Apesar do trabalho versar sobre postura em Loja, falaremos também sobre a postura fora de Loja, o que, com certeza, é até mais importante. Lembramos primeiramente que Templo é o prédio onde nos reunimos e a Loja passa a existir a partir da Abertura do Livro da Lei, quando o Venerável diz que está aberta a Loja. E é fechada ao final. Pois bem, ao chegarmos ao Templo, cumprimentamos nossos irmãos não como uma obrigação de pessoas civilizadas, mas com a alegria de quem reencontra grandes amigos. Embora tenhamos nos preocupado muito na construção do nosso Templo material, não planejamos bem a separação da Sala dos Passos Perdidos, onde, nem sempre simbolicamente, reina o caos; do Átrio, que seria a ante-sala para a sessão, onde a concentração e interiorização de cada um, faria com que o Mestre de Cerimônias não tivesse que, reiteradas vezes esperar pelo silencio. Chegar sempre antes do horário estabelecido para o início da sessão é uma das virtudes de um Maçom. Se chegar tarde, deve entrar sempre na ritualística, primeiramente para praticar e em segundo lugar para relembrar a todos como deve ser feito. Para participar da Sessão, deve estar devidamente paramentado conforme RGF pág.35, art.84, onde diz que o traje pode ser preto ou azul marinho, camisa branca, gravata branca ou preta conforme o rito , sapatos e meias pretas, ou opcionalmente, jamais em Sessão Magna, o Balandrau, que é uma veste talar, ou seja, vai até o tornozelo (não existe Balandrau até a cintura); meias pretas e sapatos também, sendo ele, o Balandrau, sem nenhum emblema e fechado no pescoço para que não apareçam camisas das mais variadas cores. Não há possibilidades de outras opções: é a Lei Federal que nos diz isto, e os Veneráveis, não raras vezes, recebem um “puxão de orelhas” verbalmente ou por escrito pedindo que isto seja observado. Lembramos ainda que o Avental é a principal vestimenta do Maçom. Toda a postura tem sua razão de ser; em maçonaria nada é feito em vão. Se um objeto, por mais simples que seja, tem um significado simbólico para completar o conjunto da instituição, postura, evidentemente, é o resultado de um estudo profundo e plenamente aprovado. Cada grau tem sua própria postura; ela é a posição que o maçom assume dentro da Loja. Em sua marcha, quando sentado, em pé e em cerimônias. A postura do maçom sentado: pés em esquadria, calcanhares unidos e mãos sobre as coxas, não representa somente uma tradição, muito menos uma exigência tipo militar ou subordinação.Vários afrescos egípcios têm esta posição. Na Índia, na China e no Japão, temos estátuas em posições sentadas. Quando um hindu senta e pratica o yoga, o faz na posição chamada flor de lótus, pois imita esta flor sagrada. A posição do corpo faz com que o maçom recarregue as suas “baterias” mental e fisicamente. Ao sentar-se inconscientemente durante os trabalhos, sem observar rigorosamente as posturas do ritual, poderá acarretar prejuízos, tanto físicos como espirituais, a si e aos demais. Falar do Irmão Clóves, quando um Ir.´. destoa. O sinal gutural lembra o nosso juramento; se for feito de modo imperfeito, a tiróide não será beneficiada, a paixão e a emoção não serão controladas e o equilíbrio ficará abalado. Saudação às autoridades: no caso de alguma alta autoridade presente, devemos nos dirigir a ela como manda o protocolo, a seguir VM, vigilantes, autoridades maçônicas, prezados, queridos ou caros irmãos. (Evitar caros e caríssimos, pois fica a dúvida de quem é o que ?) Passemos então ao termo “Em pé e a Ordem”. Considerado redundante por muitos maçons, já que sempre que ficamos em pé, ficamos à Ordem, estando a Loja aberta. O ir.´. Pedro Juk, na pág. 22 da revista Trolha nº 209, simplifica bastante a situação. À Ordem é estar em pé, parado, calcanhares unidos e pés em esquadria, corpo ereto. Compor o Sinal, significa fazer o Sinal Penal ou Gutural, referente ao juramento que fizemos. Sempre que estamos à Ordem, compomos o Sinal. E a Saudação, bem, já comentamos diversas vezes a maneira correta: o movimento deve ser completo para cada um a quem nos dirigimos. Antes da Abertura do Livro da Lei, a Loja não está aberta, a Loja não existe, logo, não deveria ser feito nenhum sinal. Entretanto, conforme mudança do ritual, o Ir.´. 1º Vig.´. pede para que os Irmãos de ambas as colunas fiquem em Pé e a Ordem para ver se realmente são Maçons, simbolizados pela postura, onde o Esquadro (esquadria formada pelos pés) determina a retidão de caráter, o Prumo (corpo ereto) representa a equidade ou a medida justa que deve acompanhá-lo como fator determinante de conduta; o Nível (expressado pelo sinal) concebe a igualdade com que se deve tratar o próximo, até porque as distinções são consideradas pela Ordem como mera manifestação de exterioridade humana. E ele conclui que são maçons, logo, estão aptos a participar da sessão. O Maçom que assiste a uma sessão por mais longa que seja, mantendo-se corretamente nas posturas ritualísticas, sairá da Loja aparentemente cansado; mas o aparente esforço físico transformar-se-á em verdadeiro relaxamento muscular, e notará, no dia seguinte, uma grande disposição para as atividades costumeiras. Porém, se permanecer em posição incorreta, sairá da Loja com a impressão de que a reunião foi maçante e sem interesse. Enquanto em postura correta, o Maçom emana de dentro de si próprio, do seu Eu interno, a energia necessária para o seu bem estar, irradiando ainda, o que lhe sobra, em prol de seu Ir.´.; haverá então uma constante troca de benefícios mútuos. O egoísta e o negativo aspira receber energia de fora e não concebe que possa extrair algo de si próprio e muito menos dar. A todos, a maçonaria ensina que, se está pronto a dar, receberá. Marcha do Grau – único momento que se faz sinal andando. Bateria, mão direita na esquerda. Quando a porta está aberta, não fazemos nenhum sinal, pois não sabemos ao certo quem está na sala dos Passos Perdidos. Não há necessidade de esperar aviso do Venerável. Qualquer irmão, mesmo sendo Aprendiz, pode e deve tomar a iniciativa de desfazer qualquer sinal e não fazer nenhum outro. Isto também é válido para as Sessões Brancas. Outro ponto muitas vezes não observado é que devemos evitar conversas e/ou comentários com Irmãos próximos a nós, pois perturba o seguimento da Sessão e é também um desrespeito ao VM. FORA DE LOJA Observar o Sigilo com os profanos. Procurar esclarecê-los na medida do possível, não revelando o nome dos demais irmãos. Atenção especial nos resultados dos escrutínios !! Evitar falar dos irmãos longe deles. Este é o primeiro local onde devemos observar isto. Evitar discussões (principalmente entre irmãos + jogo de cartas) Agir corretamente. Trinta bons maçons = normal. Um mau maçom: generalização FINAL A postura maçônica dentro e fora de Loja somada a unidade de pensamento que existe entre os membros de uma Loja é que a levam a grandes conquistas, como foi a construção deste Templo. Meus irmãos, a semana tem 168 horas. A maçonaria tem a árdua tarefa de tentar, em duas horas semanais, fazer com que seus adeptos sejam pessoas corretas nas demais 166 horas. É difícil. Por isso, procuramos pessoas que achamos ter a capacidade e a vontade de aceitar e praticar estas idéias, e as convidamos para conosco desfrutarem destas duas horas semanais. Aquelas que descobrirem as mensagens enigmáticas ocultas nos símbolos, compreende-las de forma racional e lógica e assumir na sociedade a Postura que a Ordem Maçônica espera, poderão dizer que como maçons seus irmãos os reconhecem, pois devem ter sido escolhidos por isso, estando aqui para aperfeiçoarem-se, não só para tornarem-se bons maçons, mas excelentes seres humanos.
Bibliografia: Aprendiz Maçom: Lições Próprias do Grau
Revista Trolha nº 209 Pág. 22 Regulamento Geral da Federação