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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA

CAMPUS III

CENTRO DE HUMANIDADES

História Antiga I

Jackson Pedro da silva

Fichamento – Livro: Mesopotâmia: a invenção da cidade

2020
LEICK, Gwendolyn. Cap.4 Acádia. In: LEICK, Gwendolyn. Mesopotâmia: a invenção
da cidade. Rio de Janeiro: imago, 2003,p. 107-130.

"Acádia foi uma das mais famosas cidades mesopotâmicas, cuja riqueza, esplendor e
gloriosos soberania seriam recordados por milênio; e ainda tem muita coisa
identificada e escavada. Não dispomos até hoje até hoje de registro arqueológico da
existência da cidade, nem depósitos de fundações, nem arquivos, nem sepulturas,
nenhuma sequência estratificada de entulho, nenhum remanescente arquitetônico,
nada de tijolos com inscrições para identificar o local. [...] Acádia era conhecida como
o centro do mais bem-sucedido império jamais visto, o qual se estendia aos quatro
cantos do mundo. tão prestugioso era o seu nome que os reis babilônicos intitularam-
se "rei de Acádia" até o adventi do período persa. [...] os mais eminentes reis de Acádia
foram figuras de lendário renome que assumiram uma importância paradigmatica
como singularmente vitoriosos ou calamitosa. A literatura cuneiforme dobre Acádia e
seus reis é um notável exemplo de reflexividade histórica e política. " (P.107)

inscrições reais acadianas: os primeiros registros históricos?

" A maioria das fontes sobre a história do império acadiano está preservada em
plaquetas escritas cerca de quinhentos anos após os eventos, durante o período
Babilônico Antigo (c.1800-1600). são cópias das inscrições reais dos primeiros
soberanos Acádios [...] os escribas do babilônio Antigo não só copiaram fielmente as
versões originais, como também anotaram nós colofões o tipo de monumentos de
onde tinham sido copiadas. [...] as inscrições reais são interessantes não só por causa
de sua informação histo8, suas descrições de batalhas e conquistas, mas também por
sua pertinência política como instrumentos de propaganda real.[...] as primeiras
inscrições reais desenvolveram-se a partir do costume de dedicar objetos de valor a
um deus. essa era uma antiga tradiçã, como foi provado pelo rico inventário dos
tempos pré-históricos de eridu." (P.108)
O estado acadiano

"Muitas teorias têm sido formadas a respeito da mudança radical produzida pelo
estado acadiano. Foi considerado a primeira entidade política supra-regional no antigo
Oriente próximo, o primeiro governo a dinamizar a administração pública de um
extremo ao outro da Mesopotâmia, o primeiro regime a apresentar uma realeza
carismática, o primeiro a implantar o comércio internacional, e assim por diante. De
modo geral, não existem simplesmente informações suficientes para comprovar
qualquer dessas hipóteses, as quais se baseiam frequentemente numa diferença
fundamental percebida entre o "velho" mundo das "cidades-estados sumerianas" e a
nova ordem mundial do dinâmico e expansionista estado acadiano, "semitico"
centralista. [...] fato e ficção e história e historiografia tornaram-se tão entrelaćafos que
alguns mestres preferem concentrar-se por inteiro nos relativamente poucos
documentos econômicos e jurídicos do período e não levar em conta a possibilidade
de usar qualquer material posterior para um entendi entendimento do período
acadiano. (P.114)

Sargão

" o período acadiano começa oficialmente com o reinado de Sargão (2340-2284).


Acádia tornou-se a capital de um estado que acabou incorporando todas as cidades-
estados sumérias e ampliou seu poder muito mais longe [...] os escribas do período
babilônio Antigo que organizaram as coleções de inscrições reais obviamente assim
pensavam e incluíram lugakzagesi em suas antologias. Ele por certo pôs fim à
independência das cidades-estados sumérias." (P.115)

"As inscrições de Sargão foram constantemente reunidas e copiadas, e histórias sobre


seu nascimento e conquistas circularam em forma oral e também literária. muitas
dessas histórias eram inventadas para servir a determinadas circunstâncias
políticas.[...] no período Babilônio Antigo, Sargão já se tornara um modelo de herói.
Quando babilônicos compilaram uma coleção de augúrios históricos, Sargão figurou
com destaque como um "Rei bom e vitorioso", O "augúrio de Sargão" foi, portanto,
uma boa profecia, prometendo-lhe o domínio ao mundo. [...] Sargão contribuiu muito
para propagar essa versão da escrita cuneiforme e a base para inscrições feitas nesse
sistema "acadiano". (P.118)

Sucessores de Sargão

Após o longo reinado de Sargão, sucederam-lhe seus filhos, primeiro Rimush, depois
o irmão mais velho, Manishtusu. Não se sabe ao certo por quanto tempo reinaram;
provavelmente entre nove e quinze anos cada um. A morte do velho rei acenou com
uma oportunidade de as cidades-estados independentes do sul recuperarem a
liberdade.[...] Os estado sargônico apoiava-se substancialmente numa força militar
bem treinada. [...] o monumento mais importante do período é o "obelisco de
Manishtusu", um diorito negro, o qual registra a aquisição de grandes áreas de terra
na parte sententrional do país.[...] Naram-Sin tornou-se o protagonista de um grande
número de composições literárias que se originaram no período Babilônio Antigo e
logo passaram a ser clássicos populares do currículo dos escribas; eles refletem as
circunstâncias históricas e as correntes intelectuais do seu tempo. [...] Sargão é
preponderantemente descrito em termos positivos - seu nascimento e usurpação do
poder foram apresentados como decretos dividinos. (P.120-122)

“ A maldição de Agade “

[...]"A maldição de agade" expõe uma preocupação ideológica com o relacionamento


correto entre deuses e o soberano absoluto [...] tradicionalmente, como vimos em
eridu, os deuses residiam dentro de suas cidades; seus templos eram casas e
dominios, onde viviam com suas esposas, filhos e servidores. Toda noção de
urbanismo sumériano estava intimamente relacionada com essa coabitação do
humano e do divino [...] a agressão de Naram-Sin contra Ekur podia ser também vista
como uma típica fantasia palaciana, a descrição de um ato de vingança contra o
ruidoso mecanismo do templo, projetando-o num rei do passado muito admirado e
famoso pela obstinção. (P.124.129)

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