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COORDENAÇÃO GERAL

DOS TEMPLOS DO AMANHECER


CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 1
ÍNDICE
Item Assunto Pág
- Índice 1
- Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer 2
- Prefácio para o leitor estranho à Corrente 3
1 Como você ingressou no Desenvolvimento 4
2 Como você começou 4
3 O começo do desenvolvimento 6
4 Como agir nos primeiros dias de freqüência 7
5 Horários 7
6 A sirene do Templo 7
7 O ritual básico 8
8 Ritual de abertura 8
9 Mediunização 9
10 Personalidade e individualidade 10
11 Mantras, chakras e plexos 11
12 O uniforme 11
13 A voz 12
14 O gesto 12
15 Amigos e inimigos 12
16 Tia Neiva 13
17 Relações com os Mestres 14
18 Seus dias de freqüência 15
19 Retiro normal 15
20 Horários dos Retiros 16
21 Bônus horas 16
22 Atitude básica 16
23 Seus gastos no Vale 17
24 Seus "Mantras" 17
25 O Cartão 18

1
Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium:

Este Fascículo é dirigido a você como Médium da Corrente. No momento que


você recebeu sua emanação, no seu primeiro dia como principiante, você já se tornou
Médium do Templo do Amanhecer.

A partir desse ponto, seu problema é desenvolver suas qualidades mediúnicas.


Estas instruções são para lhe ajudar de maneira prática e objetiva. Elas lhe ensinarão
como se movimentar na área do Vale e no Templo, como usar seu uniforme e como se
adaptar no quotidiano da vida mediúnica.

Naturalmente, seu desenvolvimento não vai depender de coisas escritas, de


leituras e aulas. Este trabalho apenas irá complementar as coisas que você vê e ouve no
decorrer de seu desenvolvimento.

Use-o como um livrinho de bolso, para você ler na condução ou nos seus
momentos de folga. Se houver mais alguma coisa que você ache que está faltando,
procure seu Instrutor ou qualquer Mestre mais experiente. Temos certeza que alguém irá
lhe informar o que você pretende.

Temos à sua disposição 07 (sete) Fascículos (Instruções Práticas para os


Médiuns) que deverão ser adquiridos de conformidade com as orientações dos Mestres
Instrutores, bem como os livretos de Pequenas Histórias e outras obras publicadas sob os
olhos da Clarividente Neiva, doutrinariamente destinadas a somar valores essenciais ao
seu melhor posicionamento. Os títulos são

- O Vale do Amanhecer;
- Tia Neiva – Autobiografia Missionária;
- Série Pequenas Histórias (Fascículo 01 ao 07);
- Mensagens de Pai Seta Branca;
- Luz do Amanhecer;
- Hinos Mântricos e Preces;

Lembre-se sempre que nossa Doutrina é dinâmica, isto é, as instruções dos


Planos Espirituais fluem constantemente pelos Emissários do Céu e, já existe um mundo
fantástico de conhecimentos registrados em “Cartas” que aos poucos você, caro Médium,
irá no transcorrer de sua jornada se familiarizando e conquistando o direito de adquirir.

Não será por falta de informações que você irá “estacionar” sua Mediunidade.

Boa Sorte!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(em memória)

2
Prefácio para o leitor estranho à Corrente

Caro leitor:
Este folheto é dirigido aos Médiuns do Vale do Amanhecer.
Embora não haja objeção que seja lido por outras pessoas, apenas queremos
lembrar que ele será melhor assimilado por quem estiver participando das atividades
mediúnicas do Vale.

Na verdade ele é apenas um registro das posições básicas do Vale do


Amanhecer mostrando suas finalidades, posição técnica, doutrinária e mística.

É também verdade que nossos Médiuns não dependem de material escrito para
sua participação, uma vez que o conhecimento da Doutrina do Amanhecer é adquirido
mais pela Mediunidade que pelo intelecto.

Sem dúvida existe um aprendizado inicial, no qual entram os processos


imitativos e sensoriais. Mas, tão logo o Médium se familiariza com o Sistema ele
aperfeiçoa mais a percepção mediúnica que a sensorial.

Por meio de “Mantras”, “Chaves”, Cantos, gestos, Indumentárias e horários,


tudo formando um conjunto ritualístico, se estabelece um intercâmbio ectoplasmático entre
o Médium e a Corrente. Isso muda seu teor fluídico e o impregna com as Energias
Espirituais manipuladas no Templo.

O resultado é o clareamento fisiológico que abre a percepção extra-sensorial. O


Médium passa a perceber as coisas de seu campo consencional que antes não eram
registradas pelo seu “eu”.

Por esse processo ele se torna esclarecido sem artifícios, de acordo com sua
formação psíquica e sua cultura, sem falsas submissões à dogmatismos que produzem
dúvidas e angústias.

Somente o Mediunismo sem retoques ou superstições garante o respeito ao


livre arbítrio, e torna possível a modificação do indivíduo de dentro para fora, a única
mudança de comportamento que se faz sem criar dependência e que permite o equilíbrio
individual.

Esse é o motivo básico pelo qual não se sujeita o Médium do Vale do


Amanhecer a leituras obrigatórias. Mas, uma vez aprendido o Sistema do Vale, nada há
que se objete à leitura, que sempre pode acrescentar algo à Personalidade. Essa é a
razão deste Manual Prático, que vamos disponibilizando em capítulos, para não se tornar
cansativo.

Boa Sorte!

O Editor

3
1 Como você ingressou no Desenvolvimento.

Antes de se tornar Médium do Vale do Amanhecer você era um simples paciente, um


freqüentador.

Você consultou um Preto Velho e lhe foi dito: “Meu filho, você tem muita
Mediunidade, você precisa desenvolver...”.

Nessa altura, você está convencido de que a única maneira de “endireitar” sua vida,
curar-se de alguma doença ou afastar suas dificuldades, é se desenvolvendo.

Você então é encaminhado a um serviço especializado. A Ninfa responsável lhe fez


algumas perguntas, escreveu seu nome e seus dados em uma folha impressa e mandou
que você começasse no domingo seguinte. Você então voltou para sua casa com uma
“Autorização para Desenvolvimento”.

2 Como você começou

Se ingressou no Corpo Mediúnico pelos processos normais, você começou assim:


No domingo seguinte ao recebimento da autorização, se apresentou no Templo às 10:00
horas da manhã e sentou-se junto aos outros pacientes. Você pode ter ouvido a palavra
“Aspirante”, e isso é o que você era.

Das 10:00 às 11:00 horas o Presidente ou o Coordenador do Desenvolvimento


explicou o que era a Corrente, quais as razões da Mediunidade, o que poderia ser feito e o
que não poderia ser feito. Nessa ocasião deve ter sido dito:

“Para ser Médium da Corrente Indiana, a pessoa não pode ingerir álcool, nem
uma gota, e isso não tem meio termo”.

Você deve ter ouvido também que o Vale não faz campanha anti-alcoólica, nem se
importa que seus componentes bebam. O problema do álcool é colocado em termos
técnicos da Mediunidade e do perigo que isso representa para o Médium.
Foi dito também:

“A razão básica pela qual as pessoas precisam se desenvolver é o seu


equilíbrio pessoal, a realização do programa feito pelo seu Espírito, antes de vir para
este Planeta, antes de reencarnar”.
E também:

“A Mediunidade é uma arma que Deus lhe deu para se defender. Conforme o
uso que você fizer dela, você pode ferir a si mesmo. Por isso, ela é um espinho
atravessado na carne”.

Com essa explicação você compreendeu que a Mediunidade é um fato natural e que
todos os seres humanos a têm. Mas, o que mais o impressionou, provavelmente, é de ter
ouvido que Espiritismo é Doutrina da Vida e não da Morte!

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De fato é assim. A verdadeira religião é a vida de cada um, as obrigações, as
pessoas que o cercam, seus filhos, seus pais, seus irmãos, seus companheiros de
profissão, seu vizinho no ônibus, enfim, seu “próximo” e sua vida do dia a dia. Da maneira
que você se comportar a cada momento é que é sua Religião. Se você vive doente e
desanimado, pobre, mal vestido, de mau humor, cercado de Espíritos desencarnados de
baixo padrão vibratório, que espécie de Amor você está dando ao seu “próximo”, que
“Religião” é a sua?

Agora veja o outro lado da moeda: Você se desenvolve, ou melhor, desenvolve suas
qualidades mediúnicas amparado pelo Sistema Crístico, dentro das normas que o Mestre
Jesus preparou para este Planeta nestes 2000 anos. Você aprende o valor da Humildade,
da Tolerância e do Amor ao próximo. Você descobre que não é o pobre coitado que
chegou ao Templo pedindo socorro, mas sim que tem uma vasta experiência de milhares
de anos – você descobre o acervo do seu próprio Espírito!

A partir daí você começa a “vencer na vida”, isto é, sua mente se torna mais clara,
suas decisões são mais seguras, suas dores são menos sofridas e você começa a se
realizar. Você agora pratica a Religião da Vida!

A partir daí, as pessoas começam a gostar mais de você e achar que você é uma
boa pessoa, começam a vibrar favoravelmente a você! Com isso você começa a
entender porque o Velho Tumuchy afirmou:

“Nós podemos avaliar nossa posição neste universo, a cada momento, pelo
balanço entre as vibrações positivas e as negativas que nos atingem”.

Assimilando isso, você aprende a cultivar as vibrações favoráveis do seu próximo –


você aprende que é mais negócio fazer amigos do que inimigos!

Assimilando essas idéias, você começou a ser um Médium do Vale.

3 O começo do Desenvolvimento

Depois da Palestra, ainda no seu primeiro dia de Desenvolvimento, você foi


submetido, dentro de um processo especial e isso foi muito importante. A partir desse
trabalho, as “águas do rio de sua vida” passaram a correr em outro canal – o canal
Mediúnico. Desse momento em diante começa a abertura de seus Chakras.

CHAKRAS são pontos de captação e transmissão de forças Espirituais, que existem


na periferia do corpo, sob a pele, com ligação com o seu Perispírito.

Para você ter uma idéia aproximada de seu Perispírito, imagine que você está
circundado por uma fina parede de plástico transparente e flexível que forma um oval. Ela
é de matéria Etérica e por isso não interfere com o seu mundo físico, de forma perceptível
pelos seus sentidos.

Nessa “parede” existem alguns pontos parecidos com tomadas de eletricidade,


dessas que a gente tem nas paredes da casa. Através deles você recebe a energia do seu
mundo Espiritual e transmite os anseios de sua Alma.

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Bem em cima de sua cabeça existe o Chakra Coronário. Esse Chakra alimenta a
Força do Doutrinador. Pouco acima do seu estômago, fica situado o Chakra Umbilical,
na região do seu Plexo Solar. Esse Chakra é que proporciona o desenvolvimento maior do
Médium Apará. Além desses existem outros que têm funções diferentes. Voltaremos a
falar deles mais tarde.

Depois do trabalho de “inversão de corrente”, feito nos Tronos, você foi submetido a
um Teste de Mediunidade. Depois disso você e nós ficamos sabendo com que tipo de
Mediunidade seu Espírito decidiu exercer sua Missão na Terra. Veja bem, não somos nós
que damos a sua Mediunidade. É você que já trás consigo, nós apenas verificamos.

Sua primeira manifestação Mediúnica é na presença de seu Mentor. O Mentor é um


Espírito da Esfera Superior, um Pai ou Mãe Espiritual que sempre guiou os seus passos
na Terra. Alguns o chamam de “Anjo da Guarda”.

O Teste Mediúnico consiste exatamente na “Chamada do Mentor”. Se você for


Doutrinador, o Mentor concentra na sua cabeça, no seu Chakra Coronário. Com isso você
sente a cabeça um pouco mais quente, mas fica completamente consciente. Se você for
Apará (Incorporação) a influência é maior no Plexo Solar, no Chakra Umbilical. Nesse
caso você perde um pouco a consciência e sente a pressão na região do estômago.

A partir daí você se definiu: Doutrinador ou Apará.

No domingo seguinte você foi encaminhado a um Instrutor. Doutrinador ou Apará,


aqui estão as coisas fundamentais que você deverá saber:

4 Como agir nos primeiros dias de freqüência

Desde que completou seu primeiro dia de Desenvolvimento, você deixou de ser um
paciente para ser Médium. Embora você não perceba isso com muita nitidez, existe uma
diferença muito grande entre um e outro.

Por isso não convém que você continue freqüentando como paciente passando pelos
Tronos, pela Cura ou Linha de Passes. Você só deve fazer isso se tiver um motivo muito
forte, e assim mesmo mediante um entendimento com o seu Instrutor ou com o Presidente
do Templo. Desde o momento em que você se tornou Médium, tudo que você precisa
deverá ser obtido pela sua Mediunidade e não pela Mediunidade dos outros.

5 Horários

Sua obrigação de freqüência é de uma vez por semana, de preferência aos


domingos. Se isso não for possível, freqüente a cada 15 dias ou uma vez por mês, mas
estabeleça um ritmo de comparecimento.

Numa tradição que é mantida há muitos anos, os horários de funcionamento da


Corrente são os seguintes:
10 horas da manhã – Abertura da Corrente. Funcionam: Mesa Evangélica e Linha de
Passes. (Onde há Corrente Mestra);

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3 horas da tarde – Abertura da Corrente Mestre (onde existe). Funcionam: Todos os
Setores de Trabalho.

Qualquer que seja seu ritmo de freqüência você deve abrir sempre o seu “Retiro" às
10 horas da manhã e nunca fechá-lo antes da passagem das 3 da tarde.
Excepcionalmente você pode abri-lo às 3 horas da tarde. Aos domingos, enquanto você
for principiante, seus horários serão determinados pelo seu Instrutor.

6 A sirene (Templo Mãe)

Depois que ela toca você tem sempre 15 minutos para se apresentar ou para
encerrar seu trabalho.

Código dos toques da sirene:

1 Toque (longo) - Encerramento do trabalho oficial e retiro.

2 Toques (médios) - Convocações para: - Reuniões Trabalho Especial – Outros


Trabalhos.

3 Toques (1 curto - 1 médio - 1 longo) - Intercâmbios do retiro e abertura do trabalho


oficial.

4 Toques - Emergência - Reunião de todos que se acharem no vale. E também,


toques, de meia em meia hora das 10:00 horas da manhã às 18:00 horas da tarde, no
caso do desencarne de um mestre.

Obs.: Determinado trabalho especial, situações de emergência e nos casos de


desencarne, antes de tocar a sirene, o mestre deverá estar autorizado por um dos mestres
Trinos Presidentes: Tumuchy, Arakén, Sumanã, Ajarã.

No nosso Templo, para a realização de qualquer Trabalho fora dos dias e horários
pré-estabelecidos, deverá haver autorização do Presidente (Adjunto ANORO – Mestre
Marcos).

7 O ritual básico

Use a expressão “Salve Deus"!

a) Sempre que cruzar com outro Médium aqui ou fora do Vale;

b) Quando cruzar o portão do Vale entrando ou saindo;

c) Ao entrar ou sair do Templo.

Entre no Templo de preferência pelo lado esquerdo. Ao atravessar o portal diga


"Salve Deus!" e abra os braços de frente para a Pira. Faça o mesmo ao sair, não importa
quantas vezes você entrar ou sair.

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Não converse a não ser o estritamente necessário, assim mesmo em voz baixa.
Evite a todo custo gesticular, rir ou gritar. Procure sair pelo lado esquerdo. A circulação é
melhor no sentido dos ponteiros do relógio.

Sempre que você chegar ao Templo, permaneça alguns minutos sentado ou em pé e


se prepare mentalmente. De preferência faça um "Pai Nosso". No fim deste folheto você
irá encontrar o "Pai Nosso" como proferimos aqui. Em seguida faça a sua preparação.
Nesse caso existem duas hipóteses: você chegou no horário de abertura ou chegou com
os trabalhos em andamento.

8 Ritual de abertura

A fila é formada a partir dos Comandantes do trabalho que ficam bem em frente da
presença divina (entre o sol e a lua) seguidos dos comandantes dos demais setores de
trabalho.

As Médiuns ninfas (mulheres) ficam à sua esquerda; os homens ficam à sua direita.
Todos devem ficar com as mãos cruzadas atrás, a uma distância mínima de 20
centímetros mais ou menos, entre um Médium e outro.

O Primeiro Comandante dá o sinal (às 10 ou 15 horas em ponto) e todos começam a


cantar Mayanty. O Primeiro Comandante faz a sua preparação e a chave de abertura. Em
seguida, o 2º e o 3º Comandantes, e daí por diante passa uma Médium ninfa, depois um
homem e daí por diante, até o último.

Cada um que passa pela Pira segue depois para a frente da mesma e, abrindo os
braços diz: "Meu Senhor e Meu Deus". Segue depois para a base da mesa triangular e,
abrindo os braços de frente para a Pira repete: "Meu Senhor e Meu Deus".

Se você chegar com os trabalhos em andamento faça a mesma coisa, porém sem
precisar cantar Mayanty.

De qualquer forma, em conjunto ou só, quando você termina o ritual de abertura, isso
deve significar que você já está Mediunizado.

9 Mediunização

A Mediunização é o fato básico e mais importante da vida do Médium, por isso


vamos nos alongar um pouco mais sobre isso neste Fascículo.

Para você entender bem a Mediunização é preciso que você saiba algo fundamental
sobre você mesmo. Procure nos seguir com sua imaginação.

Um dia, na Eternidade, seu espírito foi criado por Deus. É como se Deus fosse uma
nuvem muito grande, uma dessas nuvens de chuva e seu espírito fosse uma das gotas de
chuva que caiu da Nuvem-Deus. É lógico que essa gota de água-chuva é feita da mesma
substância da Água-Nuvem-Deus.

Só que, uma gota de água é água, mas não é a água. Entendeu? A gota é água,
mas não é toda a água. A gota é um pouco de água individualizada.
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Assim, a partir do momento que se destacou de Deus, seu espírito passou a ser uma
Individualidade, algo destacado, algo separado.

Como uma gota de chuva que cai sobre a terra, seu espírito Iniciou uma trajetória,
um caminho, um destino. Quando isso aconteceu e como, ninguém sabe, e nem você
jamais o saberá. Mas isso não importa muito atualmente, nesta encarnação.

Agora pense quanta coisa pode acontecer com uma gota de água!

Ela pode se dissolver na terra, cair sobre uma planta e ser sugada por ela, misturar-
se com outras gotas e se tornar apenas água. Ela pode se sujar, se colorir, ser mais
transparente ou mais opaca, etc.

Depois ela pode virar vapor e subir de novo para a nuvem. Em seguida ela pode
descer de novo e tornar a subir. Mais ou menos assim é a vida do seu espírito! Talvez
você tenha mais imaginação e possa arranjar uma comparação mais feliz. Mas cremos
que você entendeu a idéia, não é verdade?

Pois bem partamos agora para a idéia das Encarnações.

Seu espírito está em alguma parte deste Universo e seu sonho é voltar para Deus.
Provavelmente ele estará em "alguma morada do Pai" como disse o Mestre Jesus no seu
Evangelho. Mas, desde o momento que você, ou melhor, seu espírito partiu de Deus, ele
se arranhou, empoeirou, sujou e se poluiu. Para voltar para Deus ele terá que se purificar
de novo, ficar transparente, límpido como uma gota d'água.

Deus, então, na sua infinita misericórdia, estabeleceu um sistema, uma maneira de


os espíritos se purificarem: ele inventou a Humanidade, criou dentre outras coisas, o ser
humano.

Nesse caso, o que é um Ser Humano, o que é um Homem?

A resposta é óbvia: um Ser Humano é um espírito a caminho, um espírito que


ganhou uma oportunidade de se preparar para voltar à Deus que o criou e, nessa
trajetória, passa algum tempo na Terra.

Para esse fim o espírito se equipou com um corpo e, para operar esse corpo ele
utiliza uma alma. Assim como um motorista que adquire um carro e o enche de gasolina.
O motorista é o espírito, a gasolina é a alma e o carro é o corpo. De acordo com o estado
que esse espírito iniciou suas viagens ao Planeta ou melhor, pelo Planeta, tantas e de tais
qualidades são suas encarnações.

Como não bastou uma, ele teve várias e é por isso que se costuma dizer que uma
pessoa é um espírito reencarnado. Assim como cada ano ou cada época a gente pode ter
um carro diferente, cada encarnação a gente forma uma nova personalidade.

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10 Personalidade e individualidade

Nessa altura meu caro médium principiante, você tem duas coisas diferentes para
entender, que você é basicamente: a individualidade do seu espírito e a sua personalidade
atual.

Naturalmente você já percebeu que a sua individualidade é coisa antiga, tão antiga
que você nem sabe quando ela começou a existir. Mas a sua personalidade é recente pois
tem exatamente sua idade!

Sobre a sua personalidade você sabe quase tudo. Você sabe do que gosta e do que
não gosta. Na verdade você tem até mesmo certa admiração por você mesmo! Pode até
acontecer de você ter mágoa de não ser mais bonito, mais charmoso ou mais alto.

Normalmente você vive tão preocupado com sua personalidade que raramente você
percebe sua Individualidade. Entretanto, seu espírito tem a experiência de muitas
encarnações, de experiências vividas durante milhares de anos. Ele tem a experiência
acumulada de aproximadamente 19 a 21 personalidades diferentes que você já foi! Só que
você não se lembra disso, não tem preocupação de pensar no seu próprio espírito, e Isso
não é realmente muito premente, até que o seu "carro" atual comece a ratear e as coisas
comecem a ir mal.

É nesse ponto que você veio parar no Vale do Amanhecer e acabou se tornando um
Médium do Vale. E como o Vale existe justamente para reavivar sua memória espiritual, a
principal coisa que ele vai lhe ensinar é a retomada de contato com seu próprio espírito.
isso será feito pelo mecanismo da Mediunização.

Ao chegar ao Vale pela primeira vez você estava dessintonizado, isto é, sem sintonia
com seu mundo espiritual, meio perdido no caminho da vida.

Desde o começo, você recebeu um princípio doutrinário, algo em que se basear e


também confiar. Recebeu também um "reajuste" de sua organização psíquica, um
"reaperto" na sua tônica magnética. Isso que o povo chama de “descarga", "limpeza", etc.

11 Mantras, Chakras e Plexos

Agora você tem um “Mantra" ou seja, um conjunto de gestos, sons e atitudes que lhe
permitem começar a se ligar com seu mundo espiritual. Você canta “Mayanty” e, ao fazer
isso, você libera seu “fluido" ou "ectoplasma". Ele vai saindo de sua boca como se fosse
uma nuvem invisível e essa fumacinha vai se juntando ao ectoplasma dos outros Médiuns
e ao que já existe no Templo.

Ao mesmo tempo sua "aura" vai ficando mais clara e a "parede" do seu Perispírito se
torna mais límpida, mais transparente. Seus "chakras" começam a acordar e você vai
recebendo de volta a mesma quantidade de fluído que você está emitindo. Só que o fluído
que volta é mais sutil, cheio de vibrações positivas.

Ele atravessa seus "Chakras" e se comunica com seus plexos nervosos. (Plexos são
feixes de nervos – lugares onde os nervos se cruzam).
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O maior "plexo" fica situado na região do estômago, entre este e o peito. Nele você
recebe e emite a maior carga de ectoplasma e é por isso que os Mestres recomendam
que você ande com as mãos cruzadas às costas. Com isso você expõe mais o plexo solar,
esse que fica acima do estômago. Outra parte do ectoplasma, que está sendo recebido,
penetra pelo alto da cabeça, pelo “Chakra" coronário. Na verdade isso pode acontecer
com todos seus “Chakras" e, por conseguinte, com todos seus "plexos".

Aos poucos, você sente o resultado dessa complexa operação Mediúnica, e você
começa a se sentir diferente. Sua mente clareia, você percebe em si mesmo uma
excitação tranqüila, uma energia nova, uma certa leveza, uma espécie de alegria.

Na verdade, o que você sente é difícil de ser reproduzido aqui, uma vez que a
experiência é só sua de acordo com você mesmo e com mais ninguém.

Essa é a experiência do princípio de comunicação de seu espírito, com você mesmo!

Daqui por diante você a cada dia aperfeiçoa mais sua capacidade de Mediunização.
Com o tempo e a repetição ela se torna automática, rápida.

A partir da Mediunização, você tem pouca coisa a se preocupar, em termos de


trabalho mediúnico. Você estando Mediunizado os Mentores e os Guias executam o
trabalho por seu intermédio e vão lhe creditando os "bônus horas", isto é, os créditos espi-
rituais que vão saldar suas "dívidas" desta ou de outras encarnações.

12 O uniforme

As peças do seu uniforme, sua fita, sua carteira de Médium, seu chaveiro, sua
estrela de carro, ou qualquer outro objeto que você use na sua qualidade de Médium do
Vale merecem sempre cuidados especiais, pois são objetos que ficam impregnados de
sua emanação.

Emanação é o toque pessoal do Médium. Com o uso, os objetos vão ficando


impregnados com os resíduos do seu fluído e formam com isso uma Identidade espiritual.
Por isso, eles não devem ser usados por outra pessoa, nem convém que os outros os
toquem. Pela emanação de seus objetos mediúnicos os mentores sintonizam mais
facilmente com sua onda pessoal.

Mas, a mais importante função do seu uniforme é a obtenção de vibrações favoráveis


dos outros. Repare na diferença: quando você está com sua roupa comum, as pessoas
vibram na sua personalidade, no cidadão que você é, na sua maneira simpática ou não de
se vestir. Porém, quando você está de uniforme as vibrações em torno de você se
modificam muito. Você está representando a esperança de cura ou de solução dos
problemas das pessoas, você é o Vale do Amanhecer!

Por isso o seu Uniforme deve ser o mais igual possível dos outros. Se você der a ele
características muito pessoais, você recebe mais carga vibratória do que os outros. Isso
tanto pode acontecer por seu uniforme estar "mais bonito" como por estar "mais feio".

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Sabedor disso, você deve evitar enfeites, pregas, laços e outros "acréscimos".
Também deve evitar manchas, engruvinhados por falta de ferro de passar, rasgões, etc.
Seja elegante sem ser exagerado. Especialmente se você é Médium mulher.

13. A voz

A voz humana tem uma importante função na trajetória do espírito na Terra. Mas ela
é mais importante ainda na sua função mediúnica. Quando você estiver no Templo
procure sempre controlar sua voz. Evite gritar ou falar em voz alta. O ectoplasma do
Templo é altamente condutor de som e qualquer estridência ou dissonância altera toda a
composição do ambiente.

Por outro lado, o Templo recebe continuamente vibrações negativas, cargas


magnéticas e outras emanações dos espíritos tratados. Se sua voz é estridente ou
dissonante pode atrair para você muitas dessas cargas.

14. O gesto

Seu porte, seu olhar e a movimentação de seus braços determinam o melhor ou pior
aproveitamento do seu trabalho no Templo. Eles formam sua aparência e também são os
índices de sua Mediunização.

Um Médium que conversa animadamente, gesticulando com os braços, lançando


olhares maliciosos ou rindo gostosamente, dificilmente pode estar mediunizado. Em vez
de estar sintonizado com a tônica do Templo ele se sintoniza com os outros cidadãos e o
resultado é negativo... para ele.

15. Amigos e Inimigos

Você vai encontrar muita gente no Vale. A maioria você não conhece mas sempre
encontrará alguns que conhece. Pode até encontrar alguns amigos e alguns inimigos. Ou
pode acontecer de você antipatizar com alguns ou simpatizar com outros. Bem, isso
acontece em qualquer outro lugar da vida, não é verdade? Então, qual é a diferença?

A diferença é que no Vale do Amanhecer só existem dois tipos de pessoas: Médiuns


e Pacientes! O Vale só reconhece duas qualidades: a Mediunidade ou a necessidade.

Sabedor disso você terá que se educar para agir de acordo. Tanto o
desenvolvimento mediúnico como a busca de lenitivo para na dor são feitos no Vale como
a última esperança da pessoa. Logo a probabilidade é que as que chegam ao Vale talvez
não sejam as melhores pessoas, os mais "bonzinhos" da comunidade. Mas, seja pela
Mediunidade do Médium ou o Médium pela sua Mediunidade, todos estão procurando
conscientes ou não se integrar na sua Individualidade, no seu mundo espiritual e é isso
que as tornam diferentes!

A Doutrina que você está recebendo é de Amor, Tolerância e Humildade, e essas


são as únicas coisas que as pessoas estão esperando de você. Não tente ser amigo nem
admita ser inimigo de ninguém no recinto do Vale. Seja apenas o Médium e evite ser o
cidadão. O Médium não faz negócios, não namora, não discute futebol, nem pede dinheiro
emprestado. Isso quem faz é o cidadão. E você só é cidadão depois que atravessou o
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portão do Vale e entrou na estrada. Quando você atravessou o portão para entrar, você
deixou o cidadão lá fora e se tornou o Médium!

16. Tia Neiva

A Clarividente Neiva era uma pessoa única e original. Ela era Mãe, Irmã, o consolo, a
esperança e a segurança de todos nós do Vale, Médiuns ou Clientes. Mas era também
uma simples criatura humana.

Tudo que aqui existe veio por seu intermédio. Ela trouxe a Doutrina, a técnica, o
ritual e a presença dos Planos Superiores, colocando tudo isso ao nosso alcance. Partiu
no dia 15 de novembro de 1985, nos deixando como herança um sistema técnico-
doutrinário singular, todo direcionado no sentido de somar – nunca dividir. Se você tem na
sua família ou no trabalho pessoas de outras religiões, respeite-as em suas posições
doutrinárias, evitando discussões desnecessárias. Seja natural e não se afaste das metas
racionais.

17. Relações com os Mestres

Nós somos “Mestres ensinando Mestres", e portanto estamos ensinando e


aprendendo ao mesmo tempo. Mas o termo mestre é muito respeitado na Espiritualidade e
não é aplicado no Vale no sentido comum da palavra.

O Mestre não é o professor que ensina a lição e que aplica a palmatória no aluno.
Ele é o Médium que evoluiu dentro da Doutrina do Amanhecer e vive sua vida mediúnica
com amor e assiduidade. Não é também o mais culto ou o mais “sabido”, mas sim, o mais
sábio. Geralmente é o Médium mais humilde, mais simples, mais compreensivo, mais
tolerante e que assimilou o sentido profundo “de que a dor do próximo é sempre maior
do que a sua...” O Mestre do Vale é aquele "que se alguém lhe pedir que caminhe com
ele um quilômetro ele caminhará dois; se alguém chorar, ele chorará com ele e, se alguém
rir ele rirá com ele...” O Mestre é o que segue os preceitos do Cristo Jesus.

A verdade é que os amigos nos ensinam muito pouco. A gente aprende melhor com
os que nos atacam, nos agridem e nos magoam. Só eles nos dão a oportunidade de
exercer as coisas que o Mestre dos Mestres, Jesus, nos deixou: a lição do Amor, da
Tolerância e da Humildade.

18. Seus dias de freqüência

O Templo do Amanhecer (Templo Mãe) e o Solar dos Médiuns (Estrela Candente)


funcionam as 24 horas do relógio. A Corrente é aberta todos os dias às 10 horas da
manhã e assim permanece até as 10 horas da noite. Um dia de trabalho é chamado de
Retiro. Isso significa que todos os dias tem Retiro. Os horários e o tipo de trabalho que se
faz cada dia variam conforme as circunstâncias. Cada dia é uma batalha diferente e é
difícil no Vale um dia igual ao outro. No caso do nosso Templo – ANORO DO
AMANHECER – ARAGUARI/MG, também dispomos de Corrente Mestra, e abrimos o
Trabalho da seguinte forma:

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Domingos - Das 10 às 11:30 horas - Abertura do desenvolvimento e Partida
Evangélica com o Presidente, pelo Coordenador do Desenvolvimento, ou por alguém
pessoalmente designado por um destes dois Mestres.

Das 11:35 às 12:30 horas – Aulas do Desenvolvimento.

O horário de abertura do trabalho Oficial neste dia (domingo), será às 18:00 horas
(exceto no 1º domingo do mês, quando é aberto às 15:00 horas para o ritual da Bênção do
Ministro), quando encerra-se o 2º Intercâmbio do Desenvolvimento (parte Prática), aberto
às 15:00 horas.

Obs. Os médiuns que não desejem ficar para o trabalho Oficial nesse dia, deverão
dar ciência ao Instrutor ou ao Coordenador do Desenvolvimento, para que este o oriente a
encerrar seu trabalho antes da Abertura do Trabalho Oficial.

19. Retiro Normal

O Retiro é a instituição básica da Corrente Indiana do Espaço. Eles começaram


desde a fundação da UESB (União Espiritualista Seta Branca) na Serra do Ouro em 1959.
Habitualmente ele funciona assim:

09:45 horas - Sirene (um toque curto, um breve e um longo). Os Médiuns têm 15
minutos para se apresentarem uniformizados na fila de preparação da Pira;

10:00 horas - Começa o Ritual de abertura, a saber:

Mayanty;

Formação da Mesa Evangélica.

O Presidente abre o Trabalho do dia. Lê ou não o Evangelho, faz ou não um


comentário, delineia a tarefa do dia e passa a Mesa ao Mestre que vai comandar esse
Trabalho.

Passagem de Sofredores - Esta dura um mínimo de 15 e um máximo de 45 minutos.


Em seguida atende-se os pacientes que porventura tenham chegado, nos Tronos, passes
ou junção.

12:00 horas - Almoço (uma parte dos Médiuns fica de honra e guarda).

13:00 horas - Reabertura – Honra e Guarda até às 15:00 horas.

15:00 horas - Repete-se o Ritual das 10:00 horas, com abertura, leitura do
Evangelho, passagem de Sofredores na Mesa e posterior atendimento de Pacientes. Em
seguida, o Comandante se mantém até às 20:30 horas, podendo em caso especial
estender-se um pouco mais. De acordo com a sintonia do Comandante, é feita ou não a
Passagem de sofredores na Mesa Evangélica, os tronos ou outro trabalho. Em seguida se
faz o Ritual de Encerramento: os Médiuns se reúnem em torno do Comandante na Pira,
cantam "Noite de Paz" e o Presidente fecha o Retiro.

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20. Horários dos Retiros

O Retiro do Médium é considerado na Espiritualidade, a partir do momento em que


ele sai de sua casa em direção ao Templo. Se houver atraso por motivos alheios à sua
vontade, seus "bônus horas" estão garantidos.

Se o atraso é por negligência ou distração, o que acontece é que ele apenas "não
está em Retiro", isto é, ele trabalha mas não faz jús aos bônus horas.

O Retiro começa às 10:00 horas e termina mais ou menos às 22:00 horas.

O mesmo acontece quando o Médium abandona o Retiro antes do Encerramento. A


não ser que isso aconteça por motivos de força maior, o Médium não fez o Retiro.

Em casos de impossibilidade total, com motivos que justifiquem plenamente, o


Médium pode fazer um Retiro parcial. Nesse caso ele começa às 10:00 horas e encerra
depois da passagem das 15 horas. Ou então ele abre antes da passagem das 15 horas e
encerra no término normal. "Pedaços" de Retiro, não têm valor como Retiro. É lógico que
qualquer Médium pode chegar ao Templo e participar dos trabalhos que estejam se
realizando. Mas isso não é um Retiro, e o Médium tem que tomar certas cautelas para não
sair do Templo com "cargas".

O médium em Retiro só deve se afastar do Templo na hora das refeições, desde que
fique um Mestre de Honra e Guarda no Templo, ou em caso de outras necessidades por
curto espaço de tempo. Alguma ressalva pode ser feita aos Médiuns que residem no Vale,
assim mesmo em termos restritos.

21. Bônus horas

São o resultado do Retiro em termos de méritos espirituais. Com esse "ganho", os


Mentores do Médium "acertam" a vida dele libertam seus cobradores e atendem seus
pedidos.

22. Atitude básica

O Médium em Retiro deve manter uma atitude atenta à sua vida espiritual. Ele faz o
seu Retiro para evoluir e se libertar de seus "carmas". Por esse motivo ele deve fazer o
Retiro com o máximo de elevação mental. Mas, mesmo que ele esteia deprimido, irado ou
revoltado ele deve fazer o Retiro. Nesse caso, devido ao esforço de autodomínio que ele
faz, pode não ganhar "bônus horas" mas ganha evolução.
O ideal seria que todos os Médiuns fizessem um Retiro desses por mês.

23. Seus gastos no Vale

O Médium do Vale do Amanhecer não paga dízimo ou qualquer outra coisa para
trabalhar, as despesas que tiver será consigo mesmo, isto é, todas as despesas para sua
freqüência são inteiramente suas. Você terá que fazer seu uniforme, comprar sua fita, sua
carteira de Médium, suas vestimentas iniciáticas e todos os objetos que você precisar para
o trabalho.
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Convém também que você participe das despesas com a manutenção do Templo e
arredores. Mas, é importante saber que não temos nenhuma forma de arrecadação, não
pedimos ajuda financeira a ninguém e não cobramos nada dos pacientes que atendemos.

Fora dos seus objetos pessoais sua colaboração é inteiramente voluntária. O que o
Templo exige de você é a sua Mediunidade, seu ectoplasma, seu desejo de servir. Sua
ajuda na manutenção do Templo deve ser de acordo com suas condições, sem que
prejudique sua vida material.

Se você é uma pessoa com uma situação financeira equilibrada, procure ajudar. O
Vale sempre está precisando de alguma coisa, sempre existe alguma coisa que podemos
fazer para melhorar alguma coisa, saldar um débito, contas de luz a serem pagas. É lógico
que isso tudo tem que sair de algum lugar. Nossas despesas com o Templo são sempre
mantidas pelo corpo mediúnico, já que nada cobramos dos Pacientes. Mas, se você der
alguma coisa, fale o menos possível no assunto, e saiba que jamais podemos aceitar
dinheiro algum de um Paciente ou de pessoas estranhas ao corpo mediúnico.

Você como Médium não pode pedir nada em nome do Vale, nem aceitar coisa
alguma. As poucas coisas que o Vale aceita são alguns benefícios em serviços públicos.

24. Seus "Mantras"

"Chaves” são composições de palavras que ao serem pronunciadas e, às vezes, até


mesmo mentalizadas e que produzem determinados efeitos. Elas são os “Mantras". Num
folheto separado estão impressos todos os Mantras que você irá precisar para seu
trabalho no Templo. O mesmo acontece com a única oração que usamos padronizada que
é o Pai Nosso, assim mesmo adaptado à nossa linha.

O importante com relação aos Mantras é que os mesmos devem ser usados nas
ocasiões apropriadas e sem acréscimos. Por exemplo: quando você faz sua preparação
os únicos dois Mantras usados são: "Meu Senhor e meu Deus" e "Senhor, Senhor, faze a
minha preparação para que neste instante possa eu estar contigo". Qualquer coisa a mais
que você diga em nada vai melhorar o Mantra. Quando a gente vai abrir uma porta coloca
apenas a chave na fechadura, não adianta colocar outras coisas junto com a chave...

Também os hinos cantados nos Templos são composições Mântricas. Eles foram
recebidos pela Clarividência de Tia Neiva e adaptados às nossas condições de trabalho.
Existe um folheto onde você os encontrará a todos, bem como os momentos apropriados
em que deverá cantá-los.

As funções dos hinos são: harmonizar o ambiente e ajudar o Médium o liberar o


ectoplasma.

Você absorve as coisas da Doutrina do Amanhecer em três estágios: você apreende,


você compreende e por fim você assimila. Algumas coisas, das que foram ditas até o
momento, estão numa dessas fases outras estão em outra. Isso não importa muito. Cada
Médium tem sua própria maneira de se desenvolver.

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O importante é que você nesta altura já tenha condições de começar a segunda fase
do seu desenvolvimento. Neste ponto, o Apara e o Doutrinador tomam caminhos
ligeiramente diferentes, embora paralelos.

25. O Cartão

Traga-o sempre, pois é nele que os Mestres Instrutores assinarão o


acompanhamento de sua jornada.

Leia no próximo fascículo:


Item Assunto
1 O fenômeno da incorporação
2 Incorporação de sofredores
3 Como participar da Mesa Evangélica
4 Consciência e semiconsciência
5 Como participar dos Tronos
6 Como participar da Cura
7 Como participar da Junção
8 Como participar da Indução
9 Quando se considerar desenvolvido
10 Quando Iniciar
11 O fenômeno do Doutrinador
12 A missão do Apará
13 A atitude básica do Doutrinador
14 Desenvolvimento do Doutrinador
15 As técnicas do Doutrinador
16 A Doutrina do Amanhecer
17 A idéia de Deus
18 A idéia de Cristo
19 A Escola do Caminho
20 O Vale do Amanhecer
21 Como funciona a Doutrina do Amanhecer

Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

17
COORDENAÇÃO GERAL
DOS TEMPLOS DO AMANHECER
CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 2
ÍNDICE
Item Assunto Pág
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo II – Para os Médiuns 2
1 O fenômeno da incorporação 3
2 Incorporação de sofredores 3
3 Como participar da Mesa Evangélica 4
4 Consciência e semiconsciência 4
5 Como participar dos Tronos 5
6 Como participar da Cura 5
7 Como participar da Junção 5
8 Como participar da Indução 6
9 Quando se considerar desenvolvido 6
10 Quando Iniciar 6
11 O fenômeno do Doutrinador 6
12 A missão do Doutrinador 8
13 A atitude básica do Doutrinador 9
14 Desenvolvimento do Doutrinador 10
15 As técnicas do Doutrinador 10
16 A Doutrina do Amanhecer 10
17 A idéia de Deus 10
18 A idéia de Cristo 11
19 A Escola do Caminho 12
20 O Vale do Amanhecer 13
21 Como funciona a Doutrina do Amanhecer 13

1
Prefácio do Fascículo II - Para os Médiuns

Caro Médium:

Nesta altura você já deve ter lido o Fascículo l e ter ultrapassado a faixa dos 50
dias de desenvolvimento.

Você agora sabe as coisas básicas que irão lhe permitir a integração mais
aprofundada no Corpo Mediúnico.

Naturalmente você está usando seu uniforme e sabe qual é o seu Mentor. Pode
até acontecer de já ter sido identificado e "emplacado", isto é, estar credenciado para o
atendimento aos pacientes.

Agora é o momento oportuno para chamar sua atenção para o ponto crucial de
sua vida mediúnica: daqui para frente você será apenas um Médium ou irá se tornar um
Missionário - um Médium realmente integrado na dinâmica da Doutrina do Amanhecer: a
escolha será apenas sua.

A partir de agora é que você irá saber o que é a sua Mediunidade e o que é
realmente esta Doutrina.

Quanto ao leigo que estiver lendo, nossa palavra é a mesma do primeiro


Fascículo: a missão espiritual não se desenvolve mediante um simples exercício
intelectual; é preciso que haja um instrutor, um mestre, e a constante oportunidade do
teste e da experiência.

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** PRESIDENTE ***

2
FASCÍCULO II

1 O fenômeno da incorporação

Desde o primeiro momento de seu teste, você sentiu a influência de seu Mentor
na região do estômago. Ao mesmo tempo você perdeu um pouco a consciência e sentiu
como se ele tomasse conta do seu corpo. Você ouviu sua voz "dentro de sua cabeça" e
começou a emitir sons. Isso aconteceu durante a verificação no seu primeiro domingo. O
fenômeno foi mais ou menos o mesmo com os outros Aspirantes. Com este e outros
sintomas, os Mestres responsáveis por esse trabalho se certificaram que você é Apará.
Agora você está no seu segundo domingo e vai começar a incorporar.

Você foi indicado a um Instrutor e se junta ao seu grupo. Antes, porém, você
ouviu a explanação do Adjunto ANORO ou do Coordenador do Desenvolvimento, e
começou a se mediunizar. Terminada a explanação, você se senta junto com os outros
Aspirantes e o Instrutor, depois de uma breve explicação, faz o "Convite ao Mentor", isto é,
ele "magnetiza" cada um dos Aspirantes, manda que fechem os olhos e pensem no Men-
tor como cada um o imagina.

Nesse ponto o fenômeno do seu primeiro dia se repete com mais nitidez. Desde
então, podem acontecer algumas alternativas, cada uma delas de acordo com sua
personalidade, sua idade, seus preconceitos religiosos, seu estado de saúde, etc.
Quaisquer que sejam suas manifestações, o Instrutor está em condições de guiar sua
incorporação.

É importante que você não se preocupe muito com os detalhes técnicos e


ofereça certa passividade. Deixe que o Instrutor se incumba do seu problema. Também
não se preocupe se sua manifestação não for muito nítida. Cada Médium tem seu tempo
próprio e alguns levam algum tempo até incorporarem completamente. Também não
adianta explicar mais coisas a respeito agora. Só a prática o fará entender, compreender e
finalmente assimilar.

Você irá repetindo a incorporação do seu Mentor até ter pleno controle sobre o
fenômeno. Depois disso você começa a incorporar outras entidades: são os seus
"Mentores", ou seja, espíritos do Plano Superior que irão exercer sua missão por seu
intermédio. Eles se apresentam em três roupagens: Pretos Velhos, Caboclos e Médicos.
Mais adiante você encontrará explicações detalhadas sobre essas Entidades.

2 Incorporação de Sofredores

Nos seus primeiros estágios de desenvolvimento, os sofredores que porventura


o acompanhavam são absorvidos pelos outros Médiuns com o auxílio do seu Mentor.
Agora, porém, você já está em condições de dar passagem a eles. O desenvolvimento
agora exige um pouco mais do seu tempo. Em vez de ir para casa, ao fim do primeiro
Intercâmbio de Desenvolvimento do domingo, você deverá retornar ao Templo depois do
almoço. Aí, então, você se senta em um Trono, junto com um Doutrinador e, ainda sob a
orientação do seu Instrutor, você irá dar passagem aos sofredores – Nesse caso, a
incorporação é um pouco diferente da do Mentor e só com a experiência você irá saber

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qual a diferença. O que é importante que você saiba é que essa incorporação é tão
importante quanto a do Mentor.

Isso porque o sofredor absorve seus fluidos mais pesados e com isso seu
organismo físico e seu psiquismo se equilibram. Na verdade, Médium de incorporação
nenhum sobrevive se não incorporar sofredores, pelo menos de vez em quando.

3 Como participar da Mesa de Doutrina

Você agora já domina sua incorporação e sabe quando está com um Mentor ou
com um sofredor. Também já começou a se habituar com a presença do Doutrinador e
aprendeu a confiar nele. Agora você já pode participar da Incorporação coletiva na Mesa
Evangélica. Até então o controle de sua incorporação ficava mais por conta do Instrutor ou
do Doutrinador.

Na Mesa de Doutrina, o controle é mais seu, você está mais entregue a si


mesmo. O fato de você poder participar de uma Mesa significa que você já está em
condições de entender certas coisas inerentes a sua Mediunidade de Apará. Procure
então compreender e assimilar o seguinte:

4 Consciência e semiconsciência

Todo Médium de incorporação é consciente ou semiconsciente. É muito raro,


quase não existe o Médium inconsciente. No Templo do Amanhecer, nós só conhecemos
o caso de Tia Neiva, que é inconsciente por causa da sua Clarividência, e de uns poucos
Médiuns veteranos, que apresentam curtos períodos de incorporações inconscientes.

Se você absorveu isso que dissemos acima, você irá evitar os trechos
perigosos no caminho da Mediunidade. Sabedor disso, você tem consciência que é
responsável pelos seus atos mediúnicos e que seu corpo lhe pertence.

Nenhum espírito, seja sofredor ou de luz tem o direito de usar o seu corpo, a
não ser que você o permita. E, por isso, para garantir a idoneidade do seu trabalho, para
lhe fazer sentir a responsabilidade que ele envolve, é que existe o mecanismo de
percepção do que acontece durante o fenômeno da incorporação.

Sabemos que isso irá lhe preocupar muito, e por isso queremos lhe garantir que
a coisa é mais simples do que parece. Com o tempo e a experiência você irá adquirindo
uma espécie de discrição que muito se assemelhará à inconsciência. É mais ou menos
como numa sala de espera de dentista. A sala é pequena e várias pessoas conversam. A
gente houve, mas não escuta, entendeu?

Existe uma certa diferença entre as manifestações dos espíritos sofredores e as


nossas. Você deverá entender quando está dando sinais do seu estado de espírito ou do
estado do espírito que está incorporado.

Se você entender essa sutil diferença você estará em condições de soltar mais
ectoplasma, sem fazer ruídos ou gestos.

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5 Como participar dos Tronos

Agora que você se sente seguro, incorporando sofredores na Mesa Evangélica,


recebendo seu Mentor e seus Guias, você vai aprender a trabalhar nos Tronos.

O problema que se apresenta agora é de você receber seu Preto Velho ou seu
Caboclo, deixar que ele puxe um sofredor e tornar a receber o Mentor. Quando você
estiver bem treinado nessas incorporações alternadas, você entrará no terreno das
comunicações.

Esse é o momento solene quando o seu Guia Principal se identifica, isto é, ele
dá o nome que irá usar na sua missão por seu intermédio. A partir desse ponto, seu
desenvolvimento se resumirá na prática e assiduidade. Quando você se sentir seguro,
peça a autorização ao Coordenador do Desenvolvimento para trabalhar nos Tronos, e
você será um Médium pronto para ser “emplacado" - Eis algumas coisas que você agora
deverá saber para seu próprio sossego:

O Apará nunca deve incorporar sozinho. O ideal é ter um Doutrinador "próprio”,


isto é, um marido, um irmão, um vizinho. Se ele não existir, o Apará devera ter cuidados
redobrados com sua Mediunidade.

Ele deve aprender a assimilar a mensagem do Guia. Ele “ouve" a palavra


"dentro" da sua cabeça e transmite sem interferir. Nesse sentido, ele fica "atento" ao que
está se passando. Se porventura um Sofredor entrar no circuito, o Apará se recusará a
transmitir a mensagem.

Você deve sempre fazer um voto em ser um aparelho de transmissão do Guia e


não do seu subconsciente. Haverá muitas ocasiões em que o Apará gostaria de dizer uma
coisa ou duas para o Paciente ou para o Doutrinador. Mas não o fará porque prometeu
"ser instrumento da paz de Jesus" e por isso deixa o assunto por conta do Preto Velho.

6 Como participar do Trabalho de Cura

A incorporação na Cura difere dos Tronos apenas na forma.


O Guia que incorpora é o "médico", isto é, um guia especializado na Cura
Espiritual. Nesse caso a conversa é quase nula e o problema é mais de liberação de
ectoplasma e controle da posição de incorporação. A única coisa que o Apará tem que se
precaver, quando trabalha na Sala de Cura é com suas próprias superstições. O "médico"
não receita, não faz diagnóstico, e não toca no corpo do paciente.

Como o Apará ouve tudo que se passa ele precisa estar sempre prevenido para
não recomendar "aquele santo remédio que sua avó usava", ou querer apalpar a barriga
do paciente.

7 Como participar da Junção

A função do Apará no trabalho de Junção é bem mais simples que os outros


trabalhos. Ele recebe o seu Médico e apenas fica controlando o ectoplasma para que não
se misture. A Junção é a Cura Iniciática feita com fluido de Doutrinadores.
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8 Como participar da Indução

O trabalho de Indução é apenas de absorção de cargas negativas e não de


espíritos.

O Apará na Indução deve apenas segurar com firmeza a mão do Doutrinador e


deixar que as cargas passem através dele. Você deve se lembrar que cargas não falam e
não gritam.

9 Quando se considerar desenvolvido

Até agora nós explicamos alguns detalhes essenciais da Mediunidade de


incorporação e é lógico que não dissemos tudo. Isso não nos preocupa muito porque você
estará sempre acompanhado no seu trabalho por um Doutrinador. A ele teremos que ser
mais explícitos. Mas pelo menos o essencial você agora sabe. Nesta altura o seu cartão já
está com as cinco assinaturas, incluindo a da Aula sobra a Linha de Passes. Não
explicamos detalhes dos passes porque é a Mediunidade “instintiva" do Médium Apará.
Você agora pode se considerar um Médium apto para o atendimento aos pacientes, claro,
depois de passar pelo Coordenador do Desenvolvimento e pelo Adjunto do Templo, e
saber o nome do seu Guia Principal - Antes, porém de procurar ser emplacado, faça um
exame de consciência e veja se:

– Incorpora um sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras


inconvenientes e sem cair ou ficar em posições desagradáveis;
– Incorpora e sabe destinguir seu Preto Velho, seu Caboclo e seu Médico.
– Assimila uma mensagem e a transmite sem sua interferência pessoal;
– É suficientemente humilde para trabalhar sempre que for chamado, sem
escolher muito o lugar, o companheiro ou a hora. Isso, bem entendido, no Templo.
– Mediuniza-se tão bem que não sente as horas passarem, não sentindo
frio ou calor, a ponto de desincorporar e dizer que não está cansado.
Se você se acha nessas condições apresente seu cartão preenchido ao
Coordenador do Desenvolvimento, adquira a sua placa e apresente-se ao Coordenador na
primeira oportunidade. Depois disso você já pode se considerar um Médium apto para o
trabalho, um Médium desenvolvido; embora esse termo seja muito elástico. O Médium
nunca para de se desenvolver...

10 Quando se iniciar

Depois de "emplacado" o Médium já está apto para a Iniciação no Mundo


Encantado dos Himalaias. Mas você só deve procurar se iniciar se já conseguiu
estabelecer um relacionamento seguro com o Templo. Você pode estar bem desenvolvido,
mas não se dispor a comparecer aos Trabalhos. Se você não tiver motivo suficientemente
forte para não ser freqüente nos Trabalhos do Templo, procure resolver isso antes de
Iniciar.

11 O Fenômeno do Doutrinador

O corpo e a alma humana funcionam mediante um emaranhado de "fios"


chamado "sistema nervoso", algo parecido com o sistema elétrico de um automóvel. Tanto
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no carro como no corpo humano o “sistema" se divide em duas partes: uma automática e
outra que depende da vontade.

A gente liga o carro e a bateria fornece a energia que vai até o dínamo. Daí ela
segue à bobina, da bobina ela vai para o distribuidor e etc. Tudo isso é automático e a
gente nem se lembra que está funcionando a não ser que dê algum defeito.

Já o farol, a buzina, o limpador de pára-brisas, o rádio e outros apetrechos do


carro só ligam se você quiser. Escurece e os faróis permanecem apagados, a menos que
você os ligue - depende de sua vontade. Em última análise, é você quem dirige tudo, você
é o motorista do carro. Mas depois que você ligou e deu a partida, o sistema automático
funciona sem que você tenha conhecimento dos detalhes. Se você aperta mais o
acelerador a bobina fornece mais energia e assim por diante.

O mesmo acontece com o nosso sistema nervoso. Seu estômago, seus rins,
parte dos seus músculos e um bocado de outras coisas funcionam sem que você sequer
se lembre. Por exemplo, o seu coração bate o tempo todo sem que você precise empurrar
e assim funciona o resto.

Mas, se você quiser falar, usar suas mãos seus olhos ou pensar num assunto
determinado, você depende de sua vontade relativa, entendeu?

Parte do seu "funcionamento" é automático e parte depende de querer ou não


"funcionar", isto é, da sua vontade. Pois bem, esse "sistema", dividido em dois, chama-se
"sistema nervoso central" ou "ativo" - que é comandado relativamente pela vontade - e
"sistema nervoso neurovegetativo" ou passivo.

Para nosso uso, em termos de Mediunidade, vamos guardar na memória


apenas essas duas palavras: "ativo" e "passivo". O primeiro comanda a Mediunidade
consciente, vigilante, racional. O segundo comanda a Mediunidade passiva, orgânica e
anímica.

Sintetizando: num tipo de Mediunidade, que funciona com base física no


sistema nervoso ativo, a vontade e a consciência predominam No outro tipo, baseado no
sistema nervoso passivo, a vontade e a consciência atuam menos. E lógico que esses
limites não são absolutos, mas são suficientemente claros para se distinguir uma coisa da
outra.

As mediunidades que estão sendo referidas são a do Doutrinador e a do Apará.

A Mediunidade do Apará é conhecida e tão antiga quanto a Humanidade.


Sempre existiram os Médiuns que recebem espíritos, dão comunicações, fazem profecias,
entram em transe, ou seja, estados de meia consciência, isto é, saem do estado de
normalidade psicofísica.

Porém, a Mediunidade do Doutrinador não existia antes da missão de nossa


Clarividente. Ninguém jamais se lembrou, ou foi considerado possível, que pudesse existir
um transe mediúnico com base na consciência plena, no sistema nervoso ativo. A figura
do Doutrinador foi criada em nossa Corrente, em Brasília, em 1959.
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Até então, o conceito habitual é que "Mediunidade" era somente a que se
manifestava no fenômeno do Apará. Com isso criou-se também o hábito de dizer "fulano é
Médium" ou "eu não tenho Mediunidade, mas minha mulher tem muita".

Conclui-se daí que o fenômeno mediúnico até agora não tinha um controle,
dependia da sorte ou dos azares dos Aparás. Hoje, com a existência comprovada do
Doutrinador, pode-se estabelecer uma base científica do Mediunismo. O Doutrinador tem
a capacidade de provocar, controlar e modificar o fenômeno mediúnico, com isso
colocando-o no processo científico.

12 A missão do Doutrinador

Você está lembrado que no item sobre a “Mediunização" nós falamos da


diferença entre "alma" e "espírito". Você já viu também que no escudo dos Doutrinadores
iniciados existe um sinal de % Pois bem, meu caro Aspirante, essa é a característica
fundamental do Doutrinador; a capacidade de separar objetivamente os planos
vibracionais, saber distinguir o que é da Terra e o que é do Céu.

Não sabemos porque, mas o cunho característico da Civilização atual é essa


confusão entre dois campos vibracionais tão diferentes – o plano transitório da alma e o do
espírito transcendente. Uma alma é "fabricada" em cada encarnação da mesma forma que
o corpo; o espírito "sempre" existiu, é sempre o mesmo. Cada um deles, a alma e o
espírito, se manifestam em nosso campo consciencional de formas totalmente diferentes,
impossíveis de serem confundidos.

Para que você não pense que estamos falando de "teorias", faça agora mesmo
a experiência; onde quer que você se ache. Tome como teste o assunto que está presente
na sua cabeça neste instante, de preferência a parte desse mesmo assunto que exija
alguma decisão sua, uma tomada de posição. Com um pouco de habilidade analítica, você
irá verificar que existem, para esse assunto, duas posições básicas: uma de interesse seu,
que irá satisfazer o seu egocentrismo natural, sua necessidade pessoal, isto é, a
satisfação da sua alma, e outra que irá contrariar esses interesses e irritar o seu "ego"; a
probabilidade mesmo é que essa outra alternativa beneficie alguém, mas esse é o lado do
espírito! Deu para entender?

Vamos dar um exemplo: Suponhamos que você esteja lendo este manual
sentado num ônibus, no caminho entre o Vale e sua casa. Você está cansado, já é tarde e
sua preocupação é pagar, amanhã logo cedo, aquela prestação da sua TV, que está
atrasada. No momento você pensa como irá fazer para completar o dinheiro da prestação
e ainda deixar algum com a mulher para a feira.

Nisto você é despertado por uma comoção na parte de trás do ônibus, uma
discussão entre o cobrador e uma passageira. Aparentemente os dois discutem porque a
mulher não tem dinheiro para pagar a passagem e só percebeu isso depois que entrou no
carro.

O cobrador quer que ela desça, mas ela alega ser aquele o ultimo ônibus, ser
tarde da noite e garante que tinha o dinheiro na bolsa quando pegou o ônibus. O ônibus
pára, alguns passageiros reclamam, outros fazem comentários desagradáveis sobre a
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reputação da mulher, você chega mesmo a ouvir a palavra "vigarista". Você também se
aborrece e faz o cálculo de quantas horas você ainda vai conseguir dormir, se o incidente
não acabar na delegacia. E assim a coisa vai esquentando e você continua com seus
cálculos.

De repente algo se faz sentir dentro de você. Você começa a se lembrar da


Doutrina que recebeu no Templo, da idéia de tolerância e de paciência. Você se levanta
envergonhado e vai até o fundo do ônibus. Sem saber bem como, você consegue encerrar
o incidente e ainda dá algum dinheiro à pobre mulher.

Você atendeu à voz do seu espírito, de uma visão mais ampla da vida, um
dimensionamento do seu campo consciencional. Se o exemplo não ilustrou o suficiente,
trabalhe com sua imaginação que você irá encontrar, na sua própria experiência, os limites
entre as vozes do corpo, da alma e do espírito.

Essa é a base da missão do Doutrinador, a de transformar a sua personalidade


num instrumento de ação do espírito, ser um intermediário, um Médium, entre os planos
superiores e a Terra.

13 A atitude básica do Doutrinador

É aquela pautada pela Doutrina do Mestre Jesus, sem retoques ou


superstições, com base no Evangelho e no Sistema Crístico. O Evangelho representa a
forma escrita dos ensinamentos de Jesus. Como todo documento que foi escrito, copiado,
traduzido e recopiado, ele não oferece completa segurança como referência, pois há
quase dois mil anos se discutem suas interpretações e autenticidade. Talvez prevendo
isso e não querendo deixar toda uma Humanidade entregue aos azares dos escribas,
Jesus edificou um "sistema" que garante a verdade de seus ensinamentos. Esse Sistema
está implantado no Planeta e no coração dos Homens.

A Doutrina do Amanhecer existe justamente para mostrar e praticar esses


aspectos objetivos do Sistema. Em termos puramente intelectuais ela resume o Evangelho
em três pontos fundamentais: o amor, a tolerância e a humildade. Em termos espirituais,
ela estabelece a ligação entre os campos vibracionais do Sistema Crístico e o plano da
Terra.

Isso determina com clareza a posição do Doutrinador: sua função é a de fazer


funcionar o Sistema Crístico na Terra, aplicando no quotidiano as Leis Crísticas. Se essas
Leis não estão claramente expressas no Evangelho, ou se ele não tem condições de ler,
seja por falta de escolaridade ou de tempo, apreende pela sua Mediunidade.

Este é o ponto crítico que irá decidir sua posição no Templo do Amanhecer. Se
você se dispuser a ser apenas um medianeiro, um intermediário, de um Sistema vivo,
atual e atuante, você irá se tornar sem muitos problemas um Médium Doutrinador. Mas, se
você se mantiver apenas no plano da sua personalidade, de seus conceitos próprios, do
eu submisso à alma e ao corpo, você será apenas mais um médium.

9
14 Desenvolvimento do Doutrinador

O Doutrinador não se forma com lições ensinadas como numa escola de


catecismo. Ele apreende pelas lições contínuas da própria vida, do dia a dia no Templo,
na condução, no seu trabalho e em casa.

Seu programa de desenvolvimento consiste justamente em aplicar o Sistema


para cada acontecimento. E como ele não está impresso em regras predeterminadas,
você terá que decidir, a cada momento, como o Sistema irá funcionar em cada caso. Para
que isso aconteça, você terá que aprender a ser receptivo ao plano do espírito. Para se
tornar receptivo, isto é, para você saber "receber" você terá que estar sempre pronto para
"ouvir" a voz do seu próprio espírito. Para isso não é preciso que você vá ao encontro da
Doutrina, deixe que ela venha ao seu encontro; fique apenas atento.

Cada Doutrinador deve estabelecer o seu próprio programa, de acordo com seu
padrão de vida, sua cultura e sua disponibilidade. É lógico que para o Templo, o melhor
Doutrinador é geralmente aquele que está mais tempo à disposição do trabalho. Isso,
porém é problema de decisão pessoal sua.

15 As Técnicas do Doutrinador

Sua primeira preocupação deve ser em termos de técnicas. Técnica no caso


significa "maneira de fazer as coisas". Procure logo aprender todos os detalhes do
funcionamento do Templo. Os horários, os uniformes, a maneira de andar, mexer com as
mãos, conversar. Aprenda a distinguir os sons e os comandos e observe como agem os
veteranos. Em pouco tempo você será um Doutrinador, pelo menos na movimentação.
Neste manual estão sendo explicados, todos os detalhes possíveis. O que não existe aqui
você pode perguntar, indagar e se informar. Principalmente aos domingos pela manhã, em
que o Templo funciona como uma escola, você pode aprender muita coisa. Faça seu
próprio programa, acompanhe as explicações dos Mestres Instrutores.

16 A Doutrina do Amanhecer

A Doutrina do Amanhecer é divulgada e está ao seu alcance de muitas


maneiras diferentes. Ela é um guia de comportamento, uma norma de vida, que lhe
fornecerá todas as referências que precisa para suas decisões. Ela é simples e resumida
ou é complexa e analítica, dependendo da sua própria maneira de ser e viver. Na
realidade são apenas os ensinamentos do Mestre Jesus atualizados, coerentes para o
Homem moderno, o Ser Humano do Século XX.

Eis a Doutrina do Amanhecer em seus fundamentos.

17 A idéia de Deus

Existe um Deus Criador e que é a origem de tudo. Sua natureza, sua maneira
de ser estão fora do nosso alcance mental. É impossível para um espírito encarnado, isto
é, para nós, imaginar ou idealizar esse Deus. Qualquer concepção humana estará
automaticamente reduzindo-o ao tamanho do nosso mecanismo psicológico. Essa
redução é incoerente com a própria idéia de Deus.
10
Isso é o que, em nossos escritos você irá encontrar batizado de
Antropomorfismo (portanto não se assuste muito com essa palavra).

Isso foi um beco sem saída para os filósofos do passado, até que os Israelitas,
os Judeus, resolveram o problema de forma magistral: eles proibiram seu povo de usar a
palavra "Deus" substituindo-a sempre por um conjunto gramatical: "Deus Pai", "Deus
Criador", "Deus de Israel", etc. Os Filósofos que herdaram essa solução inteligente, e os
povos que vieram depois da vinda de Jesus, tomaram isso no seu sentido literal e,
acabaram construindo suas religiões sobre esse recurso de semântica. É por isso que
você encontra a toda hora a imagem de "Deus" com barbas compridas e aspecto paternal.

Para complicar mais o assunto, os exegetas do Cristianismo identificaram a


figura de Jesus com Deus. Mas não ficaram só nisso e, talvez para tornar esse "deus"
mais maleável nas suas construções religiosas, fizeram-no gerar, como um homem que
gera um filho, ao seu "filho único" que seria Jesus. E assim foram criando outros
"mistérios" que se tornaram o desespero de toda a Humanidade por todos esses Séculos.
E para que tudo isso? Seria para tornar a coisa apenas como privilégio de alguns homens
especiais? O fato é que inconscientemente nós sofremos com esse problema porque o
identificamos com nossas angústias particulares.

Para evitar essa complicação, que não leva a parte alguma, e o que é pior, nos
desvia da nossa própria realidade, da nossa vida e dos objetivos para os quais viemos a
este Planeta, o Mestre Jesus resolveu tudo com poucas palavras: "Eu sou o caminho
da verdade e da vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim" (João 14:06).

Neste caso, Deus seria a verdade absoluta; Jesus Cristo o portador da


Verdade que leva a Deus. O "Eu", centraliza no campo consciencional o caminho a ser
percorrido por cada Ser Humano, cada qual segundo seu destino.

Vamos agora simplificar mais o problema.

Pela Doutrina do Amanhecer, nós somos seguidores do Cristo Jesus e Ele nos
dá um sistema perfeito através do qual nós "sabemos", "percebemos" e "sentimos" tudo
que precisamos a respeito de Deus, não como algo indefinível, mas como o autor do
nosso universo. Com isso não é preciso gastar as preciosas energias de nossa vida, em
especular a natureza de Deus. Ela é implícita e tranqüila em nossa vivência Crística e não
precisamos cair na pretensão fútil de definir o que é indefinível.

18 A idéia de Cristo

Existe Cristo, como existe água: Jesus é um copo dessa água. Cristo significa
"o ungido", "o que recebeu os óleos santos", ou seja, o que recebeu a consagração para
uma Missão, para algo.

Cristo seria então o co-autor, o "co-responsável" pelo Universo mais próximo da


nossa capacidade concepcional. "Co-autor" e "co-responsável" são os adjetivos mais
aproximados para algo parecido com Deus que seria Cristo.

11
Jesus personifica, para esses dois mil anos que estão terminando, o Cristo ou
apenas "Cristo". Façamos uma analogia, uma comparação para podermos entender
melhor. A gente diz: "no Planeta Terra existe água, e eu tomei um copo de água". A
diferença entre a água do Planeta e o copo de água que eu tomei é que a água do copo
se tornou uma água específica, com características limitadas pelo copo e outras
circunstâncias que a situaram no tempo e no espaço.

Jesus foi o copo, o veículo, mas foi de tal natureza que o copo e a água se
confundiram em algo único: Jesus Cristo.

A partir dai, esse algo que chamamos "Cristo" se tornou perceptível, verificável,
palpável pelo nosso senso comum, nossos sentidos, nossa alma. Em resumo, os
indefiníveis Deus e Cristo se tornaram definíveis na figura de Jesus.

Outros Seres como Jesus existiram antes e existirão depois, mas também
nesse sentido a nossa capacidade de verificação é limitada. Como iríamos saber quem
foram os personificadores de Cristo, antes de Jesus, e como iremos saber quem serão os
outros que virão depois?

Temos assim uma panorâmica, um fundo de pano para a Doutrina do


Amanhecer: Cremos em Deus, mas não tentamos defini-lo, nem nos preocupamos com
isso. Também não nos atrevemos a atribuir qualidades a Ele e afirmar que Ele gosta disso
assim ou de outra forma. Cremos em Cristo como algo, talvez mais definível que Deus,
mas também não temos a pretensão de penetrar no íntimo de sua natureza – Cremos em
Jesus, o filho de Maria de Nazareth, que incorpora o Cristo, cuja história conhecemos e
cuja obra é aceita universalmente.

O Mestre Jesus edificou uma Escola Iniciática chamada "Escola do Caminho",


parte da qual está contida nos chamados "Evangelhos", escritos por quatro de seus
discípulos. É essa Escola que nos forneceu os elementos para definir nossa posição em
relação a Deus e ao Cristo.

19 A Escola do Caminho

A Escola do Caminho, ou seja, os ensinamentos de Jesus Cristo, nos dá todas


as indicações para vivermos plenamente a nossa existência atual. Ela explica detalhes do
Sistema Crístico como, por exemplo, o que são as Casas Transitórias do Mundo Etérico, a
origem da Humanidade atual, isto é, de onde viemos, para onde vamos e o porquê de
nossa existência.

Desde a vinda de Jesus ao Planeta até nossos dias, essa Escola vem atuando
e encaminhando a evolução dos bilhões de espíritos que nela se matricularam encarnando
e reencarnando na Terra. Ela é uma Escola de âmbito planetário e sua influência se faz
sentir com os aspectos mais variados no tempo e no espaço. Os resultados aparecem em
todos os seres humanos e não somente naqueles que se identificam como religiosos.

Este é o grande segredo da Escola do Caminho. Ela não pertence a grupo ne-
nhum, não é privativa de apenas alguns seres humanos, mas é de toda a Humanidade em
todos os tempos. Nesse sentido, toda a Humanidade é cristã, isto é, está incluída no
12
Sistema Crístico do qual a Escola do Caminho é a executora, nestes dois Milênios para
esta parcela da humanidade.

20 O Vale do Amanhecer

É uma das escolas da Escola do Caminho, um foco, um ponto de irradiação de


seus ensinamentos. Ele foi organizado por um discípulo do Cristo Jesus, um Mestre
Planetário que se apresenta sob a roupagem de Seta Branca e cujo pólo oposto é
conhecido como Mãe Yara. Esses dois espíritos excelsos chefiam uma falange de 3.000
espíritos mais ou menos, que se especializaram dentro do Sistema Crístico e vêm
executando missões há mais de 30.000 anos neste Planeta. Como espíritos e senhores do
seu livre arbítrio eles têm passado por todas as provas e reveses do Planeta Terra. Alguns
se evoluíram e subiram, outros ainda estão a caminho. A sua linha de trabalho tem sido de
uma relativa independência e num posicionamento de liderança dos povos, sempre
estiveram nas posições de comando dos movimentos humanos. Eles, na maioria de suas
encarnações, ou eram fidalgos ou viviam nas imediações dos nobres, dos guerreiros, dos
reis e dos governos. No passado se chamaram Equitumans, Tumuchys e Jaguares.

No período do Cristo Jesus eles foram tocados pela Lei do Perdão, da


Humildade e do Amor. Alguns encarnaram e viveram no tempo de Jesus; outros depois
mergulharam nos azares cármicos que seu livre arbítrio lhes permitiu. Próximo ao fim do
Primeiro Milênio, eles estavam tão embaraçados nas suas tramas que a Lei Crística os
recolheu ao Etérico. Eles então passaram por um Sono Cultural de muitos Séculos e
foram sendo preparados para a missão do advento do Terceiro Milênio.

No início do Segundo Milênio vamos encontrá-los, em sua maioria, encarnados


como Ciganos da Idade Média. Coerentes com seus hábitos espirituais, esses espíritos
reencarnavam sempre em meio aos centros de decisões do Planeta, os reinados, os
impérios e os governos. Por fim, chegou o Século XX, o último Século do Período de
Cristo Jesus, e a Falange de Seta Branca veio para a última etapa da Escola do
Caminho. O espírito escolhido para atuar na Terra, nessa fase foi o da Clarividente
Neiva, devido ao seu preparo milenar. Ela sempre nas suas várias encarnações
demonstrou seus poderes de Profetisa e Clarividente. Ela reencarnou em 1925 e desde o
princípio foi preparada para esta Missão. Mais ou menos no mesmo período reencarnaram
outros espíritos da Falange e desde 1957 eles começaram a se reunir em torno de Neiva.
Em 1968, ao ter início as atividades neste local, batizado de Vale do Amanhecer, começou
também o prenúncio do Terceiro Sétimo da missão. Em 1971, com o início da construção
do primeiro Templo circular, a missão começou realmente a se efetivar. Em 1976, quando
o primeiro Fascículo como este estava sendo escrito, o Vale do Amanhecer despertara
para a plenitude da sua missão.

21 Como funciona a Doutrina do Amanhecer

A Falange de Seta Branca está distribuída estrategicamente nos vários planos


do Sistema Crístico, do mais sutil e mais alta gama vibratória até o físico denso de baixa
vibração.

Para que houvesse uma perfeita comunicação entre pontos tão distantes, o
plano de trabalho foi feito em torno da Clarividente Neiva. Ela transmite
13
instantaneamente todas as ordens do Chefe Seta Branca, pois se comunica
conscientemente com todos esses planos.

Esse fato básico é que caracteriza a Doutrina do Amanhecer e a torna diferente


de todas as missões Crísticas do Planeta.

O exército de Seta Branca, o Corpo Mediúnico do Vale do Amanhecer, recebe


todas as ordens e instruções diretamente do Comando e as executa de acordo com os
planos de trabalho. Isso explica porque o Ritual e os Templos vão sendo construídos e
modificados com tanta rapidez. Entre 1959 e 1976 foram construídos 8 Templos, 6 dos
quais já foram demolidos: 1 na Serra do Ouro, 1 em Taguatinga e 6 no Vale do
Amanhecer. Atualmente existe o Templo do Amanhecer, o Solar dos Médiuns e a Cabala,
sem contar aproximadamente 500 Templos do Amanhecer espalhados por todo o País, na
Bolívia e no Japão.

Quanto ao Ritual, até 1972, o Templo só trabalhava com a Mesa Evangélica e a


Linha de Passes. Em 1976, funcionavam os seguintes trabalhos: Mesa Evangélica, Linha
de Passes, Tronos, Cura, Junção Indução, Anoday, Anodai e Anodaê. Em 1970, haviam
registrados 500 Médiuns. Em 1976 cerca de 13.000. Hoje este número é praticamente
incalculável, já somos milhares e milhares em todas as partes do país e do mundo.

E assim, caro Médium Aspirante, paramos aqui o esboço geral da Doutrina do


Amanhecer. Se você assimilar o que dela falamos até agora você estará em condições de
apreender o que estes Fascículos ainda têm para dizer. Também saberá explicar a
qualquer pessoa qual a posição Doutrinaria do Vale do Amanhecer. Você sabe agora
como nos colocamos em relação a Deus, ao Cristo, ao Cristo Jesus e à Humanidade.

LEIA NO FASCÍCULO SEGUINTE:

O Templo do Amanhecer
A Pira
O fluxograma do Templo
Suas energias humanas
Cura espiritual
Forças e energias
Trabalho
Forças físicas e psicológicas
Recepção e emissão
Suas forças mediúnicas
A consciência das próprias forças.

Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

14
COORDENAÇÃO GERAL
DOS TEMPLOS DO AMANHECER
CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 3
ÍNDICE
Item Assunto Pág
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo III 2
1 O Templo do Amanhecer 3
2 A Pira 5
3 O Fluxograma do Templo 6
4 Suas energias humanas 6
5 Cura espiritual 7
6 Forças e energias 7
7 Trabalho 7
8 Forças físicas e psicológicas 9
9 Recepção e emissão 9
10 Suas forças mediúnicas 10
11 A consciência das próprias forças 11

Quisera Saber, Senhor, a cada instante,


A atitude certa a tomar,
Frente às adversidades
Que se colocam em meu caminho

Quisera, oh Senhor,
Que todos os atos por mim praticados,
Fossem na certeza
De que por Vós fossem aprovados

Quisera Senhor, que todos aqueles


Que me procuram para que eu os oriente,
Ouçam de mim,
O que Vós a eles diria...

Marcos Antônio de Souza – Adj ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

1
PREFÁCIO DO FASCÍCULO III

Caro Médium:

Agora que você já leu os Fascículos l e II e, provavelmente, já tem alguns meses de


prática no Templo do Amanhecer, você estará em condições de entender melhor o que este
terceiro volume tem para lhe dizer.

Você irá notar que os termos começam a ser um pouco mais difíceis, ter um aspecto
mais científico e até mesmo que o livro entra em considerações filosóficas.

Não pense que isso está acontecendo porque nós julgamos que você se matriculou
na Universidade ou coisa parecida. Não, é que agora temos uma certa idéia de que você já está
sintonizado com a Corrente, que sua Mediunidade já se abriu, que seus "chakras" estão mais
ativos.

A terminologia aqui usada é a mesma que você estará ouvindo de seus Mestres e
seus Instrutores. É importante que você se familiarize com essas palavras porque elas
revestirão suas atividades.

Pode ser que você atenda uma pessoa e ela manifeste o desejo de tomar um Passe.
Você a conduz, mas naquele instante e nos instantes seguintes, você estará mentalizando a
transferência de energias que o referido Passe representa.

Agora, se você é um leigo, um Paciente ou um leitor casual deste manual, procure os


Fascículos 1 e II, que irá entender melhor o que aqui estamos tratando.

2
FASCÍCULO III

1 O Templo do Amanhecer

Se você assimilou as coisas fundamentais que ficaram registradas até este ponto, irá
ter condições para compreender a função do Templo em seus vários aspectos. Antes, porém, é
bom que conheça algo a respeito de templos através dos tempos.

Você sabe agora que nós, no Vale, vemos o Mundo como algo acima da nossa
capacidade de verificação, em termos de "como" e “porquê". A Humanidade não sabe, nem
pela Ciência e nem pela Religião, porque o nosso Planeta foi criado ou quando isso aconteceu.
Tudo que sabemos é como ele se apresenta em alguns aspetos físicos e funcionais.
Doutrinariamente, nós o vemos como uma espécie de Escola para Espíritos, com as coisas
sempre incertas e inseguras, verdadeiros testes permanentes para seus habitantes. Seu
passado e as coisas que aconteceram antes existem para nosso conhecimento em termos de
algumas coisas escritas e outras tantas ruínas em pedra. Esses testemunhos são vistos, em
cada geração, pela maneira de ver dessa mesma geração, conforme a interpretação do
momento.

Nessa altura você estará se perguntando o que terá isso a ver com o nosso Templo,
não é verdade? Então procure seguir o nosso raciocínio e irá entender. Assimile a idéia
conforme as coisas se apresentem aos seus sentidos. Vejamos o que nos diz o Professor
Silveira Bueno no seu "Grande Dicionário Etimológico Prosódico da Língua Portuguesa, Edição
Saraiva, 1967": "Templo – s.m. Igreja, lugar dedicado ao culto divino. Latim, "templum", nos
tempos antigos, o quadrado descrito pelos áugures (o grifo é nosso) já em terra, já
imaginariamente no céu, dentro do qual observavam o vôo das aves e outros fenômenos,
interpretando-os como favoráveis ou desfavoráveis segundo a superstição da época".

A língua latina já existia mil anos antes da vinda de Jesus. Foi nessa língua que se
conceituou a palavra "templum" que em português se pronuncia “Templo". A palavra "áugures"
significa adivinho ou a pessoa que adivinha. Conclui-se então, que "Templo" significa um local
delimitado no chão e imaginariamente no céu, isto é, no ar, em cujos limites os fenômenos
observados preconizavam as coisas que iriam acontecer, de bom ou de mau. O "quadrado
descrito”, isto é, o local indicado, dá a entender que as informações buscadas só seriam
encontradas ali e não em outro lugar. Se as aves vinham voando, esse vôo somente significaria
alguma coisa no momento em que cruzava aquele espaço acima do quadrado. Porque?

Tudo indica que naquele pedaço de chão havia algum tipo de força, de energia que
diferenciava o espaço acima dele de alguma forma. Por outro lado, as interpretações eram
feitas apenas pelos áugures, o que significava que só eles sabiam o segredo ou tinham a
sensibilidade para aquele fenômeno sutil. Em nossos dias, fato semelhante é descrito, com
riqueza de detalhes, por Carlos Castanheda no seu livro "Viagem a Ixtlan" e outros do mesmo
autor.

Resumindo: para operar um "templum" era necessário haver um pedaço de chão


com condições diferentes e indivíduos também com condições diferentes. Transportando esse
fato para o Templo do Amanhecer, nós temos um pedaço de chão ionizado e pessoas
mediunizadas.
3
A palavra "íon" significa átomo eletrizado e, embora as propriedades dos Íons sejam
cientificamente complexas, nós sabemos que eles são partículas encontradas nos raios solares.
O Sol é pois, a fonte da energia que ioniza o Templo. A Lua por sua vez atua em termos de
partículas negativas, digamos assim, de íons diferenciados dos íons solares. Assim nós temos
duas energias básicas concentradas no espaço do Templo. É lógico que o mesmo fenômeno
atua sobre toda a superfície do Planeta. No Templo, porém, ele é dirigido, concentrado pela
força dos Médiuns.

Conclui-se daí que há uma relação direta, entre as energias que chegam de fora da
Terra, e a energia que é emitida pelos seres que habitam o Planeta, nesse caso nós os Seres
Humanos e, especificamente no caso de nosso Templo, nós os Médiuns.

Meu caro Aspirante, procure nos perdoar tanta complexidade para explicar uma
coisa tão simples. A razão é que você precisa compreender e assimilar que ser Médium com M
maiúsculo é muito mais importante do que habitualmente se pensa. O Templo do Amanhecer é
uma potente Usina de Energia Cósmica, concentrada num espaço relativamente pequeno e ele
não funciona sem os catalisadores que são os Médiuns.

Assimilado isso, você irá começar a entender o simbolismo da Pira que divide o
Templo em dois. Chegue perto dela, olhe com atenção e você irá encontrar claramente
representados a Terra, o Sol e a Lua.

A partir desse conhecimento, você ficou sabendo o mecanismo de sua participação


na Corrente. No Templo existem energias recebidas do Sol e da Lua e em você existem
energias que partem de você mesmo. Da manipulação desses vários tipos de energias é que
resultam a cura, a desobsessão e reequilíbrio das pessoas que nos procuram.

Agora vamos percorrer juntos o recinto do Templo, como se você fosse um visitante
e estivesse curioso para saber. Antes, porém, vamos falar sobre a Estrela que fica em frente ao
Templo (Templo Mãe), chamada "Estrela de David".

David foi um Rei de Israel, cerca de 1.000 anos antes da vinda de Jesus. Entre
outras coisas, diz a lenda que ele combateu o gigante Golias, munido apenas de uma funda
(objeto para o arremesso de pedras). Ele também estabeleceu o Reino de Judá em Jerusalém
como Capital, levando a Arca da Aliança.

Naturalmente, as coisas que ele realmente fez se tornaram lendas e alegorias. Mas o
fato fundamental é que ele ficou sendo o autor do símbolo do "Hexagrama" ou seja, dois
triângulos equiláteros cruzados. Para diferenciar os dois triângulos, eles eram entrelaçados.
Eles simbolizavam o Bem e o Mal, o Jeovah Preto e o Jeovah Branco, o Positivo e o Negativo.
Tudo isso resulta num símbolo mais amplo: a Subida e a Descida do espírito, igual a Involução
e a Evolução.

É bom que você saiba pelo menos isso dessa estrela, uma vez que ela está em
quase todas as partes do Templo, no Escudo do Médium Iniciado e até nos pára-brisas dos
carros. Só que a nossa estrela não é entrelaçada e nem mesmo se distingue os dois triângulos.
Isso porque a nossa Corrente simboliza a Síntese mais do que a Análise.

4
Também é bom que você saiba que não foi David quem inventou essa Estrela. Ela
sempre existiu na natureza, na formação de cristais e outras coisas. Talvez por isso ela seja um
símbolo Eterno. O importante é que você saiba que seu uso pela nossa Corrente não implica
filiação alguma a outros grupos religiosos ou doutrinários.

Voltemos agora à nossa estrela em frente ao Templo. Nela você verá uma seta
atravessada que simboliza Seta Branca e um trecho de uma de suas mensagens:

"... Filhos - O Homem que tentar fugir de suas metas cármicas ou juras
transcendentais será devorado ou se perderá como a ave que tenta voar na escuridão da
noite...".

Essa advertência está implícita na própria estrela: metas cármicas são o triângulo da
descida; juras transcendentais estão contidas no triângulo de subida.

Logo em seguida, no anteparo da porta, você encontra o trecho do Evangelho de


João 14:06 que diz:

"Eu sou o caminho da verdade e da vida; ninguém vai ao Pai senão por mim"

Dentre os profundos significados dessa frase do Mestre Jesus, nós destacamos o


sentido do "EU" ou seja a sede da decisão, o centro do livre arbítrio, da responsabilidade
individual. Essa é a base da Doutrina do Amanhecer.

2 A Pira

A Pira representa o centro de controle do Templo e, ao mesmo tempo, é uma síntese


da Doutrina do Amanhecer. O observador colocando-se de costas para a imagem de Jesus
verá o seguinte: a Terra, representada pela base; o Sol à sua esquerda e a Lua à sua direita.
No Centro, está colocada a Presença Divina. Essa figura não é privativa de nosso Templo e é
encontrada em uso em outros grupos iniciáticos. Ela representa os 7 planos do Homem, ou seja
do Espírito Encarnado na Terra com seus 7 raios de forças. No centro, na parte espelhada, está
representado o Corpo Físico, seu sistema nervoso, os 7 plexos, seus "chakras"
correspondentes e o sistema circulatório do sangue. O sangue venoso e o sangue arterial
representam os pólos positivos e negativos. O círculo maior destaca o Plexo Solar e seu
respectivo "Chakra" umbilical. As duas taças representam o sangue que fornece o ectoplasma.
As duas setas, uma subindo e outra descendo simbolizam a macrocirculação. Temos então
representados o microcosmo que é o Homem e o macrocosmo que representa seu Universo.
As estrelas simbolizam Mayanty e as nossas casas transitórias.

A imagem de Jesus fica na parte onde se encontra a Cruz do Cristianismo e a figura


de Jesus, o Caminheiro.

O conjunto de Tronos dos Pretos Velhos. É o setor da desobsessão, da


desassimilação de cargas negativas.

3 O Fluxograma do Templo 5
O recinto do Templo é dividido por uma linha imaginária que parte do local onde está
o quadro de Pai Seta Branca e termina na parte traseira do anteparo da entrada. Ao ser aberta
a Corrente, o conjunto de forças é emitido, como se fosse um feixe de raios, partindo da Pira e
convergindo para a Mesa Evangélica, até atingir o anteparo da entrada. Outro feixe parte da
Pira até atingir o local onde está o quadro de Pai Seta Branca.

Essa é a razão principal pela qual o Médium deve abrir os braços ao cruzar essa
linha. Recebendo a força no plexo Solar (na frente ou nas costas) com os braços abertos ele
estabelece uma descarga. Se cruzar sem esse gesto ele pode tomar um choque.

Além do aspecto horizontal, as forças percorrem o Templo de cima para baixo como
se fossem colunas de luz. Elas caminham "penduradas" no teto e no sentido dos ponteiros do
relógio.

Os bancos em que os pacientes se sentam fica do lado esquerdo. Enquanto as


pessoas esperam o atendimento, elas vão sendo trabalhadas pela Corrente. A parte mais ativa
das cargas magnéticas, trazidas pelas pessoas, vai sendo absorvida pela Mesa Evangélica,
mesmo que ela não esteja funcionando. Ao chegar aos Tronos, o Paciente já está melhor
preparado para receber o tratamento. É por isso que não é de bom alvitre uma pessoa ser
atendida nos Tronos ou na Cura tão logo chegue ao Templo.

A circulação deve ser feita de preferência entrando pelo lado esquerdo e saindo pelo
direito, seguindo o sentido dos ponteiros do relógio.

O Médium ao fazer a preparação recebe as forças diretamente da Pira. Por isso não
é preciso fazer a reverência ao Cristo, a menos que esteja em trânsito do lado de fora da Parte
Evangélica.

Em dia de Trabalho não deve haver circulação de pessoas sem uniforme na Parte
Evangélica, nem mesmo sendo Médium da Corrente.

Nem Médiuns e nem profanos devem entrar no recinto da Iniciação, sob pena de
tomarem um choque magnético, a menos que estejam a serviço das Iniciações.

4 Suas Energias Humanas

Se você assimilou tudo que foi dito até aqui, principalmente o que é realmente o
Templo, você então sabe que está lidando com energias de vários tipos. São elas que curam,
que resolvem os seus problemas e os problemas dos Clientes. A partir daqui preste muita
atenção e procure entender bem, pois disso depende o seu futuro de Missionário.

5 Cura espiritual

A cura é a primeira palavra que você precisa conhecer e saber o que é. Pelo
dicionário, "curar" quer dizer sanar, cuidar, velar pelos interesses de alguém. Pela nossa
Doutrina, curar significa reequilibrar uma pessoa, não somente em relação aos problemas que
ela apresenta, mas também ajudá-la a encontrar seu caminho Espiritual e ter alguma coisa em
que se apoiar daí para a frente. Por isso nós usamos a expressão “Cura Espiritual".

Logo, tudo que fazemos no Templo 6é Cura, embora a gente costume dizer que Cura
é o trabalho feito na Sala de Cura, quando a pessoa apresenta distúrbios físicos. Isso é
apenas uma questão de costume, uma vez que as pessoas só se consideram doentes quando
têm sintomas de distúrbios físicos.

6 Forças e Energias

Outras duas palavras que você precisa entender com muita clareza são "Forças" e
"Energias". Elas não são exatamente sinônimas, isto é, não significam exatamente a mesma
coisa mas, no seu emprego elas se confundem. Por isso a gente usa "Força" ou “Energia",
conforme o emprego. Pela origem de ambas, Força deriva de "Forte", o que tem Força; e Ener-
gia deriva de Trabalho, ou seja, de Força Direcionada, empregada em alguma coisa.

No item da descrição do Templo do Amanhecer, você já se familiarizou com a idéia


de Forças e Energias. Você então ficou sabendo que existem Forças e Energias circulando no
Templo. Percebeu também que existem Forças de fora e Forças que partem de você mesmo.
Resumindo, você agora sabe que no Templo são manipuladas Forças do Médium e Forças que
chegam de fora dele. Vamos tentar com o máximo cuidado descrever essas forças.

Comece por se lembrar do que dissemos a respeito da Pira, quando mencionamos a


microcirculação e a macrocirculação. "Macro" quer dizer grande, e "micro" quer dizer pequeno.
"Microcirculação", significa a movimentação de forças dentro de você e "macrocirculação" é a
movimentação de forças dentro do Templo.

7 Trabalho

Vamos fazer uma pequena pausa e recapitular, para que possamos entender com
simplicidade, as coisas que acontecem no Templo e em cada Médium, particularmente em
você.

Até agora você ficou sabendo que o Templo se divide em partes básicas e que existe
um "Fluxograma" da circulação das forças no seu interior.

Também você ficou sabendo o que significam as palavras "Cura", "Força" e


"Energias". Vamos então aprofundar um pouco o assunto.

Mentalize três aspectos diferentes desse conjunto de idéias: a inércia, o movimento e


o resultado. Para isso se tornar mais fácil ainda vamos comparar com um automóvel.

Um carro parado representa uma força, uma energia inerte. No momento em que
ele é posto em movimento, ele significa um conjunto energético, força em movimento. Isso quer
dizer "trabalho", o carro está "trabalhando". Ele então leva pessoas ou cargas a algum lugar e
esse é o "resultado”.

Observamos agora esse carro em movimento. No seu interior existe um mundo de


forças que se transformam em energias, em trabalho; essas forças são tantas que a gente nem
tem capacidade para descrevê-las todas: a gasolina, a eletricidade, o calor, o atrito, o peso, a
água, o ar, o fogo, a idade etc. Isso sem mencionar o motorista, os passageiros e as cargas que
possam estar nele.

No seu exterior, isto é, fora do7carro, nas ruas ou nas estradas, outro mundo de
forças influenciam e são influenciadas pelo nosso carro em movimento: o ar, a luz, os ruídos,
as ladeiras ou descidas, os outros carros, os sinaleiros, os avisos de trânsito, a chuva ou sol, as
curvas, enfim, são tantas as forças que a gente não tem também capacidade para descrevê-las
todas.

Mas, de tudo isso, o mais importante para nosso esclarecimento doutrinário, é


distinguir que há uma diferença no tipo de forças que causam toda essa complicação: Forças
Físicas e Forças Psicológicas. Quando o motorista lê numa placa na beira da estrada:
"Cuidado, escola" ele aceita a advertência do aviso e torna-se mais cauteloso. Nesse caso ele
obedeceu a uma Força Psicológica. Se logo em seguida ele levanta o vidro da janela, para
evitar que a chuva o molhe, ele obedeceu a uma Força Física.

Naturalmente não é fácil a gente distinguir os aspectos psicológicos e os físicos das


Forças que atuam sobre nós. Mas, se aplicarmos o bom senso, o senso comum de observação,
nós podemos fazer uma razoável separação.

Vejamos o que podemos fazer para você distinguir em você o que é Físico e o que é
Psicológico.

Você se alimenta e respira, e a comida e o ar se transformam em Força Física, isto


é, você é capaz de se movimentar, trabalhar, mover objetos, etc. Essa força lhe permite a
existência física e, como Médium, "existir" fisicamente no Templo.

Você apreende, pensa, tira conclusões e as coisas apreendidas se transformam em


Forças Psicológicas, isto é, você é capaz de entender, tomar decisões, amar, gostar, sentir-se
feliz ou infeliz. Essa força lhe permite a existência Psíquica e, como Médium "existir”
Psicologicamente no Templo.

Você aperta a mão de um amigo e diz: "Como tem passado?". Nesse gesto você
usou a força física para apertar a mão e a força psicológica para fazer um gesto de cortesia
para com seu amigo.

A palavra "Física" deriva da palavra grega "physike" que vem de "physis" que
significa natureza. A palavra “Psíquico" deriva da palavra grega "psykhê" que quer dizer Alma.
Por isso nós podemos dizer, "Força Psicológica" ou "Força Anímica".

8 Forças Físicas e Psicológicas

Cremos que com o que foi dito até agora, você já pode considerar-se consciente do
fato de que é uma Usina Receptora e Emissora de Forças e que vive dentro de uma Usina
Maior que é o mundo que o cerca. Também já deve ter se compenetrado de que existe uma
variação no tipo de Forças que atuam sobre você, podendo separar razoavelmente o que é
Força Física e o que é Força Psicológica.

Daqui para diante, vamos observar um outro fato, um tanto subjetivo, mas que será a
porta de entrada para seu mundo Iniciático, o mundo invisível e subjacente em todos os atos
humanos. Tomemos de novo o surrado exemplo do automóvel em movimento conduzido pelo
nosso motorista.

8
Enquanto o carro anda, o motorista obedecendo os regulamentos de trânsito, o
mecanismo funcionando perfeitamente e os dois seguindo uma rota, um outro mundo de forças
está atuando sobre eles, um mundo subjetivo e indefinido. Por exemplo, quando ele olha para
a placa "Cuidado, escola!" e automaticamente diminui a velocidade, um mundo de coisas que
se referem a crianças atravessa rapidamente a sua consciência. Ele pode se lembrar da sua
infância, dos seus filhos, da oportunidade que ele perdeu não estudando, da filosofia
educacional do Brasil, da meiguice das crianças, etc.

Aquela placa, por sua vez, representa o fato de que existe preocupação das
autoridades com a segurança das crianças, que existe um cuidado, que existe uma filosofia de
educação dos motoristas, que é uma cidade organizada, que trânsito é um negócio perigoso,
etc.

Você percebeu? Não são apenas os estímulos físicos e psicológicos, objetivos, que
representam Forças Físicas ou Psíquicas atuantes no ato, no trabalho que está sendo
executado, que estão em ação; também outras forças atuam e determinam os estados de
ânimo ou desânimo do motorista. Esses estados por sua vez atuam sobre o mecanismo do
carro e influem no comportamento mecânico da máquina. Ele freia com violência, esquece de
abastecer ou de parar para colocar água no radiador, etc.

Todo estímulo resulta de um movimento energético, todo estímulo é uma força. A


placa "Cuidado, escola!", além da força das palavras em si, representa a força administrativa,
governamental, o poder dirigente, a organização política, a filosofia civilizatória do País e etc.

As reações do motorista representam as forças atávicas, subconscientes, a


educação recebida, os fatos particulares da sua própria vida, as atitudes que ele tem tomado
em relação às crianças, enfim, seus conceitos e preconceitos.

9 Recepção e Emissão

A partir daqui nós sabemos, pelo bom senso, sem complicação alguma de ordem
intelectual, que tudo que se move e age no Planeta, até mesmo uma pedra, inerte na aparência
sensorial, existe e age por recepção e emissão de forças e energias. Assim é nosso organismo
físico, assim é nossa alma e assim é nosso Espírito.

Cada movimento do nosso corpo, cada sensação de nossa alma e cada deliberação
de nosso espírito, tudo acontece por meio de energias que se transformam em forças e forças
que se transformam em energias. Vamos agora considerar essas energias e forças em relação
apenas a nossa posição de Médiuns e nossa Missão Crística.

O Corpo elabora a Energia Física, a Alma produz a Energia Psíquica e o Espírito


fornece a Energia Espiritual. Assim sendo, o ser humano tem uma fase Física, uma Psíquica e
termina com a Espiritual. No começo o ser humano só é movido pelo instinto de sobrevivência
física, no período que vai desde a sua gestação até mais ou menos 7 anos de idade, começa
depois sua elaboração psicológica até aos 14 anos e a partir daí entra nos contatos
transcendentes que vão até o fim de sua vida. Como você já sabe o suficiente sobre a questão
Físico-Psíquica, daqui para frente trataremos apenas da questão de suas Forças Mediúnicas.

9
10 Suas Forças Mediúnicas

A Força Mediúnica é de ordem Transcendental, isto é, ela ultrapassa os limites da


educação, dos hábitos e da situação física. Mas quaisquer que sejam suas manifestações, elas
aparecerão sempre no seu comportamento humano, através de sua personalidade, pois você
sendo o veículo, é lógico que não existe outra forma. Só que quando essas forças se
manifestam, elas produzem atitudes que são consideradas anormais. Isso porque toda a
ciência e toda a religião existente em nossa Civilização consideram apenas a existência da
Alma e do Corpo e, como conseqüência, qualquer fenômeno mediúnico é rotulado apenas
como uma anormalidade da Alma uma manifestação patológica, isto é, considera-se como um
desequilíbrio mental ou físico. Se o fenômeno acontece em termos religiosos, ou melhor, se a
forma de apresentação se enquadra em alguma Crença Religiosa, ele então é chamado de
Milagre.

Atualmente, face ao crescimento das manifestações mediúnicas, a ciência e as


religiões oficiais tentam criar uma explicação racional e para isso criaram um novo método
científico chamado "parapsicologia". Essa ciência cataloga os fatos mais exóticos da
Mediunidade, e procura provar que se tratam apenas de Forças que alguns indivíduos possuem
mas que são dele mesmo, não vêm de parte alguma. Esta atitude é coerente com a ciência
oficial que simplesmente nega ou desconhece a existência do Espírito Transcendental – para a
Ciência só existe o indivíduo a partir do seu nascimento e que deixa de existir com a morte.
Para o religioso, o Espírito é algo abstrato e na falta de um conceito mais razoável, o identifica
com a Alma. Por isso as religiões oficiais não aceitam a idéia da Reencarnação.

Na verdade, as Forças Mediúnicas são estimuladas pelo seu Espírito e, sendo algo
que já existiu antes, que já ocupou outras personalidades, que teve muitas experiências, as
Forças de que ele é portador estão além das Forças puramente Físicas e Psicológicas da sua
atual personalidade.

Mas, assim como suas Forças Psicológicas repousam nas suas Forças Físicas – é
lógico que você não poderia falar se não tivesse uma boca e etc., suas Forças Mediúnicas
repousam sobre suas Forças Físicas e Psicológicas.

A base da manifestação Mediúnica é o Ectoplasma, o Fluído Magnético Animal que é


produzido no organismo.

Esse Ectoplasma varia em teor e quantidade conforme suas metas Cármicas,


conforme o programa que seu Espírito tem a cumprir na Terra. É por isso que cada Médium tem
a sua própria Mediunidade e, embora ela seja sempre a mesma na base, ela varia conforme o
uso que você fizer dela. Vamos dar-lhe um exemplo bem simples e verificável para que entenda
bem isso: a maioria dos Médiuns quando começa a se desenvolver apresenta um entusiasmo e
uma pressa de trabalhar fora do comum. Se é um Médium de Incorporação, ele incorpora a
todo momento, demora para desincorporar e dá verdadeiros "shows" de Mediunismo. Entre-
tanto, passados apenas alguns dias de Desenvolvimento, ele esmorece, tem dificuldades para
sintonizar-se com seu Mentor, começa a achar que não é médium Apará e chega a pedir para
passar a ser Doutrinador.

Isso acontece pela simples razão 10que ele chega carregado com seu próprio
ectoplasma, acumulado desde o momento em que sua Mediunidade começou a se manifestar,
e que foi subindo além de suas forças, além do seu padrão normal. Isso quer dizer que ele vem
com mais Energia do que sua Força suporta. Esse exemplo completa seu entendimento do que
sejam Forças e Energias.

Todo Médium tem uma "Força" Mediúnica e com essa Força manipula vários tipos
de Energias, conforme seu programa de trabalho. Essas energias são muito variáveis e se
torna desnecessário descrevê-las todas aqui.

Mas, para seu melhor entendimento, vamos citar alguns exemplos. Há Médiuns
Aparás que têm força para manipular energias do Povo das Águas, outros dos Pretos Velhos e
outros dos Caboclos. Embora ele possa trabalhar com todas essas Falanges. há sempre uma
que é sua Força Predominante. É com base nisso que é identificado o seu Guia Principal ou
Mentor. Os outros Guias, pertencentes a outras Falanges, trabalham com o Médium na "Linha"
predominante do Médium. Assim acontece também com os Doutrinadores cuja força principal é
caracterizada pela sua Princesa.

11 A consciência das próprias Forças

A Força, ou capacidade de manipular Energias já vem com a pessoa, faz parte do


esquema de trabalho que seu Espírito preparou para sua trajetória no Planeta. Mas, assim
como a pessoa desconhece o seu Carma, ele também não conhece as suas Forças. O Carma
vai sendo conhecido na proporção que os fatos vão acontecendo e o mesmo se dá com as
forças. É no momento da tragédia, do acontecimento difícil, que a pessoa descobre suas
capacidades e habilidades para contornar as coisas.

Logo, tanto as tragédias como a capacidade de enfrentá-las, são potenciais


dormentes no indivíduo e somente seu espírito as conhece antecipadamente. O espírito da
pessoa sabe das dificuldades que ela vai enfrentar e sabe também quais as forças que ela
poderá contar para isso.

Esse fato fundamental é que nos leva ao Sistema Crístico e um dos seus
mecanismos que é o Mediunismo Cristão ou Espiritismo. Pelo desenvolvimento Mediúnico, a
pessoa aprende a "ouvir" seu próprio espírito e ampliar a visão da sua própria vida. Com isso
ela pode prevenir-se, aprender a manipular suas forças e modificar seu Carma até onde lhe foi
permitido pelo seu próprio programa de vida.

É por isso também que a Doutrina do Amanhecer exige um respeito profundo pelo
Livre Arbítrio. Ninguém dá ou tira nada de ninguém, mas apenas uns servem de instrumento de
outros. Alguns nos trazem a dor e outro nos trazem o alívio, mas somos somente nós mesmos
que buscamos uma ou outra coisa.

O que a Doutrina do Amanhecer nos retransmite são as coisas que nosso próprio
Espírito tenta nos "dizer", e nós habitualmente não entendemos. Nisso consiste também a
essência do Sistema Crístico e da Escola do Caminho de Mestre Jesus. Pela Lei do Perdão,
do Amor, da Tolerância e da Humildade, a pessoa se esclarece, se torna sensível à direção de
seu espírito e se equilibra consigo mesma. Equilibrado e consciente de suas forças o Ser
Humano retoma o seu caminho com tranqüilidade, sabendo para onde vai e o que quer da vida.

11
Pai Nosso

Pai Nosso que está nos Céus, e em toda parte


Santificado seja o Teu Santo nome
Venha a nós o Teu reino
Seja feita a Tua vontade
Assim na terra como nos círculos espirituais
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje, Senhor!
Perdoa as nossas dívidas, se nós perdoarmos aos nossos devedores
Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal
Porque só em Ti brilha a luz eterna
A luz da Glória, do Reino e do Poder
Por todos os séculos sem fim.

Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

12
COORDENAÇÃO GERAL
DOS TEMPLOS DO AMANHECER
CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 4
ÍNDICE
Item Assunto Pág.
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo IV 2
1 Porque o Médio não deve tomar Álcool 3
2 O Cruzamento de Correntes 3
3 Aprendizado Mediúnico e Intelectual 4
4 O Fluido Magnético Animal ou Ectoplasma 4
5 Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual 5
6 A Mediunidade Iniciática 7
7 A Conduta Doutrinária 8
8 A Missão Mediúnica 10
9 A Missão Básica da Nossa Corrente 12
10 Os Reajustes 13
11 As Energias Cármicas 14
12 O Percurso de Uma Vida 15

1
PREFÁCIO DO FASCÍCULO IV

Caro leitor:

Se você já leu os fascículos anteriores já terá formado um conceito razoável do


fenômeno mediúnico. Também já terá verificado que se trata de um mecanismo intrínseco
do Ser Humano, algo que faz parte da Natureza e uma poderosa arma de defesa contra
as intempéries da vida.

Se além desse conhecimento você se inclinar a “não resistir ao mal” como


preconiza Jesus, e se deixar envolver no fluxo universal da vida, as coisas começarão a ir
melhor para você e encontrará a verdadeira paz interior, aquela paz que é mantida mesmo
no meio do conflito e da luta.

Daqui para a frente vamos entrar em considerações mais sérias de seu


comportamento mediúnico, aspectos esses que serão decisivos para sua trajetória
terrena. Lembre-se que a Civilização da qual você faz parte está como a semente que
começa a germinar. Isso produz espasmos e contorções e suas moléculas no esforço de
varar a superfície, alcançar a luz do Sol, devoram as energias latentes - urge buscar novas
forças - e isso é dor!

Você é uma dessas moléculas - ou será um simples átomo? Depende de você


mesmo, de seu esforço para entender o que se passa no seu interior, no seu coração, na
sua alma e, principalmente, no seu Espírito. Vejamos no que podemos ajudá-lo, guiá-lo.
Somos apenas jardineiros que iremos lhe fornecer alguma água, talvez um esteio para
que sua plantinha cresça.

Somos os lavradores do jardim da vida, os humildes servos de Jesus, o


Caminheiro. E foi Ele que disse aos Apóstolos: "Vinde a mim, todos os que andais aflitos
e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para vossas almas. Pois o
meu jugo é suave e meu peso é leve." (Mateus 11 - 28/30)

1 Porquê o Médium não deve tomar álcool


2
O sistema nervoso é o mecanismo intermediário entre o corpo físico, o mundo
externo e o campo consciencional. O campo consciencional é a sede do eu, esse algo
individualizado e portador da centelha divina. A centelha divina é a parte do mecanismo do
Homem que lhe possibilita a existência. Ela proporciona a encarnação e a sustenta. Sem
ela não existe a ligação entre o Espírito Transcendental, a Alma e o Corpo.

Rudimentarmente o sistema nervoso pode ser comparado com uma rede de


distribuição de eletricidade, com seus fios, transformadores, subestações e uma de suas
peculiaridades é dar passagem a energias por indução. Isso significa que a corrente ner-
vosa “salta" de um ponto para o seguinte, não é contínua.

Esse e outros fatores básicos do sistema nervoso caracterizam a célula nervosa


como incapaz de se reconstituir. Com isso não existe a regeneração do tecido nervoso.

O álcool, a heroína e seus derivados têm a capacidade de destruir a célula


nervosa. Célula nervosa destruída significa perda de capacidade consciencional,
diminuição do alerta mental, lerdeza do raciocínio, etc. Isso tudo resulta na gradual
irresponsabilidade do Ser Humano. Esse fenômeno acontece quer se beba pouco ou
muito álcool. Um pouco de álcool todos os dias causa efeitos mais danosos porque os
resultados só aparecem lentamente.

Essa é a razão fundamental pela qual os Médiuns não devem tomar álcool. A
Doutrina do Amanhecer funciona na base do Doutrinador e Apará conscientes e isso é
sinônimo de clareza mental, razão e responsabilidade.

Outro motivo específico, pelo qual o Médium não deve tomar álcool, é que a
Corrente do Amanhecer mobiliza e atrai energias extra-etéricas, cuja força só pode ser
controlada por mentes equilibradas. Por isso é preferível que o Médium não ingresse na
Corrente se não puder deixar o hábito de beber, pois ele se prejudicará mais se tentar
pertencer à Corrente e tomar álcool.

2 O cruzamento de correntes

Pela Doutrina do Amanhecer todas as doutrinas e religiões são consideradas


boas, sendo vedado aos Médiuns fazer qualquer crítica a outros grupos. O Templo do
Amanhecer é aberto a todos, incluindo aqueles que praticam outros rituais ou religiões.
Também não existe proibição formal para a freqüência de nossos Médiuns a outros cultos,
desde que ela não seja sistemática, como uma obrigação.

A razão disso é que o Médium, ao freqüentar outras práticas doutrinárias ou


religiosas, se envolve nas correntes e vibrações desses cultos e provoca em si mesmo o
cruzamento de forças. Esse fato se agrava se o Médium participar da intimidade do ritual.

A participação do Médium em nossa Corrente não é uma simples formalidade.


Ela funciona nos vários planos do Médium e ele sintoniza com as forças desde o plano
físico até às várias gamas do plano espiritual.

3
Na verdade o progresso de nossos Médiuns é avaliado em termos de
impregnação, de assimilação da Doutrina. Se praticar seu Mediunismo por outros métodos
ele não consegue a sintonia necessária e vive desequilibrado.

Aliás esse é o principal motivo que traz a maioria dos Pacientes em busca de
socorro no Vale do Amanhecer. Ignorando esse fato simples eles buscam auxílio em
muitos lugares diferentes e acabam por se desiludir e se tornarem descrentes.

Por último, se nossa Corrente e nossa Doutrina não forem suficientes para o
Médium, a ponto de ter que buscar outros cultos ou práticas religiosas, esse fato invalida
sua posição de Médium por definição...

3 Aprendizado mediúnico e intelectual

O ensino religioso é feito habitualmente pela didática comum, pela palavra


falada ou escrita. Com isso a absorção dos conhecimentos se faz pelo intelecto, o banco
de memória atuando como o repositório de conhecimentos. Isso acontece tanto em reli-
giões aculturadas intelectualmente como em cultos e doutrinas de outra natureza. A base
é a memória, em algumas predominando a memória visual e em outras a auditiva. Mesmo
nos cultos chamados primitivos, os líderes são sempre aqueles que apresentam maior
soma de conhecimentos Ritualísticos e doutrinários.

Com esse método a religião é absorvida pela alma, pelo sistema psicológico,
pela personalidade. A religiosidade assim assimilada é anímica, sensorial, faltando no
praticante a presença do espírito transcendental. A falta de espiritualidade nas religiões
tem sido a maior fonte de angústias da Humanidade atual.

Entretanto a Natureza proporcionou ao Homem um método bem mais simples e


natural de aquisição de religiosidade que é a Mediunidade e esse é o método adotado
pela Doutrina do Amanhecer, para que seus Médiuns adquiram os conhecimentos, que
aliás não são chamados assim, mas de esclarecimentos.

4 O Fluído Magnético Animal ou Ectoplasma

Exerce sua influência na pessoa, de acordo com sua programação Cármica,


seu plano de vida no Planeta. Isso acontece no momento exato, e sua manifestação é
absolutamente clara, insofismável para ela mesma.

Para que esta afirmação seja aceita é preciso que haja apenas certa
honestidade do Homem consigo mesmo. Quem neste mundo de Deus não sabe quando a
inquietação de seu espírito se manifesta?

Uma vez começada a "produção" Ectoplasmática começa também o


desassossego da pessoa. É a época na vida de cada um quando começam as
interrogações, a busca de algo acima do senso comum, as dores, as insatisfações, as
sensações de irrealização, os distúrbios neurológicos e até mesmo as doenças físicas de
maior gravidade. Os sintomas variam conforme as reações que as pessoas têm, de
acordo com sua personalidade, ou seja, a constituição de seu conjunto psicofísico.
Embora ignorando o fenômeno, a maioria das religiões proporciona, pelo próprio ritual,
4
algum reequilíbrio Ectoplasmático. Isso acontece principalmente pelo sistema de reuniões,
a formação de correntes e o sentimento de amor que é buscado.

Mas, os preconceitos, sejam dogmáticos ou não, e a ânsia da padronização de


conceitos, com isso formando os preconceitos, abafam as manifestações individuais. O
Homem se torna, assim, prisioneiro, frustrado, exatamente dentro da instituição ou seja, a
religião ou doutrina, que existe para sua libertação!

Isso tudo resulta da confusão que se faz entre a Alma Transitória e o Espírito
Transcendental, e esse é o grande mal de nossa Civilização.

Assim, a Doutrina do Amanhecer não inventou método algum de transmissão


de religiosidade, mas apenas adotou, na sua prática, o sistema que a Natureza já havia
proporcionado ao Espírito em trânsito na Terra, o Ser Humano, o Homem. Nós apenas de-
senvolvemos a Mediunidade da pessoa e proporcionamos os meios para ela mesma
controlar suas forças e energias. Com isso essas forças e energias passam a circular nos
canais programados e começam a beneficiar as pessoas em vez de prejudicá-las. como
acontecia antes de aqui chegarem.

Com toda a simplicidade a pessoa aprende a manipular seu ectoplasma. Com


isso ela se purifica, se clareia, se torna mais sutil e, adquirindo maior vibraticidade, permite
a sintonia com o seu próprio mundo espiritual.

A partir daí sua alma se abre às Influências do seu Espírito e ela começa a
divisar seu caminho. A “claridade" do seu Ectoplasma lhe proporciona o "esclarecimento"
que tanto se confunde com "conhecimento".

5 Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual

O Espírito é algo que se destacou do Todo e, como conseqüência, se


individualizou, se tornou uma "Individualidade". O Indivíduo-Espírito pela própria
natureza, apresenta características, tendências, preferências e objetivos que são somente
seus, que o destacam de outros Indivíduos-Espíritos.

Para encarnar, isto é, para percorrer por certo tempo este Planeta, seguir a
estrada que o levará, num futuro talvez remoto, à desindividualização, isto é, à sua
reintegração no Todo, ele é obrigado a se adaptar ao corpo físico, cujas manifestações se
fazem pelo processo sensorial de estímulo-resposta, chamado Alma. Esse conjunto
Corpo-Alma forma a Personalidade.

Personalidade significa a aparência física, a constituição do corpo, as


tendências, a educação recebida, ou seja, "aquilo" que foi feito ou se fez no mundo físico,
no Planeta, para a manifestação do Indivíduo-Espírito.

Essa é a Lei da Terra, a Lei Crística, em seu aspecto peculiar da encarnação.


Ao se submeter a esse processo, o Espírito aceita completamente o fato de que terá que
se manifestar, exercer a sua programação, caminhar para seus objetivos, dentro dessas
condições difíceis.

5
A formação da Personalidade já é meio caminho andado na realização
Cármica. Por mais que faça, o Homem dificilmente pode modificar sua personalidade, a
não ser em termos de mudança de comportamento. Essa mudança entretanto, a não ser
que seja feita em consonância com os objetivos do seu Espírito, será angustiosa,
transitória ou auto-aniquilante.

O conhecimento e a utilização da Força Mediúnica devem ser paralelos ao


reconhecimento da existência do Espírito Transcendental, do próprio Espírito, sob pena
dela ser apenas a exteriorização da Personalidade.

Em resumo, o desenvolvimento da Mediunidade apenas fenomênico, sem um


objetivo Crístico, ressalta as qualidades ou defeitos do Médium e o torna apenas
intermediário entre ele e o mundo que o cerca. Pode ainda acontecer dele, na sua
cegueira personalística, ser intermediário de Forças Horizontais, não criativas e às vezes
até destrutivas.

Nesse caso ele se torna um Médium apenas psíquico, isto é, ele dá vazão a
conceitos, idéias e conselhos de sua própria lavra ou de Espíritos do Plano Terreno, ou
seja, formas e valores não criativos, apenas transformistas.

Esse fato simples e objetivo é que separa o joio do trigo, o que é Crístico e o
que apenas não é. É fácil de se saber quando isso acontece, bastando seguir-se a regra
evangélica de que a "árvore se conhece pelos frutos”...

A Mediunidade desenvolvida paralelamente ao esclarecimento doutrinário,


apresenta um quadro totalmente diferente. O Médium começa por apreender as
emanações e os anseios transcendentais de seu próprio Espírito e, graças a isso, ele se
harmoniza com sua linha Cármica. Ele muda as perspectivas, a visão da vida e muda seu
comportamento por um processo íntimo de plena convicção. Ele passa a ver o Mundo com
maior descortínio, se torna mais abrangente e com isso sua vida se equilibra. Ele passa a
ser uma pessoa que irradia simpatia e interesse pelo seu próximo.

A partir daí se torna possível seguir a Lei do Perdão, do Amor, da Tolerância e


da Humildade. Nessas condições isso é feito sem constrangimento, sem que a pessoa
tenha que se violentar, sem provocar tensões internas, geralmente causadoras de revolta.

Nessa linha de sintonia com seu Espírito transcendente ele atrai para si as
emanações dos Espíritos Superiores, de seus Guias, seus Mentores, e passa a ser porta-
voz desses Espíritos. Esse é o Médium Espiritualizado, o Médium através do qual vem a
cura, o alívio e a esperança dos que são atendidos por ele.

Temos assim uma idéia clara do que seja a Mediunidade puramente Psíquica e
a Mediunidade Espiritual. Entretanto é preciso saber que o Ser Humano não é estático,
sempre o mesmo. Ele varia a cada momento e seus estados se alternam conforme as in-
fluências a que é submetido. Como conseqüência, sua Mediunidade pode variar e se
apresentar ora de uma forma, ora de outra.

Por isso é que a prática da Mediunidade deve ser feita no âmbito de um


conjunto doutrinário, com regras ritualísticas e a vigilância dos Mentores. Em nossa
6
Corrente, para melhor garantir a autenticidade, todo trabalho mediúnico é feito pela
unidade dupla Apará – Doutrinador. Só o Doutrinador tem as condições necessárias para
discernir as manifestações e saber quando as coisas vêm do Médium ou dos Guias, qual a
dosagem de Psiquismo existente no trabalho e até que ponto esse Psiquismo não
prejudica o trabalho. Afinal ninguém é perfeito e qualquer um pode cometer erros.

O importante é tirar o melhor partido de cada situação e fazer com que o


Médium ajude a si mesmo, enquanto ele está ajudando o seu próximo. Só uma atitude de
Amor e paciência pode conduzir o fenômeno mediúnico para resultados positivos a todos
que dele participam.

Para isso é preciso haver uma atitude desassombrada e de compreensão, de


que somos todos Espíritos a caminho e que o Ser Humano dificilmente mistifica
deliberadamente.

6 A Mediunidade Iniciática

Iniciação significa a admissão do Médium ao círculo seguinte da Espiral de


Forças que regem a Missão. As Forças da Corrente do Amanhecer distribuem suas
Energias de cima para baixo, em forma de espirais cônicas, cujos círculos menores estão
na parte de cima. Cada espiral representa uma Cassandra regida por uma Falange.

Ao se tornar Médium do Vale do Amanhecer a pessoa vai desassimilando as


correntes negativas, através da modificação do seu teor ectoplasmático. Seu fluido se
modifica paulatinamente, tornando-o cada vez mais sensível às vibrações dos círculos
imediatamente superiores. O Médium vai se "Imantrando", isto é, ele adquire a capacidade
de sintonizar os "Mantras" de força e os manipular no exercício de sua Mediunidade.
Vejamos um exemplo: qualquer pessoa pode rezar um Pai Nosso. Essa oração é o Mantra
básico dado por Jesus para situar o Espírito em trânsito na Terra no Sistema Crístico.
Entretanto, ao pronunciar esse Mantra existe uma penetração maior ou menor, em
consonância com o estágio espiritual de quem o pronuncia. As palavras são as mesmas,
não importa quem as pronuncie mas a sintonia varia conforme a situação do emitente. O
mesmo Mantra pronunciado por um Iniciado e um não iniciado produzem resultados
diferentes.

Por isso o Médium Iniciado recebe o direito de usar certos objetos Ritualísticos
que são acrescidos ao seu uniforme. Há, pois, trabalhos no Templo que só podem ser
feitos por Médiuns Iniciados.

A cerimônia de Iniciação é basicamente o encontro, em meio do caminho, entre


o Médium e as Energias que ele passou a ter capacidade de manipular. Às vezes as
energias vão mais ao encontro dele do que ele das energias e outras vezes sucede ao
contrário. Esse fato é muito importante de se saber, uma vez que Força significa
capacidade, potência; sucede às vezes que a pessoa não chega a exercê-la
conscientemente. Expliquemos melhor: o Médium Iniciado é sempre capaz de fazer um
trabalho, que exija essa condição, mesmo que ele não saiba ou não conheça a força que
tem. Nem sempre a personalidade do Médium corresponde à sua posição mediúnica.

7
Há certos casos em que a Espiritualidade manda Iniciar um Médium para que
ele seja beneficiado pela Iniciação, para sanar alguma dificuldade em seu equilíbrio. Só
depois de algum tempo é que ele irá exercer conscientemente seu papel de Iniciado.

7 A Conduta Doutrinária

O conflito é a nota dominante da vida no Planeta Terra. Na verdade não existe


Vida sem Morte. Os seres respiram e, junto com o ar, penetram no organismo milhões de
bactérias, germes e micróbios. A cada respiração milhões de anticorpos, que são ver-
dadeiros soldados do corpo físico, entram em ação e matam os invasores. A luta não pára
um segundo sequer e, se as defesas se enfraquecem, ou se um inimigo desconhecido
penetra em suas fileiras, o corpo se desequilibra e a pessoa fica doente.

Tudo que existe na Terra é vivo, qualquer que seja a natureza. Tudo é
composto de átomos, desde a pedra até o fogo, desde a água até o ar. Como resultado
natural, tudo que absorvemos é vivo. O Ser Humano é uma complexa máquina que
absorve e transforma, como todos os outros seres, a matéria em energia e a energia em
matéria. Nada é desperdiçado e tudo é transformado.

Essa luta eterna é variável conforme a simplicidade ou a complexidade dos


organismos que existem no Planeta. Quanto mais complexo é um organismo mais
complexa é a luta. O princípio porém é inalterável: absorção ou perda de energias. Isso
acontece desde a pedra bruta, que é atacada pelo ar, a água, o atrito, o calor, o frio e as
variações do terreno onde se encontra, até o Ser Humano, que é afetado por esses e
outros fatores.

Desde o mineral, passando pelo vegetal, e chegando ao mundo animal, a luta


vai adquirindo aspectos mais variados e complexos. Ela atinge o máximo refinamento no
homem, a maior usina da Natureza de transformação energética que existe.

O simples ato de pensar já é uma poderosa forma de emitir e receber energias,


com perdas ou ganhos conforme os controles, as qualidades e as sintonias. Quanto mais
sutil é o campo vibratório em que as energias são recebidas ou emitidas, maior é a
intensidade, a potência e a força que entram em jogo.

Com esse raciocínio fácil e razoável conclui-se que o conflito, a luta, o ataque e
a defesa são intrínsecos em nossa natureza, essa é a Lei do Planeta Terra, não existe a
paz, mas sim a guerra, permanente e inevitável, se situarmos o problema apenas em ter-
mos do plano psicofísico.

Essa Lei entretanto é restrita, delimitada pelo campo vibracional da Terra e,


para começarmos a entender isso um pouco, nós temos que pensar em termos de
Dimensões, Planos e Mundos. Embora essas palavras sejam escorregadias, são as
únicas que nos dão a idéia aproximada de Planos Vibratórios. Façamos uma analogia: por
mais encapelado, tempestuoso que o mar esteja, se mergulharmos alguns metros abaixo
da superfície encontraremos uma tranqüilidade impressionante. Pessoas que já voaram
em aviões comerciais de grande porte também conhecem essa notável experiência. Às
vezes a gente decola de um aeroporto em meio a tempestade, o avião jogando
perigosamente; ele ganha altura e, em poucos minutos o sol brilha por sobre o colchão de
8
nuvens enquanto que o vento parece inexistente. Assim é a nossa vida e assim também
são nossas alternativas. É preciso mergulhar ou subir acima de nossas contingências para
que tenhamos paz e tranqüilidade, é preciso penetrar na Dimensão do Espírito. Só que o
mergulho no mundo do Espírito não é medido em metros mas em sensibilidade.

Torna-se necessário a gente se fazer receptivo ao mundo de nosso próprio


Espírito, seja em termos do passado Cármico ou do futuro planejado, para que possamos
avaliar melhor os nossos conflitos e poder-mos reduzi-los às proporções que eles
realmente têm.

Para facilitar essa receptividade, para tornar possível a trajetória dos Espíritos
encarnados, para que o Mundo seja uma escola proveitosa é que existe o Sistema Crístico
e a Doutrina do Mestre Jesus com sua Escola do Caminho.

O Vale do Amanhecer não exige dos seus Médiuns que contrariem as Leis do
Planeta, quaisquer que sejam elas, mas que sobreponham a elas uma conduta iluminada
pela Doutrina de Jesus, a que chamamos de Conduta Doutrinária.

Convidar um Ser Humano a abandonar a luta seria o mesmo que sugerir que se
suicidasse. Mas permitir que ele continue a luta sem saber o que está fazendo é deixá-lo
entregue à perda da oportunidade encarnatória, é o suicídio do Espírito.

A Doutrina de Jesus diz: "devemos amar ao próximo como a nós mesmos" e,


por todos os ângulos que observemos essa máxima ela sempre se apresenta como
vantajosa para nossa existência. Amando as pessoas que nos cercam,
incondicionalmente, conseguimos um clima de paz em nossa consciência que só nos traz
vantagens em todos os sentidos. Mas, para podermos amar os que nos agridem ou que
procuram nos prejudicar, os que nos odeiam e os que nos invejam, nós temos que ter uma
perspectiva ampla das nossas relações com os "próximos".

Para que tenhamos essa visão mais ampla nós temos que conhecer, assimilar
os outros aspectos da Doutrina do Mestre. Para conhecê-la nós devemos ter capacidade
de sintonia. Em termos de Mediunismo, capacidade de sintonia significa saber mediu-
nizar-se.

E assim, fechamos o amplo círculo. Para que o Médium tenha uma conduta
Doutrinária ele precisa conhecer a Doutrina. Conhecendo a Doutrina ele continua sua
luta, come, bebe, ama, trabalha, disputa seu lugar ao Sol, cumpre as leis biológicas, as
psicológicas e as sociais e, através disso, executa o programa desta encarnação. E só
assim ele pode dizer com tranqüilidade: "Seja feita a sua vontade, assim na Terra como no
Céu”.

A Doutrina do Amanhecer nos fornece ainda um dado muito precioso: o Homem


em harmonia com a Lei é controlado por um número e uma quantidade de energias que
lhe garantem a força total. Esse número básico é o 7 assim dividido: 3 + 1 + 3. Três
forças são a sublimação, que por serem inversas da Terra são chamadas de negativas.
Elas são fáceis de identificar quando dizemos: "em nome do Pai, do Filho e do Espírito".
Há uma força intermediária que liga as três primeiras com as três últimas: essa é a força
da Mente, ou quarto plano Iniciático, a sede do Eu; as outras três forças são: a do plano
9
Intelectivo concreto, onde se manipulam as Energias Etéricas, a do Coração ou Forças da
Emoção e sensibilidade (no coração humano é que reside a partícula Crística) e por último
a Força Animal, do mundo físico.

Tanto a da Mente como as outras três formam o quarteto positivo, as 4 forças


chamadas de positivas, pois são elas que diferenciam um Homem de um Espírito não
encarnado, um Espírito vivendo na Terra.

Podemos agora concluir: o Médium, por definição, tem que observar uma
Conduta Doutrinária, isto é, ele terá que agir de acordo com a Doutrina na observância da
Lei.

8 A Missão Mediúnica

A palavra "Médium" é a mais simples de qualquer vocabulário, pois sendo


latina, ela pode ser usada em qualquer língua, mesmo que essa língua não seja de origem
latina.

Entretanto não existe palavra mais vinculada a mistérios e coisas


incompreensíveis do que essa. Ela chega a causar medo nas pessoas conforme as
circunstâncias.

"Médium" em latim quer dizer "meio" que por sua vez significa, entre outras
coisas, "aquilo que se usa para obter alguma coisa", ou então, "o ponto exato entre dois
extremos opostos".

Em português, a palavra "Médium" já é incorporada ao vocabulário e significa


literalmente: "a pessoa que serve de intermediário entre os espíritos e os seres humanos".

Assim, mediante uma simples palavra, nós temos garantido que ser Médium é
apenas um meio e não um fim em si. Se acrescentarmos a essa proposição a afirmativa
da Doutrina do Amanhecer de que todos os seres humanos São médiuns, conclui-se que
nós, os encarnados, os seres humanos somos meios para alguma coisa. Essa "alguma
coisa" é a trajetória dos Espíritos pelo Planeta Terra. Se juntarmos a essa conclusão o fato
simples de que a Sociedade, a Humanidade, a Civilização, a Coletividade e etc., todas
essas palavras significando mais ou menos a mesma coisa, composta de seres humanos,
conclui-se por simples lógica que a Humanidade é apenas meio e não um fim em si.

Apenas devemos acrescentar, por respeito à Lógica, que tudo existente nesta
terra é meio e fim ao mesmo tempo e que, se quisermos manter um raciocínio coerente,
devemos sempre especificar as circunstâncias em que algo é meio ou fim.

No caso do Médium a própria denominação já estabelece a condição de ser ele


Intermediário entre o Mundo do Espírito e o Mundo Físico, um Medianeiro entre o Céu e a
Terra.

Todos os seres humanos sendo Médiuns, estão sendo Intermediários entre algo
que deve ser feito, todos são meios de uma finalidade. Essa finalidade começa a ser
Missão quando adquire um âmbito maior, além da simples sobrevivência do indivíduo.
10
Olhando-se por esse prisma verifica-se facilmente que todos os seres humanos têm
missão, uma vez que todos são Médiuns. O que então significa quando a gente diz para
um Médium: "Você é um Missionário"?

Para termos uma resposta correta somos obrigados a particularizar a palavra


"missão" no seu sentido religioso e, para que isso seja mais real, entendê-la no sentido
Crístico. Para compreender esse sentido nada melhor do que a leitura da Parábola dos
Talentos em Mateus - 25,14/30:

14 Pois é como um homem, que se ia ausentar do país, e chamou seus servos e lhes entregou seus
bens.

15 e a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada qual segundo sua capacidade; e partiu.

16 Imediatamente foi o que recebera 5 talentos e operou com eles e lucrou outros cinco.

17 Igualmente o de dois, lucrou outros dois.

18 Mas o que recebera um, foi, cavou a terra, e escondeu o dinheiro de seu senhor.

19 Depois de muito tempo, vem o senhor daqueles servos e ajusta contas.

20 E vindo o que recebera cinco talentos, trouxe outros cinco, dizendo: "Senhor, entregaste-me cinco
talentos; olha outros cinco talentos que lucrei.

21 Disse-lhe seu senhor: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra
na alegria de teu senhor".

22 Chegando também o de dois talentos, disse: "Senhor, entregaste-me dois talentos; olha outros dois
talentos que lucrei".

23 Falou-lhe seu senhor: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito entra
na alegria de teu senhor".

24 Vindo também o que recebera um talento, disse "Senhor, conheço-te que és homem duro, colhendo
onde não semeaste e recolhendo onde não distribuíste,

25 e amedrontado, escondi teu talento na terra olha (aqui) tens o teu.

26 Respondendo, então, disse-lhe seu senhor: "Servo infeliz e tímido, sabias que colho onde não semeei
e recolho onde não distribuí?

27 Devias, então, ter confiado meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, teria recuperado o meu com
juros.

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28 Tomai-lhe, portanto, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos,

29 pois a todo aquele que tem ser-lhe-á dado e ainda sobre o que tem será acrescentado; mas ao que
não tem, ainda o que pensa ter ser-lhe-á tirado.

30 E o servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; aí haverá o choro e o ranger de dentes".

(Mateus, 25: 14 - 30. ln Carlos Torres Pastorino, "Sabedoria do Evangelho”, Vol.


6º pág. 175).

Desde que essa Parábola foi conhecida, "talento” passou a significar a


qualidade inata e o engenho passíveis de serem multiplicados, desenvolvidos. A
Mediunidade inata, natural em todos os seres humanos, é uma qualidade que pode ser
"multiplicada", isto é, desenvolvida e, como na parábola tendo sido recebida, ser devolvida
em dobro ou multiplicada "ao Senhor".

Médium, com "M" maiúsculo é pois, aquele ser humano que desenvolve o seu
talento mediúnico e, ao fazê-lo, exerce automaticamente uma Missão; torna-se um
Missionário.

É por isso que a gente costuma dizer do Médium que se dedica com mais Amor
ao trabalho mediúnico que "ele é um verdadeiro missionário”.

9 A Missão Básica da nossa Corrente

A Corrente Indiana do Espaço, nome como é conhecida na Espiritualidade, foi


formada para a preparação do Homem para o III Milênio, assim chamado porque será o 1º
Milênio em que a Lei Crística estará implantada no Planeta, sem a necessidade da dor
Cármica.

Essa implantação está sendo feita pela Escola do Caminho do Mestre Jesus. A
parte do Sistema Crístico atual é essencialmente Doutrinária, e essa Escola nos ensina
como transmitir uma Doutrina. Quem melhor colocou o problema foi Pai João de Enoch,
que diz sempre: “Meus filhos, não basta apenas dar peixes às pessoas; é preciso ensiná-
las a pescar”...

A Doutrina do Amanhecer ensina a não ter medo do futuro e nos abre as


esperanças de realização desde o momento em que entramos em contato com ela,
qualquer que seja o tipo de relacionamento. Se uma pessoa chega ao Templo do
Amanhecer e é curada, ela percebe claramente que foi pelo fenômeno do Amor, da
Tolerância e da Humildade e não por algum fenômeno que contrariasse a Lei do Planeta.
Se o visitante entra e sai do Templo por simples curiosidade, por mais fechada que seja a
sua mente, ele já se impregnou da emanação do Templo e sente-se bem. Esse fato e a
maneira do funcionamento do Templo com sua arquitetura, seus símbolos e seu ritual já
imprimiram nos seus sentidos uma mensagem doutrinária.

Assim acontece com as coisas do Vale e como ele aparece para as pessoas.

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É lógico e natural que todos o procurem em busca de algum remédio para seus
males. O caminho da dor é o caminho natural da atual fase do Planeta Terra. Mas, a dor é
apenas um meio, um instrumento de alerta e não basta apenas afastá-la para que ela
tenha atingido sua finalidade. Por outro lado, é preciso respeitar o livre arbítrio de seu
portador e não é lícito aprisionar o Homem sofrido em conceitos restritos. É certo dar
abrigo ao viajante cansado, mas é absurdo querer obrigá-lo a morar com a gente.

A missão de nossa Corrente é abrir os olhos dos que nos procuram para seus
próprios caminhos e iluminar esses caminhos com o máximo de nossas luzes. Essa é a
missão da Corrente e nisso consiste a Doutrina do Amanhecer.

10 Os Reajustes

Para entendermos melhor os quatro itens anteriores deste fascículo, o problema


do psiquismo, da conduta, da missão e das finalidades da Corrente, é preciso que
saibamos claramente o que são Reajustes.

A partir do instante em que os Espíritos passaram a existir e se tornaram


Individualidades, suas diferenças lógicas passaram a produzir efeitos. Na descida, para
nós misteriosa, que os Espíritos empreenderam, como nos mostra a Estrela de David,
suas ações mútuas foram causando efeitos cada vez maiores uns nos outros.

Na presente encarnação, olhando-se as pessoas em seu relacionamento, a


gente percebe esse fato claramente.

Não há lógica que possa explicar o relacionamento entre os Homens, as


desigualdades, os amores e os ódios. Por quê uns matam e agridem, odeiam e se
revoltam enquanto outros amam e curam?

A tentativa de explicar essa realidade pelos atos atuais, é invalidada pela


diferença de reações às mesmas condições e estímulos, fato esse que mostra claramente
a existência de causas anteriores, que determinam as atitudes atuais.

Ora, se os Espíritos tendem a voltar a Deus, conforme nos mostra o triângulo


ascendente da Estrela da David, eles terão que acertar suas diferenças e emparelhar suas
Individualidades a um ponto comum de referência.

O padrão de referência mais lógico e acessível ao Ser Humano é a face do


Sistema Crístico que estabelece um prazo, um tempo determinado para nossa ação no
Planeta e, prudentemente, nos fez ignorantes do dia de nossa morte física.

Para chegarmos à paz interior, sinônimo de Deus, nós temos que nos reajustar
com tudo que nos cerca, começando, naturalmente, pelo que nos é mais próximo, mais
intenso, de experiência mais imediata.

E assim nós vamos encontrando, nas pessoas e nas coisas que nos cercam, os
efeitos das ações que fizemos através dos tempos. Primeiro encontramos a nós mesmos,
quando tomamos consciência de nossa situação; somos pobres ou ricos, bonitos ou feios,

13
alegres ou tristes; nascemos numa parte boa ou má do Planeta, temos bons ou maus
progenitores, etc., etc.

Esse é o primeiro e mais difícil Reajuste.

Ao chegarmos ao entendimento, à consciência plena de nossa situação,


quando o que moldamos já é irreversível, no tem o e no espaço, somos geralmente
tomados de um profundo senso de injustiça e, às vezes, de revolta. Nesse ponto nos
encontramos diante do primeiro grande dilema de nossas vidas. Alguns chegam a isso em
tenra idade, outros já mais velhos, mas todos, todos os Seres Humanos desta Terra
chegam a esse ponto. Você que está lendo este fascículo, seja o juiz e decida se esta
afirmativa é verídica ou não.

A partir daí começa o nosso Reajuste, a retomada da trajetória de nosso


Espírito, o aparecimento das dívidas e dos créditos adquiridos em outras encarnações.
Esses compromissos do passado são representados por credores ou devedores, que
tanto podem ser encarnados como desencarnados, “gente” ou Espíritos.

Na experiência vivida nos Templos do Amanhecer, tanto no trato com as


milhares de pessoas atendidas, como nas instruções doutrinárias, conclui-se que a
estrutura da vida global do Homem está no plano de reajustes para cada encarnação.

O Espírito para reencarnar estuda, junto com seus mentores, um plano de


trabalho através do qual poderá conseguir certa dosagem de evolução, se cumprir, é claro,
o plano traçado. Naturalmente ele poderá cumpri-lo ou não, uma vez que seu Livre Arbítrio
é respeitado em todos os planos, inclusive na escolha de sua encarnação.

Caro Médium e leitor (Aspirante ou Veterano) desta Corrente: neste ponto de


nosso fascículo faremos esta pequena pausa e retomaremos o assunto dos Reajustes, por
ser ele fundamental para a compreensão da Doutrina do Amanhecer. É o reajuste o ponto
crítico, que decide o resultado positivo ou negativo de uma encarnação e é ele também a
principal razão da busca religiosa.

Para que possamos entender esse aspecto tão Importante da vida em nosso
Planeta, vamos toma-lo em sua origem mais próxima de nosso entendimento que é o
processo encarnatório.

11 As Energias Cármicas

Para que um espírito possa ocupar um corpo físico e sua respectiva Alma, e
com isso formar um Homem, um Ser Humano, entram em jogo múltiplos fatores, alguns
dos quais podem ser analisados e compreendidos pela visão científica da vida.

Dois Seres Humanos se complementam e dão origem a um terceiro. Ambos


são portadores de fatores genéticos e, da combinação dos genes fica estabelecida a
estrutura fundamental do novo ser.

A partir desse ponto forma-se o feto, cujo sistema nervoso e cérebro-espinhal


se completam entre o segundo e o terceiro mês de gestação. No terceiro mês o Espírito
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passa a habitar naquele corpo. Todo o processo está compreendido nas leis que regem os
planos físicos e seus complementares Etéricos e Astrais do Planeta, até o momento do
Espírito aderir ao corpo. Para que isso aconteça entra em jogo um fator extraterreno ou
hiperetérico chamado Centelha Divina, Átomo Crístico, etc.

Se não existisse esse fator extra-etérico, o fenômeno da vida seria passível de


ser controlado pelos Homens. Sem essa Centelha Divina não existe reencarne, não
começa a vida humana, a não ser em termos apenas biológicos.

Por isso o ser humano criado em laboratório será apenas um sonho mau, uma
pretensão humana sem propósito. O Sistema Crístico na Terra foi organizado para os
Espíritos em trânsito e fora dele é impossível, pelo menos até onde alcança a visão
espiritual da Doutrina do Amanhecer, o reencarne dos Espíritos.

A Centelha Divina é uma energia que mantém a aderência do Espírito ao corpo


através do Perispírito. No término da jornada o Espírito volta ao plano alcançado, à
dimensão que conquistou. A energia da Centelha Divina, impregnada pelas características
da vida que foi vivida por aquele Ser Humano, fica na Terra, geralmente junto ao local
onde o corpo é desintegrado, não importando qual o processo, se enterramento,
dissolução, cremação, etc.

A partir desse ponto a Centelha Divina se transformou em Energia Cármica e


permanece nas proximidades onde o corpo ficou depois do desencarne. Ela irá passar por
transformações lentas, em termos de localização, intensidade e mobilidade, dependendo
de como o Espírito que a deixou segue sua evolução. O sucesso ou insucesso de uma
encarnação depende muito da maneira como um Espírito manipula as Energias Cármicas.

12 O Percurso de uma Vida

Onze meses antes da reencarnação o Espírito percorre, acompanhado de seu


Mentor, os lugares onde viveu suas várias encarnações. Não se trata exatamente de uma
viagem topográfica, mas, de certa forma, o itinerário é baseado nos pontos magnéticos
gerados pelas Energias Cármicas deixadas por ele.

Dentro dessas coordenadas ele escolhe o seu plano encarnatório, a começar


pela mãe, o pai, os amigos e os inimigos que irá ter. Prevendo as próprias vacilações, ele
escolhe também um futuro Amigo e Protetor que irá ajudá-lo na penosa experiência.

Depois disso ele entra para o chamado sono cultural, enquanto o plano é
executado pelos Mentores, entrando no jogo os Espíritos encarnados e os desencarnados
que irão relacionar-se com ele nessa encarnação.

Isso mostra claramente que o livre arbítrio é que preside todos os atos. Mesmo
depois de encarnado, quando esquecido da escolha feita, se ele não quiser aceitar as
condições que se impôs, ele pode fugir ao cumprimento do programa. Essa fuga
entretanto apenas lhe traz mais angústias e transfere os problemas para mais tarde. Mas,
o importante é que Deus não tem pressa...

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E assim, um Ser Humano nasce em determinado lugar, sua família muda-se
para outro lugar, ele cresce e viaja para outro lugar e pode acabar sua vida em algum
lugar bem distante de onde começou. Acaso?
- Não, não existe acaso na vida humana a não ser na aparência sensorial. Atrás
de cada acontecimento de nossas vidas, do mais banal ao mais importante, existe sempre
um intrincado mecanismo cujo funcionamento é mais complicado ainda porque muda a
cada momento. Essa mudança se opera a cada instante na dependência de nossas
decisões. Se a decisão é certa, se está de acordo com o programa traçado pelo nosso
Espírito, o resultado é bom, nos sentimos em harmonia com o Universo. Se a decisão é
errada, com isso contrariamos nosso destino transcendente, sentimos angústias e dor.
O Homem é feliz ou infeliz dependendo de como vive e de como estabelece seu
sistema de decisões. Naturalmente, a pergunta que essa questão suscita de imediato é:
como saber o que está certo e o que está errado? - mas esse é exatamente o enigma da
vida, o desafio evolutivo, o preço da autonomia, do Livre Arbítrio. Foi talvez essa questão
que levou os sábios da mais remota antigüidade a inscrever nos pés da Esfinge:

"Decifra-me ou te devoro"

E que levou São Francisco de Assis a dizer:

"Senhor, dai-me forças para tolerar as coisas que não podem ser mu-
dadas; dai-me amor para mudar as coisas que devem ser mudadas e dai-me
sabedoria para distinguir umas das outras".

Mas, para sermos bem objetivos, para que possamos realmente saber a
decisão certa, a Natureza nos deu um mecanismo de percepção que nos permite saber
qualquer que seja nossa posição no contexto humano - as coisas da Lei no Plano Físico,
as coisas da Lei no Plano Psíquico e as coisas da Lei no Plano Espiritual.
Normalmente, nós estamos habituados a ouvir a voz de nosso corpo e a voz de
nossa Alma, uma vez que seus reclamos são facilmente discerníveis: eu sei quando tenho
fome e sei do que gosto ou não gosto. Essas exigências produzem uma pequena dor. Mas
temos também que nos acostumar a ouvir a voz de nosso Espírito, pois a falta disso nos
produz a grande dor, a verdadeira dor. Perder um corpo é um fator natural - não existe
corpo eterno; perder a Alma também é um fator natural - não existe Alma eterna. Mas
perder o Espírito, tirar a oportunidade de uma encarnação arduamente conquistada é
desafiar a Lei em seu aspecto mais amplo, é fato mais grave e mais doloroso.
Por essa razão é que o Grande Mestre Jesus nos deu, de forma clara e
adequada, o Sistema Crístico na sua Escola do Caminho, para que pudéssemos ouvir
facilmente a voz de nosso Espírito.
A propósito é preciso que se diga que o único erro que os exegetas do
Cristianismo cometem é de querer interpretar o Evangelho como guia para a Alma e para
o corpo; não, Jesus não fala para eles, Jesus fala para o Espírito encarnado. O
Evangelho tem um aspecto literal, fatual e psicológico porque ele é transmitido pelos
sentidos, mas o próprio Mestre explicou aos discípulos quando lhe perguntaram:

"Mestre, por que é que lhes falas em parábolas?"

Respondeu-lhes Jesus:

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"A vós é dado o compreender os do reino do céu; aos outros
porém, não é dado. Porque ao que tem dar-se-lhe-á, e terá em abundância;
mas ao que não tem tirar-se-lhe-á ainda aquilo que possui. Por isso é que
lhes falo em forma de parábolas: porque de olhos abertos, não vêem e, de
ouvidos abertos, não ouvem, nem compreendem.
Assim se há de cumprir neles a profecia de Isaias:
Ouvireis e não entendereis; vereis, e não compreendereis; porque
endurecido está o coração deste povo, tornaram-se moucos os seus
ouvidos, e cerraram os olhos: não querem ver com os olhos, nem ouvir
com os ouvidos, nem compreender com o, coração, nem converter-se de
modo que eu os cure.
Ditosos os vossos olhos, porque vêem! E os vossos ouvidos,
porque ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos
desejariam ver o que vós vedes e não viram; ouvir o que vós ouvis e não
ouviram". (Mateus 13-10/17).
LEIA NO PRÓXIMO FASCÍCULO:

Família Cármica e Família Espiritual

As Almas Gêmeas

Criatividade e Transformismo

A Mediunidade como Poder Criativo

Os Cobradores

Jesus e os Cobradores

Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

17
COORDENAÇÃO GERAL
DOS TEMPLOS DO AMANHECER
CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 5
ÍNDICE
Item Assunto Pág.
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo V 2
1 Família Cármica e Família Espiritual 3
2 As Almas Gêmeas 5
3 Criatividade e Transformismo 6
4 A Mediunidade como Poder Criativo 7
5 Os Cobradores 8
6 Jesus e os Cobradores 9

1
PREFÁCIO DO V FASCÍCULO

Caro Médium e caro Leitor:

Entregamos à sua apreciação o 5º Fascículo de nosso Desenvolvimento.


Desta vez entramos em considerações muito sérias, de problemas que afetam
diretamente a nossa mediúnica e doutrinária: da Família e Alma Gêmea.

Essas duas situações do Espírito em trânsito na Terra, são mais sérias


atualmente em face da atual desagregação familiar em andamento.

Entretanto, a vida doutrinária e o aperfeiçoamento mediúnico, podem nos


ajudar a suavizar esses problemas e até mesmo conseguir resolvê-los a nosso
contento.

Para isso estamos tecendo considerações em torno da Criatividade que a


Mediunidade pode nos dar e melhor dimensionar nossa visão.

Em seguida entramos nos problemas dos reajustes tomando por base a


existência dos “Cobradores", problema esse em que a lição do Mestre Jesus é
cristalina e objetiva, não havendo necessidade de muito comentário.

E assim, vamos prosseguindo com nossas "Instruções Doutrinárias",


entregando os capítulos na medida em que os Médiuns vão assistindo as Aulas,
lembrando que todas estas informações nos chegaram do Céu por meio de nossa Mãe
Clarividente.

Que o Mestre Jesus o ilumine cada vez mais na sua trajetória terrena e que
sua vida se torne um instrumento da Paz de Jesus!

1 Família Cármica e Família Espiritual


2
A maior soma de problemas da atual humanidade reside nas relações
familiares. Muitos são os fatores que determinaram essa situação. Alguns deles
residem em conceitos superados, inexeqüíveis à vida atual, outros resultam de motivos
econômicos e alguns derivam de problemas religiosos. Culpam-se os educadores, os
pais, os governos, os meios de divulgação, os traficantes de drogas e até mesmo a
farmacologia.

Fazem-se análises, formulam-se métodos, mudam-se os sistemas e o


problema mostra claros sintomas de se agravar.

Entretanto a família repousa no mais sólido processo da Natureza, que


nenhum artifício conseguiu ainda superar. Esse fato garante a continuação da sua
existência, e nenhum ser Humano foge a essa contingência. Sob o prisma
Transcendental, a Família representa o núcleo básico da escolaridade do Planeta e
nenhum Espírito pode fugir das suas lições. As dores que isso representa, a começar
pelo parto e terminando nas ingratidões, nas traições e até mesmo no fratricídio, são as
maiores fontes dos reajustes e de oportunidades evolutivas dos Espíritos no caminho
terreno.

Isso entretanto não significa que tais dores sejam insuperáveis ou que o
sofrimento resultante não possa diminuir. Apenas é necessário considerar o fato
transcendente e verificar os motivos pelos quais os Espíritos se juntam aqui na Terra.

Fatores transcendentes significam o relacionamento de encarnações


anteriores entre Espíritos que compõem uma Família atual. É difícil precisar a origem
desse entrosamento. O próprio Evangelho é omisso e apenas nos separa a Família
Cármica da Espiritual com uma frase:

“...E Jesus olhando em torno para os que estavam sentados em roda, disse: eis minha
mãe e meus irmãos: pois quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe. (Marcos
3: 34/35).

Naturalmente o Mestre quis dar aos circunstantes um sentido abrangente,


que tornava parte de sua Família todos que fizessem a "vontade de Deus" ou seja,
Espíritos integrados conscientemente no processo evolutivo, e não somente os que a
Ele estavam ligados pela consangüinidade. Mas, ao mesmo tempo, se deduz dessa
atitude de Jesus, que os fatores consangüíneos eram apenas circunstanciais, pois
todos "que fizessem a vontade de Deus" eram seus parentes também.

Acrescentemos ao episódio o fato natural, de que os membros de uma


Família tendem naturalmente a deixá-la, formar outras famílias e miscigenar o seu
sangue, numa cadeia quase infinita que acaba por terminar a Humanidade sendo uma
série de grandes Famílias e por último uma só.

Disso se conclui que existem dois aspectos fundamentais de agrupamento


dos Espíritos em trânsito na Terra: um de origem biológica, consangüínea e outro de
origem Espiritual de sintonia, de afinidade.

Assim, nós podemos, com certa segurança, determinar os aspectos


3
Cármicos nas relações entre membros da mesma Família, pela ausência de sintonia
Espiritual. A sintonia resulta no Amor, no Afeto Incondicional e sua ausência produz o
ódio ou a indiferença. Quando a ausência de sintonia predomina em todo o conjunto
familiar, a gente pode defini-la como uma Família Cármica. Nesse caso esses Espíritos
se juntaram apenas no propósito de se evoluírem, uns ás custas dos outros, cobrando
ou pagando dívidas de encarnações anteriores. Como essas dívidas pregressas são
limitadas, episódios avulsos e às vezes apenas fortuitos, terminado o reajuste acaba
também a razão daquela união.

Ao contrário, quando os Espíritos se reúnem por afinidade, sintonizando na


mesma onda vibratória, a união é duradoura e continua após o desencarne. Nesse
caso o núcleo familiar serve como a base para a ação dos Espíritos que o compõem.

Como cada Espírito tem seus compromissos individuais, ele pode


perfeitamente ter Carmas com Espíritos de outras famílias e se reajustar, sem
necessariamente constituir com eles famílias consangüíneas.

Como conclusão prática de todas essas observações e, vendo a vida como


ela é no quotidiano, a gente verifica que, quando as dissenções e as lutas existem no
seio de uma Família, ela é uma Família Cármica; quando ao contrário não existe luta
interna, os membros se amam, mesmo que cada um deles tenha sua luta Cármica
externa, ela é uma Família Espiritual.

Pode acontecer, e acontece com freqüência, que na mesma Família existam


Espíritos afins e outros que se juntaram apenas pelo Carma. Esse é o caso mais
comum em nossa Humanidade atual e explica as constantes dissoluções e
reagrupamentos de parcelas da mesma Família.

Uma coisa porém é sempre certa e verificável: os laços de sangue não


garantem a afinidade nem a sintonia.

Outra conclusão que se tira, é que o problema familiar deve ser olhado de
maneira mais abrangente, evitando-se sempre o julgamento das ações individuais,
tomando-se por base a Família Carnal e dando-se a ela uma suposta sanção divina. É
lógico que tudo que acontece na face da Terra tem um sentido de escolaridade que
leva sempre à evolução dos Espíritos. Mas o mesmo fazem as doenças, as dores, os
desatinos humanos e os erros cometidos durante a trajetória terrena dos espíritos.

Mas, assim como ninguém jamais pensaria que uma pessoa deva ser
sempre doente ou persistir no erro, é absurdo pensar que alguém deva permanecer
num contexto familiar, se ele de plena consciência terminou seu reajuste. O problema é
de foro íntimo e não de julgamento por um padrão social de referência. Padrões são
feitos pelos Seres Humanos, variando no tempo e na geografia e não por Deus.

Em uma de suas Aulas, Tia Neiva nos contou a história de uma Família,
publicada em um folheto sob o título de "O homem de dois mundos" que ilustra bem
esse fato.

2 As Almas Gêmeas
4
Ninguém neste Planeta sabe como e nem quando os Espíritos foram
criados. A idéia mais aproximada que temos desse fato é que os Espíritos são
Partículas Divinas, partes de Deus Individualizadas, isto é, com características próprias
e Livre Arbítrio relativo à sua trajetória terrena.

Sabemos também que na caminhada planetária, os Espíritos seguem uma


Lei Universal que os caracterizam como homens ou mulheres.

Também não sabemos quando isso começou, embora existam suposições


que, em certa época deste Planeta, na região Africana, não existiram homens e
mulheres mas apenas um tipo de Ser Humano que reuniria em si as características de
ambos os sexos, os "andróginos".

Mais tarde, segundo a mitologia grega, os Deuses teriam nos separado e


passado a existir os dois sexos complementares um do outro.

A mesma idéia existe na mitologia Hebraica, na qual Deus teria criado o


homem e depois dele tirado uma parte com a qual fez a mulher, primeiro Adão, depois
Eva. A mesma idéia é encontrada em outras mitologias, o que faz supor de forma
relativamente aceitável que os Espíritos, para poderem aproveitar melhor sua
permanência na Terra, seriam obrigados a se dividir em dois, duas partes
complementares.

Naturalmente isso teria que suceder em obediência à Lei da Terra, em que


tudo é duplo e bipolar, positivo e negativo, branco e preto.

Tomada por base a idéia de um Espírito dividir-se em dois, formando o


Espírito de uma mulher e de um homem e, se considerando que cada um deles se
tornaria um Espírito com seu Livre Arbítrio, às vezes seguindo caminhos diferentes,
teríamos a explicação de uma afinidade específica daqueles dois Espíritos, ligados na
Origem, cuja sintonia formaria o que hoje chamamos de "Almas Gêmeas".

Ambos estariam percorrendo, através dos Milênios, a descida Involutiva e a


subida Evolutiva. Nem sempre porém os dois estariam juntos, e muitas vezes, nas
várias encarnações, eles se ligariam com outros Espíritos, formariam Carmas, amariam
outros e, nos encontros eventuais, poderiam estar em posições evolutivas ou Planos
diferentes.

Mas, quaisquer que fossem os tipos de encarnações que ambos estivessem,


sentiriam sempre imensa saudade um do outro e a sensação de serem incompletos.
Talvez seja essa a origem da eterna busca do Amor de todos os Seres Humanos e a
motivação básica da junção com o Divino. Não temos meios de penetrar na Mente
Divina e perscrutar os misteriosos desígnios do Criador, mas, o mecanismo das "Almas
Gêmeas" é um poderoso incentivo para o retorno "às origens", ao seio do que é
completo, a garantia de que um dia os Espíritos voltarão ao seio da Divindade.

3 Criatividade e transformismo
5
O homem na Terra decide a cada momento de sua vida com base em duas
opções básicas: "Criatividade" ou "Transformismo".

O conjunto Corpo – Alma é transformista.

O Espírito é criativo.

Transformar significa mudar a forma. Para mudar a forma de alguma coisa


é necessário haver a força que manipule energias. O Corpo e a Alma manipulam
Energias da Terra. A Energia da Terra é ilimitada, mas restrita pela lei da conservação
das energias. Sendo controlada, se ela é tirada, ela produziu um supérfluo, ou seja,
nesse lugar existe energia a mais. Esse fato gera o desequilíbrio e a Lei exige o
reequilibro. Tudo que existe no Planeta Terra é vivo e busca uma compensação
energética. Os dois extremos dessa situação chamam-se "Vida" e “Morte”.

Vida é a força de obtenção de energias. Morte é a perda da força para


obtenção de energias. Vida é algo com determinada forma, mantida por certa
quantidade de energia. Morte é ausência de forma, resultante da ausência de energia.

Os seres e as coisas obtêm suas energias da Terra a que estão submissos


pela Lei da Terra. A Terra por sua vez obtém suas energias do Sol. Como a base do
Sistema Terráqueo é a bi-polaridade, o Satélite Lua atua como o polo negativo. Logo a
Terra é alimentada pelas energias do Sol e da Lua. Como essas energias são limitadas
pela Lei do Sistema Solar, a vida na Terra é condicionada a esse sistema. Todas essas
considerações são resumidas num velho ditado da Ciência:

"Nada se perde e nada se cria, tudo se transforma"

O homem-animal, apenas psicofísico, é submisso a essa lei e, seria apenas


isso se não fosse portador de um Espírito.

O Espírito, e só o Espírito, é criativo porque transcende a Lei da Terra, vem


de outro mundo. Na Doutrina do Amanhecer esse outro mundo é o Conjunto Planetário
que chamamos Capela. Também o chamamos de "Planeta Mãe", "Planeta de Origem"
"Mundo de onde viemos", "Mundo Divino" etc. Mas, na verdade ao nosso alcance, ele é
apenas o "lugar de onde veio o nosso Espírito".

Só que esse "lugar" é o "além" a outra Dimensão, a Dimensão do Espírito.


Se ele existiu antes de vir à Terra, continuará a existir depois, é evidente que a energia
que o alimenta não é da Terra. Mas, ao encarnar e se submeter às condições da Terra
ele perde o contato com sua fonte de energias, até que conscientize o ser que habita e
o “espiritualize".

Rudimentarmente podemos comparar, a situação de um Espírito encarnado,


com a de um mergulhador equipado, um "homem rã" ao mergulhar. Ele trás sua
provisão de oxigênio e a roupa que o aquece. Usa um visor para proteger os olhos e as
nadadeiras para se movimentar. Por alguns minutos e até horas, ele tem as condições
semelhantes aos habitantes aquáticos. Mas, chega o momento em que ele terá que se
lembrar de sua condição de Homem e retornar à superfície.

Os peixes se alimentam de energia do mar; o mergulhador se alimenta das


6
energias de superfície. Enquanto ele não mergulha ele tem todo ar à sua disposição.
Depois do mergulho ele só tem o ar que leva consigo. O percurso de um nadador
submarino é maior ou menor, mais eficiente ou menos eficiente, na proporção em que
ele saiba aproveitar melhor o seu equipamento.

Os habitantes do mar nada criam, apenas transformam. Um mergulhador


tem possibilidade de criar algo no mundo submarino. Os animais e as coisas da Terra
nada "criam”, apenas transformam. Um Espírito encarnado pode criar, modificar a
situação da Terra. Naturalmente, tanto no caso do mergulhador como do Espírito, o
poder criativo é relativo ao seu equipamento e seus propósitos.

4 A Mediunidade como Poder Criativo

Dissemos acima que o Espírito ao encarnar se submete às leis da Terra, fica


sujeito ao jogo de energia do mundo psícofísico, embora tenha seu próprio suprimento
de energias, do seu mundo de origem.

Essa situação permanece enquanto o centro consciencional, o Eu onde são


tomadas as decisões, não toma conhecimento da existência do Espírito.

Isso não tem possibilidade de acontecer na primeira fase da existência,


enquanto a vida do Ser Humano é centralizada nos processos vegetativos, do
momento em que é gerado até o terceiro mês da gestação. Nesse período o Espírito
apenas adere ao corpo, mediante uma energia coesiva chamada "Fagulha Divina".

O Espírito vem de um longo sono, uma espécie de hibernação espiritual, o


chamado "Sono Cultural". Depois do terceiro mês ele vai despertando, na proporção
em que aperfeiçoa seus sentidos terrenos. Depois, a criança nasce, desenvolve seus
sistemas sensoriais e acumula informações. Com isso forma o seu corpo e sua Alma
manipulando as energias da Terra. Esse processo é mais ou menos uniforme até os 14
anos de idade. A partir desse ponto o Espírito já se firmou naquela personalidade e o
Ser Humano começa a receber as energias de além da Terra, as Energias do Espírito.

Assim como, para a adesão do Espírito ao corpo, foi necessária a existência


da energia chamada "Fagulha Divina", também nessa etapa surge um tipo de energia
que estabelece o contato entre o conjunto psicofísico e o Espírito, a energia Mediúnica.

Depois dos 14 anos o Eu começa a registrar os fatos de seu Espírito com


mais nitidez e, como na primeira fase da vida, o processo segue um ritmo de
crescimento que culmina nos 21 anos, idade em que o Ser Humano adquire plena
consciência. A partir dai ele começa a decidir os rumos da sua existência com todos os
fatores presentes na consciência: a voz do corpo, a voz da Alma e a voz do Espírito.

Até então seus laços Cármicos estão definidos e ele já tem sua rota traçada,
pouca coisa restando que pode ser mudada. O resto do caminho ele terá que enfrentar
com aquela personalidade, ou seja, com aquele corpo e aquela Alma. Naturalmente
esse panorama não é cronologicamente exato. Ele varia de indivíduo para indivíduo,
sexo, condições sociais, etc.

Se ele usar a sua Força Mediúnica a seu favor poderá imprimir uma direção
7
diferente ao seu destino Cármico. Tudo irá depender de como usar as energias do seu
Espírito.

As leis não podem ser desrespeitadas, mas as dores podem ser suavizadas
e o sofrimento ser menor. A Mediunidade é a energia que permite tornar a vida mais
criativa e até mesmo modificar o Carma.

5 Os Cobradores

"Tendes ouvido o que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu em
juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão será réu em juízo; e
quem chamar a seu irmão "insensato" será réu diante do conselho; e quem o apelidar de "Raca"
será réu do fogo do inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar tua
oferenda, e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa tua oferenda ao pé do altar e
vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.

Não hesites em fazer as pazes com o teu adversário, enquanto estiveres em caminho
com ele, para que não te vá entregar ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial da justiça, e sejas
lançado no cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houveres pago o
último vintém" (Mateus, 5, 21-26)

Mãe Yara, a Mentora dos Doutrinadores dos Templos do Amanhecer, nos


ensina, que até mesmo uma mistificação pode ser transformada num fato positivo e
aproveitável. Nós podemos completar essa lição afirmando, sem medo de errar, que
tudo depende de nossa criatividade, de nossa capacidade em tratar as situações de
nossa vida iluminados pelo nosso Espírito e sabendo utilizar as energias que ele coloca
à nossa disposição.

"Cobrador" é a palavra mais usada e abusada nos meios Mediúnicos.


Qualquer situação de atrito que se apresente, em que alguém faça algo que nos
desagrade, nós temos a tendência de logo julgar que se trate de um Cobrador
Espiritual. Essa generalização é realmente perigosa e pode nos deixar desprevenidos
para quando nos encontrarmos com os nossos reais cobradores.

Na verdade "cobrador" é somente aquele Espírito a quem nós causamos


algum prejuízo deliberadamente e segundo o juízo desse mesmo Espírito. Por esse
motivo é que em todas as práticas nos Templos do Amanhecer a gente se refere
"àqueles que se dizem nossos inimigos", e não "àqueles que são nossos inimigos".

No emaranhado das relações entre os Espíritos na Terra, na luta pela vida,


na agressividade compulsória a que o sistema da Terra nos obriga, é difícil, senão
impossível, saber-se quando estamos fazendo um inimigo, a menos que a gente tenha
plena consciência espiritual de nossos atos. A simples consciência anímica ou física,
ou seja a violação do jogo de princípios, costumes e normas vigentes no meio em que
vivemos, só irá se constituir em cobrança se o ofendido assim considerar.

Mesmo assim é muito difícil de se conceituar os atos nos quais nós


realmente encontramos ou fazemos um cobrador.

Aliás não são os atos que caracterizam a cobrança mas sim o tipo de
8
reação que se passa entre as pessoas quando se encontram. A maioria dos atritos
são dissolvidos, pelo próprio sistema humano de ação e reação, sem deixar maiores
problemas.

Depois dessa ligeira análise e, com base na experiência quotidiana no


atendimento do Vale do Amanhecer, chega-se à conclusão que "cobrador" mesmo é o
Espírito que vem ao nosso encontro "pela Bênção de Deus", como sempre se
expressou Nossa Mãe Clarividente, isto é, aquele que está programado para essa
Encarnação, cujo enredo estamos vivendo, porque assim quisemos conscientemente
antes de chegarmos à Terra.

Há ainda que distinguir quando o Cobrador é encarnado ou não. Se for


desencarnado ele poderá ser um Elítrio, obsessor ou alguma outra das várias
condições que nossas antigas vitimas se apresentam para nos cobrar.

6 Jesus e os Cobradores

Esse problema é tão fundamental em nossa vida, que o Mestre dedicou a


ele uma boa parte de sua Doutrina. Em Mateus 5 ele nos aconselha a não zombar de
nosso próximo e procurar sempre a reconciliação, antes de oferecer os serviços a
Deus.
Mas, quando Ele diz, que não devemos hesitar em fazer a paz com o
adversário, enquanto estivermos em caminho com ele, Ele é categórico e, em poucas
palavras define toda a situação dos Espíritos Encarnados na Terra.

O principal objetivo de nossas reencarnações são os nossos reajustes. Para


que o Espírito aceite essas situações desagradáveis, e saiba que na condição de
encarnado, ele só compreende o acontecimento se as condições forem semelhantes.
Por isso o Cobrador é colocado em nosso caminho, para que possamos percorrer com
ele a mesma estrada, sentir as mesmas dificuldades, numa espécie de reavivamento
da memória do Espírito.

Mas, se ele não perceber a situação, não entender que os motivos da


cobrança não se referem a esta etapa, mas resultam de males causados anteriormente
ao Espírito que o persegue, ele pode perder a oportunidade encarnatória e com isso
não se libertar do seu Carma. Essa é a principal preocupação de Jesus ao exortar o
reajuste como algo importante de nossas vidas.

Sem dúvida muita coisa pode ser resolvida, em termos de débitos Cármicos,
com nossa "oferenda" isto é, com nosso Trabalho Mediúnico, com a prática da caridade
e do amor ao próximo. Mas essa oferenda não tem validade para nosso Cobrador. Dele
roubamos uma energia especifica e ele só se sente "vingado" quando vê o seu devedor
"castigado" da mesma forma que ele foi injuriado. Por isso é feita uma encenação
semelhante àquelas reconstituições de crimes, que a polícia faz quando quer provar a
culpa do criminoso.

É por esse prisma que o Médium deverá procurar entender os fatos atuais
que lhe acontecem, apesar de sua dedicação ao trabalho e seu propósito de servir a
Deus.

A Lei terá que ser cumprida até o último ceitil e Jesus foi muito claro quando
9
disse:

"Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas; não os vim abolir mas levar à
perfeição; pois em verdade vos digo que enquanto não passarem o céu e a terra, não passará um
jota nem um ápice sequer da lei até que tudo chegue à perfeição" (Mateus 5: 17-18).

Com isso nós temos a garantia de que, enquanto existir uma conta a ser
acertada, existirão o céu e a terra para proporcionar condições para esse acerto. Por
outro lado, a adesão à Escola do Caminho não isenta o aluno do cumprimento daquilo
que é fundamental; seu reajuste com a Lei do Carma.

LEIA NO PRÓXIMO FASCÍCULO:

Humahan

O Homem do Século XX

O Plano Mental

A Mente Divina

A Energia Mental

A Infra Estrutura da Mente

Emissão e Recepção

O que é "Mentalizar"

A Fé

A Moral

A Moral e a Fé em Relação à Aura

O Trabalho da Inteligência

O Equilíbrio

Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

10
COORDENAÇÃO GERAL
DOS TEMPLOS DO AMANHECER
CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 6
ÍNDICE
Item Assunto Pág.
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo V 2
1 Humahan 3
2 O Sol Interior 4
3 O Sistema Coronário 5
4 O Plexo Físico 5
5 O Micro-Plexo 6
6 O Plexo Etérico 7
7 O Sistema Planetário Humano 7
8 O Neutrôm 9

1
PREFÁCIO DO VI FASCÍCULO

Caro Médium e Leitor:

O Mundo-Escola-Planeta-Terra em que vivemos, está numa fase culminante,


decisiva de sua trajetória de milhões de anos e, em nenhum lugar de sua alongada
dimensão esférica, este fato é mais sentido que aqui no Vale do Amanhecer. A todo o
momento, dia e noite, por meio dos milhares de Seres Humanos que nos procuram
mensalmente, nós vivemos com intensidade os problemas fundamentais de nosso
tempo. Por isso a Doutrina do Amanhecer é sempre atual e objetiva.

É por isso também, que ela é dinâmica, funcional e clara, sem margens de
dúvidas ou incertezas, pois é aplicada e vivida, antes de ser escrita e institucionalizada.

Até o Fascículo V destas Instruções Doutrinárias, nos mantivemos nos limites das
primeiras fases de nossa Missão: mostramos sua situação com Médium Aspirante e de
Médium Iniciado. Neste Fascículo o conduziremos à fase de Mestrado.

Entretanto, é preciso notar que estas instruções são extremamente sintéticas,


resumidas, para atuarem como lembretes; a análise do que tem sido dito até agora é
feita de três maneiras: através dos livros já publicados pela Ordem, da vivência
Mediúnica no Templo e da sua elaboração pessoal. As coisas escritas estão a
disposição de todos os Médiuns na vida quotidiana do Templo, para cada um segundo
sua experiência, sua cultura, seu grau evolutivo e sua curiosidade.

Ser um Mestre deste Templo significa sua participação, consciente ou não, na


Alta Magia ou, como preferimos dizer aqui, na Magia Branca de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Portanto, vamos abordar essa difícil assunto, procurando a forma mais simples
possível. Como falar em Magia é se reportar diretamente à nossa Clarividente, vamos
começar por falar do seu Mestre no Tibet, o querido Humahan. Sua árdua Missão foi
de abrir a atual personalidade de Neiva para sua Milenar Individualidade de
Sacerdotisa da Magia.

Que Humahan nos ilumine na Luz Branca do Cristo!

2
1 Humahan

Humahan (pronuncia-se u-ma-rã) é um velho Monge Tibetano que viveu no


Tibet quando Tia Neiva estava sendo preparada para a Missão. Em sua companhia
viveram alguns poucos Monges, em sua maioria velhos remanescentes de uma
teocracia em fase de extinção.

Sabemos muito pouco de como viveram, a não ser o fato de que ele e seus
companheiros tiveram pouco contato com o mundo exterior e estavam fora do alcance
dos atuais dominadores chineses desse antigo País.

Os chineses invadiram o Tibet em 1959 e o Dalai Lhama de então refugiou-


se na índia onde ainda vive. Os invasores empossaram outro Dalai e implantaram o
regime da China atual no País.

Em 1959, quando a Clarividente Neiva já havia fundado a UESB (União


Espiritualista Seta Branca) na Serra do Ouro, ela já havia aceito sua Clarividência e se
achava preparada para receber os ensinamentos para sua missão.

Certa vez ela queixou-se a Pai Seta Branca de sua ignorância e ele
prometeu-lhe um Mestre, tão logo ela estivesse senhora das técnicas do transporte,
nas modalidades de nossa Corrente.

Certo dia ela adormeceu, foi transportada para o Tibet e, quando deu conta
de si, estava sentada diante de um velho Monge de aspecto estranho, olhos puxados
como dos chineses e uma barbinha rala que descia do queixo esmaecido.

No mesmo instante em que se conscientizou do acontecido ela se viu


claramente em sua casa na UESB, velada por Mãe Nenêm. Para sua surpresa ele
falava em português e lhe explicou a finalidade de sua vinda. Era o Mestre prometido
por Pai Seta Branca.

Ela teria que comparecer ás aulas todos os dias e o "Curso" iria durar cerca
de cinco anos. Durante esse tempo ela teria que se abster de remédios e, muito
provavelmente ela iria adoecer, o que de fato aconteceu.

O "Curso" realmente durou cinco anos. Ao fim desse tempo ela estava
tuberculosa e acabou sendo levada em estado de semi-coma para um sanatório em
Belo Horizonte. Lá ela ficou cerca de três meses e saiu com as deficiências
respiratórias que a afetaram até seu desencarne.

Mas, ela realmente havia aprendido a "Lição"!

Seu Espírito Espartano havia se ligado às suas origens e ela estava então
em condições de transmitir a mensagem do Amanhecer e formar o Doutrinador.

Humahan continuou a envelhecer e a lhe dar assistência, sempre


esperançoso de sua missão junto à Neiva terminar e ele poder embarcar para sua
origem.

3
Embora Tia Neiva soubesse todo o necessário para ser transmitido aos
Mestres, Humarran a assistia na parte prática, manifestando-se no seu aparelho,
fazendo filosofias da Doutrina do Amanhecer e até mesmo dando assistência Espiritual
à Tia Neiva e aos Mestres que com ela tratavam mais diretamente.

Dizia ele que a vida no Tibet estava cada vez mais difícil para ele e seus
companheiros e que invejava a nossa posição de Jaguares, cuja missão tem o
dinamismo do contato direto com a Humanidade; ele para “exercer" sua missão teve
que aguardar essa oportunidade que só se apresentou no fim de sua vida física e
nessas difíceis condições. No seu filosofar essa queixa encerrava certa censura ao
sistema monástico e à clausura.

Tia Neiva ocupou uma das mais difíceis posições na Missão do Amanhecer,
uma vez que teve que apresentar sua ação no plano dos encarnados e dos
desencarnados em plena consciência; Humahan participou mais ou menos nas suas
condições, mas com a desvantagem de ter um corpo velho e aprisionado nas
montanhas tibetanas.

2 O Sol Interior

Uma das unidades de vida mais completa e mais complexa do Planeta Terra
é o Homem. Nessa condição ele é também a condensação máxima das energias
universais, das forças do Universo manifestadas na Terra, num ser consciente.

Condensação, que pode também ser chamada concentração, produz


magnetismo e, isso significa capacidade de atração ou de repulsão, conforme as
energias se colocam ou são colocadas.

Assim, cada Homem, cada Ser Humano é uma potente usina de recepção e
de emissão de energias. Receber e emitir é a função mais fundamental do Homem.

Energias em movimento chamam-se forças.

As forças universais na Terra se manifestam, são perceptíveis, em três


posições diferentes: anion, cation e neutron: anion é uma energia positivada, cation
uma energia negativada e neutron uma energia neutra em movimento entre o anion e o
cation. Esse é o principio básico do átomo o qual, naturalmente, é muito mais
complicado que esta síntese simplificada. O importante para nosso entendimento
doutrinário é a sua mecânica, isto é, a maneira como as energias operam, ou então,
para maior clareza, como as forças se manifestam.

Também, para sermos mais explícitos doutrinariamente, devemos saber que


esses "impulsos" das energias partem de dois pólos conhecidos: o Sol e a Lua.

Esse fenômeno acontece tanto no infinitamente pequeno (micro-cosmo),


como no infinitamente grande (macro-cosmo). A palavra "cosmo" é um
“abrasileiramento” da palavra grega "kósmos" que quer dizer "Universo".

Filosoficamente poderemos dizer que os microcosmos são as unidades


mínimas e os macrocosmos as unidades máximas, relativas e geometricamente
dispostas, num sentido do menos infinito para o mais infinito e vice versa.
4
Com base nesses elementos para a formação da idéia vamos agora ao
nosso "Sol Interior".

No íntimo de cada Ser Humano, situado na região do Plexo Solar, na área


do umbigo, existem três esferas, umas girando sobre as outras, que formam o Sistema
Coronário ou Centro Coronário. Essas esferas não são físicas, isto é, não são
formadas de tecidos ou de qualquer substância palpável.

Desse Centro Coronário partem sete raios de energia ou sete forças que se
distribuem pelo organismo. Cada um desses "raios" termina num ponto do corpo.
Nesse ponto o "raio coronário" forma um centro de Emissão e recepção de energias.
Esse "centro" se chama "Chacra" e sua função é a recepção e distribuição de energias
pelo corpo.

Tanto o Centro Coronário como os Chacras repousam no plano físico, sobre


o sistema nervoso. Assim, no plano físico nós temos o Plexo Solar e os vários plexos;
no Plano Etérico do corpo nós temos o Centro Coronário e os Chacras, o mesmo
sistema em dois planos diferentes.

3 O Sistema Coronário

O Sistema Coronário é o Centro Vital do Ser Humano, a estação receptora e


emissora das energias. É composto de três esferas que funcionam umas sobre as
outras: uma no plano físico, "plexo físico", outra no plano psíquico, "micro plexo" e
outra no plano etérico, "plexo etérico". Essas três expressões representam o corpo, a
Alma e o Espírito.

Temos assim três planos vibratórios diferentes, três maneiras do "Sopro


Divino", do "Verbo" se manifestar na Terra.

Cada um desses planos é regido pela sua Lei dentro de uma relativa
autonomia. Na descrição do funcionamento de cada um vai se percebendo o
relacionamento dos três planos. Esses acabam por formar uma unidade composta de
três elementos diferenciados, que olhados sob o ponto de vista Iniciático constituem o
mistério do "Trino", "Tríade" ou "Trindade".

4 O Plexo Físico

O Plexo Físico ou Esfera Coronária Física constitui o Centro Vital onde as


energias pré-existentes na Terra são assimiladas, transformadas e distribuídas.
Falamos aqui de um sistema energético mais sutil e complexo do que o sistema de
alimentação. Neste o alimento é ingerido, digerido e acaba por se transformar em
nutrimento. Este é absorvido pelas paredes intestinais e entra na corrente sangüínea.
O sangue por sua vez recebe alimentação do sistema respiratório e circula controlado
pela tônica cardíaca. Essa "tônica” vem da Esfera Coronária Física, através do “Plexo
Cardíaco”.

Temos assim dois pontos distintos de suprimento energético: o alimento


físico, molecular, que vem da transformação da matéria (pela alimentação do sistema
digestivo e do sistema respiratório) e o suprimento energético que vem do Plexo Físico
através da corrente nervosa.
5
Este "alimento" diferencia-se do nutrimento (resultante da ingestão da
comida e do ar) pelo fato de possuir energias de outra natureza em fusão, isto é,
fundidas com energias da alma e do Espírito. É por isso que ele é chamado de "centro
vital".

Sem esse sistema existe apenas vida vegetativa, simples vida animal, vida
"presente", sem passado e sem futuro. Na Esfera Coronária Física são registrados
todos os fatos da existência, as heranças genéticas, as resultantes Cármicas, as
atuações da Alma e as elaborações do Espírito.

Essa é a razão pela qual o coração é chamado de sede do sentimento, uma


vez que é através do Plexo Cardíaco e do "Chacra" correspondente que as coisas da
vida são comunicadas e sentidas à revelia da consciência sensorial. Voltaremos a falar
nisso quando explicarmos a diferença entre as emanações mentais e as emanações
"mentais-fluídicas". Quando falamos, aqui no Vale do Amanhecer, que temos por
obrigação de cuidar de nossa vida física, de nosso corpo, não estamos, é evidente,
falando apenas da vida animal, mas sim de algo mais sutil e mais complexo; estamos
falando do "centro vital" cujo equilíbrio não depende apenas de alimento, respiração e
exercícios. Ele depende da compreensão de nós mesmos, de nossas origens, de
nossa programação Cármica, de nossos pensamentos e da inteligência que
empregarmos em nossa vivência. Cuidar do corpo compreendendo esses fatores é
viver em função do Espírito e da "vida global", não apenas da "vida da matéria".

O Plexo Físico (Esfera Coronária Física) é separado e mantém sua


interdependência do Plexo Etérico (Macro-Plexo) pela existência, entre os dois, do
Micro Plexo que é a sede da alma.

5 O Micro-Plexo

A segunda Esfera Coronária constitui o Micro Plexo que comanda as


funções da alma (a "psyquê" dos gregos). Não se pode estabelecer uma escala de
importância das partes que constituem o Homem. A Alma não pode existir sem um
corpo, seja ele de natureza densa (da superfície da Terra) ou de natureza Etérica (dos
planos sutis da mesma Terra). Devemos olhar a diferença em termos de funções. A
função do Plexo Físico é propiciar a existência no plano Físico da Terra e agir como
intermediário entre ela e o Homem.

A função do Micro Plexo é de absorver, assimilar e emitir as energias dos


dois planos, o do Espírito e do corpo. Em linguagem Iniciática o Micro Plexo é o
"Neutrôm", cujas funções são similares (mas não iguais) ao Neutron do Átomo. Em
termos puramente atômicos são partículas que "caminham" entre o Anion e o Cation,
aumentando ou diminuindo a positividade ou a negatividade de cada um desses pólos.

O Neutrôm (neu-trôm, com acento tônico na última sílaba) atua com base
em duas forças, a força "centrípeta" (da periferia para o centro) e "centrífuga" (do
centro para a periferia). Ele "pulsa" dentro de limites esféricos de um lado o Plexo
Físico e de outro o Macro Plexo (um embaixo e outro em cima), se alimenta dos dois e,
ao mesmo tempo, os alimenta. O Micro Plexo obedece às leis mais sutis, um plano
mais vibrátil do que o Plexo Físico. Ele comanda a percepção e a comunicação do
Homem. Enquanto o corpo é limitado no tempo e no espaço, pelas leis da matéria
física, a Alma age dentro de limites mais amplos no tempo e no espaço.
6
É a alma que vai em busca dos desejos e da satisfação dos anseios, que
emite e recebe as vibrações, que influencia e é influenciada pelas mentes, que
alimenta e é alimentada pela inteligência. A mais importante de suas funções é receber
os eflúvios do Plano Espiritual e levar a personalidade a agir de acordo com as leis
transcendentes. Por causa dessa função ampla e quase ilimitada é que a Alma se
confunde com o Espírito.

6 O Plexo Etérico

A Esfera Coronária do Espírito é o instrumento do Espírito para sua ação no


Homem. Nossa mente não tem possibilidade de conhecer o Espírito na sua essência.
Para se tornar perceptível e cognoscível o Espírito se reveste de energias. Essas
energias condensadas a um certo ponto dão a ele uma forma, uma aparência. Mesmo
assim essa forma ou aparência não é perceptível pelos sentidos físicos. Mesmo dentro
dos processos da vidência ou da materialização o que é visto não é o Espírito, mas sim
o seu "Exterior", a maneira como ele se apresenta. Por isso o Espírito na Terra é
chamado de "Perispírito".

A ação do Perispírito se faz sobre a Alma e através dela. A Alma busca as


coisas no Perispírito e emite no plano horizontal. Por isso a Alma não cria, apenas
transforma o que já está criado. Por esse axioma se deduz que o ato de criar é apenas
o ato de perceber através da Alma as coisas que o Espírito traz. A Alma é
dimensionada e limitada pelo Neutrôm; o Espírito ultrapassa as barreiras do Neutrôm e
busca no ultra-som, na ultra-luz e na ultra-matéria as coisas que o alimentam e
alimentam o Homem.

Entretanto é preciso entender com clareza que o Perispírito é o Espírito


aprisionado na situação de “encarnado". Esta posição foi aceita por ele
deliberadamente, pelos seus compromissos com a Lei de Causa e Efeito, ou "Carma".
Essa é uma situação de "prova", de "teste" através da qual ele terá que obter sua
evolução. Sendo assim, embora recebendo o alimento do seu próprio "plano evolutivo",
isto é, o grau evolutivo conquistado por ele até o presente, ele será influenciado pela
sua Alma e seu corpo. A maneira como ele irá receber as decisões de sua Alma é que
irão determinar o bom ou mau aproveitamento da situação de encarnado.

As provas foram escolhidas por ele e a aprovação ou reprovação, quando


essas provas se efetivam, dependem dele. Nisso reside a verdade do "Livre Arbítrio"
cuja vigência começou desde que o Espírito se matriculou na Escola Planetária. Se por
um lado é difícil saber como esse percurso começou, por outro é relativamente fácil de
se entender o porquê dos "Espíritos a caminho".

Na Terra o Espírito terá que percorrer sua estrada com seus veículos físicos
ou Etéricos. Mesmo depois de desencarnado ele está sujeito às leis desses planos.
Quando o percurso terminar isso significa que ele estará "Santificado", isto é, ele será
então um "Espírito de Luz".

7 O Sistema Planetário Humano

As Esferas Coronárias trabalham, umas sobre as outras, governadas pelo


Eixo Solar de nossa natureza.
7
Chama-se "Sistema Planetário Humano", pela semelhança que apresenta
com o Sistema Solar, em que os corpos celestes gravitam em torno do Sol. O Eixo
Solar do Ser Humano é uma espiral de energias que atua de forma perpendicular sobre
a cabeça do Homem. Temos assim caracterizado cada Ser Humano como um
"Sistema" particularizado e individual, governado por algo específico de si mesmo - seu
Eixo Solar. Esse assunto será melhor explicado quando falarmos, nos capítulos
seguintes, das "origens".

Assim como o Sistema Planetário do qual faz parte a Terra, chamado


Sistema Solar, está em perpétuo movimento - estável mas não estático - assim
também o Sistema Planetário Humano se move continuamente no âmbito de sua Orbe
Terrestre.

O Ser Humano, encarnado ou desencarnado, está sempre sofrendo


alterações em suas esferas coronárias, uma vez que o Espírito nunca pára sua
evolução. Ele (o Espírito) está sempre modificando e renovando seus instrumentos e
os altera para combiná-los, conforme os mundos e suas diferentes matérias. Ele não
cria essas matérias mas apenas utiliza o que já está criado.

Nós nos aprimoramos ou nos degradamos de acordo com a sintonia mental


em que nos colocamos, pois somos preparados nos Planos Espirituais. Conforme o
tipo de sintonia nós estabelecemos o tipo de ação, construtiva ou destrutiva, sempre
ligados às nossas heranças, nossas raízes. Há Espíritos que vêm como instrumentos
construtivos, outros destrutivos, conforme as linhas Cármicas e as sintonias específicas
que eles produzem.

Os "mundos" de onde saímos para a Terra nos dão sua orientação e nos
preparam para a tarefa na Terra, sempre no sentido da evolução. Onde quer que
estejamos sentimos em Deus esta sintonia universal.

A matéria de que os Espíritos se utilizam não organiza, ela é organizada.


Sua função deriva de uma modalidade de energia esparsa que é atraída conforme a
função, e por isso também . Por isso os nossos elementos no plano físico chegam a
ultrapassar as barreiras do Neutrôm, conforme a função e conforme a formação de
nosso Sistema Planetário.

As junções ou injunções de energias que se fundem no Plexo Físico é que


alimentam o Neutrôm. Este (o Neutrôm) forma uma nebulosa (uma espécie de nuvem
com limites), controlada pela força da gravidade que o pressiona em toda sua periferia
fazendo sua substância se dirigir para o centro da esfera.

Isso provoca um movimento circular que vai paulatinamente modificando sua


forma. Esse movimento toma um sentido mais ou menos espiralado, que acompanha o
movimento circular giratório denominado "Proteção de Deus". A lei de ação e reação
provoca o movimento contrário tornando a "Proteção de Deus" centrípeta e centrifuga
ao mesmo tempo. O Neutrôm pulsa se contraindo e descontraindo como se fosse um
coração esfereoidal.

A Força Centrípeta reúne as energias e fluidos ectoplasmáticos no Centro


Coronário. A Força Centrífuga afasta e emite numa faixa horizontal, as energias
conforme o comando de nosso Eixo Solar.
8
8 O Neutrôm

Até este item temos falado Sol Interior procurando dar uma idéia
generalizada de sua estrutura e de seu mecanismo. Omitimos até agora detalhes, que
só poderão ser entendidos se forem descritos, no seu relacionamento com outros
aspectos do Homem e do Universo. Isso será feito na medida em que formos
desenvolvendo os outros itens desta Doutrina Iniciática.

Cremos que facilitará o entendimento de nossos Mestres saber que o


organismo físico, o corpo humano, é em tudo uma reprodução do Corpo Etérico,
também chamado Corpo Fluídico. Por esse motivo às vezes a mesma linguagem é
empregada para designar aspectos de um ou de outro corpo. Por exemplo, a gente usa
a palavra “Plexo" no lugar de “Chacra". Isso porque ambos se situam mais ou menos
no mesmo lugar do corpo, com a diferença que o "Chacra" se situa embaixo da pele
enquanto que o "Plexo" fica no interior do corpo, parte integrante que é do Sistema
Nervoso.

Antes porém de prosseguir, vamos descrever melhor a idéia do que seja o


"Neutrôm", uma vez que essa será a palavra que mais o Mestre ouvirá (e também que
usará) no seu aprendizado Iniciático. Para começar com respeito à Ciência, vamos
descrever o Neutron como uma das partículas do átomo.

O átomo é composto por um núcleo central (massa) que é rodeado por uma
nuvem de partículas sem carga elétrica. Essas partículas se chamam "Neutron". Além
disso ele possui outras partículas, os "elétrons" que, negativamente carregadas se
chamam "ânions" e positivamente carregadas se chamam "cations"; a partícula que as
carrega chama-se ion.

Naturalmente essa é uma descrição de leigo para leigo, sem maiores


detalhamentos.

Feito isso, voltemos à descrição do nosso "Neutrôm" Iniciático.

Como no átomo da Física ele representa uma nuvem, um turbilhão de


partículas em movimento, do centro para a periferia e da periferia para o centro
(movimento, centrífugo e centrípeto). A periferia em que ele se move não é uma
superfície física, isto é, ele não está rodeado de substância ou tecido algum; o que
estabelece a periferia onde o Neutrôm se move é uma força gravitacional que o
pressiona, o "empurra" de todos os pontos dessa periferia. Esse fato é que estabelece
a diferença entre o Neutron da Física e o Neutrôm Iniciático O mesmo nome com
diferença apenas na acentuação da última sílaba se deve ao fato de que o princípio é o
mesmo: o átomo é o símbolo do Universo, na afirmativa de que o "micro-cosmo" é igual
ao "macro-cosmo” na sua estrutura e funcionamento.

Um átomo é bem menor que este ponto. Entretanto a distância relativa, o


espaço entre as partículas é tão grande como a distância entre os planetas e estrelas.
Sempre porém há um limite, uma circunscrição: no átomo físico seu limite é
microscópico; no átomo Iniciático o limite é de acordo com a unidade que está sendo
descrita.

9
No caso do Ser Humano o limite, a barreira é a força da gravidade,
pressionando da periferia para o centro, que é resultante do sistema planetário
humano: do Eixo Solar para o Macro Plexo e deste para o Plexo Físico - sendo que o
Neutrôm irá constituir o Micro Plexo.

Também como no átomo físico, a função do Neutrôm é separar, limitar dois


mundos diferentes: o Físico e o Espiritual. Num estado em que se poderia considerar
de "normal", esse turbilhão em perpétuo movimento, está sempre contido na barreira
gravitacional; se essa barreira é rompida, se o Neutrôm penetra num ou outro mundo
(Físico ou Perispiritual) provoca uma "explosão", um estado de relativa anormalidade.

Isso acontece na Física, através da manipulação deliberada da intimidade do


átomo e acontece também no Ser Humano pela manipulação Iniciática.

Naturalmente deve acontecer também aos corpos celestes pela manipulação


dos deuses, dos Mestres Planetários que nós do Vale do Amanhecer chamamos de
"Ministros".

Dentre os "instrumentos dos Espíritos" o Neutrôm constitui uma das


principais "ferramentas". Vamos descrever em seguida, com base nos ensinamentos
de Tia Neiva, que os recebeu de Humahan, como age o Neutrôm.

O Neutrôm, ou melhor, o "turbilhão neutrônico" que constitui o nosso Micro


Plexo, nossa Alma, produz e permite a existência de certa quantidade de Luz.

Essa luz clareia, ilumina o caminho para nossa mente, de forma a permitir as
nossas decisões. Para que nossas atitudes possam ser coerentes com nossa presente
posição, na trajetória que fazemos na Terra, o Neutrôm estabelece um limite de
percepção.

Isso significa que só temos à nossa disposição urna visão limitada, mas
inteiramente suficiente, para tudo que precisamos na presente existência.

Se assim não fosse nós seriamos destruídos pela excessiva complexidade


do que na verdade nos cerca. Pois seríamos incapazes de discernir umas coisas das
outras. O equilíbrio da mente é proporcionado pelos elementos mais ou menos estáveis
que nos são permitidos perceber; temos uma noção de tempo, de espaço, de distância
e de movimento; podemos prever mais ou menos o comportamento das pessoas e
coisas animadas ou inanimadas; conhecemos relativamente bem o comportamento de
nosso organismo, e assim por diante. Em resumo, tudo que precisamos para "viver"
está à disposição de nossa mente e seus instrumentos que são os sentidos.

Se porém o Neutrôm é ultrapassado nas suas barreiras, percebemos e


registramos elementos que nos levam ao descontrole e ao desequilíbrio, a um estado
de anormalidade. Por exemplo: nós vivemos rodeados de Espíritos desencarnados, de
formações ectoplasmáticas e miríades de construções energéticas. Esses "mundos
invisíveis" existem, se movimentam, atuam e têm as suas leis. Porém entre esses
mundos e a nossa percepção existe a barreira do Neutrôm. Para melhor elucidação do
que estamos afirmando vamos transcrever aqui um Conjunto Mântrico que nossos
Mestres usam ao qual chamamos "Prece do Equilíbrio":

10
"Senhor!, faze com que habite em mim a verdadeira tranqüilidade da minha
alma;

Não deixe que ela se manche com os vícios do mundo;

Dai-me forças Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros;

Não permita que eu seja joguete das ilusões do mundo;

Pelo pensamento neste instante vou controlar a minha força vital-mental e


nenhum pensamento negativo poderá entrar em minha mente"

Analisando esse "Mantra" poderemos compreender melhor a função do


Neutrôm. Vejamos:

"... a verdadeira tranqüilidade da minha alma..." - isso significa que pedimos


a Deus que nossa "função neutrônica" esteja e permaneça no seu nível normal;

"... não deixe que ela se manche com os vícios do mundo..." – Nesse caso
estamos pedindo que a Força Divina evite que as formas densas das baixas vibrações
"manchem" a luz do Neutrôm;

"... dai-me forças Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus
erros..." – nesse caso estamos pedindo auxílio do Alto para que possamos imprimir a
direção certa aos nossos pensamentos e corrigir suas distorções;

"...pelo pensamento, neste instante, vou controlar a minha força vital-mental,


e nenhum pensamento negativo poderá penetrar em minha mente..." – este último
propósito faz com que controlemos, pela nossa vontade, a força vital que emana do
plexo físico, e essa energia impregne nossa mente.

Assim vitalizada, a mente se torna impermeável às emanações de baixo teor


vibratório. Os pensamentos negativos não podem assim penetrar no nosso "campo
mental" e assim conseguimos o equilíbrio.

Frisamos bem a palavra "penetrar" para que nossos Mestres entendam bem
o problema:

"Pensamentos" são construções energizadas, eles têm "formas”, e uma vez


formados eles "existem" e podem ser percebidos pelo som, pela palavra escrita, etc.

Nós não podemos eliminar sua existência. Mas nós podemos evitar que eles
penetrem em nossa mente, mesmo que eles atinjam os nossos sentidos. A gente pode
ouvi-los, senti-los, percebê-los, mas não precisamos necessariamente mentalizá-los ou
pensá-los, desde que tenhamos, para isso a necessária força vital-mental.

O ônus de nosso livre arbítrio é essa constante luta, essa escolha que temos
que fazer a cada segundo de nossas vidas: o teor vibratório das coisas que abrigamos
em nossas mentes. Esse teor determina o que somos ou melhor, o que "estamos
sendo" a cada momento.

11
Cremos que com o que foi dito até agora, nós temos os elementos para
compreender o que é, em linhas gerais o nosso "Sol Interior", nossas "Esferas
Coronárias" e, principalmente, a função do "Neutrôm". Isso é apenas um começo, pois
nos resta saber muita coisa ainda.

Para maior facilidade no entendimento, vamos, no fascículo seguinte,


analisar separadamente as funções mais íntimas do "Micro Plexo" e do "Perispírito",
embora seja difícil falar de um deles sem falar nos outros, pois todos funcionam ao
mesmo tempo na "unidade trina" que é o Homem.

LEIA NO PRÓXIMO FASCÍCULO:

A Mente

A Função da Mente

A Razão

O equilíbrio

A Consciência

O Raciocínio

A Personalidade

Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

12
COORDENAÇÃO GERAL
DOS TEMPLOS DO AMANHECER
CASTELO DOS DEVAS
CADASTRO GERAL

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA OS MÉDIUNS

FASCÍCULO 7
ÍNDICE
Item Assunto Pág.
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo VII 2
1 A Mente 3
2 A Função da Mente 3
3 A Razão 4
4 O equilíbrio 5
5 A Consciência 6
6 O Raciocínio 6
7 A Personalidade 8

1
PREFÁCIO DO FASCÍCULO VII

Caro Médium e Leitor:

A partir do Fascículo VI entramos na fase Iniciática de nosso aprendizado.


Com a descrição do "Sol Interior" e seu "Sistema Coronário", demos a infra-estrutura
do Homem trino, três em um.

De agora para frente vamos entrando no mecanismo humano, no seu


funcionamento e, na medida em que forem surgindo as muitas facetas, daremos a
interpretação delas; isso fará com que retornemos com freqüência às bases do Sol
Interior e aos mundos coronários.

Apesar da complexidade do assunto os Médiuns encontrarão maior


facilidade para entender. Isso porque eles já fazem parte de nossa vivência no Templo
do Amanhecer, e os Médiuns não dependerem exclusivamente do mecanismo
psicológico para sua compreensão.

O leigo que nos lê terá maior dificuldade devido a falta do instrumento


mediúnico. Por isso sugerimos o afastamento momentâneo do raciocínio puramente
cartesiano e maior focalização no mecanismo intuitivo, Iniciático.

A linguagem deste ensinamento é parte do vocabulário tradicional de nossa


cultura - porém, a maioria das vezes com conotações diferentes. É preciso pois que o
leitor atento procure mais o sentido da frase e menos a exatidão. Não se pode ser
muito sintético em tais assuntos e muito menos preciso.

Assim, por exemplo, ao falarmos dos átomos, estamos mais interessados


em transmitir a idéia geral de sua mecânica do que essa mecânica em si. Isso é do
domínio técnico dos cientistas, motivo pelo qual pedimos desculpas antecipadas pelas
irreverências à Ciência.

Outras imprecisões resultam da dificuldade em se converter para


denominadores comuns, coisas que não fazem parte do quotidiano e cujos
conhecimentos têm sido sempre de indivíduos isolados ou de pequenos grupos da
Sociedade.

Feita essa ressalva vamos prosseguir, entrando agora em maiores


particularidades do mecanismo humano.

2
1 A Mente

A palavra "mente" tem um largo espectro de significados, em sua maioria


num sentido abstrato, sempre porém se referindo a algo que possuímos, alguma coisa
que faz parte da nossa Alma e, vagamente, de algo que está dentro de nossa cabeça.
Sempre que falamos de mente tendemos a levantar a mão em direção a cabeça.

Na linha de nosso ensinamento, a mente é um campo de energias


concentradas a que chamamos de "Energia Mental". Seguindo-se o mesmo raciocínio
da estrutura e funcionamento do átomo, o campo energético da mente é limitado em
torno de uma massa densa, nuclear, ao redor da qual os mecanismos psicológicos
giram como satélites.

Esses satélites são os instrumentos da vida mental, e suas categorias vão


desde o sistema sensorial até a capacidade de abstração. Seu funcionamento é
pulsativo em torno do seu núcleo. Ela recebe e transmite impulsos de diferentes gamas
vibratórias, conforme a sintonia em que é colocada pela vontade. Essa é chamada de
"Sintonia Mental".

A mente é ligada diretamente aos centros coronários (esferas), através dos


Plexos e dos Chacras Assim, ela influência e é influenciada pelo "Sol Interior", no
movimento natural da vida, na dependência de todos os fatores que determinam a
existência do Homem: tempo, espaço dimensionado, grau de evolução e fatores
cármicos-transcendentes.

Nas sucessivas encarnações o centro coronário é mantido, permanece e


representa a Herança Espiritual de cada Ser Humano. Agora, tendo alcançado o grau
Iniciático de nossos ensinamentos, temos aqui a explicação de fascículos anteriores,
no qual afirmávamos que o sistema nervoso desencarnava junto com o Espírito.

Entendíamos então, que não eram as fibras ou as células, mas sim o


“sistema", ou o "esquema" que seguia para o Plano Etérico, em torno do qual se
formava o Corpo Fluídico do desencarnado. Não tínhamos ainda a revelação do
Sistema Coronário; agora sabemos que o esquema do sistema nervoso é apenas parte
integrante do Sol Interior e seu centro coronário.

A mente é proporcional e relativa ao Sol Interior. Isso significa que sua


composição energética e seus instrumentos, são de conformidade com o estado em
que o Ser se encontra. Desses "estados" nós só conhecemos três categorias:
encarnados (nós os Homens), desencarnados ("mortinhos", espíritos que ainda estão a
caminho no Etérico) e os "Espíritos de Luz" ou "Espíritos Santos" (que já completaram
suas trajetórias Cármicas ou que já operam na Lei do Auxílio integrando as Falanges
dos Mestres Planetários).

2 A função da Mente

O Sol Interior é o centro fisiológico, onde são elaboradas as mais variadas


funções do Homem, onde se entrosam os muitos campos vibratórios que determinam o
"estado" em que se encontra aquele Ser, individualizado e único. A mente é o centro de
controle, o painel onde as comunicações são recebidas, computadas e emitidas. O sol
interior trabalha na base do plexo inconsciente; a mente opera na base da consciência.
3
O sol interior é estrutural enquanto a mente é funcional.

No mecanismo da mente o EU é o núcleo em torno do qual giram as


partículas, os ions, anions, cations e nêutrons mentais, à semelhança do átomo. É o
"eu" que toma as decisões a cada segundo, com base nos dados fornecidos pelos
satélites mentais devidamente elaborados.

Para o entendimento desse complicado sistema em que o "eu" é o elemento


decisivo, nada melhor que a experimentação do próprio leitor. Você mesmo terá que
registrar o fato, uma vez que isso é impossível para nós que estamos fora de você.

Para ajudá-lo nessa observação e evidenciar a posição do "eu", vamos dar


nomes às "coisas" que se passam na sua mente. Prossiga na leitura e verá como
esses elementos começam a aparecer numa conotação lógica e simples, coisas essas
que você sempre ouviu falar ou leu como sendo abstrações, teorias, tais como
raciocínio, razão, memória e etc.

O leitor irá notar que a palavra "eu" sempre aparece na sua mente como
sendo a sua pessoa. Você pensa: "eu estou lendo", "eu não entendo", "eu não acho",
"eu estou gostando", etc., etc., sempre o eu em primeiro plano.

Depois vem o "eles", as "coisas", os "outros", as "minhas coisas", o "meu


pensamento", etc., sempre algo de fora, sempre um universo em oposição ao "eu".

Conclui-se então que o "eu" está sempre no centro de tudo que se passa em
sua mente, sendo ele, o seu "eu" o núcleo, a massa central do campo energético que é
sua mente. A partir de agora, ao descrevermos cada uma das funções da mente, o
assunto se tornará mais compreensível. A alimentação da mente vem sob a forma de
impulsos e projeções, em ondas cujos padrões vibratórios indicam sua origem.

Uma vez recebidas essas mensagens são assimiladas conforme nossa


capacidade. Essa capacidade é relativa as nossas heranças registradas no centro
coronário. Em termos de assimilação e emissão, a energia mental é um fenômeno vivo
de improvisação.

É ela que altera e recompõe todas as energias do Ser Humano, modificando


a cada momento o nosso estado. As alterações produzidas pela mente são
imediatamente refletidas pela nossa "aura”, cuja coloração e intensidade vibratória
refletem o trabalho da mente.

3 A Razão

A vida do Homem gira ininterruptamente em torno de dois pólos, um positivo


e outro negativo, situação essa que só termina quando o Espírito se liberta inteiramente
da sua orbe terrestre. Enquanto encarnado, ou desencarnado e "à caminho de Deus",
ele a todo instante tem que tomar decisões, escolher entre duas ou mais opções. A
escolha do caminho certo, a decisão com base no equilíbrio é que se pode chamar de
razão.

Cada Ser Humano tem o seu ponto próprio de equilíbrio e, como


conseqüência, tem a sua própria razão.
4
A vida entretanto é um movimento constante de equilíbrio, desequilíbrio e
reequilíbrio, motivo pelo qual a razão não é um ponto fixo na mente, e sim, a meta que
se move, o alvo que o Homem procura acertar. O homem tem a cada momento de
reajustar-se aos muitos fatores que influem em sua mente, e a razão, a decisão
equilibrada é que determina o índice de sua evolução.

Nem todos os fatores que influenciam a mente são conscientizados pelo


Homem. O campo consciencional, onde o "eu" terá que se situar para a tomada das
decisões, é limitado pela percepção sensorial. Na verdade a consciência do encarnado
é apenas uma janela, um painel que mostra cada vez uma parte do todo, uma verdade
parcial.

Essa abertura da consciência – no sentido de saber-se – flutua, em termos


de amplitude, dependendo dos fatores naturais da vida: idade, posição no meio
ambiente e grau de responsabilidade que lhe cabe pelos fatores Cármicos, etc.

Temos assim, até este ponto, juntado dois mecanismos da mente que levam
à razão: o equilíbrio e a consciência. Compreendidos esses dois fatores, podemos
partir para a compreensão do raciocínio, e chegarmos ao mecanismo do pensamento,
a última fase da mente que precede a ação.

4 O Equilíbrio

O Ser Humano é como o rio que corre tranqüilamente para o mar.

Nós estamos sempre ligados ao nosso princípio e ao nosso fim, assim como
o rio está sempre ligado a sua nascente e à sua foz.

Em meio do caminho recebemos os "afluentes' ou seja, as influências que


nos atingem de ambos os lados, na nossa "margem esquerda" ou na "margem direita".

A todos os instantes de nossa vida, nós podemos estar recebendo projeções


de outras mentes, correntes negativas, boas ou más notícias, ou seja, a todos os
momentos nós podemos nos desequilibrar. Nem sempre nós podemos afastar as
coisas que nos desequilibram, mas sempre existe a necessidade do reequilíbrio.

É verdade que os fatos inconscientes, que atingem nossa mente, tanto


podem ser positivos como negativos. Essa negatividade ou positividade nem sempre é
intrínseca aos fatos, mas sim à maneira como eles são absorvidos e assimilados pela
mente. A conclusão que se chega desse mecanismo é que a mente é, em última
análise, o campo visado, mas a responsabilidade é nossa, do nosso "eu", de que ela
seja atingida ou não.

Se alimentamos a nossa mente com maus desejos, pensamentos de ira ou


de ódio, cria-se em torno dela uma atmosfera fluídica pesada, de energias de baixo
teor vibratório, cheias de impurezas; se, ao contrário, a alimentarmos com aspirações
nobres e pensamentos elevados, a atmosfera da mente é límpida. Conforme pois for o
condicionamento da mente, assim será sua capacidade de absorver e modificar as
emissões, quaisquer que sejam elas.

5
Sob o comando do "eu" a mente pode recompor as energias em todas as
direções e reequilibrar inclusive o "Sol Interior", feito isso ela se harmoniza no
equilíbrio, estando pronta para novas tribulações.

Ao falarmos do equilíbrio, evidenciamos dois novos componentes que são as


projeções e os fluidos que serão analisados nos itens subsequentes.

5 A Consciência

A consciência é o mecanismo abstrato da mente, de registro do que


acontece a nós mesmos e em torno de nós. Em última análise a consciência significa
saber o que se passa em torno de nós e conosco ou seja, ter a capacidade de "ver” e
"ouvir". Como as outras partes do mecanismo da mente, ela tem o seu começo e
cresce ou decresce conforme o seu desenvolvimento. Sua mecânica se prende ao
processo de focalização e sintonia como nas lentes óticas e nos receptores de rádio,
depende de ajuste focal e luz, etc.

Ela existe em maior ou menor grau, conforme o equilíbrio de nossa mente, e


na proporção da responsabilidade que assumimos perante a vida. Conforme a posição
assumida assim é nossa consciência, de acordo com a concepção que fazemos de nós
mesmos. Até certo ponto a consciência é apenas um problema de condicionamento, de
educação. Paulatinamente ela vai se tornando uma questão de auto-educação, e de
trabalho de nossa vontade sobre nossos mecanismos de relação. Se desenvolvemos
nossa capacidade de reequilíbrio constante, teremos uma consciência permanente.
Equilíbrio e consciência são dois pólos de nossa mente que trabalham sempre juntos.

Uma consciência equilibrada, é como um farol que ilumina tudo que chega
até nós, e nos dá a justa medida das coisas para posterior elaboração da mente. Esse
fato se aplica nos três planos de nossa vida, e de nosso grau de consciência ou
inconsciência, dependem as constituições de nossas esferas coronárias e, por
conseqüência, de nosso Sol Interior.

6 O Raciocínio

O raciocínio é o mecanismo analítico da mente que leva à formação do todo.


É o exame das coisas que a consciência apreende e que permite ao "eu" a escolha do
que deve permanecer ou ser rejeitado. Raciocinar é colocar as informações, que a
psiquê recebe, de forma ordenada segundo o critério aplicado ao objetivo que
queremos alcançar.

O principal instrumento do raciocínio é a inteligência ou seja, a capacidade


de aprofundar o exame dos componentes que chegam até nós através da consciência.

O raciocínio com a inteligência são instrumentos de verificação; o


pensamento é o meio de expressão, de manifestação da nossa mente.

"Raciocinar” significa aglutinar, associar as idéias. Idéias são os impulsos,


sensações, imagens, etc. revestidos de uma forma, uma concepção. De todos os
mecanismos da mente é o raciocínio a parte mais ativa, mais atuante. É a expressão
da mente.

6
Para que o Médium e leitor possa melhor se situar em torno da importância
da mente em sua relação com o Sol Interior, e compreender a si mesmo como o
instrumento do Espírito, vamos recordar ligeiramente os itens anteriores deste
Fascículo até chegarmos ao raciocínio e nele nos demorar um pouco mais.

Começamos no item 1 a descrever a mente como um campo energético isto


é, energias concentradas num campo delimitado e sua relação com o sol interior,
sendo ele a estrutura e a mente o funcionamento; descrevemos no item 2 a forma
desse funcionamento, destacando a posição do "eu" no seu mecanismo; em seguida,
no item 3 passamos a falar da razão como o caminho da decisão, entre o processo de
reequilíbrio constante; explicamos então no item 4 o que significa o equilíbrio; a partir
do tem 5 começamos a analisar o fenômeno da consciência, como fornecedora dos
dados para o raciocínio, que vem explicado no item 6 e chegamos ao item em que
abordamos o mecanismo do pensamento.

Assim, começamos com mente e seu funcionamento, passamos para razão,


o equilíbrio, a consciência, o raciocínio e chegamos ao pensamento que irá fechar o
assunto da mente. A partir de então poderemos saber como mentalizar, e como manter
a nossa mente no padrão que quisermos, pelo conhecimento e controle do
pensamento.

Pensar significa na verdade dar forma e dirigir todas as energias da mente


para algum objetivo e é por ele que determinamos o rumo de nossa vida. Embora ele
se forme espontaneamente, conforme os estímulos que o alimentam, nós, o nosso eu é
quem escolhe, aceita, rejeita, demora-se mais ou menos em torno deste ou daquele
pensamento. Conforme eu "penso", isto é conforme o pensamento que eu escolho para
pensar (ou demorar-me pensando) eu determino o meu presente e preparo o meu
futuro.

Pelo pensamento nós tecemos ininterruptamente a teia no centro da qual


está a mente. Formamos assim uma verdadeira rede emissora e receptora, na qual a
mente caminha no vai e vem quotidiano. As energias da mente dão a força do
pensamento. Essa força será dispersa ou atingirá os alvos conforme controlamos a
formação da rede.

Força é energia aplicada, em movimento, e isso significa que estamos


agindo sempre na direção de nossos pensamentos. Como o campo vibracional do
corpo e da Alma são mais lentos do que o campo vibracional em que se situa o
pensamento, sempre estamos fazendo algo em que pensamos antes, mesmo que no
momento da ação não estejamos pensando naquilo que estamos fazendo.

Antes de eu dobrar uma esquina o meu pensamento já a dobrou, antes de


chegar a um destino meu pensamento já se antecipou e chegou lá. Isso significa que
ele tem forma, é energia em movimento; sendo energia ele atua sobre tudo em que é
direcionado. Se eu dirijo o meu pensamento para o meu corpo, meu organismo
acabará por ser afetado pelas energias que ele conduziu. O mesmo fenômeno poderá
acontecer para onde quer que eu dirija o pensamento.

Como todos os Seres Humanos pensam, isso quer dizer que existe um
relacionamento permanente entre as pessoas, à revelia de se conhecerem ou de se
relacionarem no plano físico ou social.
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Lembremo-nos do último item do fascículo VI:

"... pelo pensamento neste instante, vou controlar minha força vital-mental, e
nenhum pensamento negativo poderá penetrar em minha mente..."

E teremos nesse exemplo uma idéia explícita de como funciona o


pensamento.

Nos itens subsequentes procuraremos dar mais alguns elementos em torno


do assunto, analisando a memória, os impulsos, a dúvida, a lógica, as tendências
instintivas, os sentimentos, as vibrações, o sistema nervoso e outros itens que
esclarecerão melhor nossa mensagem.

Feito isso, tendo fornecido ao Médium e leitor, os elementos essenciais do


mecanismo Humano, poderemos então entrar em considerações puramente
doutrinárias e Iniciáticas, que são o nosso objetivo principal. Por ora o caro leitor terá
que se acostumar à difícil tarefa de se conhecer e saber como funciona o veículo do
Espírito que é o conjunto trino Plexo, Micro Plexo e Macro Plexo (Perispírito).

7 A Personalidade

No item 9 do nosso primeiro fascículo tecemos alguns comentários em torno


da diferença entre a personalidade e a individualidade.

Vamos aproveitar agora o raciocínio do leitor, em torno do mecanismo


humano, para ampliar um pouco a idéia de personalidade. O entendimento desse
conceito irá constituir um verdadeiro alicerce para a construção filosófica, que o próprio
leitor irá fazer.

"Persona" é o nome latino de um apetrecho teatral, uma máscara que os


atores da Grécia antiga chamavam de "prosópon" (Projeção da face).

Os anfiteatros gregos eram enormes, semelhantes aos nossos campos de


futebol ao ar livre. Naturalmente isso apresentava dois problemas sérios: o som e a
imagem.

Por esse motivo os artistas gregos usavam a "persona" ou seja a máscara


de contornos bem definidos que permitiam ao espectador distinguir o personagem
representado de qualquer ponto em que estivesse; tais máscaras eram relativamente
maiores que as cabeças dos atores, formando um oco que amplificava a voz do ator e
delineava acentuadamente o personagem.

Esse sistema é usado até hoje nos teatros orientais que conservam as
tradições. No teatro Chinês e no Japonês, Coreano e etc. a mascara serve para dar
voz soturna e cara feia ao vilão, voz fina e rosto bonito à heroína, etc.

Essa é a origem da palavra "personalidade" que significa radicalmente, a


caracterização que determina um "personagem". Em toda representação, teatro,
novelas ou cinema, os artistas "representam", isto é, procuram ao máximo de sua
habilidade, com auxilio de maquilagem, roupas, disfarces, atitudes e gestos,
corresponder ao "personagem" imaginado pelo autor da peça ou da estória.
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Assim, o mesmo ator representa, conforme a estória e as circunstâncias,
personagens diversos. O exemplo mais banal e mais ao nosso alcance está nas
novelas de TV. Nelas nós já estávamos habituados com os atores e muitas vezes, ao
contar um episódio a outra pessoa, nós usamos o nome do ator por não lembrar o
nome do "personagem". Para completar esse exemplo basta lembrar ao leitor que
muitas vezes nós ficamos sabendo como o ator é em sua "vida real", se ele é bom ou
mau ator, se representou bem ou mal aquele ou este "personagem", distinguindo-o
portanto dos personagens que ele tem representado.

Temos então uma perfeita analogia entre a "individualidade" (o Ator) e a


"personalidade" (o Personagem ou a personificação).

Usemos agora essa analogia para começar a entender o problema das


reencarnações em que o Espírito é a Individualidade e a nossa presente encarnação a
personalidade.

A primeira precaução que devemos tomar, ao entender esse fato, é saber


que o problema da personalidade e da individualidade não é tão simples como uma
representação teatral.

Nós podemos saber quase tudo sobre um ator, onde nasceu, se estudou ou
não, se teve uma origem pobre ou rica, etc., porém sobre o Espírito nós podemos
saber muito pouco.

Para começar é importante que se saiba, que ninguém, nenhuma ciência,


filosofia ou religião pode dizer "quando" e "como" foi criado o Universo ou a Criação.
Nem mesmo a Terra que é um pequeno Planeta do Sistema Solar, a Ciência não tem
meios de dizer "como" e "quando" ela foi criada.

Existe muita especulação, muita teoria mas todas esbarram nos mesmos
problemas, principalmente na questão do tempo. A Ciência clássica, essa cujas teorias
são explicadas nos livros escolares, estabeleceu certa contagem de tempo, certa
divisão de "Eras" que nos acostumamos a aceitar como sendo o "certo". Assim é que
ouvimos falar em "Era Glacial", "Idade Geológica", "Nebulosa", "Era Paleolítica", "Era
Megalítica" e etc. Conceitos que envolvem milhões e até bilhões de anos. Fora do
âmbito científico, nas religiões antigas o problema fica na mesma, embora haja
algumas religiões que traduzem as coisas em termos de números, o que no fundo é tão
aleatório, tão teórico como as afirmações da Ciência.

O problema se complica ainda mais quando se trata de determinar a origem


da vida. Nesse ponto a Ciência é ainda mais emaranhada e mais teórica uma vez que
ela só considera "Vida" as coisas que nós chamamos de natureza física.

Mas, mesmo sem poder determinar a origem do Universo, do Planeta Terra


e da Vida, a Ciência se arrisca a determinar (e a cada período se corrigir) a origem do
Homem. Nesse ponto então as contradições se amontoam de tal forma que, teorias
que eram aceitas como verdade até pouco tempo hoje são objetivos de galhofas dos
próprios cientistas.

Em relação ao Espírito a Ciência não cogita de sua existência, e até agora


não existe admissão científica de que o espírito exista.
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Para ela, a Ciência Oficial, o Espírito é apenas um componente do Ser
Humano, um mecanismo abstrato, que se confunde com o sistema psicológico. Essa
palavra "psicológico" deriva de uma palavra grega que significa Alma (Psyquê).

Assim, qualquer referência que se ouça ou se leia, quer sobre Alma ou sobre
o Espírito, as duas palavras aparecem sempre como sendo a mesma coisa, a não ser
que se trate de adjetivação poética ou literária tais como "tenacidade do Espírito",
"fortaleza de Alma", etc.

Mas, para nós do Vale do Amanhecer Alma e Espírito são considerados


como coisas de naturezas diferentes: a Alma é o mecanismo psicológico que tem sua
base física no sistema nervoso, que é formada em cada encarnação, conforme a
programação para esse período de existência do Espírito na Terra. Nesse caso a Alma
(como o corpo) é um dos instrumentos do Espírito. Assim, pode-se dizer que um
Espírito tem um corpo forte e uma Alma impávida nesta encarnação mas, que teve um
corpo fraco e uma Alma vacilante em outra encarnação, etc.

Naturalmente a pergunta que surge expontânea desta afirmação é: "Qual a


diferença entre a Alma e o Espírito?"

Para evitar cairmos nas abstrações teológicas ou filosóficas vamos procurar


dar aqui uma resposta que seja plausível e de relativa possibilidade de verificação,
consoante a didática da Corrente do Amanhecer.

A percepção da diferença entre a Alma e o Espírito é uma experiência


pessoal que qualquer pessoa pode fazer, independente da sua situação cultural ou
escolar, na qual entram conceitos de valores, de tempo e o senso comum.

Comecemos por definir o conhecimento que temos da existência de nosso


corpo. Nós percebemos o nosso corpo pelas manifestações que ele comunica a cada
momento à nossa mente através dos sentidos. Assim nós sabemos quando é preciso
comer, dormir, alterar as condições a ele proporcionadas e etc.

Em seguida passemos a separar dessas sensações as manifestações de


natureza psicológica, os fatos abstratos, tais como sentir afeto ou ódio, imaginar,
raciocinar e etc. Percebemos então que esse mecanismo obedece aos estímulos que
tanto podem partir do corpo como das coisas externas ao nosso corpo. Nas "coisas"
externas são o nosso universo, o meio ambiente em que vivemos, representados por
"coisas" e "pessoas".

Sabemos então quando a natureza de nossas sensações são de


necessidade física ou psicológica. Para esse fim temos uma série de valores aos quais
estamos condicionados: a gente toma café de manhã, almoça ao meio dia, janta à
noite, etc. etc. A gente confia nos costumes de transeunte, de proteção da lei, da moral
e etc., enfim, nós distinguimos com certa facilidade o que são fatos físicos e fatos
psicológicos, embora os dois sejam inseparáveis.

Na nossa Pira na figura chamada "Presença Divina" existem dois


Triângulos, ambos com as pontas voltadas para baixo mas entrelaçados que
simbolizam o corpo e a alma.

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Outro ângulo que qualquer pessoa pode analisar, para distinguir o que é
físico e o que é psíquico, é o fato de que nossos pensamentos e nossos intercâmbios
vibratórios podem ser distinguidos: nosso corpo se move com muito maior dificuldade
do que nossa Alma. Na verdade é nossa Alma que vai em busca de nossas
necessidades, nossos anseios, nossos impulsos e etc.

Sempre que nós temos sensações, impulsos, anseios, desejos e, tais


estímulos nos levam a ações que não se coadunam com um principio de bom senso ou
de lógica, quando as coisas pensadas e sentidas ultrapassam nossa compreensão ou
a compreensão do meio que nos cerca – os fatos chamados impropriamente de
inexplicáveis podemos detectar aí a presença de nosso Espírito.

Essa experiência é tida por todos os Seres humanos da Terra e é a causa


principal de toda criação religiosa ou doutrinária. Em resumo nós sabemos quando as
coisas partem de nosso corpo, de nossa Alma ou de nosso Espírito, pelo simples fato
de que, na maioria das vezes as coisas de nosso Espírito contrariam as coisas de
nosso corpo e de nossa Alma ou, ao contrário, as coisas de nosso corpo contrariam as
coisas de nossa Alma ou de nosso Espírito. Esse movimento em nosso campo
consciencional é contínuo e os diferentes fatores se distinguem pelo contraste, pela
contradição.

A partir desse ponto, pela nossa própria experiência, nós vamos percebendo
as nossas tendências, as inclinações que divergem das inclinações dos que nos
cercam e, aos poucos vamos distinguindo a nossa individualidade ou seja, um conjunto
de tendências que forma um uno, um que não é divisível, um todo indivisível.

Essa individualidade representa um conflito permanente com o papel que


somos chamados a representar na Sociedade, papel esse que é formado por uma série
de conceitos e formas que fixamos à nossa revelia desde que fomos concebidos até
que morremos. A maneira como envergamos essas "máscaras", essas "personas",
nossos mecanismos de defesa, nosso esforço para sair dos padrões é que constituem
a nossa personalidade.

A individualidade tem um impulso fundamental e transcendente, é a energia


latente enquanto que a personalidade é a forma de expressão a energia do Espírito
que tenta romper os grilhões da personalidade, é o artista que sobrepuja o papel ou o
papel que afoga o artista.

O personagem ou a personalidade é relativamente previsível pois ela


obedece a um roteiro, um enredo pré-estabelecido enquanto que a Individualidade
tenta sempre romper em caminhos diferentes. O símbolo mais perfeito dessa luta (e
dessa diferença) nos tempos modernos é um novo tipo de teatro que às vezes aparece
nos palcos do Mundo em que os artistas fazem o que lhes dá na cabeça, sem ter que
obedecer a roteiro algum.

Cremos ter dado assim um principio do conhecimento da constituição do Ser


Humano, do Homem visto à luz da Doutrina Crística. Mas esse aprendizado terá que
ser aprofundado no conhecimento dos princípios atômicos moleculares e celulares
desses componentes.

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As heranças que formam o Centro Coronário ou Sol Interior, cada "centro"
formado pelas moléculas defeituosas de encarnações anteriores – a origem das
Doenças Cármicas – os caracteres hereditários das Famílias Espirituais – as afinidades
psicológicas ou, ao contrário, as contradições de caráter na mesma família, etc., tudo
isso terá que ser estudado por nossos Mestres com uma atitude científica pois somos
"cientistas espirituais".

Encerramos aqui o roteiro básico das Aulas de Desenvolvimento. O


“Aspirante” que chegou à Sétima Aula está, em tese, apto a assistir as 03 (três) aulas
de Iniciação e, então, no prazo de 90 (noventa) dias comparecer ao Castelo para ser
Iniciado.

Após iniciado, poderá assistir as Aulas de Elevação de Espadas e,


posteriormente, as de Centúria.

Que o Ministro ANORO ilumine seus trieiros terrestres, para que possa bem
conduzir sua vida material e Espiritual. Como Representante desse Grandioso Ministro
na Terra, estarei sempre à disposição para qualquer esclarecimento Doutrinário que se
fizer necessário.
Boa Sorte!

Marcos Antônio de Souza – Adjunto ANORO


*** 1° Filho de Devas Artes ***

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