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EGITO ANTIGO

Saiba o que foi e como se desenvolveu o Egito Antigo, uma das civilizações mais antigas do mundo.
Quase todos nós, em algum momento, já vimos pela televisão, pela internet, por meio de livros ou de jornais
e revistas impressos, imagens das grandes pirâmides do Egito, situadas em Gizé. Muitos também já viram
várias representações de múmias, seja em desenhos animados, seja em filmes de Hollywood. Pois bem, todo
esse universo que nos vem à vista e à mente e provoca fascínio remete à antiga civilização que se
desenvolveu na região nordeste da África, isto é, a civilização do Egito Antigo, que começou a estruturar-se
por volta de 3000 a.C.

É atribuída ao historiador grego Heródoto a frase “O Egito é uma dádiva do Nilo”, ou seja, a civilização
egípcia é um presente, um dom do rio que permeia a região onde ela floresceu. Nesse sentido, o Egito
assemelha-se às civilizações que se desenvolveram na Ásia Menor, na região conhecida como Mesopotâmia,
haja vista que elas deviam a sua existência aos rios Tigre e Eufrates.

Alguns historiadores definem essa região, que se estende da Mesopotâmia até o Egito,
como “Crescente Fértil”, isto é, uma área com grande potencial para a agricultura, dada a presença dos
rios. Por esse motivo, essas civilizações também são chamadas de hidráulicas, pois foi a partir de rios como
o Nilo, Tigre e Eufrates que todo o aparato de sobrevivência, desde plantações até moradia, foi construído.

O trabalho de irrigação dos rios e a construção de diques e barragens proporcionaram aos egípcios um
crescente avanço civilizacional. A sociedade que se formou no Egito Antigo era rigidamente estratificada,
com oposições solidamente delimitadas. Na base da pirâmide social estavam os escravos e os camponeses
(também chamados de felás). Além desses, ainda havia uma série de trabalhadores que atuavam como
prestadores de serviços, que eram os mais variados, como o artesanato.

Acima da base social, encontravam-se figuras como embalsamadores, sacerdotes, funcionários do Estado,
guerreiros e alguns comerciantes e artesãos abastados. Havia ainda a figura do escriba — o escrivão
responsável pelo controle de mercadorias, do trabalho, da cobrança de impostos, da organização das leis,
dentre outras atividades de suma importância. Escribas e sacerdotes mantinham uma relação íntima com o
soberano máximo da sociedade, o faraó.

Na maior parte de sua história, o Egito Antigo era uma sociedade com religião politeísta, isto é, acreditavam
em vários deuses, com exceção do período do governo de Amenófis IV [1353 a 1336 a.C.], que tentou
instituir o culto a um só deus, Atón, o deus do disco solar. O próprio faraó representava divindades, uma em
vida e outra após a morte. Por isso, quando morria, era embalsamado e mumificado para reinar entre os
mortos tal como havia reinado entre os vivos.

As fases da história do desenvolvimento do Egito Antigo estão relacionadas também com as várias dinastias
de faraós que se estabeleceram no poder. Os historiadores costumam dividir sua história em três grandes
fases: 1) o Antigo Império, que teve como capital a cidade de Mênfis e que se estendeu até o ano de 2052
a.C. Foi nesse período que foram erguidas as pirâmides de Gizé. 2) O Médio Império, que teve como
capital a cidade de Tebas e que foi marcado pela invasão dos povos hicsos. 3) E, por fim,
o Novo Império (1539-525 a.C.), que abarca acontecimentos que vão desde a resistência aos hicsos até a
ocupação do território pelos assírios. Depois ainda há a fase do período helenístico e da vinculação com o
Império Romano.

RELIGIÃO NO EGITO ANTIGO


Aprenda mais sobre a religião praticada no Egito Antigo e entenda por que os egípcios mumificavam seus
mortos.
A antiga religião egípcia foi a combinação de mitos, crenças e práticas religiosas no Egito Antigo. Essa
combinação era extremamente importante na vida dos egípcios por influenciá-los em diversos aspectos.
Religião politeísta, ou seja, esse conjunto de crenças era composto por vários deuses, entre os quais,
destacavam-se Rá, Osíris, Ísis e Hórus.

Os egípcios acreditavam na continuidade da vida após a morte e que a vida na terra seria apenas uma das
etapas da existência. A crença religiosa dos egípcios baseava-se em um princípio conhecido como “maat”,
que representava uma ideia de harmonia. Nesse sentido, eles acreditavam que a ação de cada pessoa refletia
não somente em si, mas em todos. Assim, para evitar que o caos fosse instalado no universo, cada pessoa
deveria fazer sua parte para manter essa harmonia. Esse princípio era associado com a deusa de mesmo
nome.

Outro importante conceito da religião egípcia era o que se chamava “heka”, que significa mágica. Esse
conceito também representava um deus de mesmo nome (o deus da mágica) e era fundamental para a
religião egípcia, pois somente a partir do heka que os deuses poderiam manifestar seu poder.

Os deuses egípcios estavam relacionados com situações cotidianas, assim, para esse povo antigo, os eventos
da natureza aconteciam como uma manifestação divina. As cheias do Nilo, por exemplo, eram consideradas
uma dádiva dos deuses. Além disso, os egípcios acreditavam que algumas práticas comuns haviam sido
ensinadas pelos deuses, como crer que a agricultura foi ensinada aos humanos por Osíris e a mumificação
por Anúbis.

Os deuses egípcios poderiam ser representados de diversas maneiras, assumindo as formas:

 Antropomórfica: forma humana;

 Zoomórfica: forma animal;

 Antropozoomórfica: forma humana e animal.

Os egípcios ainda mandavam construir grandes templos dedicados à adoração de seus deuses, e esses locais
eram de responsabilidade dos sacerdotes. Aos sacerdotes, atribuía-se também a obrigação de realizar os
festivais religiosos. No Egito Antigo, existiam sacerdotes tanto homens quanto mulheres, e eles podiam
casar, constituir família e possuir propriedades privadas.

Vida após a morte


Os egípcios, conforme o que foi dito anteriormente, acreditavam na continuidade da vida após a morte e, por
isso, seu ritual funerário possuía grande importância. Para a continuidade da vida, acreditava-se que deveria
haver um processo que garantiria a preservação do corpo humano. A crença na vida após a morte e nos ritos
funerários eram tão fortes no Egito que, durante muito tempo, os egípcios evitaram campanhas militares
muito longas no estrangeiro, pois temiam morrer fora de seus territórios e não receberem os ritos necessários
para a continuidade da vida.

Baseado nessa crença, o processo de mumificação era fundamental, e os egípcios afirmavam que essa
prática havi sido ensinada pelos deuses (existia um mito que contava a história da mumificação de Osíris por
Anúbis). Esse processo de mumificação durava em torno de 70 dias e consistia em realizar a retirada dos
órgãos, exceto o coração, banhar o corpo em óleos e resinas especiais e enfaixá-lo com linho. Por seu alto
valor, somente a aristocracia egípcia podia utilizar dessa prática de conservação dos corpos. As classes mais
baixas realizavam um processo funerário mais simples, enquanto os escravos não recebiam nenhum tipo de
trato funerário.

A construção de grandes tumbas funerárias, como as mastabas e os hipogeus, também era baseada nessa
preocupação com a continuidade da vida. As construções funerárias dos egípcios que ficaram mais
conhecidas, contudo, foram as pirâmides, erguidas a mando dos faraós. Nesses locais, eram depositados
todos os objetos que se acreditava serem úteis na vida após a morte.

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