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EVANGELISMO

“Atraia as pessoas para você e o Deus que está dentro de você as atrairá para Ele”
S.B.K
Em primeiro lugar, para que possamos nos dedicar ao evangelismo, precisamos
ser crentes! É imprescindível que a pessoa que vá se lançar no mar do evangelismo
tenha certeza de sua própria salvação. A Bíblia garante que quem confessa Jesus
verdadeiramente é salvo (Rm 10.9) e quem recebe Jesus, recebe o poder de ser feito
filho de Deus (Jo 1.12). Ora, se precisa ser feito, é porque ainda não é. Um pedaço de
ferro não é uma ferradura, ele precisa ser aquecido e batido até que adquira a forma
de ferradura. Assim também nós, nascemos pecadores (Rm 3.10) e o salário que
recebemos por isso é a morte (Rm 6.23). Vemos então aqui a base para o evangelismo.
Precisamos reconhecer que somos pecadores, pedir perdão a Jesus e recebê-lo em
nossos corações.
Lc 5.32 diz: “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.”
Logo, vemos que quem não admite que seja um pecador, não pode receber Jesus como
seu Senhor, pois para isso precisaria assumir seus pecados. O crente que evangeliza,
precisa ser primeiro alguém que humildemente chega diante de Deus, pede perdão por
seus pecados, e entende que unicamente pela graça de Deus mediante a fé que somos
salvos (Ef 2.8). Assim, quando nos pusermos a evangelizar, não o faremos com soberba,
como se fossemos mais merecedores do amor de Deus do que aqueles a quem
evangelizamos. Nossa postura deve ser sempre a de alguém que sabe, que se não fosse o
amor de Deus, seríamos igual ou até mesmo piores do que as pessoas a quem estamos
evangelizando. Com um coração assim, conseguiremos ser pessoas agradáveis e
simpáticas e as pessoas terão prazer de estar em nosso companhia. Ter a simpatia do
povo, já é um princípio ensinado na Bíblia em At 2.47 “contando com a simpatia de
todo o povo”. Ou seja, eles estavam tão cheios de Cristo, que essa presença maravilhosa
os tornava pessoas melhores. Só que quando as pessoas se aproximavam dos cristãos,
por os acharem “simpáticos” estavam também se aproximando do Deus que morava
dentro deles, o Espírito Santo! Por isso que afirmamos: Atraia as pessoas para ti, e o
Deus que está em ti as atrairá para Ele. Crentes que não conseguem ter amigos fora da
igreja são crentes que estão com defeito. Jesus comeu na casa de pecadores, conversou
com prostitutas, com soldados e até com corruptos. Todavia, Ele falava o que precisava
ser dito, na hora certa. Imagine você, ir em uma festa e de repente alguém levanta e diz:
Jo 6.35 “Eu sou o pão da vida”. Se fosse hoje seria mais ou menos assim: O povo estava
reunido em um churrasco e Jesus, levantando-se disse: “Eu sou a picanha da vida...”.
Certamente muita gente não gostou daquelas palavras de Jesus, entretanto outros
foram marcados eternamente por elas e vieram a ser salvos. O chamado para o
evangelismo, é um chamado exigente. Só mesmo estando cheio do Espírito Santo para
sabermos a hora e o meio pelo qual devemos agir. Ora ficaremos quietos e
simplesmente conquistaremos a “simpatia” do povo. Outra hora, abriremos a boca e
anunciaremos as verdades divinas, que sempre nos confrontam.
Um problema comum, que muitas vezes acontece, é que nos aproximamos
inicialmente de uma pessoa com o propósito de evangelizá-la, mas, com o tempo, nos
tornamos tão envolvidos com a pessoa que não queremos desagradá-la, então, não a
confrontamos com as verdades do evangelho.
Evangelismo não é uma coisa fácil. Jesus nunca disse que seria fácil. O que Ele
disse foi: Mt 10.34ss “34Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz,
mas espada. 35Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua
mãe e entre a nora e sua sogra. 36Assim, os inimigos do homem serão os da sua
própria casa. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim;
quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38e quem não
toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. 39Quem acha a sua vida perdê-
la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.”
Evangelismo deve ser nosso estilo de vida. Devemos a toda instante buscar a
simpatia de todos para conosco, sabendo sempre porém, que haverão momentos em que
precisáramos falas as verdades que poucos gostam de ouvir. As vezes nossos próprios
familiares poderão nos trazer represálias por seguirmos a Cristo e sermos fieis a ele, e
nesse ponto é que o Senhor diz que veio trazer espada. Haverá pais que praguejarão os
filhos ao receberem o Senhor e filhos que rirão de seus pais. Mas junto com a pessoa
que ri de quem recebe Jesus está o Diabo, que no dia do juízo não vai achar graça de
nada!

INTEGRAÇÃO

Muitas vezes pensamos que quando uma pessoa vem pela primeira vez a igreja,
seja nas casas ou no tempo, precisamos logo “fazer” ela receber Jesus. De fato, quanto
mais rápido a pessoa receber Jesus melhor. Só que muitas vezes, a pessoa recebe Jesus
antes de realmente entender o que está fazendo. Isso é importante, pois creio que é o
primeiro passo em uma direção certa, mas ainda não é tudo. Muitos evangélicos têm
cometido o grave delito de “evangelizar” a pessoa, ou seja, fazer nascer o bebe na fé, e
depois abandonar o recém nascido. Não devemos ser assim. O evangelista (você), deve
cuidar do recém nascido na fé, ou encaminhar aos cuidados de alguém. Poderemos falar
sobre isso em outra oportunidade, mas o que frisaremos agora é a integração.
Há algum tempo, relia uma redação de minha autoria escrita na 3ª série. Vou
reproduzir um trecho: “A terceira série é uma turma muito inteligente, mas eu não
gosto dessa escola. Porque aqui eu não tenho nenhum amigo e ninguém brinca comigo.
Então eu pego e fico na tela olhando para minha casa...” O que estava acontecendo
comigo? Eu recém tinha mudado de escola, e não conhecia ninguém naquele novo
lugar. Achava as aulas interessantes, mas odiava estar naquele lugar, porque ninguém se
integrava comigo. Então meu desejo era qual? Voltar para o lugar de onde eu tinha
vindo, onde já estava integrado. Aquela cerca de tela me separava fisicamente do antigo
lugar, mas não meu coração. Uma antiga integração não pode ser apagada, apenas
substituída!
Muitas pessoas recebem Jesus e ingressam na “escola da fé”. Acham que o que
está sendo ensinado é bom, mas por não estarem integrados, pensam o tempo todo em
voltar para o mundo. Gastamos tempo construindo cercas para que as pessoas não saiam
da igreja, inventando todo tipo de entretenimento e atividades para que as pessoas
gostem de estar na igreja, quando na verdade, deveríamos empregar toda essa energia
em integrar as pessoas, pois mesmo que a congregação não possua estrutura nenhuma e
nem mesmo eventos interessantes, se o neófito (novo convertido) possuir amigos ali, se
estiver realmente integrado, não vai querer sair!
Animais mudam quando o lugar onde estão não lhes supre mais, da mesma
forma, pessoas abandonam a igreja quando o “pasto” está ralo ou não mais está verde.
Ao invés de construirmos cercas, o que precisamos é de um lugar onde a pessoa seja
suprida de suas necessidades físicas, psicológicas e espirituais.
Na grande maioria das vezes, atendemos a pessoa espiritualmente, pregando a
palavra de Deus, orando, jejuando. Atendemos a parte física, dando comida, agasalhos e
até mesmo oferecendo a estrutura física da igreja. Todavia, falhamos em atender a
pessoa psicologicamente. Ou seja, não integramos a pessoa em nosso círculo de
amizades, não a fazemos sentir-se parte da família.
Precisamos ser mais que uma organização. Precisamos ser um organismo (Silva,
Aluízio 2008). Não nos basta que estejamos cada um mecanicamente em seu lugar.
Precisamos viver em sinergia, em interdependência. Em um organismo onde todos são
parte de todos, sendo todos parte de Um, o Senhor Jesus Cristo. Onde todos se suprem e
são supridos mutuamente, através da boca que está em Cristo Jesus, o cabeça desse
corpo chamado Igreja.
Integrar é mais que se tornar amigo, é tornar-se parte, é fundir-se de tal modo
que a dor do irmão seja nossa dor, que a derrota do irmão seja nossa derrota e nossa
vitória, a vitória dele. É ter um senso de unidade tão maravilhoso, que se caso viermos a
ofender a outrem, tenhamos a ciência de que estamos ofendendo a nós mesmos! E que
se edificarmos a o irmão, a nós mesmos estamos edificando!

Sidinei Bühler Kauer


www.sbkauer.com

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