invadidos por diversos povos? Não! Os
especialistas apontam que, na realidade, essas invasões, não necessariamente, se deram de forma
violenta e em curto prazo. O deslocamento entre esses povos era algo comum, principalmente, em
busca de terras mais férteis e de melhor alimentação, o que fazia com que eles fossem
gradativamente ocupando novos territórios, como alguns próximos ao rio Nilo, por exemplo.

Novo Império (1580 a.C. – 525 a.C.)


A unidade política foi resgatada novamente por volta de 1580 a.C., com a insurreição dos egípcios
contra os governantes hicsos, que marcou o início do Novo Império. Foi neste período que se
consolidou no Egito a estrutura social mais complexa dessa civilização: no topo, o Faraó era uma
figura divina e representava o Estado, abaixo, encontrava-se os nobres, guerreiros, cobradores de
impostos, administradores etc. Depois, vinham os sacerdotes, responsáveis pela parte religiosa e o
culto aos deuses egípcios, abaixo deles, os escribas, que eram os responsáveis pelos registros
oficiais. Abaixo, vinham os soldados. Por fim, dentre as classes mais baixas estavam os artesãos,
os comerciantes, os camponeses e, na base, os escravizados.

Pega a visão: as mulheres possuíam certa autonomia e direitos em relação à figura


masculina e, em alguns casos, podiam assumir determinados cargos na
administração do império.

Uma das principais características deste período foi o desenvolvimento bélico, muito influenciado
pelas tecnologias implementadas pelos hicsos, e a expansão egípcia para novas terras,
conquistando regiões ao sul, próximo ao Sudão e ao leste, próximo à Mesopotâmica com Tutmés
III (1480 a.C. – 1448 a.C.) e, com Ramsés II (1292 a.C.– 1225 a.C.), chegando inclusive na Ásia. Essa
expansão garantiu o domínio de outros povos e uma era de muita riqueza para o Novo Império.

Entretanto, apesar das diversas conquistas no exterior, internamente o império mais uma vez ruiu
graças aos conflitos entre nobres e sacerdotes, além das constantes tentativas de invasão de
outros povos, como os hititas. Por volta de 1100 a.C., o Egito voltou a se fragmentar em dois reinos,
o que foi crucial para o enfraquecimento desta civilização e a posterior conquista do Egito por
outros impérios que cresciam ao redor, como o macedônico.
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Imagens do “Livro dos Mortos”, criado durante o Novo Império.


Disponível em https://www.gettyimages.com.br/fotos/livro-dos-mortos

Mesopotâmia, a “terra entre rios”


A região da Mesopotâmia (palavra que em grego significa “entre rios”) marca um processo histórico
de sedentarização da humanidade. Os antigos grupos humanos que habitavam aquele território
costumavam viver como nômades, sem lugar fixo, no entanto, a ocupação da região ao redor dos
rios Tigre e Eufrates permitiu uma experiência revolucionária, que estabeleceu Cidades-Estados,
uma agricultura estável e a construção de importantes tecnologias e técnicas para aproveitar a água
da região.

A escolha da Mesopotâmia para a ocupação está relacionada a larga faixa de terra fértil que vai do
rio Nilo ao Golfo Pérsico, permitindo acesso à água, fácil agricultura e uso das cheias para irrigação.
Assim, a geografia da região influenciou diretamente na formação de sociedades hidráulicas, que
dependiam profundamente das cheias dos rios e do que as águas poderiam fornecer.
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Mapa da região Mesopotâmica.


Disponível em http://www-storia.blogspot.com/2012/12/origem-da-civilizacao-mesopotamica.html

As civilizações da mesopotâmia

Sumérios
Foram os primeiros povos a habitarem a Mesopotâmia aproximadamente em 4.000 a.C., migrando
principalmente para a região conhecida, hoje, como o Iraque. Os sumérios se estabeleceram na
região fundando cidades como Quish, Ur, Uruk, Nipur e Lagash, que, segundo achados
arqueológicos, demonstram um impressionante desenvolvimento urbano, com complexas formas
de administração e organização para o período.

Os sumérios também desenvolveram ricas técnicas de arquitetura, engenharia e escrita,


construindo enormes templos como os zigurates (templos de poder político e religioso), armazéns,
técnicas de irrigação e plantio e até mesmo a escrita cuneiforme., que era feita em placas de argila.

Acádios
Com o enfraquecimento Sumério depois de muitas disputas internas, outros grupos que habitavam
a região, principalmente vindos da Síria, passaram a invadir as cidades construídas na
Mesopotâmia. Por volta de 2500 a.C., esses grupos absorveram os conhecimentos sumérios e
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desenvolveram novas formas de ocupar a região, construindo a cidade conhecida como Acad. Com
a conquista realizada, o rei Sargão I unificou as antigas cidades e fundou o Império Mesopotâmico.

Amoritas – Primeiro Império Babilônico


Os povos amoritas foram os sucessores dos acádios na ocupação da região mesopotâmica. Os
amoritas ocuparam inicialmente a região da Babilônia, mas, com o reinado de Hamurabi (1728-1686
a.C.), logo se espalharam por todo o Golfo Pérsico, fundando o I Império Babilônico.

A civilização que se formou na localidade foi uma das mais prósperas da região durante a
antiguidade. Assim como os egípcios, os amoritas criaram um sistema de canais de irrigação para
utilizar as cheias dos rios Tigre e Eufrates. Além disso, eles unificaram a língua de todo o império.

O governo de Hamurabi também foi responsável pela criação de um conjunto de normas


conhecidas como o “Código de Hamurabi”, sintetizadas pela frase “Olho por olho, dente por dente”,
baseada na Lei de Talião. Historiadores do campo jurídico evidenciam que, na realidade, o
documento histórico não seria um conjunto de leis e sim um registro de sentenças proferidas por
monarcas ao longo do tempo e que deveriam servir como exemplo. Nesse sentido, o Código seria
mais uma jurisprudência do que um conjunto de leis.

Código de Hamurabi

1. Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar,
então que aquele que enganou deve ser condenado à morte.
[...]
195. Se um filho bater em seu pai, ele terá suas mãos cortadas.
196. Se um homem arrancar o olho de outro homem, o olho do primeiro deverá ser
arrancado (Olho por olho).
[...]
200. Se um homem quebrar o dente de um seu igual, o dente deste homem também deverá
ser quebrado [Dente por dente];
https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/codigo-de-hamurabi

Assim, a antiga Babilônia também se tornou um importante centro comercial na antiguidade e uma
referência urbana e arquitetônica para a época. Sua sociedade possuía uma hierarquia bem similar
a outros povos do período, com o rei no topo, seguido dos guerreiros, os administradores, os
sacerdotes, os escribas e os escravizados.

Assírios - Império Assírio


Apesar da resistência babilônica ter durado séculos, em 728 a.C., os povos que viviam na região
norte da Mesopotâmia, os assírios, assumiram o poder após a queda das amoritas. Os assírios
ficaram conhecidos pelo Estado forte e centralizado e pela forte militarização dessa civilização.
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Os vestígios deixados por essa civilização, como as escritas cuneiforme, evidenciaram o alto grau
de organização militar. Tais documentos mostravam a utilização de técnicas inovadoras no
combate, destacando o uso de armas de ferro, cobre e estanho, que garantiram grandes vitórias e
a conquista de escravos, base do trabalho dessa sociedade.

Apesar do grande desenvolvimento econômico e bélico, sucessivas crises internas permitiram que
o Império Assírio fosse derrotado pelos povos Caldeus, que eram herdeiros dos amoritas e do antigo
reino babilônico, que promoveram uma resistência ao longo de todo o período de dominação
assíria.

Pega a visão: foi durante o domínio assírio na região mesopotâmica, no século VII
a.C., que foi construída a Biblioteca de Nínive, localizada atualmente no Iraque,
durante o reinado de Assurbanipal. Além de histórico, o monumento tem um detalhe
interessante: era toda feita de placas de argila com a escrita cuneiforme.

Caldeus - Segundo Império Babilônico


Em meados do século VI a.C., os caldeus, herdeiros dos amoritas, iniciaram ataques a várias
cidades assírias, como o caso de Nínive, Asur e Haran, e conquistaram o território, fundando o
Segundo Império Babilônico.

Foi o rei Nabucodonosor (605 – 563 a.C.), com um poder centralizado, quem transformou a capital
Babilônica novamente em um importante centro comercial, criando fortalezas militares, investindo
em obras públicas e na construção dos famosos Jardins suspensos e do zigurate conhecido como
Torre de Babel.
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Exercícios de fixação

1. Qual figura ocupava o topo da hierarquia social na sociedade egípcia?

2. Dos povos que habitaram a região Mesopotâmica, qual deles promoveu o surgimento da
escrita cuneiforme?
(A) Sumérios.
(B) Assírios.
(C) Caldeus.
(D) Acadianos.

3. As sociedades que, na chamada Antiguidade Oriental, habitavam os vales dos rios Nilo, Tigre
e Eufrates tinham em comum o fato de:
(A) Serem sociedades hidráulicas.
(B) Serem sociedades monoteístas.
(C) Serem sociedades democráticas.

4. A sociedade egípcia pode ser classificada como:


(A) Absolutista.
(B) Democrática.
(C) Teocrática.

5. Como ficou conhecido o conjunto de normas criado pelos babilônios?


(A) Código de Hamurabi.
(B) Lei das Doze Tábuas.
(C) Lei do Talião.
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Exercícios de vestibulares

1. (Enem PPL, 2021)


196º — Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.
197º — Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso.
198º — Se ele arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma mina.
199º — Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra um osso ao escravo alheio,
deverá pagar a metade de seu preço.
Código de Hamurabi. Disponível em: www.dhnet.org.br. Acesso em: 6 dez. 2017.

Esse trecho apresenta uma característica de um código legal elaborado no contexto da


Antiguidade Oriental explicitada no(a)
(A) a recusa do direito natural para expressão da vontade divina.
(B) caracterização do objeto do delito para a definição da pena.
(C) engajamento da coletividade para a institucionalização da justiça.
(D) flexibilização das normas para garantia do arbítrio dos magistrados.
(E) cerceamento da possibilidade de defesa para preservação da autoridade.

2. (Enem, 2020) Sexto rei sumério (governante entre os séculos XVIII e XVII a.C.) e nascido em
Babel, “Khammu-rabi” (pronúncia em babilônio) foi fundador do Império Babilônico
(correspondente ao atual Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os
semitas e os sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi
permanece indissociavelmente ligado ao código jurídico tido como o mais remoto já
descoberto: O Código de Hamurabi. O legislador babilônico consolidou a tradição jurídica,
harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos.
Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br Acesso em: 12 fev 2013 (adaptado)

Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas no Código citado tinham o
sentido de
(A) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
(B) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
(C) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra.
(D) promover distribuição de terras aos desempregados urbanos.
(E) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de estrangeiros.
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3. (UEA, 2020) Os principais testemunhos arquitetônicos da grandeza egípcia, sejam túmulos,


palácios ou templos, reproduzem visualmente o poder sagrado atribuído aos seus
governantes.
(José Rivair Macedo. História da África, 2015. Adaptado.)

O texto faz referência


(A) ao caráter teocrático do Estado egípcio, que era centralizado na figura do faraó.
(B) à crença na imortalidade, que era a base da religião monoteísta no Egito da Antiguidade.
(C) à coletivização das terras férteis, o que garantia a sobrevivência da massa camponesa.
(D) à rígida estratificação social, que era baseada na vontade dos deuses.
(E) à expansão territorial egípcia, que se deu após a unificação política.

4. (UEA, 2017) Às vezes se denomina “Crescente Fértil” a importante região que forma um arco
de território desde o Delta do Nilo através da Palestina e do Levante, estende-se a leste ao
longo das colinas da Anatólia e termina nas montanhas situadas entre o Irã e o Mar Cáspio,
incluindo os vales fluviais da Mesopotâmia.
(J. M. Roberts. O livro de ouro da história do mundo, 2001.)

O excerto descreve um espaço geográfico e histórico em que


(A) constituíram-se os padrões culturais europeus, como o teatro trágico, e as organizações
políticas populares, como a democracia.
(B) desapareceram as fontes históricas escritas, como os códigos de leis, e registros
arqueológicos, como as peças de cerâmica.
(C) ocorreram mudanças culturais significativas, como a invenção da escrita, e políticas,
como a formação de Estados.
(D) predominaram a uniformidade cultural, com o emprego de um só idioma, e longo período
de paz social, com a ausência de guerras.
(E) permaneceram precários os contatos entre as comunidades, como nas do centro da
África, e as atividades econômicas, com a coleta.

5. (Enem Libras, 2017) O sistema de irrigação egípcio era muito diferente do complexo sistema
mesopotâmico, porque as condições naturais eram muito diversas nos dois casos. A cheia
do Nilo também fertiliza as terras com aluviões, mas é muito mais regular e favorável em seu
processo e em suas datas do que a do Tigre e Eufrates, além de ser menos destruidora.
CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986.

A comparação entre as disposições do recurso natural em questão revela sua importância


para a
(A) desagregação das redes comerciais.
(B) supressão da mão de obra escrava.
(C) expansão da atividade agrícola.
(D) multiplicação de religiões monoteístas.
(E) fragmentação do poder político.
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6. (UEA, 2017) A escrita foi inventada no Oriente Próximo antigo com o intuito de registrar as
atividades comerciais. Com o crescimento das economias centralizadas, os funcionários dos
palácios e templos sentiram a necessidade de manter o controle das quantidades de cereal e
das cabeças de carneiro e gado que entravam nos celeiros e fazendas, ou que saíam deles.
Era impossível depender da memória de um homem para cada item; assim, tornou-se
necessário um novo método que mantivesse registros confiáveis.
(C. B. F. Walker. “O cuneiforme”. Lendo o passado: a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.)

A escrita surgiu nos vales dos rios Nilo, Eufrates e Tigre condicionada pela
(A) democratização das relações sociais e diminuição da produção agrícola.
(B) pacificação das relações entre Estados e adoção de religiões monoteístas.
(C) formação da cultura literária e alfabetização das comunidades camponesas.
(D) oposição dos sacerdotes aos reis e monopólio da cultura pela classe sacerdotal.
(E) constituição do Estado e expansão significativa da produção de riquezas.

7. (FGV, SP, 2021) O Eufrates não é um rio manso e amistoso como o Nilo, com uma inundação
de fim de verão, regular como um relógio, que prepara a terra para o plantio do trigo no inverno.
[...] Ele transborda de suas margens, de forma errática e imprevisível, durante a primavera,
quando a semente já no chão tem de ser protegida, primeiro para não se afogar sob as águas
da enchente; segundo, para não secar sob o sol escaldante, que faz evaporar mais da metade
do fluxo do rio antes que ele chegue ao mar.
(Paul Kriwaczek. Babilônia: a Mesopotâmia e o nascimento da civilização, 2018.)

O excerto faz uma comparação entre a sociedade da Suméria e a do Egito da Antiguidade,


acentuando, entre elas,
(A) os aspectos divergentes do ponto de vista da natureza das atividades econômicas.
(B) a ausência de organização militar para a defesa dos terrenos férteis.
(C) os esforços para o aproveitamento de condições naturais de sobrevivência social.
(D) os padrões distintos de submissão da mão de obra capturada nas guerras.
(E) a existência de sociedades sustentadas pela propriedade coletiva das terras.
História

8. (Enem PPL, 2020) Na Mesopotâmia, os frutos da civilização foram partilhados entre diversas
cidades-estados e, no interior delas, entre vários grupos sociais, se bem que desigualmente.
No Egito dos faraós, os frutos em questão concentraram-se quase somente na Corte real e,
secundariamente, nos centros regionais de poder. Se na Mesopotâmia o comércio cedo
começou a servir também à acumulação de riquezas privadas, no Egito as trocas importantes
permaneceram por mais tempo sob controle do Estado.
CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986 (adaptado).

Um fator sociopolítico que caracterizava a organização estatal egípcia no contexto


mencionado está indicado no(a)
(A) atrofiamento da casta militar.
(B) instituição de assembleias locais.
(C) eleição dos conselhos provinciais.
(D) fortalecimento do aparato burocrático.
(E) esgotamento do fundamento teocrático.

9. (Cusc, 2019) Os egípcios viam a criação do mundo como uma espécie de ilha de ordem
cercada pelas forças do caos, que a ameaçavam constantemente de aniquilação, da mesma
forma como o Delta e o Vale férteis e organizados estavam cercados pelos desertos hostis e
anárquicos.
(Ciro F. S. Cardoso. O Egito Antigo, 1982. Adaptado.)

O texto ajuda compreender o motivo de, no Egito Antigo, as práticas religiosas


(A) estarem desconectadas da experiência cotidiana, pois se acreditava que as divindades
pouco interferiam nos movimentos da natureza e nos destinos humanos.
(B) dependerem da intermediação de sacerdotes, que condenavam atitudes dos fiéis, como
o ócio, a busca da riqueza ou a prática sexual não voltada à procriação.
(C) serem utilizadas pelos governantes como forma de iludir e enganar a população pobre,
que passou a acreditar que os faraós eram representantes dos deuses na Terra.
(D) penetrarem todos os aspectos da vida pública e privada, como nas cerimônias para
garantir a chegada da inundação, agradecer a colheita ou procriar.
(E) restringirem-se à nobreza e aos sacerdotes, uma vez que a maior parte da população era
analfabeta e não tinha acesso aos textos míticos e às obras religiosas.
História

10. (Unesp, 2013) [Na Mesopotâmia,] todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos
não eram suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na
exploração da população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram
principalmente duas: os impostos e os trabalhos forçados.
(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.)

Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a


(A) internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de
algodão, cevada e sésamo.
(B) utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de
gado bovino e caprino.
(C) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que
caracterizava o sistema econômico mesopotâmico como escravista.
(D) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores
aos credores.
(E) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas
pelo rei, como templos ou muralhas.
História

Gabaritos

Exercícios de Fixação

1. No Egito Antigo, o faraó era cultuado como um deus, filho do Deus Hórus, em um regime
conhecido como monarquia teocrática, onde sua figura de representante do Estado se fundia
com o seu papel religioso.

2. A
Dos diversos povos que habitaram a região dos rios Tigres e Eufrates no período antigo, os
sumérios são considerados os grandes responsáveis pelo desenvolvimento da escrita
cuneiforme por volta de 3.500 a.c.

3. A
As civilizações que compunham a região conhecida como Crescente Fértil, como a egípcia e
as sociedades que se formaram na Mesopotâmia, são chamadas de sociedades hidráulicas,
pois as suas organizações dependiam profundamente dos rios que elas ocupavam as margens.

4. C
O Egito antigo é classificado como uma teocracia, porque havia uma união entre religião e
política, uma vez que o Faraó era o chefe político e, ao mesmo tempo, também exercia um papel
de chefe religioso, já que era visto como um “Deus”.

5. A
O Código de Hamurabi foi criado no reinado de Hamurabi, durante o I Império Babilônico, e era
um compilado de sentenças proferidas por monarcas ao longo do tempo que deveriam servir
como exemplo para a mediação da lei na sociedade babilônica.

Exercícios de vestibulares

1. B
O trecho destacado do Código de Hamurabi demonstra que, naquele período, a lei previa uma
ligação direta entre o crime cometido e a pena a ser aplicada por ele. Nesse sentido, o Código
caracteriza o objeto do delito e define a pena a partir do mesmo.

2. B
O chamado Código de Hamurabi, criado pelo rei da Babilônia no século XVIII a.C., representava
um pioneiro conjunto de regras pautadas na punição de crimes. A famosa frase “olho por olho,
dente por dente” está associada à forma como essas leis eram aplicadas, punindo o criminoso
de acordo com a gravidade do crime. Vale destacar que não havia um conceito de cidadania
nesta sociedade e as leis eram aplicadas de formas diferenciadas, de acordo com a posição
social.

3. A
No Egito antigo, o Faraó era cultuado como um deus, em um regime conhecido como
monarquia teocrática. As pirâmides e grandes construções, além do forte significado
religioso, possuíam um importante significado político, pois demonstrava o poder de seus
governantes.
História

4. C
O local indicado pelo texto é conhecido como o espaço de formação das primeiras
civilizações complexas no mundo, marcadas pelo surgimento da escrita cuneiforme e da
roda, por exemplo. Porém, vale ressaltar que não é possível apontar um local específico onde
teria surgido “a primeira civilização” do mundo antigo.

5. C
O trecho aponta para a importância dos rios e do domínio da construção de importantes
tecnologias e técnicas para aproveitar a água de cada região, fatores que favoreceram a
expansão de uma agricultura mais estável.

6. E
A escrita surgiu no Mundo Antigo como uma consequência direta da complexificação das
relações desenvolvidas naquelas sociedades, que passaram a precisar registrar as
transações comerciais, a administração do Estado e questões contábeis.

7. C
Conhecidas como civilizações hidráulicas, essas sociedades agruparam largas populações
que sobreviviam da exploração das águas e das terras férteis presentes na proximidade com
os rios.

8. D
O texto evidencia que as riquezas produzidas no Antigo Egito se concentravam nas mãos do
Estado, que era governado pelo Faraó. Nesse sentido, o texto remete ao que comumente é
chamado de modo de produção asiático, onde as terras pertenciam ao Estado e eram
utilizadas pelos servos a partir do pagamento de tributos.

9. D
O texto evidencia que a religião era uma parte essencial para a vida privada e pública no Antigo
Egito. Para aquelas pessoas, os deuses eram os responsáveis pelos acontecimentos dentro
da sua sociedade e do mundo.

10. E
Os trabalhos compulsórios, como os citados no texto e na alternativa, faziam parte integrante
da economia desses Estados formados na Antiguidade Oriental, assim, em certas épocas do
ano, os agricultores eram convocados a prestar serviços em obras públicas.

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