EGITO ANTIGO

CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO

A GEOGRAFIA DO EGITO ANTIGO .....................................................................01

A ECONOMIA DO EGITO ANTIGO .......................................................................02
RELIGIÃO NO EGITO ANTIGO .............................................................................03
DEUSES .................................................................................................................04
DIVINDADES RELACIONADAS AOS RITOS FUNERÁRIOS .............................05
PSICOSTASIA DE HUNEFER ...............................................................................06
VOCÊ CONHECE A HISTÓRIA DA BARCA SOLAR? .........................................07
 O Egito, situado no Norte do conti-
nente africano ou no que também pode
ser chamado de Antigo Oriente Próxi-
mo pela sua proximidade com a Meso-
potâmia, foi o berço de uma das Socie-
dades mais bem organizadas da história
antiga e, pode-se, a partir da sua geogra-
fia, observar como se deu o assentamen-
to da sociedade Egípcia.
Assim como na Mesopotâmia, ao ob-
servar os detalhes do mapa do Egito,
pode-se destacar a figura de uma exten-
sa faixa de água: o Rio Nilo, com uma
imensa extensão que se dá do Alto
Egito ao Baixo Egito. Essas duas no-
menclaturas podem parecer estranhas
quando visto que, contrário do que se
pensa, o Baixo Egito situa-se mais ao
Norte do mapa. Isso se dá pelo próprio
fluxo do Rio que deságua no Mar Medi-
terrâneo, num local chamado de Delta
do Nilo, pela característica geográfica
parecida com a letra Grega.
Somando toda a geografia do Egito à
geografia da Mesopotâmia pode-se
entender o motivo das grandes
ascensões nesse lugar. O Egito está
localizado numa região denominada
crescente fértil, na qual de um lado ob-
serva-se o Nilo, no Egito, e do outro
lado os rios Eufrates e Tigre, os quais,
no contexto da sociedade mesopotâmi-
ca, também ajudaram no desenvolvi-
mento do homem assim como o Egito,
desenvolvendo os primeiros grupos de
"sedentários".
Crescente Fértil

Glossário:
Sedentário - Significa, nesse contexto, o
indivíduo que permanece numa localidade
produzindo os seus próprios meios de
subsistência, não necessitando mais deslo-
car-se a Procura desse. Foi essa forma de
assentamento sedentário que contribuiu
para a formação das cidades antigas.
 ECONOMIA DO
EGITO FARAÔNICO
Partindo do que se entendeu anterior- Desta maneira, a economia egípcia
mente sobre a geografia do Egito, pode-se gira em torno união entre agricultura
abrir a análise dos modos produtivos e e pecuária. Logo, para o primeiro, o
econômicos dessa sociedade. Seguindo o cultivo era baseado na produção de
raciocínio de que o assentamento dos trigo, para o pão, e cevada, para a cerve-
povos sedentários auxilia na formação das ja, além de outros produtos como frutas
cidades antigas chega-se ao real meio pelo variadas e legumes e verduras diversas.
qual as atividades econômicas no Egito Para com segundo, a pecuária, diz-se
podem existir. que os animais domésticos mais utiliza-
Quando se pensa na economia do Egito dos eram os bois, asnos, carneiros,
deve-se pensar também na cheias do rio cabras, porcos e aves. Os bovinos ser-
Nilo. Na época do Egito faraônico o rio viam mais para o arado do solo e para o
possuía cheias muito regulares que se leite, pois a carne era de extremo luxo
estendiam do mês de julho a outubro ou nessa sociedade.
novembro, quando o solo já estaria pronto
para a semeadura. Esse fato se dá conse-
quentemente pela própria condições natu-
Agricultura Egípcia
rais da geografia local
que proporcionam
condições favoráveis
para tal, pois, diferente
da mesopotâmia, as
cheias do Nilo eram
mais calmas e menos
devastadoras, neces-
sitando de poucas ma-
nutenções no sistema
de irrigação.
RELIGIÃO NO
EGITO ANTIGO
Ao contrário do que se pensa sobre o
Egito e o que hoje se entende por mitolo-
gia, todo seu politeísmo foi muito bem
fundamentado. Politeísmo é a crença em
mais de uma divindade, o que se distancia,
por exemplo, do Cristianismo, uma
religião monoteísta, ou seja, cultua um
único deus. Neste capítulo, veremos quais
eram as principais divindades cultuadas no
Egito Antigo por mais de três mil anos e
como os egípcios entendiam a sua religião.
O panteão religioso (conjunto de deuses)
podia se apresentar de diversas formas,
mas a mais comum era a antrozoomórfica
(quando um deus se apresentava em forma-
to de homem e animal ao mesmo tempo).
Deus Antropozoomórfico
Isso ocorreu quando as divindades
passaram a ter maior contato com o
mundo humano. Contudo, o que deve-
mos é que mais importante do que o for-
mato que as divindades possuíam, era
que a força que elas representavam
podiam estar contidas nas suas próprias
imagens.
É possível compreender tudo isso pela
forma como os textos religiosos e
literários descrevem os deuses como
seres possuidores de muitas característi-
cas humanas: pensavam, falavam, janta-
vam, sentiam emoções.
 DEUSES

DEUSES RELACIONADOS
AOS FENÔMENOS NATURAIS

RÁ

Umidade Ar

Dentro da cultura egípcia diversas teorias buscaram apresentar a Cosmogonia

(origem do Mundo) e a Teogonia (Origem dos Deuses), dentre todas a mais
famosa foi é a Éneade de Heliópolis que explica a criação dos deuses e do
mundo.
Glossário:
Éneade: significa 9 deuses, mas posterior-
mente foram acrescentadas mais divindades.

Heliópolis: cidade do sol em grego, era a

cidade Destinada ao culto do Deus Sol RÁ
(sol ao meio-dia) no Egito antigo. Estava
localizada dez quilômetros a nordeste da
cidade do Cairo e oito quilômetros do Rio Nilo.
 DIVINDADES RELACIONADAS
AOS RITOS FUNERÁRIOS

A maior parte do que restou relaciona- O TRIBUNAL DE OSÍRIS

da a cultura egípcia refere-se à religião
mortuária, tornando as divindades nesse No tribunal de Osíris acontecia a Psi-
aspecto as mais conhecidas atualmente. costasia (psyche consciência + stásis
Tal ritual funerário já era exercido no estado) = Estado de consciência do
período pré-dinástico. morto.
Trata-se da pesagem da consciência do
O MITO EM TORNO DA morto através do seu IB, caso o coração
PREEMINÊNCIA DE OSÍRIS pese mais do que a pena de MAAT, o IB
NO TRIBUNAL: do defunto é devorado por AMMIT.
Osíris, Dono do trono egípcio é assassi-
nado e esquartejado por seu irmão Set,
que espalha seus pedaços pelo Egito e
assume o trono. Suas irmãs Ísis e Néftis
recolhem seu corpo e Ísis, deusa relacio-
nada à magia, o ressuscita ao soprar
suas assas de águia e engravida dele,
após esse ato Osíris assume o trono do
Reino dos Mortos. Dessa relação nasce
Hórus o Jovem que posteriormente der-
rota Set e assume o trono.
Essa narração mitológica evidência a
passagem do poder Real: o faraó Regen-
te é Hórus Jovem enquanto o faraó mor-
ibundo é Osíris.

Osíris
PSICOSTASIA
DE HUNEFER
FUNÇÃO DOS DEUSES NA PSICOSTASIA
Segunda
Parte
-OSÍRIS: preside o julgamento;
-ANÚBIS: conduz o morto durante o
Tribunal e regula o fiel da balança na qual
o IB é pesado;
-MAAT: representa verdade, ordem,
harmonia e justiça, sua pena é o contrape-
so da balança do IB;
Primeira
Parte
-TOTH: anota a sentença do julgamento;
-HÓRUS: apresenta o réu absolvido a seu
pai;
-ÍSIS e NÉFTIS: ficam atrás de Osíris em
posição de reverência;
-AMMIT: caso o morto seja condenado a
“monstra devoradora” ingere o IB do réu e
consequentemente o faz desaparecer.
 VOCÊ CONHECE
A HISTÓRIA DA BARCA SOLAR?

A natureza do deus Set durante muito tempo foi confundida. Sabe-se que
Set matou seu irmão Osíris para assumir seu lugar. Contudo, os egípcios
acreditavam que o deus Rá atravessava o submundo na barca solar, de
noite, para trazer o dia. Mas, Apopis (uma serpente enorme), sempre tenta-
va devorar o sol e impedir que o dia retornasse. Portanto, Rá contava com
a ajuda de outros deuses para se sair vitorioso. Dentre esses deuses estava
Set, que matava a Apopis todos os dias, impedindo que ela devorasse o sol
e o Egito não retornasse ao seu caos original.
Então, afinal, Set era bom ou mau?

Set derrotando Apopis