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CAMPUS III
CENTRO DE HUMANIDADES
História Antiga I
2020
LEICK, Gwendolyn. Cap.10 Babilônia. In: LEICK, Gwendolyn. Mesopotâmia: a
invenção da cidade. Rio de Janeiro: imago, 2003,p. 265-293.
Babilônia
“A Bíblia e alguns autores clássicos deixaram descrições de Babilônia que foram por
centenas de anos as principais fontes de qualquer conhecimento sobre a cidade.
Relatos bíblicos da Mesopotâmia refletem claramente a memória de um povo oprimido
pelo imperialismo assírio ou babilônio. A babel da Bíblia é, portanto, sinônimo de
decadência, de insensibilidade e prepotência políticas, e de excessos da vida urbana
em geral. [...] os autores gregos [...] suas descrições de edifícios e costumes revelam
um interesse quase etnográfico totalmente ausente nós escritos bíblicos.” (P.265)
A história da Babilônia
“ babilônia não é uma das cidades mais antigas da Mesopotâmia. No quarto milênio,
o Eufrates corria mais leste e seu leito só aos poucos foi mudando na direção oeste.
[...] Existem poucas provas de que a Babilônia fosse mais do que um lugarejo antes
do período Babilônio Antigo (1800-1600). Textos muito ulteriores, como a Crônica
Babilônica ou alguns dos augúrios históricos, relatam que Sargão de Acádia tinha
destruído Babilônia e utilizado a terra da demolição para construir a sua própria
cidade. Essas narrativas são anacrônicas e foram inventadas para dar a babilônia
maior profundidade histórica [...] (P.269)
“No início do século XIV, a Babilônia era considerada uma das potências mundiais, a
par do reino mitani, dos hitatas e do Egito. [...] Era o começo de uma nova era, na qual
as distâncias entre estados territoriais começaram encolher. O uso de cavalos para
transporte tinham tornado as comunicações mais velozes e os carros de combate
puxados por cavalos permitiam que as forças armadas penetrassem mais
rapidamente em território inimigo.” (P.270)
“No começo, como em ocasiões prévias, quando povos nômades tinham começado
infiltrar-se em regiões mesopotâmias, o efeito foi sobretudo pertubador, uma vez que
os movediços e socialmente distintos recém-chegados lutavam por terras e pastagens
à custa da população sedentária, levando ao abandono de povoações rurais.” (P.275)
O império Babilônico
“Com a morte de Kandalanu, o último rei nomeado pela Assíria, a Babilônia não
adquiriu automáticamente independência e unidade. Os assírios ainda exerciam sua
influência, e os sucessores de Assurbanipal governavam, pelo menos nominalmente,
como reis da Babilônia, embora a Crônica Babilônia afirme que nenhum rei era
reconhecido nessa época. (P.278-279)
a Babilônia de Nabucodonosor
"Na Babilônia, embora os palácios também fossem muito grandes, a maior construção
era destinada inteiramente para fins cerimoniais e religiosos, e se a localizava no
próprio centro da cidade. Caracterizou a atitude mesopotâmia meridional para com a
arquitetura monumental que já observamos no quarto milênio [...] era, de fato, o maior
figurante construído na Mesopotâmia e representavam o triunfo da Babilônia sobre
seus inimigos." (P.281)
"Outro e importante projeto dos reis neobabilônios era a construção de uma
condignamente grandiosa residência real e centro administrativo, "um palácio como
sede de minha régia autoridade, um edifício para a admiração do meu povo, um lugar
de união para a terra". isso resume a função ideológica e representativa dos palácios
mesopotâmicos." (P.285)
"[...] a população era muito heterogênea. Viviam na cidade judeus e sírios, persas e
egípcios, assim como gregos. [...] a situação esteve particularmente terrível nos anos
entre 141 e 126, quando a Babilônia central foi ocupada primeiro por mitrídates I. O
país sofreu repetidas devastações em meio aos intensos combates pela posse da
cidade e da região. [...] tornou-se uma cidade provincial, com uma população cada
vez mais reduzida e bairros urbanos desertos, entregues ao abandono. " (P.293)