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Celebração Penitencial – catequese 3

A celebração penitencial deverá decorrer preferencialmente na igreja paroquial onde


se encontra a pia baptismal e o círio pascal. Caso não possa realizar-se nesse local,
preparar a outra igreja ou sala com os símbolos baptismais da água e da vela.

Quanto possível, a celebração penitencial terá integrada a celebração individual do


sacramento da Reconciliação. Para esta celebração deverão ser convidados os pais e
padrinhos dos catequizandos. Estes deverão trazer para a celebração a vela do
baptismo.

1. Cântico Inicial

Deixa Deus entrar na tua própria casa,


Deixa-te tocar pela Sua graça.
Dentro, no segredo, reza-lhe sem medo:
Senhor, Senhor! Que queres que eu faça?

No fundo do ser eu vou encontrar


As razões de viver, as razões de amar.
É bem dentro de nós que está a raiz
Que nos faz amar e ser feliz.

2. Saudação inicial

Presidente, se for sacerdote ou diácono:


Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo
Todos: Ámen
Presidente: O Senhor esteja convosco
Todos: Ele está no meio de nós

3. Introdução à celebração

Catequista: Jesus Cristo é o Filho Unigénito de Deus, consubstancial ao Pai, que


por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus, e Se fez
homem. Ele vem encher-nos do amor de Deus, vem libertar-nos do
pecado, vem mostrar-nos o caminho para sermos verdadeiramente
felizes, respondendo, pela fé, ao amor de Deus.

Presidente: Vós já acolhestes esta vida de Deus! Pelo baptismo, fostes purificados
do pecado, revestidos do «homem novo», iluminados pela Luz que é
Cristo. Ele escolheu-vos para serdes, no mundo, sinais do seu amor.
No dia do vosso baptismo, foi professada a fé da Igreja. Foi nessa fé
que fostes baptizados. Ao longo da vida, essa fé cresceu em vós, e
neste momento estais a preparar-vos para, de uma forma solene,
afirmardes a vossa fé diante dos pais e padrinhos que, no dia do vosso

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baptismo, a professaram em vosso nome, e de toda a comunidade que
se alegra por vos ver crescer na amizade com Deus.

Catequista: No entanto, ao longo da vida, houve momentos em que nos afastamos


de Deus… Todos os cristãos experimentam a fragilidade da sua fé, a
desobediência a Deus, o pecado.
Hoje, aqui reunidos, todos nós celebramos o amor de Deus que nos
salva do pecado. Celebramos o perdão que Ele nos oferece para
podermos voltar à sua amizade, para voltarmos a ter em nós a graça
recebida no baptismo.

Presidente: Diante do Círio Pascal aceso, sinal da vitória de Jesus sobre a morte e o
pecado, Círio onde foi acesa a vela do vosso baptismo, porque vos
quereis deixar iluminar por Ele, e diante da Fonte Baptismal, onde fostes
lavados do vosso pecado e recebestes a vida de Deus e vos tornastes
seus Filhos, vamos pedir a Deus o seu perdão e pedir-lhe que vos ajude
a crescer sempre mais na descoberta do tesouro da fé.

Oremos:
Senhor nosso Deus, que nos chamais das trevas para a vossa luz, da
mentira para a verdade, e da morte para a vida, dai-nos o Espírito
Santo, que fortalece os nossos corações, e abri os nossos ouvidos, para
sermos capazes de responder ao vosso chamamento e de avançar com
decisão no caminho da fé. Por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Todos: Ámen.

4. Leitura da Palavra de Deus (Mt 13, 44-46)

Antes da leitura do Evangelho pode cantar-se o Aleluia.

Presidente: O Senhor esteja convosco.


Todos: Ele está no meio de nós.
Presidente: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Todos: Glória a Vós, Senhor.

Presidente: Jesus disse à multidão: «O Reino do Céu é semelhante a um tesouro


escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e,
cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo. O
Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas
pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo
quanto possui e compra a pérola.»
Palavra da Salvação.

Todos: Glória a Vós, Senhor

5. Homilia

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Após a leitura, o presidente poderá dirigir uma breve homilia aos presentes,
salientando a imagem do tesouro com referência à Caixa do Tesouro que cada um
tem consigo: sinal desse tesouro valioso da fé que todos devemos buscar. Fazer
referência ao baptismo (e sinais da água e da luz ali presentes), no qual recebemos
este «tesouro». Fazer referência também às opções que são exigidas: para ter este
«tesouro» é preciso «vender tudo o que possui». Por isso, quando, no baptismo, é
afirmada a fé, o primeiro momento é o da renúncia ao mal, ao pecado, às mentiras. É
essa renúncia que voltamos a fazer nesta celebração.

6. Exame de consciência: renúncias baptismais

Presidente: A vontade de acolher a vida de Deus exige também a renúncia de tudo


aquilo que não faz parte dessa vida. Para dizermos «sim» a Deus,
temos de dizer «não» ao que não é de Deus.
Antes de professar a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, no dia do
nosso baptismo dizemos «não» ao pecado, às seduções do mal, a
Satanás que é o autor do mal e pai da mentira.
Hoje, neste caminho de preparação para a festa da fé, vamos
reconhecer com humildade o nosso pecado, pedir perdão por todas as
vezes que nos afastamos deste compromisso de renunciar às seduções
do mal e, dizer este «não» a toda a mentira. Renunciamos a tudo o que
nos afasta de Deus, e confiamo-nos ao seu amor.

Catequista: A primeira renúncia que fazemos é ao pecado, para viver na liberdade


dos filhos de Deus. Deus criou-nos à sua «imagem e semelhança»:
livres e responsáveis, com tantos talentos, mas sobretudo com a
capacidade de amar. «Deus é amor» e criou-nos para amar. O pecado
é, em nós, tudo o que nos afasta do amor, tudo o que nos afasta da
«imagem» de Deus que somos, tudo o que nos escraviza no nosso
egoísmo ou dependências…Procuramos viver como filhos de Deus?
Procuramos permanecer na sua amizade, ter tempo para nos
encontrarmos com Ele, para celebrar a sua presença no meio de nós?

Após um breve momento de silêncio:


Presidente: Dizei-me, pois: renunciais ao pecado, para viverdes na liberdade dos
filhos de Deus?

Todos: Sim, renuncio!

Catequista: A segunda renúncia que fazemos é às seduções do mal, para não nos
tornarmos escravos do pecado. As seduções do mal são todas aquelas
realidades que aparecem disfarçadas de verdade mas são uma mentira,
tudo quanto destrói a nossa relação com Deus e com os outros. Quando
fazemos do ter muitas coisas ou do prazer do momento o nosso
tesouro, quando embarcamos na violência, no desprezo, no fechar o
nosso coração às necessidades dos outros, quando perdemos o nosso
tempo em coisas que não nos ajudam a crescer como pessoas e como

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cristãos, estamos a deixar-nos seduzir pelo mal e a tornar-nos escravos
do pecado… Procuramos respeitar e ajudar as pessoas que nos
cercam, ou pensamos apenas em nós mesmos? A que é que damos
mais importância na nossa vida?

Após um breve momento de silêncio:


Presidente: Dizei-me, pois: renunciais às seduções do mal, para que o pecado não
vos escravize?

Todos: Sim, renuncio!

Catequista: A terceira renúncia que fazemos é a Satanás, que é o autor do mal e pai
da mentira. «Existe um «sim» a Deus e um «não» ao poder do Maligno,
(…) [que é] o adversário, e nós não nos submetemos ao seu poder; nós
dizemos «não» porque dizemos «sim», um «sim» fundamental, o «sim»
do amor e da verdade» (Bento XVI). Renunciar a Satanás é querer ter
Deus como o nosso tesouro, em quem centramos o nosso coração.
Procuramos conhecer e amar cada vez mais o nosso Deus? Nos
nossos pensamentos, nas nossas palavras e nas nossas acções,
procuramos manifestar esta opção por Deus?

Após um breve momento de silêncio:


Presidente: Dizei-me, pois: renunciais a Satanás, que é o autor do mal e pai da
mentira?

Todos: Sim, renuncio!

7. Acto penitencial

Presidente: Reconhecendo que nem sempre vivemos como baptizados, como


verdadeiros filhos de Deus que dizem «não» ao pecado, às seduções
do mal e a Satanás, o pai da mentira, confiemo-nos à misericórdia do
Pai que enviou o seu Filho Jesus Cristo ao mundo para nos salvar, e
confessemos o nosso pecado:

Todos: Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas


vezes por pensamentos e palavras, actos e omissões, por minha culpa,
minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos Anjos e santos, e a
vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.

8. Celebração individual do sacramento da reconciliação

Catequista: Deus quer fazer a festa do encontro connosco! Ele quer ser o grande
tesouro da nossa vida, tal como nós somos o grande tesouro do seu
coração. Cada um pode agora aproximar-se de um sacerdote para
celebrar o sacramento da reconciliação.

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Entretanto, enquanto se realizam as confissões, pode haver música ambiente.
Também poderá ser conveniente que cada catequizando possa ter uma folha que o
ajude a continuar a fazer o seu exame de consciência, que poderá ter as questões
anteriormente levantadas (relativas às renúncias baptismais). No caso de se dar esta
folha, após a confissão individual, cada catequizando é convidado a passar pelo Círio
Pascal e queimar essa folha, num recipiente próprio.

Depois, cada um se vai benzer com água da Fonte Baptismal, e recebe uma folha
para escrever uma breve oração de louvor a Deus pelo perdão recebido. Esta folha
pode ter como título: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não
tornes a pecar.» (Jo 8, 11); seguindo-se a indicação: «Escrevo a minha oração de
louvor a Deus pelo perdão recebido:»

9. Louvor a Deus

O momento de louvor final da celebração pode começar com um cântico:

Eis-me aqui, Jesus, também hoje diante de Ti,


todo renovado, assim como Tu me queres.
Eu serei a resposta ao Teu porquê,
um fruto digno do Teu abandono: eis-me aqui!

Um pacto já nos une, todos diante de Ti


a declarar o nosso amor exclusivo,
a responder aos dons do Teu amor,
e porque foste abandonado,
contigo morremos e ressuscitamos.

O catequista explica que para este momento final, cada um é convidado a partilhar a
sua oração de louvor (se o grupo for muito numeroso, podem convidar-se apenas
alguns catequizandos a fazê-lo). Depois de cada um partilhar a sua oração,
repetiremos um refrão.

Presidente: Louvemos a Deus, Pai todo-poderoso, que na sua infinita bondade nos
enviou o seu Filho Jesus Cristo para nos salvar e, pelo baptismo, nos
faz participar da vida divina, acolhendo em nós o Espírito Santo, e
digamos:

Nós te louvamos, ó Deus, nosso salvador!

Depois do momento de partilha da oração:

Presidente: O perdão é um dos maiores tesouros que Deus nos dá! Essa oração é
sinal deste tesouro. Podem guardá-la na vossa Caixa do Tesouro.

Com as palavras que Jesus Cristo nos ensinou, peçamos ao Pai a graça
de O conhecermos e amarmos cada vez mais, e que o perdão recebido

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nos ajude a acolhe-l’O como o grande tesouro da nossa vida; e
digamos:

Todos: Pai-nosso…

10. Ritos finais

Presidente: Senhor nosso Deus e nosso Pai, que revelas todo o teu poder no amor
com que nos perdoas os nossos pecados, e nos enviaste Jesus Cristo,
o teu Filho Unigénito, para nos salvar, nós te damos graças pela vida
que nos deste no baptismo e que em nós foi renovada neste
sacramento do perdão. Ajuda-nos a manter acesa em nós a chama da
nossa fé. Isto te pedimos por Jesus Cristo, na unidade do Espírito
Santo.

Todos: Ámen.

O catequista entrega uma pequena folha com a citação Act 2, 22-24, uma pista
importante para o próximo encontro. Recorda o dia e a hora do próximo encontro,
reforçando mais uma vez a necessidade de trazer sempre a Bíblia e a Caixa do
Tesouro.

Presidente: No dia do baptismo, a vossa vela foi acesa pelos pais ou padrinhos.
Hoje eles estão aqui de novo, com essa mesma vela. Uma vez que
agora sois vós os primeiros responsáveis por manter acesa a chama do
baptismo, convido-os a eles a fazer a passagem de testemunho. Eles
vão acender de novo a vela do baptismo, no círio pascal, e entregar-vos
essa vela acesa. Mantende-a acesa até chegardes lá fora, sinal de que
quereis viver a vossa fé na vida de todos os dias.

Fazendo sinal para os pais e/ou padrinhos irem acender a vela no círio pascal:

Presidente: Recebei a luz de Cristo!

Entretanto, pode cantar-se um cântico:

Tu és fonte de vida. Tu és fogo. Tu és amor.


Vem Espírito Santo. Vem Espírito Santo.

Presidente: Ide, e que a chama da fé recebida no baptismo e renovada no


sacramento do perdão, vos fortaleça na vida de cada dia para poderdes
crescer cada vez mais no amor de Deus.

Presidente: O Senhor esteja convosco


Todos: Ele está no meio de nós
Presidente: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.
Todos: Ámen..
Presidente: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe

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Todos: Graças a Deus.

Cântico final (enquanto saem com as velas acesas):

Creio em Jesus, creio em Jesus,


é meu amigo, minha alegria, é meu amor!
Creio em Jesus, creio em Jesus, é o meu salvador!

Ele bateu à minha porta, convidou-me a partilhar seu pão;


seguirei com Ele, levarei a mensagem da paz.

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