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História de Babilônia
Babilônia foi o nome da capital da Suméria, na antiga Mesopotâmia, que atualmente é
o Iraque.
Babilônia significa "Porta de Deus", os judeus, no entanto, dizem que é um termo de
origem hebraica, que significa "grande confusão", e inclusive aparece na Bíblia.
Babilônia foi um império, que fez história, principalmente com a figura do Rei
Nabucodonosor, e teve um papel fundamental na história da Mesopotâmia. A
Babilônia era uma cidade muito avançada para a sua época, sendo que desde os
primórdios, os seus habitantes tinham grandes conhecimentos sobre agricultura,
arquitetura, astronomia, e etc.
Por volta de 1900 a.C., um novo processo de invasão territorial dizimou a dominação
dos sumérios e acádios na região mesopotâmica. Dessa vez, os amoritas, povo oriundo
da região sul do deserto árabe, fundaram uma nova civilização que tinha a Babilônia
como sua cidade principal. Somente no século XVIII o rei babilônico Hamurábi
conseguiu pacificar a região e instituir o Primeiro Império Babilônico.
Sob o seu comando, a cidade da Babilônia se transformou em um dos mais prósperos e
importantes centros urbanos de toda a Antiguidade. Tal importância pode até mesmo
ser conferida na Bíblia, onde ocorre uma longa menção ao zigurate de Babel,
construído em homenagem ao deus Marduk. De fato, são várias as construções,
estátuas e obras que nos remetem aos tempos áureos desta civilização.
Além de promover a unificação dos territórios mesopotâmicos, o rei Hamurábi
também foi imprescindível na elaboração do mais antigo código de leis escrito do
mundo. O chamado Código de Hamurábi era conhecido por seus vários artigos que
tratavam de crimes domésticos, comerciais, o direito de herança, falsas acusações e
preservação das propriedades.
A inspiração necessária para que esse conjunto de leis escritas fosse elaborado
repousa na antiga Lei de Talião, que privilegia o princípio do “olho por olho, dente por
dente”. Apesar desta influência, as distinções presentes na sociedade babilônica
também eram levadas em consideração. Com isso, o rigor das punições dirigidas a um
escravo não era o mesmo imposto a um comerciante.
Mesmo promovendo tantas conquistas e construindo um Estado bastante organizado,
os babilônicos não conseguiram resistir a uma onda de invasões que aconteceu após o
governo de Hamurábi. Ao mesmo tempo em que os hititas e cassitas tomavam
parcelas do domínio babilônico, outras revoltas que se desenvolviam internamente
acabaram abrindo espaço para a hegemonia dos reinos rivais.
Entre os anos de 1300 e 600 a.C., os mesopotâmicos assistiram a dominação assíria,
marcada pela violência de sua poderosa engrenagem militar. Por volta de 612 a.C., a
sublevação dos povos dominados e a ação invasora dos amoritas e caldeus instituíram
o fim do Império Assírio e a organização do Segundo Império Babilônico, também
conhecido como Império Neobabilônico.
Nesse novo contexto, podemos destacar a ação do Imperador Nabucodonosor, que
reinou entre os anos de 612 e 539 a.C.. Durante o seu governo, a civilização babilônica
vivenciou o auge do desenvolvimento arquitetônico, representado pela construção das
muralhas que protegiam a cidade, os luxuosos palácios e os Jardins Suspensos da
Babilônia, admirado como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
O regime de Nabucodonosor também ficou conhecido pelo estabelecimento de novas
conquistas territoriais, entre as quais se destacam a região sul da Palestina e as
fronteiras setentrionais do Egito. Após este governo, os domínios babilônicos foram
paulatinamente conquistados pelos persas, que eram comandados pela batuta política
e militar do rei Ciro I.
Civilização Babilônica
Esta civilização desenvolveu-se desde o século XVI a. C. até ao século VI d. C. e
assemelhou-se à Civilização Suméria, que a precedeu. Tinha um carácter urbano,
apesar de se basear mais numa estrutura agrícola do que nas manufaturas. O país era
constituído por cerca de doze cidades, rodeadas por vilas.
Um monarca do tipo absolutista governava este Império, apoiando-se num vasto
conjunto de colaboradores, governadores, administradores, conselheiros e os anciãos
das cidades, encarregues de gerir a administração local.
A Babilónia alterou a sua herança suméria, moldando-a e adaptando-a à sua cultura, e
chegou a influenciar povos vizinhos, como o reino da Assíria.
Hoje são conhecidos alguns documentos da literatura da Babilónia graças ao trabalho
dos arqueólogos levado a cabo nos antigos domínios deste Império. O mais conhecido
destes documentos é o Código de Hamurábi, datado do século XVIII a. C., que em
conjunto com outros documentos permite que os estudiosos nos deem algumas
informações acerca da vida social, económica e cultural do Império da Babilónia.
A sociedade da Babilónia parece ter sido constituída por três classes de indivíduos: as
pessoas livres da classe alta (awilu), os escravos recrutados entre os prisioneiros de
guerra (wardu) e os indivíduos livres de estatuto inferior (mushkenu).
Cultura Babilônica
A cultura babilônica exerceu uma influência duradoura sobre as civilizações
subsequentes, como a grega e a romana. Dessa forma, seus avanços nas áreas da
escrita, matemática, astronomia e arquitetura foram importantes para o
desenvolvimento da civilização ocidental. Veremos a seguir, algumas das principais
características culturais da civilização babilônica:
Idioma: O império impôs o acadiano, uma língua semita, como língua oficial e para as
questões religiosas, usaram a língua suméria.
Tradição: A Babilônia é reconhecida por fazer parte da tradição bíblica e se faz alusão
a ela em muitos livros e, sobretudo, na narração da torre de Babel no Gênesis. Além
disso, é uma cidade importante na tradição do povo judeu, já que ali ocorreu “o exílio
e cativeiro da Babilônia”, levado a cabo pelos babilônicos após a tomada de Jerusalém.
Religião
-Marduk- (rei dos deuses, o mais importante no panteão babilônico). Era também
chamado de “Bel”, que significava “senhor”. Estava associado à água, ao julgamento e
à vegetação. Os babilônicos acreditavam que era Marduk o responsável pela escolha
do rei da Babilônia.
- Lahamu – representada muitas vezes como uma serpente. Era filha de Apsu com
Tiamat. Representava o lodo dos oceanos.
- Enki – deus das águas doces dos rios e lagos. Era também associado ao
conhecimento.
- Anu – deus dos espíritos, dos demônios e das constelações estelares. Era
considerado também o juiz dos deuses e dos homens.
- Sarpanitu – deusa-mãe, padroeira da Babilônia. Era também considerada a
protetora das mulheres grávidas.
Ordem moral e social: A religião babilônica, por meio de seus deuses, estabeleceu
uma ordem moral e social. Definia o que era bom e mau, quais ações eram justas ou
pecaminosas. Os reis eram frequentemente descritos como escolhidos pelos deuses,
seu governo legitimado pela vontade divina. As leis também eram vistas como
divinamente sancionadas, sendo o exemplo mais famoso o Código de Hamurábi,
apresentado como um código legal transmitido pelo deus Shamash.