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A EGRÉGORA

Ir.’. Itamar Gonçalves Franco

Há poucos anos não se conhecia a EGRÉGORA, que surgiu dentro das


Lojas Maçônicas através do misticismo.

A Maçonaria Brasileira difere em muito da Européia e Norte


Americana. O brasileiro adaptou o ritual iniciático para as
sessões administrativas e econômicas. O ritual iniciático é
desenvolvido para as iniciações exclusivamente, que são sessões
previstas e programadas para o ingresso de novos candidatos.

Ordinariamente, uma vez por semana, os irmãos se reúnem; o


Venerável Mestre abre ritualisticamente os trabalhos e é
apresentada a Ordem do Dia; os assuntos são tratados de um modo
geral. Uma pausa é feita no Átrio, “desarmados” os espíritos,
conclamados por admoestação fraternal do irmão Mestre de
Cerimônias; em marcha adequada os irmãos adentram ao Templo.

Após as primeiras providências, para considerar a Loja coberta é


transmitida a Palavra Sagrada, os irmãos Mestre de Cerimonias e
Diácono chegam ao altar e é procedida a cerimônia de abertura do
Livro da Lei, da forma conhecida e convencional.

As Lojas mais espiritualizadas emprestam à cerimônia um fundo


musical adequado e a luminosidade passa a ser mais amena; todos
de pé, o Oficial encarregado faz a leitura do Livro Sagrado. Esse
é um momento de expectativa.

Os irmãos videntes notam a formação de um Ser Espiritual, com


semelhança ao ser humano, com características angelicais, envolto
em nuvens diáfanas, cresce e cobre a todos os presentes,
permanecendo, em flutuação tenuamente visível, sem perturbar, em
face dos seus mistérios.

È um corpo espiritual que se forma e seus componentes são tirados


da Aura de cada um dos irmãos presentes. "É A EGRÉGORA", é o
mistério que faz de cada um, um só ser; todos os Maçons passam a
uma individualização única, é a harmonização dos pensamentos, das
ideias, dos propósitos, é a Aura geral, o esplendor único, é a
transformação de um corpo físico em um corpo místico, é a fusão
de todos numa corrente divina.

A EGRÉGORA é um ser real, que permanece enquanto o Livro Sagrado


estiver aberto. E esse corpo divino, místico, esotérico e diáfano,
faz parte da cobertura celestial, é a proteção real. Não há mais
o porque de um irmão manter com outro irmão qualquer dissonância,
pois todos passaram a formar um só corpo, fundidos e imersos na
EGRÉGORA.

A Egrégora não constitue um momento de simplicidade, ao contrário,


é um momento mais difícil que pode surgir. Contudo, adiantamos,
que nem sempre ao ser aberto o Livro Sagrado é formada a Egrégora,
é preciso em primeiro lugar que todos os presentes sejam realmente
Maçons.

O Ir.: Vigilante, desce do seu trono, por ordem do Venerável


Mestre, para cumprir o seu segundo dever, percorre as colunas,
fixa o seu olhar nos olhos dos Irmãos; ele sabe que todos pertencem
à Ordem, conhece um a um, todos revestidos com o Avental, todos
mantém a postura adequada e todos se mostram compenetrados.

Mas porque é preciso, então o Ir.: Vigilante os observar para


afirmar que se tratam de Irmãos Maçons? É que ser Maçon não
significa ser membro da Loja, ele precisa estar capacitado a unir-
se aos demais para formar a Egrégora.

Se o Ir.: Vigilante vislumbrar no olho do Ir.: qualquer sinal de


malquerença, de resíduo de má vontade, para qualquer Irmão
presente, ele de imediato dirá em voz alta e bom som: " Nem todos
os presentes são Maçons".

O que poderá acontecer? Não temos a resposta, porque ainda achamos


prematuro dizer que os Vigilantes não sabem cumprir o seu segundo
dever e, por este motivo, nem sempre a Egrégora se forma.

Então teremos uma sessão tumultuada, muito semelhante às reuniões


profanas.
O Ir.: que dirige os seus passos para frequentar a Loja, já deve
proceder a um exame de consciência; se ele contiver em si qualquer
malquerença ou desamor, é preferível que não vá à Loja.

Se, porém, conseguir vencer esses defeitos, então nos momentos de


estada no Átrio, retornando a sí, reveste-se de uma atitude
corajosa, passando a dedicar amor fraternal a quem julgava
desamar. È difícil, mas não é impossível.

Para participar da Egrégora, vale a pena o desprendimento, a


tolerância e a sufocação dos impulsos profanos que residem ainda
dentro de si. É preciso vencer a oposição, pois a Egrégora é uma
dádiva que a Maçonaria propicia aos seus adeptos.

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