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Introdução

Neste trabalho com o tema: “A hierarquização das sociedades e a formação das classes
sociais no nordeste de Africa”, com seguintes objectivos: Caracterizar a sociedade
egípcia; Caracterizar a sociedade Méroe; Identificar a organização politico e social
dessas duas sociedades; Identificar os feitos da sociedade suméria.

Importa referir que buscamos abordar as instituições egípcias à época do denominado


“Antigo Império”, período ubicado antes de Cristo e que portanto, vai da III à VI
Dinastia. As sociedades africanas, a exemplo de todas as outras, passaram, por
organizações que evoluíram e conseguiram se manter, a despeito do tempo que nos
separa da Antiguidade. Portanto, importa referir que de fato, algumas crenças e relações
sociais podem ser comparadas àquelas que antigamente eram mantidas na antiguidade
pelo Egito, ( a cultura a política e sua organização social). Entre os elementos herdados
do passado que permanecem em nossas vidas, temos as de Mero e as de Suméria, pelo
estrangeiro que se depara com uma organização social diferente da sua, elas são vistas
como uma prática subjacente as de egípcias para a dignidade humana. Porém, as
egípcias podem nos fornecer informações importantes sobre o funcionamento de nossa
sociedade e sua evolução.
Objectivos

No que concerne aos objetivos, importa referir que o presente trabalho tem como
objectivos: Caracterizar a sociedade egípcia; Caracterizar a sociedade Méroe; Identificar
a organização politico e social dessas duas sociedades; Identificar os feitos da sociedade
suméria.

Metodologias

Em termos metodológicos na produção do presente trabalho recorreu-se as consultas


bibliográficas de alguns autores que consubstancia sobre o tema e alguns sites na
internet e módulo do estudante. Quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa; quanto
aos objectivos é exploratória; quanto aos procedimentos de recolha de dados é não
experimental e quanto as fontes de informação é uma pesquisa bibliográfica.
A hierarquização das sociedades e a formação das classes sociais no
nordeste de Africa.

Caracterização da sociedade egípcia

A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano, nas margens do rio


Nilo, em 3200 a. C., a região é formada por um deserto Saara, o rio Nilo ganhou uma
extrema importância para os egípcios. Portanto, no que concerne a tal história conheceu
fases de descentralização, anarquia e domínio estrangeiro, mas durante longos séculos o
Egito constituiu uma mesma entidade política.

A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era
considerado a autoridade máxima, chegando a ser considerado um Deus na Terra.
Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam
importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por
camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a
sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam
muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida. Os faraós governaram o
Egito por mais de 3000 anos, em uma sucessão de dinastias. Os historiadores costumam
dividir todos esses anos em três grandes períodos: Antigo Império, Médio Império e
Novo Impéri.

Acuna (1978), escreve, ao abordar a figura do Faraó:

Considerado um semideus, o faraó era senhor absoluto. Sabemos, por outro


lado, que interpretava o querer da classe sacerdotal, a qual de fato detinha
poderes sem limites. Oregime egípcio era, pois, a monarquia com aristocracia,
ou seja, o poder real era limitado pelo colégio sacerdotal, (p.9).
A sociedade egípcia era marcada por uma profunda religiosidade. Politeístas, adoravam
diversos deuses: Amon-Ra, protetor dos faraós; Ptah, protetor dos artesãos; Thot, deus
da ciência e protetor dos escribas; Ambis, protetor dos embalsamentos; Maat, deusa da
justiça, entre outros.

Ciro Flamarion (1985) salienta que:

Acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós


colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo para a vida
seguinte. Esta seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu
tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava
para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma
vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve.
Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo
com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato
(agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos),
serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado à
ressurreição), ( p.192).
O desenvolvimento da prática da mumificação permitiu o maior conhecimento
da anatomia humana, tornando possível a realização de cirurgias no crânio. Tratavam de
doenças do estômago, coração e de fraturas.

No que tange a ciência no Egito, importante referir que de antemão os egípcios foram os
pioneiros desenvolvimento da ciência sendo assim aplicando nos estudo
da matemática e da geometria, voltada principalmente para a construção civil. Usaram a
raiz quadrada e as frações; calculavam também a área do círculo e do trapézio. A
preocupação com as cheias e vazantes do Nilo estimulou o desenvolvimento
da astronomia. Observando os astros, localizaram planetas e constelações.

O dia era dividido em 24 horas. A semana tinha dez dias e o mês, três semanas. O ano
de 365 dias era dividido em estações agrárias: cheia, inverno e verão.

A organização politica do Egipto.

No Egito, o governo era monárquico e teocrático o poder político era fundamentado no


poder religioso e o Faraó era o rei, considerado o filho do deus Sol e representante dos
deuses na Terra. De acordo com a mitologia egípcia, o faraó mandava no mundo
terrestre, assim como os deuses governavam o mundo celestial. Logo, o poder político
no Egito Antigo ficava concentrado nas mãos do faraó.
Portanto, importa referir que o Egipto distingue-se de outras civilizações pelo carácter
hierárquico da sua sociedade:
 Na base, encontrava-se o povo anónimo dos camponeses, com uma vida dura;
 No topo, estavam os Faraós, com uma vida requintada e dourada.
Eles distinguiam-se dos homens comuns pela sua participação na divindade, com direito
de vida e de morte.
Entre os dois extremos existiam várias classes, como os numerosos artesãos sapateiros,
ferreiros, ourives e joalheiros, padeiros, etc., que se azafamavam em torno do povo, o
clero, classe devotada unicamente ao serviço dos deuses, vigilantes e cioso dos ritos e
crenças; o Exercito, composto de unidades de piqueiros e arqueiros; os Escribas que
eram cobradores de impostos e os homens das contas.
Assim, o Faraó e a sua família, os altos funcionários, sacerdotes, escribas e guerreiros,
eram o grupo privilegiado, beneficiando de riqueza e leis especiais. Mas a grande
maioria da população egípcia era constituída por artesãos, pastores e agricultores, sem
privilégios e responsáveis pela produção da riqueza. Os primeiros viviam, sobretudo,
nas cidades, onde exerciam os seus ofícios; de entre eles, os que trabalhavam no Palácio
e nos templos tinham uma posição social mais favorecida.
Os faraós herdavam o poder de seus pais. Desta forma, o poder era hereditário e ficava,
por grandes períodos, numa mesma família dinastia.
Judith Martins (2002):

Menés foi o fundador da I Dinastia, tendo unificado sob o seu mando o Alto e o
Baixo Egito. A sua obra política foi fortalecida pela conjunção dos cultos de
Horus e Seth. Por longo tempo, existe uma dualidade administrativa Alto e
Baixo Egito perceptível pelo exame dos títulos e atribuições reais.10 Aduz o
professor da Universidade de Paris que as duas primeiras dinastias tinitas (3000
a 2585 a.C.), (p.109).

No que diz respeito à organização politica, importa me referir que uma das
características principais da sociedade egípcia era que a quase totalidade das atividades
econômicas estavam sobre o controle estatal. A maior parte das terras agricultáveis era
controlada pelo governo central.
Quando cessavam as inundações e chegava a época da semeadura, funcionários ligados
à estrutura do Estado avaliavam a extensão das terras aráveis disponíveis para o ano em
questão, e a disponibilidade de mão de obra para cultivá-las. Era de acordo com essa
avaliação que se distribuíam as sementes necessárias e estipulava-se a quantidade de
grãos que seriam pagos como impostos aos celeiros do Estado. Dessa forma a maior
parte da produção agrícola era canalizada para a máquina estatal.
O Estado faraônico funcionava assim como uma grande estrutura que concentrava a
maior parte da riqueza produzida no reino. Com ela financiava suas obras, construía
templos, mantinha obras de irrigação, distribuía comida em épocas de penúria e garantia
a vida faustosa da aristocracia burocrática e sacerdotal.

O faraó ocupava a mais alta hierarquia dessa complexa máquina estatal, cujas funções
se ramificavam para diversos setores da sociedade. A associação de sua fi gura com o
mundo divino parece ser ainda mais estreita do que na Mesopotâmia. Em muitos dos
testemunhos documentais, o faraó é representado como a própria manifestação da
divindade, ele mesmo sendo o deus, e não um intercessor privilegiado, como se pode
ver no canto em homenagem da coroação de Ramsés IV, reproduzido abaixo.

De acordo com Vide Crippa e Adolpho (1975):

O Faraó está cercado por auxiliares com efeito, o palácio real é a “Grande
Casa”, e nela se reúnem conselheiros e funcionários centrais. Assim, havia os
“Dez Grandes do Sul”, que constituíam um conselho real, órgão consultivo para
a administração, cujos membros são nomeados pelo Rei. Além do mais,
funcionários numerosos, hierarquizados, dirigem os serviços centrais, em
particular os relativos aos arquivos e ao tesouro. Anota o Autor francês que tais
funcionários são mal conhecidos, embora tenham sido uma das características
mais constantes da vida administrativa do Egito, (p.12).
Crippa (1975) “Os governos centralizadores, não podem prescindir de uma vasta
burocracia”,(p.79).
O Egito, conheceu tal burocracia numerosa e sofisticada. Nesta ordem de idéias, desde
os tempos mais remotos, a Administração Egípcia é “lenta e inquisitorial.” A partir da II
Dinastia, é conhecido o inventário das propriedades. E de dois em dois anos é realizado
um “recenseamento do ouro e dos campos”, o que pressupõe a existência de numeroso
pessoal especializado, agrimensores, contadores e escribas. O objetivo essencial de tal
recenseamento é dividir a tributação.
Em detrimento da organização politica do Egito importa-me referir que o Faraó era
considerado como semideus, portanto faraó era senhor absoluto. Sabemos, por outro
lado, que interpretava o querer da classe sacerdotal, a qual de fato detinha poderes sem
limites. O regime egípcio era, pois, a monarquia com aristocracia, ou seja, o poder real
era limitado pelo colégio sacerdotal.
Organização social do Egito
A sociedade do Egito Antigo tinha um formato de organização eficiente, no entanto
injusto, que garantia seu funcionamento e expansão. A sociedade era
hierarquicamente organizada, cada seguimento tinha suas obrigações e poderes
determinados, onde o grupo que detinha menos poderes obedecia quem estava acima.
Há sete classes de Egípcios, às quais chamamos de religiosos, guerreiros,
criadores de bois, criadores de porcos, mercadores, intérpretes e pilotos (de
barcos). Esse é o número de classes no Egito, e suas denominações provêm das
profissões exercidas. Os que dentre eles formam a classe dos guerreiros são
chamados Calasiries e Hermotybies... A eles não era permitido exercerem
nenhum outro ofício senão o da guerra, no qual os filhos sucediam aos pais,
(Hérodote, 1989, p.164 e 166).
O comum dos habitantes é dividido em três classes: os lavradores, os pastores e os
artesãos. Os lavradores ocupam por um tempo, a preço módico, as terras do rei ou dos
religiosos, ou, ainda, dos soldados e dedicam todo o seu tempo a cultivá-las.
Tendo nascido nesse meio eles sabem mais sobre agricultura do que os nascidos em
outros. Conhecem perfeitamente a natureza das terras, o regime das cheias do Nilo, a
estação adequada às semeaduras, às colheitas e aos transportes dos gêneros, seja pelas
instruções que receberam de seus pais, seja por sua própria experiência. O mesmo
acontece com os pastores, que receberam de seus pais, por herança, o conhecimento de
tudo o que concerne os rebanhos, e o cultivaram através do hábito, e muitas vezes,
ainda, inventam novas maneiras de aumentar os proveitos que se podem tirar das
criações. O que eles têm de mais particular é que os criadores de aves encontram,
através de sua dedicação e prática, formas de fazê-las se multiplicar muito diferentes
dos meios comuns estabelecidos pela natureza para isso.
Para Sicile, (1737) explica que:
Eles aceleravam o trabalho da natureza e aumentavam consideravelmente suas
produções em vez de deixar que os ovos sejam chocados pelas próprias
aves que os botaram, eles tinha a paciência de fazer isso aquecendo-os
em suas mãos. Mas nada é mais admirável que a utilidade e a perfeição das
artes exercidas pelos Egípcios. É o único país do mundo onde as pessoas
nascidas dentro de uma profissão, uma vez a tendo recebido por lei, não a
abandonam jamais para exercer outra atividade, de modo que nem os ciúmes
domésticos, nem suas ambições particulares, nunca as retirarão da profissão
paterna, (p.114).

Essa divisão do Egito em diferentes classes, onde cada uma remete a um ofício preciso,
parece ser uma consolidação e uma adaptação da divisão do trabalho, conhecida desde a
etapa dos clãs, diante das mutações históricas. As trocas comerciais com o mundo
grego, por exemplo, eram muito desenvolvidas e envolviam diversos produtos. Era
preciso produzir diferentes artigos a fim de garantir a prosperidade econômica do Egito
e ao mesmo tempo a segurança interna e externa do reino. Para tanto, uma
profissionalização do povo egípcio era necessária; o que os faraós entenderam ao
proceder a essa distribuição das tarefas. Assim, cada corporação de ofício se
aperfeiçoava em sua área e tinha total serenidade para executar seu trabalho. A título
ilustrativo, o mercador podia comercializar ao longo do dia sem se preocupar com o
tratamento dos animais.

Importa referir que, comparadas as três classes com as sete classes, nos revelam que
uma classe podia comportar vários ofícios ou se subdividir em sub-classes em função da
diferença de profissão. Os criadores de gado e os de porcos citados por Heródoto
formam a classe dos pastores. Da mesma forma, a classe dos artesãos dá origem a outras
sub-classes, como a dos barbeiros.

Portanto, é de salientar que na base da sociedade egípcia estavam os escravos,


geralmente prisioneiros de guerra. A estes, estavam reservados os ofícios domésticos, os
trabalhos de exploração mineira e, de uma forma geral, todo o tipo de trabalhos duros e
pesados. Eram considerados, não como seres humanos, mas como mercadoria. Apesar
disso, o Egipto reservou-lhes o direito de apelar à justiça, sempre que fossem objecto de
maus tratos por parte dos donos.

Caracterização da sociedade Méroe

Méroe, ou Meroé, é uma antiga cidade na margem leste do rio Nilo, na Núbia, a região
do vale do rio Nilo que atualmente é partilhada pelo Egito pelo Sudão, a cerca de
300 km a nordeste de Cartum, que foi a capital do Reino de Cuxe entre o século VII
a.C. e o século IV da nossa era.

O reino de Méroe desenvolveu-se depois do declínio do império novo no Egipto e tinha


como principais actividades económicas a agricultura, criação de gado, artesanato e o
comércio. Grande parte da cultura meroita teve a marca da civilização egípcia, embora
tenha algo de original, como são os casos da criação do Deus local Leão Apedemak que,
juntamente com Amon, era o Deus principal em Méroe.

Há estudos que dizem que o reino de Meroé era governado por “Rainhas” que
recebiam o nome-título de “Candace”, em que o poder seria passado aos
descendentes pela via feminina; este mito foi associado, por alguns estudiosos,
com a lenda da rainha de Sabá, porém, há um relato bíblico no livro de atos 8
quando o Evangelista Felipe encontra um eunuco chefe dos tesouros de
"Candace” rainha dos etíopes", o que poderia reforçar a ideia anterior de que
eventualmente poderiam ser rainhas que governavam na época e que a sua
linhagem passava para mãos femininas, (Leclant,1979, p.57).

Importa referir que os costume dos reis da Etiópia (identificados no Livro III à cidade de
Meroe) de reinarem até receberem ordens dos sacerdotes indicando que eles devem
morrer. Este costume perdurou até o reinado de Ergamenes, contemporâneo
de Ptolomeu II, um rei com educação grega e estudioso de filosofia, que desprezou o
comando dos deuses, enviou seus soldados ao templo dourado dos etíopes e passou os
sacerdotes ao fio da espada, abolindo este costume.
Entre as ruínas monumentais de uma civilização, hoje espalhadas pelo chão na
ilha de Meroe, enormes montes de escórias testemunham a escala de produção
de ferro que alimentou a sua ascensão e, por fim acabou por provocar a sua
queda no séc. II d.C. A alteração nos padrões do comércio na região do mar
Vermelho pode ter apressado o declínio, mas a degradação ambiental já tinha
tornado a sua queda inevitável. As árvores para alimentar as fornalhas da
fundição do ferro tinham sido abatidas com grande rapidez, sem dar o tempo
necessário para o crescimento de árvores novas. A desflorestação conduziu à
erosão e à perda do solo arável. Uma região que tinha apoiado durante milhares
de anos prósperas populações agrícolas não podia continuar a ser cultivada
(Reader, 2002, p.210).
Organização politica-social da sociedades Méroe.

No que concerne a organização política social da sociedade Méroe importa me referir


que a sociedade meroita estava dividida em duas classes sociais:

 A classe dominante: composta pelo rei, família real, clero e a nobreza.


 A classe dominada: formada pelos artesãos, comerciantes, camponeses e
escravos.

A classe dominante desempenhava importantes funções na corte e exerciam também


funções de governadores provinciais. Para a classe dominada, tinha como obrigações
pagar impostos e prestar serviços a classe dominante.

O poder político ficava concentrado nas mãos de um rei. Este era considerado uma
espécie de representante de deus para o povo; A mãe do rei também possuía grande
prestígio social e importância política no Reino de Cuxe; Eram mulheres da nobreza que
governavam o reino de forma independente, ou seja, sem a interferência de nobres do
sexo masculino. Arcamani foi provavelmente, o primeiro rei a ser enterrado em Meroe.
Desde meados do séc. VI a.C. um grande número de rainhas foram enterradas em
Meroe.

Pertenciam ao reino meroíta, pois, segundo a tradição dos núbios, raramente se admitia,
um sepultamento fora de sua terra natal, possuíam uma religião politeísta e acreditavam
na existência de vários deuses.
Os deuses eram antropozoomórficos (seres humanos e animais
misturados). Acreditavam na vida após a morte. Enterravam os mortos (reis e
sacerdotes, principalmente) em tumbas em forma de pirâmides. Portanto, mesmo assim,
desenvolveram uma rica cultura própria por volta do fim do século XX a.C., com o
enfraquecimento do Império Egípcio, o Reino de Cuxe conseguiu sua autonomia
política. 
A economia do Reino de Cuxe era muito dinâmica e diversificada. Viviam da
agricultura (às margens do rio Nilo) e do comércio. O comércio marítimo, praticado nas
águas do Mar Vermelho, também teve grande destaque. O artesanato também era muito
desenvolvido. Faziam objetos de ouro, marfim e ébano. Também dominavam as
técnicas de fundição de ferro. Com relação à arquitetura, construíram palácios,
pirâmides e templos. Ela teve grande influência dos egípcios.
Grande parte das cidades do reino ficavam localizadas às margens do rio Nilo entre as
ruínas monumentais de uma civilização, hoje espalhadas pelo chão na ilha de Meroe,
enormes montes de escórias testemunham a escala de produção de ferro que alimentou a
sua ascensão e, por fim acabou por provocar a sua queda no séc. II d.C. A alteração nos
padrões do comércio na região do mar Vermelho pode ter apressado o declínio mas a
degradação e ambiental já tinha tornado a sua queda inevitável.
A árvores para alimentar as fornalhas da fundição do ferro tinham sido abatidas com
grande rapidez, sem dar o tempo necessário para o crescimento de árvores novas. A
desflorestação conduziu à erosão e à Possuíam uma escrita baseada num alfabeto
porém, esta ainda não foi devidamente decifrada. 

Os feitos da sociedade suméria.

A mais antiga das primeiras civilizações surgiu na Suméria, na zona sul


do vale da Mesopotâmia, actual Iraque.
A sociedade suméria era inicialmente organizada pelos sacerdotes em cada cidade-
estado, que tinham como missão agradar os deuses. Para isso, tinham que manter a
população como serva. Ao longo do tempo, essa organização mudou e cada uma dessas
cidades-estados passou a ter um rei; elas eram cercadas por muralhas e guerreavam
muito entre si.
A economia suméria era baseada na agricultura, com plantações de tâmaras, cevada e
trigo e criação de animais como gado, ovelhas e cabras. Nas cidades, eram feitos
artesanatos e cerâmica. O governo sumério era descentralizado. Cada cidade-estado era
autônoma.
A cultura suméria era baseada, principalmente, no culto aos deuses, pois eles eram
politeístas. Destacaram-se muito também na arquitetura, na construção dos zigurates.
A língua dos sumérios foi a primeira do mundo.
A escrita cuneiforme foi inventada pelos sumérios e era feita através de instrumentos
com os quais eles cavavam na argila. Existiam mais de 2000 símbolos. A escrita
auxiliava muito na contabilidade, ou seja, na economia suméria.
Pozzer (1999) diz que:
A ideia da escrita surgiu na pré-história, desde o período neolítico e durante
milênios, o homem praticou sistemas de contabilidade utilizando símbolos
numéricos”. O mesmo autor afirma que os documentos mais antigos foram
encontrados em um templo na cidade de Uruk, na Suméria, tendo 3200 anos de
idade, sendo tabletes de argila com escrita cuneiforme, ( p.62).

Portanto, importa referir que para autora Rosa (2012) descreve que a escrita de signos
sumério tinha impacto devido à necessidade de registrar as atividades e decisões dos
líderes, assim como os interesses comerciais.
Hooker (1996) descreve que há controvérsias que a Suméria desenvolveu o sistema de
escrita analítica, por estar em regiões situadas a leste ou a noroeste. Ainda assim, a
Suméria, teoricamente, poderia ter sido o centro de onde a escrita se espalhou.

Conclusão

No que concerne ao trabalho em curso, importa me referir que teve como finalidade
resgatar historicamente fatos de um povo africano que muito contribuiu para a
circulação de elementos culturais, tecnológicos e religiosos pela África Antiga. Povo
este, que constituiu uma brilhante civilização, no passado e, contudo, não teve sua
história contemplada nos livros didáticos. O propósito de renovar a história antiga,
tornando seus conteúdos mais atrativos, porém, sem perder de vista a qualidade, aos/as
alunos/as no ensino. Foi um dos grandes desafios desse trabalho, apesar da escassez das
fontes para pesquisas e preparo de material de qualidade sobre determinados povos
africanos, principalmente aqueles que ainda não tiveram seus sistemas de escritas
totalmente decifrados, os núbios, dentre tantos outros. Ainda é possível e prazeroso, os
levantamentos de dados para a concretização de trabalhos desta grandeza para que ao
colocá-los em prática, também os/as alunos/as tenham através do ensino-aprendizagem
um novo olhar sobre a África e a diversidade cultural dos povos que nela viveram e que
precisam ser conhecidos e respeitados.

Referência bibliográficas

Acuña, F. F. (1978). Historia del derecho. San José da Costa Rica: Ediciones Juricentro
S.A.,. grifos no original.

Amratiana: "Uma antiga cultura predinástica do Egito caracterizada por implementos


finamente trabalhados de osso e pedra" (Cf. Winick)

Cardoso, C. F. (1985). O Egito Antigo. São Paulo: Editora Brasiliense.

Clark, T., Rundle, (1979). Mitos e Símbolos do Antigo Egito. São Paulo: Hemus
Editora.

Crippa e Adolpho, (1975). Mito e Cultura. São Paulo: Editora Convívio.


Eclant, J. K. (1979). O reino que durou mil anos. Correio da Unesco.

Pozzer, K. M. P. (1999). Escritas e escribas: o cuneiforme no antigo Oriente Próximo.


Classica, São Paulo.

Reader, J. (org. 1997). África, biografia de um continente. Lisboa: Publicações Euro


América.

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