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GRÉCIA ANTIGA

Berço da civilização ocidental

A Grécia Antiga foi uma civilização pertencente ao período da Antiguidade Clássica que
compreendeu desde o Período Pré-Homérico terminando com o início da Idade Média. A
Grécia Antiga era composta por um conjunto de cidades que partilhavam a língua, os
costumes e algumas leis.

Originários dos povos aqueus, jônicos, eólios e dóricos que migraram para a península
Balcânica, os povos gregos ficaram conhecidos como helênicos, pois sua organização de clãs
se baseava na crença de que descendiam do herói Heleno.

A história da Grécia Antiga é dividida em quatro períodos: Pré-Homérico, Homérico, Arcaico


e Clássico.

Período Pré-Homérico

Iniciado com a chegada dos indo-europeus na Grécia, o período foi de aproximadamente


2000 a.C. até 1200 a.C. Esse período abrigou duas grandes civilizações no território grego.
Uma delas era formada pelos cretenses, chamada civilização minoica, e a outra era a
civilização micênica, composta pelos micênicos, também chamados aqueus.

Durante o período Pré-Homérico, a Grécia Antiga presenciou a chegada dos povos eólios,
jônios e dórios. Esses povos migraram de outras regiões para a Grécia e foram muito
importantes para a formação do povo grego.

Período Homérico

Com o fim da civilização micênica, teve início o período Homérico, que durou de 1100 a. C.
a 800 a.C. Durante esse período a Grécia Antiga viveu um retrocesso nas relações sociais e
comerciais entre os gregos, causado pelas invasões dóricas.

Esse período marcou a decadência civilizacional da Grécia Antiga, com a diminuição da


população grega, com a movimentação de povos que abandonaram os povoados para se
fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança. Além disso, houve a
perda do conhecimento da escrita, que só foi readquirida no século VIII a.C.
No período Homérico ocorreu a formação dos genos – propriedades em que grandes
famílias, descendentes de um mesmo ancestral, se mantinham unidas em torno da exploração
econômica de uma mesma parcela de terras.

Período Arcaico

Durante o Período Arcaico a Grécia Antiga experimentou o desenvolvimento cultural,


político e social. Foi nessa época que houve os primeiros avanços expressivos para a
ascensão da democracia, além disso, houve a revitalização da linguagem escrita, perdida no
período anterior.

O período Arcaico foi marcado pela construção dos primeiros templos inspirados nas
construções micênicas. Nesse período houve a aglomeração dos genos em unidades políticas
maiores, que formaram polis ou cidades-Estados.

Cada polis tinha suas leis específicas, sua forma de governo, seu modelo econômico e sua
sociedade própria e independente. As cidades-Estados possuíam uma arquitetura semelhante,
elas eram formadas por uma praça, chamada ágora, onde aconteciam as assembleias dos
cidadãos e as transações comerciais.

As ágoras eram também o local onde ficavam os juízes que julgavam os criminosos, onde se
praticavam jogos, competições e rituais em homenagem aos deuses. Elas serviam ainda para
a realização dos festivais artísticos, como os que deram origem ao teatro grego.

As cidades-Estados mais importantes da Grécia Antiga foram Atenas e Esparta, que serviram
de modelo para outras polis gregas. Atenas representou o esplendor cultural da Grécia Antiga
e por muito tempo foi o centro de comércio entre gregos.

Em sua evolução política, Atenas conheceu várias formas de governo: monarquia, oligarquia,
tirania e democracia. Já Esparta era uma cidade aristocrática, agrária e fechada às influências
estrangeiras.

Período Clássico

O Período Clássico foi marcado pelo desenvolvimento dos modelos políticos de Atenas e
Esparta. Em Atenas se instalou a democracia aristocrata, já Esparta implantou a oligarquia
militarista.

Outro aspecto marcante do período Clássico foram as Guerras Médicas entre as cidades
gregas e os persas. Com o fim das guerras, Atenas, vencedora, passou a liderar uma
organização formada por diversas cidades-Estados. Assim, a polis ateniense experimentou
um período de hegemonia e prosperidade econômica que coincidiu com o esplendor cultural
da Grécia.
Esparta também teve um momento de apogeu durante o período Clássico. Juntamente com
outras cidades-Estados, Esparta constituiu a organização chamada Liga do Peloponeso e
declarou guerra a Atenas em 431 a.C., vencendo Atenas depois de 27 anos de lutas.

O período Clássico favoreceu o desenvolvimento da filosofia, do teatro, da escultura e da


arquitetura. Boa parte da política moderna, pensamento artístico, pensamento científico,
teatro, literatura e filosofia tem origem nesse período da história antiga.

Ruínas da Ágora na cidade de Kos, na Antiga Grécia. (Foto: Wikipédia)

Política e Sociedade na Grécia Antiga

Desde o século VIII a.C., a Grécia Antiga era formada por diversas cidades independentes,
chamadas poleis. A sua organização política se dava mediante condições geográficas e
econômicas, pois a divisão em cidades-Estados possibilitava a divisão da sociedade em
pequenas unidades econômicas.

Cada polis grega definiu seu próprio sistema de governo, sua legislação, seu calendário, sua
moeda, sua própria forma político-administrativa, sua organização social e seus deuses
protetores.

Algumas poleis, como Atenas, adotavam o regime de escravidão por dívidas ou por guerras.
Outras, como Esparta, possuía poucos escravos, mas possuía servos estatais. Ambas cidades
cultivavam a oligarquia, no entanto, a Grécia Antiga experimentou outros sistemas de
governo como: monarquia, tirania e democracia.

Cultura na Grécia Antiga


A cultura grega antiga estava intimamente associada à religião e se manifestava por meio da
literatura, da música e do teatro. As manifestações artísticas eram utilizadas para homenagear
os feitos dos heróis e de sua relação com os deuses gregos que viviam no Olimpo.

Embora tivessem conflitos e diferenças entre si, muitos elementos culturais da Grécia Antiga
eram comuns nas diversas poleis. Apesar de desenvolver sotaques e dialetos diferentes, eles
tinham o idioma e a religião em comum.

Adeptos de religião politeísta e sob a influência de vários povos, os gregos adotaram diversos
deuses, constituindo o panteão de deuses, ninfas, seres humanos que ganhavam a
imortalidade e deuses que perdiam sua condição imortal.

Legado grego

Considerada berço da civilização ocidental, a Grécia Antiga deixou um legado cultural que
foi a base da cultura do mundo moderno. A cultura grega influenciou na linguagem, na
política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na
arquitetura.

Campo do desenvolvimento da democracia e da filosofia, a civilização grega exerceu


influência, sobretudo, durante o Período Renascentista da Europa ocidental e durante o
período neoclássico dos séculos XVIII e XIX, na Europa e nas Américas. Dentre os
principais artistas renascentistas, estão: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio,
Donatello e Sandro Botticelli.

Artigos Relacionados

Grécia Antiga: sociedade, política, cultura e


economia

Escrito por Juliana Bezerra

Professora de História

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Grécia Antiga é a época da história grega que se estende do século XX ao século I a.C.

Quando falamos em Grécia Antiga não estamos nos referindo a um país unificado e sim num conjunto
de cidades independentes que compartilhavam a língua, costumes e algumas leis.

Muitas delas foram até inimigas entre si como foi o caso de Atenas e Esparta.

Mapa da Grécia Antiga

Política
No Período Clássico, os gregos procuraram cultivar a beleza e a virtude desenvolvendo as artes da
música, pintura, arquitetura, escultura, etc.

Com isso, acreditavam que os cidadãos seriam capazes de contribuir para o bem-comum. Estava
lançada, assim, a democracia.

A democracia era o governo exercido pelo povo, ao contrário dos impérios que eram liderados por
dirigentes que eram considerados deuses, como foi o caso do Egito dos Faraós.

A democracia desenvolveu-se principalmente em Atenas, onde os homens livres tinham oportunidade


de discutir questões políticas em praça pública.
Sociedade
Cada polis tinha sua própria organização social e algumas, como Atenas, admitiam a escravidão, por
dívida ou guerras. Por sua vez, Esparta, tinha poucos escravos, mas possuía os servos estatais, que
pertenciam ao governo espartano.

Ambas as cidades tinham uma oligarquia rural que os governava.

Também em Atenas verificamos a figura dos estrangeiros chamados metecos. Só era cidadão quem
nascia na cidade e por isso, os estrangeiros não podiam participar das decisões políticas da polis.

Economia
A economia grega se baseava em produtos artesanais, na agricultura e no comércio.

Os gregos faziam produtos em couro, metal e tecidos. Estes davam muito trabalho, pois todas as
etapas de produção - desde a fiação até o tingimento - eram demoradas.

Os cultivos estavam dedicados às vinhas, oliveiras e trigo. A isto somavam-se à criação de animais de
pequeno porte.

O comércio ocorria entre as cidades gregas, nas margens do Mediterrâneo e afetava toda sociedade
grega. Para realizar as trocas comerciais se usava a moeda "dracma".

Havia tanto o pequeno comércio do agricultor, que levava sua colheita ao mercado local, quanto o
grande comerciante, que possuía barcos que faziam toda rota do Mediterrâneo.

Religião
Templo Partenon, dedicado à deusa Atenas, protetora da cidade de mesmo nome (CC0 Public
Domain)
A religião da Grécia Antiga era politeísta. Ao receber a influência de vários povos, os gregos foram
adotando deuses de outros lugares até constituir o panteão de deuses, ninfas, semideuses e heróis que
eram cultuados tanto em casa como publicamente.

As histórias dos deuses serviam de ensinamento moral à sociedade, e também para justificar atos de
guerra e de paz. Os deuses também interferiam na vida cotidiana e, praticamente, havia uma deidade
para cada função.

Se um grego tivesse uma dúvida em relação a qual atitude tomar, poderia consultar o oráculo de
Delfos. Ali, uma pitonisa entraria em transe a fim de tomar contato com os deuses e responderia à
questão. Como essa era dada de forma enigmática, um sacerdote se encarregaria de interpretá-la ao
cliente.

Cultura
A cultura grega está intimamente ligada à religião, pois a literatura, a música e o teatro contavam os
feitos dos heróis e de sua relação com os deuses que viviam no Olimpo.

As peças teatrais eram muito populares e todas as cidades tinham seu espaço cênico (chamado
orquestra) onde eram encenadas as tragédias e comédias.
A música era importante para alegrar banquetes civis e acompanhar atos religiosos. Os principais
instrumentos eram a flauta, tambores e harpas. Esta última era utilizada para ajudar os poetas a
recitarem suas obras.

Igualmente, os esportes faziam parte do cotidiano grego. Por isso, para celebrar a aliança entre as
diferentes polis, organizavam-se competições nos tempos de paz.

A primeira delas foi realizada em 776 a.C, na cidade de Olímpia e daí seria conhecida como Jogos
Olímpicos, ou simplesmente, Olimpíadas.

Naquela época, só os homens livres que soubessem falar grego poderiam tomar parte na competição.

Resumo da história da Grécia Antiga


A história da Grécia Antiga está dividida em cinco períodos:

● Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.)

● Homérico (séculos XII - VIII a.C.)

● Arcaico (séculos VIII - VI a.C.)

● Clássico (séculos V - IV a.C.)

● Helenístico (séculos IV - I a.C.)

Período Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.)


O primeiro período de formação da Grécia é chamado de pré-homérico.

A Grécia antiga se formou da miscigenação dos povos Indo-Europeus ou arianos (aqueus, jônios,
eólios, dórios). Eles migraram para a região situada no sul da península Balcânica, entre os mares
Jônico, Mediterrâneo e Egeu.

Acredita-se que por volta de 2000 a.C. chegaram os aqueus, que viviam num regime de comunidade
primitiva.

Depois de estabelecerem contato com os cretenses, de quem adotaram a escrita, se desenvolveram,


construíram palácios e cidades fortificadas.

Organizaram-se em vários reinos liderados pela cidade de Micenas e daí o nome Civilização Aqueia
de Micenas. Depois de aniquilarem a civilização cretense, dominaram várias ilhas do Mar Egeu e
destruíram Troia, cidade rival.
Porém, no século XII a.C., a civilização micênica foi destruída pelos dórios, que impuseram um
violento domínio sobre toda a região, arrasaram as cidades da Hélade e provocaram a dispersão da
população, o que favoreceu a formação de várias colônias. Este fato é conhecido como a 1ª diáspora
grega.

Veja também: Período Pré-Homérico

Período Homérico (séculos XII - VIII a.C.)


As invasões dóricas provocaram um retrocesso das relações sociais e comerciais entre os gregos.

Em algumas regiões surgiram o genos – comunidade formada por numerosas famílias, descendentes
de um mesmo ancestral. Nessas comunidades, os bens eram comuns a todos, o trabalho era coletivo,
criavam gado e cultivavam a terra.

Tudo era dividido entre eles, que dependiam das ordens do chefe comunitário, chamado Pater, que
exercia funções religiosas, administrativas e jurídicas.

Com o aumento da população e o desequilíbrio entre a população e o consumo, os genos começaram a


desagregar.

Muitos começaram a deixar o genos e procurar melhores condições de sobrevivência, iniciando o


movimento colonizador por boa parte do Mediterrâneo. Esse movimento que marca a desintegração
do sistema gentílico é chamado de 2ª diáspora grega.

O processo resultou na fundação de diversas colônias, entre elas:

● Bizâncio, mais tarde Constantinopla, e atual Istambul;

● Marselha e Nice, hoje na França;

● Nápoles, Tarento, Síbaris, Crotona e Siracusa, conhecidas em conjunto como Magna


Grécia, no sul da atual Itália e na Sicília.

Veja também: Período Homérico

Período Arcaico (séculos VIII - VI a.C.)


O Período Arcaico se inicia com a decadência da comunidade gentílica. Nesse momento, os
aristocratas resolvem se unir criando as fratrias (irmandades formadas por indivíduos de vários
genos).
Estas se uniram formando tribos que construíram, em terrenos elevados, cidades fortificadas
denominadas acrópoles. Estavam nascendo as cidades – Estados (pólis) gregas.

Atenas e Esparta serviram de modelo para as demais polis grega. Esparta era uma cidade aristocrática,
fechada às influências estrangeiras e uma cidade agrária.

Os espartanos valorizavam a autoridade, a ordem e a disciplina e assim, tornou-se um Estado


militarista, onde não houve espaço para a realização intelectual.

Por sua vez, Atenas dominou durante muito tempo o comércio entre gregos e, em sua evolução
política, conheceu várias formas de governo: monarquia, oligarquia, tirania e democracia. Atenas
simbolizou o esplendor cultural da Grécia Antiga.

Veja também: Período Arcaico

Período Clássico (séculos V - IV a.C.)


O início do Período Clássico foi marcado pelas Guerras Médicas, entre as cidades gregas e os persas,
que ameaçavam o comércio e a segurança das pólis.

Após as guerras, Atenas tornou-se líder da Confederação de Delos, uma organização composta por
várias cidades-Estados. Estas deviam contribuir com navios e dinheiro para manter a resistência naval
contra uma possível invasão estrangeira.

O período da hegemonia ateniense coincidiu com a prosperidade econômica e o esplendor cultural de


Atenas. Nesta época, a filosofia, o teatro, a escultura e a arquitetura atingiram sua maior grandeza.

Pretendendo impor também sua hegemonia no mundo grego, Esparta compôs com outras cidades-
Estados a Liga do Peloponeso e declarou guerra a Atenas em 431 a.C. Depois de 27 anos de lutas,
Atenas foi derrotada.

Veja mais: Esparta e Atenas.

Período Helenístico (séculos IV - I a.C.)


Anos mais tarde, Esparta perdeu a hegemonia para Tebas e durante esse período, a Grécia foi
conquistada pelos exércitos da Macedônia e foi incorporada ao Império Macedônico. Esta época ficou
conhecida como período helenístico.
No período helenístico, a cultura dos povos gregos passou a ter uma forte influência do mundo
oriental, por conta das dominações. A fusão da cultura grega com a oriental recebeu o nome de
Cultura Helenística.

A Grécia foi governada pelo imperador Felipe II e em seguida por seu filho Alexandre Magno, que
conquistou um grande império.

Grécia Antiga
Grécia Antiga formou uma das maiores civilizações da Antiguidade, legando para
a humanidade contribuições muito importantes em diversas áreas do
conhecimento.

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Grécia Antiga ou civilização grega é como conhecemos a civilização formada


pelos gregos no sul da Península Balcânica e que se estendeu por outras partes do
Mediterrâneo, além das Cíclades, pela Ásia Menor e por regiões costeiras no Mar
Negro. A história grega iniciou-se oficialmente com o período homérico, por volta
de 1100 a.C. e estendeu-se até a transformação da Grécia em protetorado romano,
em 146 a.C.

A história grega é compreendida em cinco períodos criados pelos historiadores,


sendo o clássico o momento de auge dos gregos. Nesse período houve grande
desenvolvimento das pólis, destacando-se Atenas e Esparta. Os gregos legaram à
humanidade uma série de contribuições significativas em áreas do conhecimento,
como história, filosofia, literatura, teatro etc.

Acesse também: Jerusalém – conheça a história de uma das grandes cidades da


Antiguidade

Tópicos deste artigo


1 - Períodos da Grécia Antiga
2 - Formação da Grécia
Cretenses
Micênicos
3 - Pólis
Genos, as comunidades anteriores
Formação e características da pólis
Esparta e Atenas
4 - Enfraquecimento da Grécia Antiga

Períodos da Grécia Antiga


Um dos legados deixados pela
civilização grega foram os artigos em cerâmica, como esse vaso de armazenar água.

A periodização é uma estratégia utilizada pelos historiadores para facilitar-se a


assimilação e a organização do conhecimento histórico. No caso de civilizações da
Antiguidade, como os gregos, datações aproximadas foram criadas levando-se em
consideração determinadas características ou acontecimentos que são estudados.

No caso dos gregos, a datação estipulou a divisão em cinco períodos, que são:

● Período pré-homérico (2000-1100 a.C.): período de formação do povo


grego. Marcado pela existência de duas grandes civilizações — minoica e
micênica.
● Período homérico (1100-800 a.C.): o “mundo grego” passa por uma grande
ruralização com a invasão dórica, e existem pouquíssimos registros sobre
essa fase. A vida gira em torno do genos, e há um grande recuo
civilizacional.
● Período arcaico (800-500 a.C.): marcado pelo surgimento da pólis, o modelo
da cidade-estado da Grécia. O aumento populacional leva os gregos a
mudarem-se à procura de novos locais. O alfabeto fonético surge.
● Período clássico (500-338 a.C.): período de maior desenvolvimento dos
gregos, marcado pelo florescimento da cultura grega, como a filosofia. Esse
período presenciou a rivalidade entre duas grandes cidades-estado gregas:
Atenas e Esparta.
● Período helenístico (338-136 a.C.): a Grécia foi conquistada pela
Macedônia, iniciando-se a fase da difusão da cultura grega pelo Oriente. Seu
fim ocorreu quando a Grécia converteu-se em um protetorado dos romanos.

Formação da Grécia

Os cretenses, habitantes de Creta, foram um dos povos que contribuíram na formação do povo
grego.[1]

O povo grego foi formado da mescla de povos indo-europeus que começaram a


estabelecer-se na Grécia Continental a partir de 2000 a.C. Os povos que formaram
o povo grego foram os jônios, aqueus, eólios e dórios, cada qual chegando à Grécia
em um período distinto.

● Cretenses
O avanço desses povos indo-europeus sobre a Grécia levou-os a encontrar uma
civilização estabelecida em uma grande ilha do Mar Egeu, a ilha de Creta. Esses
eram os cretenses ou minoicos, uma grande civilização que existiu entre 2000 a.C.
até cerca de 1400 a.C., quando foram assimilados pelos micênicos.

As duas grandes civilizações do período pré-homérico foram as civilizações


minoica (também chamada de cretense) e micênica. Os minoicos eram originários
da Ásia Menor e estabeleceram-se em algumas ilhas do Mar Egeu (as Cíclades),
sobretudo em Creta. Lá desenvolveram uma civilização que sobrevivia da
agricultura e do comércio.

Desenvolveram também um sistema de escrita hieroglífica (chamado Linear A),


que ainda não foi inteiramente decifrada pelos estudiosos do assunto. Acredita-se
que o uso excessivo do solo aliado à ocorrência de desastres naturais, como uma
erupção vulcânica que afetou severamente Creta, tenham sido os fatores que
levaram esse povo à decadência e à sua assimilação pelos micênicos.

Acesse também: Civilização hitita – o povo que existiu no mesmo período dos
micênicos

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● Micênicos

Os micênicos eram um dos povos indo-europeus que chegaram à Grécia no


segundo milênio a.C. Eles chamavam a si próprios de aqueus, e acredita-se que
eles chegaram à região por volta de 1600 a.C. Os aqueus expandiram-se para o sul
da Grécia, alcançando as Cíclades e a Ásia Menor (região da atual Turquia).

Nessa expansão, eles tiveram contato com os cretenses e assimilaram diversas


características da cultura deles. A expansão territorial dos aqueus e a fusão de sua
cultura com a cretense deram origem à civilização micênica, a segunda grande
civilização da Grécia no período pré-homérico.

Assim como os cretenses, os micênicos estabeleceram importantes laços


comerciais com povos da região do Mediterrâneo. Eles dominavam técnicas de
metalurgia e cerâmica, e seus centros de poder (no plural, pois se organizavam em
cidades-estado) baseavam-se em um grande palácio que abrigava um rei. Tinham
como fonte de escrita um silabário, ou seja, símbolos que representavam sílabas.
Chamada de Linear B, essa forma de escrita foi herdada da desenvolvida pelos
cretenses e representava uma forma arcaica de grego.

A partir de 1200 a.C. os micênicos entraram em decadência, e isso está relacionado


com a invasão dórica. Os dórios também eram um povo indo-europeu que chegou
ao território grego a partir de 1200 a.C., trazendo grande destruição. A cultura
micênica foi quase inteiramente destruída, e depois se estabeleceu um período de
recuo civilizacional, conhecido como período homérico.

Pólis

A cidade de Atenas foi um dos grandes modelos de pólis que existiram na Grécia Antiga.

A Grécia Antiga tinha como grande característica a pólis, que era basicamente o
seu modelo de cidade-estado. Essa estrutura de comunidade foi surgindo de
maneira gradual na Grécia ao longo dos períodos homérico e arcaico. Portanto, não
se estabeleceu de uma hora para outra, mas foi resultado de um processo lento que
se deu à medida que o modo de vida dos gregos tornava-se mais sofisticado.
● Genos, as comunidades anteriores

Com a destruição dos micênicos pelos dórios, um grande recuo civilizacional


aconteceu na Grécia. As comunidades que ali existiam ruralizaram-se, o modo de
vida tornou-se mais arcaico, a escrita foi temporariamente esquecida, e as grandes
cidades, como Micenas, deram origem ao genos.

O genos era uma pequena comunidade agrícola, na qual os seus habitantes


possuíam laços de consanguinidade e acreditavam que descendiam de um herdeiro
mítico em comum. Essa comunidade era governada por um patriarca chamado de
pater, e os membros mais próximos dele formavam a aristocracia do local.

Essa organização predominou-se durante o período homérico, mas foi perdendo


força a partir do período arcaico. Apesar de formar uma comunidade que, em tese,
era marcada pela solidariedade e coletividade, o genos foi, ao longo do tempo,
presenciando a formação de uma aristocracia que controlava as terras.

Às vezes, por questão de segurança, diferentes genos poderiam unir-se, formando


fratrias, o que reforçou a desigualdade: uma vez que grupos distintos uniam-se, a
divisão dos cargos e das terras tornava-se um problema. À medida que a população
na Grécia aumentava, o comércio reanimava-se, a moeda passava a ser utilizada, e
a fratria passava por mudanças sociais e políticas significativas.

● Formação e características da pólis

Toda essa transformação deu-se a partir do período arcaico e resultou no


surgimento da pólis. A urbanização da Grécia iniciou-se, portanto, a partir do
século VIII a.C. e fez surgir milhares de pólis por todo o território ocupado pelos
gregos (e que não se resume apenas à Grécia Continental). Entre as principais
pólis, estão Atenas, Esparta, Tebas, Corinto e Rodes.

A pólis é comumente conhecida como cidade-estado, uma vez que cada pólis
possuía ampla autonomia sobre si. As pólis eram marcadas por autonomia política,
econômica, jurídica e religiosa, e, assim, a forma de governo adotada, os principais
deuses venerados e os princípios de participação na política eram definidos por
cada cidade-estado. Exemplificando, o funcionamento de toda a sociedade
ateniense era um atributo exclusivo de Atenas, e outras cidades não tinham
autonomia nenhuma para intervir nos assuntos dessa cidade.

Isso nos ajuda a concluir que a Grécia Antiga não foi um império centralizado e
com fronteiras muito definidas, como em outros povos da Antiguidade. Esse
território e sua civilização basicamente correspondem a um espaço específico onde
diferentes comunidades reuniam entre si características em comum, como a
cultura, a religião, o idioma etc.

A pólis era uma cidade, geralmente fortificada, que possuía como principal zona a
Acrópole, construída em território elevado e que reunia os principais prédios da
cidade, como os templos religiosos. O seu posicionamento em local elevado era
estratégico, pois se pensava na defesa do local em caso de guerra.

Grande parte das pólis possuía, na Acrópole, prédios reservados para que os
homens adultos, nascidos na cidade, discutissem a política local — a Assembleia.
Essa característica, no entanto, foi tardia, uma vez que, no início, a totalidade das
pólis era aristocrática, e, portanto, somente um grupo muito pequeno tinha direito
de tal exercício.

Além disso, a existência de um centro urbano fortificado não resume a pólis


especificamente aos limites da muralha. Pequenas aldeias próximas que cultivavam
os alimentos também eram incluídas no raio de ação das pólis. Entre todas elas,
fala-se que Esparta, ao sul da Grécia, foi a maior, controlando um território de
cerca de 8500 km2|1|.

Durante esse processo de estabelecimento da pólis, a desigualdade social


aumentou-se cada vez mais. Os camponeses endividados eram obrigados a
tornarem-se escravos dos aristocratas para pagarem as suas dívidas. Assim, muitos
optaram por abandonar suas terras natais e partiram em busca de estabelecer-se em
novos locais.

Isso ficou conhecido como colonização grega, e esse acontecimento aproveitou-se


da expansão comercial dos gregos a partir do período arcaico no século VIII a.C.
Com isso, os gregos estabeleceram-se em diferentes regiões do Mediterrâneo e até
mesmo do Mar Negro. A localização das colônias gregas favoreceu mais ainda o
desenvolvimento comercial, pois criou um local de contato permanente de gregos
com outras populações que já habitavam nas proximidades de onde se instalaram
as colônias.

● Esparta e Atenas

Ruínas de Esparta, uma das principais pólis gregas e a grande rival de Atenas.

Entre todas as pólis gregas, Atenas e Esparta foram as maiores, pois acumularam
grande poderio econômico, militar e político. O auge dessas cidades ocorreu
durante o período clássico, e a história grega é marcada pela rivalidade entre elas,
que, além disso, possuíam dois modelos de pólis absolutamente distintos um do
outro.

O modelo clássico pelo qual conhecemos Atenas desenvolveu-se a partir do final


do período arcaico, portanto, no século VI a.C. No caso dessa cidade, esse modelo
desenvolveu-se por conta das tensões sociais que demandavam um sistema menos
aristocrático. O desenvolvimento ateniense proporcionado pelo crescimento
comercial gerou riqueza, mas também acentuou as diferenças sociais.
Essas diferenças geraram tensões amenizadas por meio de reformas de Sólon,
governante da cidade no começo do século VI a.C. Ele decretou o fim da
escravidão por dívidas, dividiu a cidade em quatro grupos baseados na sua renda, e
permitiu que eles participassem da Assembleia, ou seja, na tomada de decisões da
administração ateniense.

Entretanto, o grupo mais baixo desses quatro na pirâmide social não poderia
participar de outra instituição mais importante que a Assembleia — a Bulé. O
sistema de Sólon não garantiu muitas mudanças para os pobres, mas permitia a
ascensão de uma classe de novos ricos que não tinham voz no processo político de
Atenas porque não descendiam de família aristocratas.

No final desse século, Clístenes, outro governante, aprofundou as transformações


em Atenas. Ele excluiu os critérios censitários de sua organização e dividiu a
cidade por localidade, permitindo que a participação na Assembleia aumentasse.
Na prática, todo homem ateniense, maior de 18 anos, tinha direito de participar da
Assembleia. Surgia, assim, a democracia ateniense.

No entanto, esse modelo era limitado, uma vez que excluía diversos grupos que
residiam na cidade, como pessoas nascidas em outras cidades (encaradas como
estrangeiros) e as mulheres. No caso dos homens, pode-se falar que os interesses
dos ricos e aristocratas ainda prevaleciam na Assembleia (também chamada de
Eclésia).

Esparta, por sua vez, possuía um sistema diferente de Atenas, pois, se, em Atenas,
o modelo predominante era a democracia, em Esparta, o que prevaleceu foi a
oligarquia. Esparta era uma sociedade militarizada e herdeira dos dórios. Uma
pequena classe social de guerreiros possuía privilégios, participava da política e
explorava o trabalho de camponeses pobres (periecos) e dos escravos (hilotas).

A aristocracia espartana fazia de tudo para evitar transformações sociais e agia para
a manutenção desse sistema de exploração de grande parte da população.
Conhecidos como os melhores guerreiros da Grécia, os espartanos utilizavam-se da
violência para manter as “classes subalternas” dominadas. De tempos em tempos,
os guerreiros espartanos (chamavam a si de “os iguais”) organizavam caçadas para
chacinar parte da população hilota.
Os guerreiros formavam essa elite que não trabalhava e dedicava-se integralmente
à vida militar. O treinamento militar em Esparta iniciava-se na infância e estendia-
se por toda vida. A partir de determinada idade, os militares tinham o direito de
entrar na vida política. O governo da cidade era feito por dois reis, por um
conselho (Gerúsia) que cuidava das leis, e pelo Eforato — formado por cinco
membros eleitos pela Assembleia de guerreiros para um mandato de um ano,
atuando como auxiliares na tomada de decisão dos reis.

A rivalidade entre as duas cidades era intensa, mas, em um momento específico da


história grega, Atenas e Esparta abriram mão de suas diferenças e uniram-se para
lutar contra um inimigo em comum: os persas.

Leia mais: Povos da Mesopotâmia – civilizações que formaram um dos berços da


humanidade

Enfraquecimento da Grécia Antiga

Representação de soldados gregos que lutaram nas Guerras Médicas e na Guerra do Peloponeso.
O período clássico é entendido como o auge da Grécia Antiga por conta do grande
desenvolvimento intelectual e econômico que nele aconteceu. No entanto, ele
também marcou o início da decadência grega, e isso está relacionado com uma
série de guerras que aconteceram entre os séculos V a.C. e IV a.C.

Os dois grandes conflitos que abalaram a Grécia foram as duas Gueras Médicas e a
Guerra do Peloponeso. A primeira foi um conflito de persas contra gregos, em que
estes se defenderam da tentativa de expansão persa, enquanto a segunda foi um
conflito causado pelas rivalidades regionais entre Atenas e Esparta.

As Guerras Médicas aconteceram em dois momentos distintos, um no qual os


persas eram liderados por Dario, e outro em que era liderados por Xerxes. Nos dois
casos, os persas tentaram expandir seu império para a Grécia Continental, porém
foram derrotados. Na Batalha de Maratona (490 a.C.), Dario foi derrotado, e
Xerxes foi derrotado na Batalha de Plateia (479 a.C.).

Desse conflito a cidade de Atenas saiu fortalecida. Administrada por Péricles,


Atenas passou por um desenvolvimento cultural muito importante, e politicamente
a cidade tinha ganhado projeção com sua liderança na Liga de Delos. Com essa
organização adquirindo muita notoriedade, Esparta, temendo esse crescimento,
resolveu lançar-se em guerra contra ela.

Assim foi iniciada a Guerra do Peloponeso, conflito que se estendeu em três fases:

● Primeira fase: de 431 a.C. a 421 a.C.


● Segunda fase: de 415 a.C. a 413 a.C.
● Terceira fase: de 412 a.C. a 404 a.C.

Atenas saiu derrotada desse conflito, e Esparta elevou-se como a cidade dominante
na Grécia. Entretanto, um século de guerras provocou a decadência grega, uma vez
que trouxe muita destruição, morte e problemas econômicos. A partir de 371 a.C.,
Esparta foi substituída por Tebas como a maior potência grega.

Grécia Antiga
Por Pedro Eurico Rodrigues

Mestrado em História (UDESC, 2012)


Graduação em História (UDESC, 2009)

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A Grécia Antiga que conhecemos como o berço da civilização


ocidental, da democracia, do teatro ou onde viveram filósofos
como Sócrates, Platão e Aristóteles, é muito diferente do país
Grécia que conhecemos atualmente. Para os gregos antigos a
relação com o território era muito diferente do nosso conceito
atual, pois para eles onde havia um grego ali estaria a Grécia ou
Hélade como chamavam. Ser grego ou heleno significava falar o
grego, todos os que não falavam a língua, portanto, eram
considerados bárbaros, palavra que deriva de “bar-bar-bar” ou
balbucios incompreendido das línguas dos outros povos, forma
etnocêntrica de tratar os demais povos que para os gregos
antigos serviam apenas para os seguintes propósitos: comércio
de metais e alimentos, pilhagem durante as guerras e a obtenção
de mão-de-obra escravizada.
Vista do Partenon na Acrópole de Atenas. Foto: Sven Hansche / Shutterstock.com

Conteúdo deste artigo


A Geografia
Períodos da História
População
A civilização Grega
Legado grego
Mais sobre Grécia Antiga
Exercícios e questões de vestibulares

A Geografia
A Grécia Antiga pode ser dividida pelo menos em cinco partes:
Grécia continental, Grécia peninsular, Grécia Insular, Grécia
Asiática e Magna Grécia (estes dois últimos são territórios mais
longínquos que nos possibilitam perceber a migração dos gregos).
A parte continental também é chamada de península Balcânica
era composta por terras férteis banhadas pelos mares, Egeu ao
leste, Jônico a oeste e Mediterrâneo ao sul, cercadas de cadeias
montanhosas o que influenciou muito a navegação marítima em
todo o território.

A parte peninsular também é conhecida de Peloponeso, ao sul da


península Balcânica, tem como principal rio, o Eurotas, que forma
um vale cercado de montanhas. As terras eram férteis e havia
muitos minerais, o que movimentava a economia dos seus
habitantes. Mais ao sul se encontra a Lacônia, área pantanosa e
repleta de desfiladeiros onde tinham poucas áreas férteis que não
favoreceram o comércio e desencorajaram a navegação marítima.

A Grécia Insular estava situada ao longo do mar Egeu, tendo


grandes ilhas como Creta e ilhas um pouco menores, como
Rodes, Lesbos e Delos. As ilhas têm aspectos geográficos
semelhantes, muito montanhosas com vários portos naturais.

A Grécia Asiática localizada na Ásia menor, região onde


atualmente está a Turquia que os gregos conheciam como Jônia,
o lado mais ao leste do mar Egeu, tinha uma das cidades mais
conhecidas da antiguidade que era Tróia, a mesma que foi
relatada nos escritos de Homero a Ilíada e a Odisseia.

A Magna Grécia este situada no Mar Mediterrâneo ao sul da


península Itálica e na ilha da Sicília, que futuramente os colonos
gregos presentes nesta região iriam ajudar a formar a civilização
Romana.
Períodos da História
A história da Grécia Antiga pode ser entendida em cinco períodos:
Período Micênico do século XV a.C. início da expansão micênica à
até o século XII a.C. com a chegada dos povos indo-europeus; O
Período Homérico do século XII a.C. ao século VIII a.C., período
em que foi criada as obras de Homero: a Ilíada e a Odisseia;
Período Arcaico do século VIII a.C. ao século VI a.C., início da
expansão grega; Período Clássico que vai do ano 508 a.C. quando
a Democracia é estabelecida em Atenas até o ano 338 a.C.
quando a Grécia é dominada pelos macedônios; Período
Helenístico do ano 336 a.C., quando Alexandre sobe ao trono
macedônico até o fim do império no ano 323 a.C. com a morte de
Alexandre, o Grande.

População
A região da Grécia antiga é habitada por populações originárias
do sudoeste asiático há pelos menos 4000 anos a.C. e já
praticavam atividades agropastoris. Os antepassados dos gregos
só foram chegar na região por volta do fim do terceiro milênio
a.C., estes falavam uma língua indo-europeia que futuramente se
tornaria o grego e se estabeleceram na parte insular do Mar Egeu
e passaram a se misturar com os povos que ali habitavam.

Os primeiros gregos eram conhecidos como jônios e submeteram


todos os povos que ali viviam a escravidão por meio da violência.
Os jônios eram exímios militares e aprenderam muito com as
populações dominadas, construíram várias cidades fortificadas na
região e deixaram o comércio marítimo de lado. Por volta do ano
de 1580 a.C. foram expulsos da região pelos gregos aqueus
eólios e encontraram refúgio na Grécia peninsular, mais
precisamente na região que era conhecida como Ática.

Originado dos Bálcãs, os aqueus eram povos guerreiros que que


dominaram a região de Creta e área continental por volta do ano
de 1400 a.C. Os aqueus, outro grupo grego, eram também
exímios militares que se destacaram muito nas navegações
marítimas, por realizarem várias guerras com a parte oriental da
Grécia no final do segundo milênio a.C., onde está situada a
cidade Tróia. Esses conflitos serviram de inspiração aos escritos
de Homero a Ilíada e Odisseia. Os aqueus deram origem também
a civilização Micênica.

Os dórios foram os últimos gregos a se estabelecerem no


território por volta do ano 1200 a.C., e ficaram na região de Creta
e no Peloponeso, para onde trouxeram a metalurgia do ferro e a
cerâmica. Eram guerreiros, que loteavam as terras em partes
iguais e submetiam os povos conquistados à escravidão.

Essa mistura de povos indo-europeus formava então a civilização


Grega, com várias cidades-estados falando a mesma língua, mas
com especificidades na cultura e na economia.

A civilização Grega
A civilização grega se constitui como tal entre os Períodos Arcaico
e Clássico, entre os séculos VIII a.C. e VI a.C. No século VII a.C
as os gregos formaram várias póleis (plural de pólis, cidade em
grego) ao longo do Mar Mediterrâneo, e passaram a competir
com o comércio marítimo com os povos do Oriente,
principalmente os fenícios e os persas. A cidade (pólis) era
constituída basicamente de um centro urbano com uma área rural
no seu entorno. Às vezes, haviam outros povoados que
pertenciam a esta pólis. As cidades eram definidas pelas
atividades do seu povo (demos), pois suas práticas culturais, tais
como a crença em uma divindade protetora, e práticas
econômicas, tais como agricultura, mineração e comércio,
moldavam a identidade de seus habitantes.

Durante o período Arcaico da Grécia Antiga, agricultura e


pecuária eram a base da economia. As propriedades e os animais
pertenciam aos nobres que, às vezes, faziam o papel de reis,
estes controlavam não só as terras, mas o poder judiciário e o
exército. Portanto, neste período os gregos viviam em um
sistema aristocrático, ou oligárquico, pois os mais ricos detinham
o controle das decisões políticas, jurídicas e econômicas. Além
dos nobres, nesta sociedade viviam também os escravizados, que
trabalhavam nas propriedades, os trabalhadores rurais livres, os
artesãos, e os pequenos proprietários de terra.

A expansão para outros territórios fez com que os gregos se


tornassem especialistas na navegação marítima e no comércio de
artesanatos, principalmente as cerâmicas e armas, o que fez com
que eles começassem a usar moedas transações econômicas, fato
importante para economia, pois facilitou as trocas comerciais e
também para política, pois as moedas passaram a ser
particularmente emitidas nas cidades-estados.

As armas mais baratas possibilitaram que os cidadãos livres e


pequenos proprietários de terra também se armassem e
passassem a proteger as póleis. Este fato fez com que agissem
politicamente, pois começaram a reivindicar direitos junto aos
governantes das cidades. Estes pedidos geraram guerras-civis,
que levaram aos nobres convocarem os tiranos (“senhores” em
grego) a redigir leis, como na pólis Atenas, para assegurar a
estabilidade entre as classes sociais. Foi neste que contexto que
várias cidades, entre os anos 650 e 500 a.C, passaram a
desenvolver o governo do povo, “democracia”. Já em outras
cidades utilizava-se os governos aristocráticos (“governo dos
melhores”, nobres) e oligárquicos (“governo de poucos”), dando a
entender que no século VI a.C, as cidades-estados gregas eram
distintas umas das outras.

Entre as principais póleis gregas, que influenciavam todas as


outras cidades, ou seja, eram modelos a serem seguidas
figuravam Atenas e Esparta. A primeira que era voltada para o
desenvolvimento humano, pelo víeis da democracia, filosofia e
arte, e a segunda, potencializava o autoritarismo aristocrático e o
militarismo.

Legado grego
Dos gregos herdamos muitas influências em várias áreas do
conhecimento: História, Filosofia, Geografia, Literatura, Artes,
Arquitetura, Teatro, Medicina, Astronomia.

A História, foi escrita com estas palavras por Heródoto de


Halicarnasso, que viveu no século V e escreve a Obra Historia,
onde relatou vários costumes e lugares por onde passou. O termo
História vem da palavra grega “histor” que quer dizer
investigação, dando origem assim a disciplina História. Por isso,
atribui-se a Heródoto o título de pai da história.

A filosofia grega é marcada por grandes nomes como Sócrates,


Platão e Aristóteles a partir do século IV a.C, que viveram em
Atenas, produzindo a dúvida com aqueles que conversavam.
Estes criticavam as superstições, os preconceitos e todo tipo de
diferenças. Sócrates, não deixou registros escritos, e podemos
conhece-lo apenas pelos escritos de Platão e Xenofonte. Segundo
os autores, era um autêntico ateniense de vida simples, vivia
para cidade e para questionar os seus moradores. Com sua frase
célebre “Só sei que nada sei” funda o método filosófico baseado
nos questionamentos, foi base para várias ciências ao longo do
tempo, mostrando que com o acúmulo de conhecimento
passamos a saber cada vez menos, pois outras possibilidades vão
surgindo.

Já Platão era membro da aristocracia ateniense, e não poupou em


seus escritos as críticas a corrupção da política ateniense. Platão
fundou a Academia, uma escola voltada aos estudos de filosofia.
Aristóteles foi o aluno mais promissor de Platão, e após a sua
morte assumiu o controle da Academia. Anos mais tarde saiu de
Atenas e foi professor de Alexandre, filho de Felipe II rei da
Macedônia. Após Alexandre ter subido ao trono e ter dominado a
Grécia, Aristóteles regressa a Atenas onde monta o Liceu, uma
escola preparatória. Tanto Platão como Aristóteles formaram as
bases do pensamento ocidental medieval e modernos.

Leia mais:

● Filosofia grega clássica


● Filosofia pré-socrática
● Filosofia pós-socrática

Hecateu de Mileto, passou a pensar o mundo de uma forma mais


racional deixando de lado as explicações mitológicas, desta forma
tantos os fenômenos naturais como os sociais começaram a ser
explicados pelas experiências do dia-a-dia, desenvolvendo assim
a Geografia.

Um dos expoentes da Literatura, foi o poeta Homero que viveu


entre os séculos VIII e VII a.C. Coube a ele registrar da tradição
oral os poemas Ilíada e Odisseia, que contavam a guerra entre os
gregos e os troianos e as viagens de Odisseu (Ulisses), que
navegou pelo mar por dez anos antes de regressar a sua casa. As
poesias de Homero inspiraram e inspiram as formas literárias.

Leia mais:

● Literatura na Grécia Antiga


As Artes e a Arquitetura tiveram um grande desenvolvimento na
Grécia antiga. Os gregos apreciavam muito a beleza, e as
proporções das partes dos corpos nas obras de arte imprimiam
um padrão próximos a perfeição. A arquitetura, influenciada pelas
proporções, tanto em construções que usavam colunas que até
hoje aparecem em alguns prédios, bem como um sistema
ortogonal urbano, que influencia as cidades de hoje tais como
Brasília e Nova Iorque.

Leia mais:

● Arte na Grécia Antiga

O Teatro se desenvolveu primeiramente em rituais em forma de


danças para o deus Dionísio. Mesmo que posteriormente o teatro
tenha se distanciado dos temas religiosos, como o drama e
comédia, a religiosidade sempre permaneceu. Vários foram os
escritores do tetro grego, e suas peças são encenadas até os dias
de hoje: Édipo rei e Antígona de Sófocles, de Eurípedes A Medéia,
e Prometeu Acorrentado de Esquilo são as principais peças.

Leia mais:

● Teatro grego

Hipócrates foi o principal nome da medicina na Grécia Antiga. Ele


observou que as doenças eram causadas por motivos naturais,
desvinculadas dos mitos e do sagrado. Até hoje é comum que os
juramentos de formatura entre os médicos seja, o juramento de
Hipócrates, onde prometem fazer a medicina honestamente.
No campo da astronomia Tales de Mileto e Pitágoras fizeram
grandes descobertas, o primeiro sobre os eclipses e o segundo a
respeito do formato esférico dos corpos celestes.

Leia mais:

● Astronomia na Grécia Antiga

Os gregos criaram sua própria cultura, que na influência até hoje,


porém foram influenciados pelas populações do Egito e da
Mesopotâmia, portanto todos as bases que os gregos
encontraram estavam dispostas em outros povos e civilizações,
desta forma podemos verificar como o mundo antigo é repleto de
trocas culturais, onde as origens são desprovidas de exatidão e
inconclusas.

A Idade Antiga é um dos períodos da história estipulados pelos historiadores


modernos. Esse período estendeu-se de 3500 a.C., quando surgiu a escrita
cuneiforme, até o ano de 476 d.C., quando o Império Romano do Ocidente foi
desagregado com o destronamento do último imperador de Roma.

Acesse também: Quem foram os povos celtas?

Entendendo a Idade Antiga


A Idade Antiga ou Antiguidade é um período da história que, cronologicamente, teve
início por volta de 3500 a.C. Todos os períodos possuem marcos que são utilizados
como balizadores de seu início e de seu término, porém é importante sempre pontuar
que esses marcos são balizadores aproximativos e levam em consideração
acontecimentos que indicam mudanças significativas a longo prazo.

No caso da Idade Antiga, o marco inicial foi o surgimento da escrita cuneiforme, a


primeira forma de escrita da humanidade, que foi criada pelos sumérios e foi utilizada
em toda a Mesopotâmia, até por volta de 100 a.C. A tradução dessa escrita foi
realizada no século XIX e permitiu ampliar consideravelmente o conhecimento sobre
a Antiguidade.

O surgimento da escrita cuneiforme, desenvolvida pelos sumérios por volta de 3500


a.C., é considerado o marco que deu início à Idade Antiga.[1]

A Idade Antiga estendeu-se até o ano de 476 d.C., quando houve a desagregação do
Império Romano do Ocidente. Esse acontecimento marcou o fim do Império Romano
na Europa Ocidental e deu início ao processo de ocupação desse continente pelos
reinos germânicos. Isso permitiu a fusão entre a cultura latina e a cultura germânica e
deu forma à Idade Média.

Ao estudarmos a Idade Antiga, podemos referir-nos a qualquer civilização que existiu


entre 3500 a.C. e 476 d.C., embora o desenvolvimento das civilizações não seja
uniforme e cada uma tenha tido diferentes graus de sofisticação. De toda forma, o foco
no estudo da Antiguidade costuma ser as civilizações orientais e as civilizações
clássicas.

Quando falamos de civilizações orientais, estamos considerando os povos


mesopotâmicos, fenícios, hebreus, persas, egípcios, hititas e muitos outros. No caso
das civilizações clássicas, estamos nos referindo aos gregos e aos romanos. No caso
dos gregos, costumam ser incluídos os cretenses e os micênicos.
É claro que a Antiguidade vai além disso e podem ser estudadas as civilizações da
Antiguidade que existiram na Ásia, com destaque para os chineses e os indianos. No
caso do continente americano, podem ser estudadas as civilizações pré-colombianas,
como os olmecas, zapotecas, chavín etc.

O continente africano também possui suas civilizações da Antiguidade, como


cuxitas, os cartaginenses. Apesar de incluídos nas civilizações orientais, os egípcios
também eram africanos, já que, geograficamente, o Egito está localizado na África.

Acesse também: História da Grande Pirâmide de Gizé – uma das maravilhas da


Antiguidade

Principais civilizações da Antiguidade


Já vimos alguns exemplos de civilizações da Antiguidade e, nesta parte do texto,
destacaremos algumas delas. Selecionamos quatro civilizações de grande relevância
quando se estuda esse período: Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma.

● Egito Antigo

As Pirâmides de Gizé foram um dos grandes legados deixados pela civilização


egípcia.
A civilização egípcia desenvolveu-se no nordeste do continente africano, às margens
do Rio Nilo, cujas cheias proporcionavam à região um solo bastante fértil. A
existência do Nilo garantia a possibilidade de sobrevivência humana em um local
extremamente hostil: o deserto do Saara.

Ao longo das margens do Rio Nilo, uma série de comunidades, chamadas de nomos,
desenvolveram-se. Por volta de 3500 a.C., essas comunidades formaram dois reinos
conhecidos como:

● Baixo Egito,
● Alto Egito.

Acredita-se que esses reinos foram unificados em algum momento entre 3200 a.C. e
3000 a.C., e Menés colocou-se como primeiro faraó.

O Egito possuía uma monarquia teocrática e, assim, a religião tinha importância


crucial na execução do poder político. O governante, chamado de faraó, era
considerado a manifestação de um deus e tinha poderes plenos sobre as terras
egípcias. Essa civilização ficou conhecida:

● pela escrita por meio de hieróglifos,


● pela construção de grandes túmulos – as pirâmides,
● pela prática de mumificar os mortos.
● Mesopotâmia

A Mesopotâmia não representa uma civilização, mas uma região do Oriente Médio
que abrigou uma série de povos da Antiguidade. O termo “mesopotâmia” tem
origem grega e significa “terra entre rios”, uma menção ao fato de que as civilizações
mesopotâmicas estabeleceram-se nessa região localizada entre dois rios: Tigre e
Eufrates.

Entre as principais civilizações mesopotâmicas destacam-se:

● sumérios,
● acádios,
● amoritas,
● assírios,
● caldeus.

Desses, os sumérios foram os primeiros a ganhar notoriedade, formando uma


civilização mais avançada por volta de 3200 a.C. Eles desenvolveram as primeiras
cidades, criaram a escrita cuneiforme, estabeleceram governos locais, fizeram grandes
construções etc.

Outras grandes civilizações, como os amoritas, ficaram marcadas por um grande rei
chamado Hamurábi. Esse rei governava um pequeno império a partir da Babilônia e
ficou conhecido pelo Código de Hamurábi, conjunto de leis escritas que tiveram
grande influência na Mesopotâmia. Os assírios ficaram conhecidos por sua grande
violência, e os caldeus tiveram o último grande império mesopotâmico. Em 539 a.C.,
a região foi conquistada pelos persas.

Acesse também: Como ocorreu a escravização dos hebreus na Babilônia?

● Grécia

Atenas foi uma das grandes pólis da Grécia Antiga, ficando conhecida como o berço
da democracia.

Os gregos foram um dos grandes povos da Antiguidade e deixaram grandes


contribuições na política, filosofia, matemática, história e muitas outras áreas. Essa
civilização começou a desenvolver-se por meio da migração de alguns povos para o
sul da Península Balcânica, a partir de 2000 a.C.

Os gregos surgiram da fusão de povos, como:


● cretenses,
● micênicos,
● eólios,
● dórios,
● jônios.

A história grega foi dividida em uma série de períodos. O primeiro deles – o Pré-
Homérico – é marcado pela existência de duas grandes civilizações desenvolvidas por
cretenses e micênicos.

Os gregos, durante o seu Período Clássico, ficaram conhecidos por terem


desenvolvido a pólis, um modelo de cidade-estado, tendo em Atenas e Esparta os
exemplos mais marcantes. Essas foram as maiores e mais poderosas pólis da Grécia
Antiga, possuindo vastas terras e rivalizando entre si, já que possuíam diferentes
modelos de pólis e diferentes interesses.

Os atenienses possuíam um modelo democrático, que permitia a participação de


todos os cidadãos da sociedade (homens, nascidos em Atenas e filhos de atenienses),
enquanto que os espartanos adotaram o modelo aristocrático, que permitia a
participação de uma diminuta minoria de privilegiados, conhecidos como esparciatas.

A história grega ficou marcada por dois grandes conflitos:

● Guerras Médicas: contra os persas;


● Guerra do Peloponeso: guerra civil entre atenienses e espartanos.

As duas guerras enfraqueceram as pólis e permitiram que estrangeiros, como os


macedônicos, conquistassem a região.

Acesse também: Você sabe qual eram as instituições da República Romana?

● Roma Antiga

Já a civilização romana surgiu a partir de uma pequena cidade latina que se


desenvolveu na Península Itálica, no século VIII a.C. Roma foi uma das grandes
civilizações da Antiguidade e possuiu um território de grandes dimensões que se
estendia da Mesopotâmia à Europa Ocidental e da Bretanha até o norte da África.

A história romana foi dividida em três grandes períodos que são:

● o monárquico,
● o republicano,
● o imperial.
Da pequena aldeia na região do Lácio, Roma tornou-se uma gigantesca civilização
que se expandiu por meio de guerras. As marcas da presença romana, nos locais que
eles conquistaram, resistiram por um longo prazo e muitas existem até os dias atuais.

A sociedade romana era bem dividida entre patrícios e plebeus e, ao longo da


história, as desigualdades sociais levaram essas classes a entrarem em choque por
diversas vezes. Uma das grandes demonstrações dos embates entre plebeus e patrícios
pode ser encontradas nas reformas propostas pelos irmãos Graco.

A decadência romana foi iniciada a partir do século III d.C. e teve relação direta com
o enfraquecimento da economia romana. Primeiramente, o poderio de Roma sobre
suas províncias enfraqueceu, e a economia romana esfacelou-se, principalmente pela
crise do sistema de escravos, que sustentava a produção romana.

Além disso, o controle romano sobre suas fronteiras começou a declinar, e os


povos germânicos e outros bárbaros do limes começaram a penetrar no território
romano. Muitos foram agregados ao exército romano e, em troca, recebiam terras no
território. As invasões germânicas foram o evento que selou o fim do Império
Romano na Europa Ocidental.

Em 476 d.C., o imperador Rômulo Augusto foi deposto pelos hérulos, e os territórios
do Império Romano do Ocidente foram ocupados por diferentes povos germânicos. A
Idade Média estabeleceu-se dessa fusão entre a cultura latina com a cultura
germânica.

Períodos da história
Sempre que estudamos história percebemos que toda a extensão da história humana
foi dividida pelos historiadores em períodos, e essa divisão estruturou-se durante o
século XIX. A criação de períodos para o tempo histórico é uma prática antiga na
humanidade, e o historiador Jacques Le Goff já demonstra que na Bíblia existe uma
periodização proposta no livro de Daniel|1|.

Outras propostas de periodização seguiram-se ao longo do tempo até que a história


tornou-se uma área do saber profissional e uma matéria de ensino. A transformação da
história em matéria de ensino aconteceu na Europa Ocidental, na passagem do século
XVIII para o XIX, e, nesse processo, a periodização tornou-se uma ferramenta
muito útil.

Isso aconteceu, primeiramente, porque a periodização é uma ferramenta didática


muito produtiva para facilitar o ensino e a compreensão dos eventos históricos. Além
disso, essa ferramenta foi elaborada para manusear o tempo histórico como uma
sucessão de acontecimentos, que possibilitava visualizar a evolução da humanidade
ao longo do tempo.

Essa ideia não faz muito sentido atualmente, uma vez que os historiadores entendem
que a passagem de um período para outro não indica evolução ou progresso
necessariamente. Assim, entendemos que, mesmo com a mudança de um período para
o outro, atrasos ou momentos de recessão podem acontecer.

A periodização que é utilizada atualmente foi ganhando forma ao longo do tempo.


Durante o período renascentista, começou a ganhar forma a ideia que enxergava a
história europeia como marcada por três grandes períodos que seriam: Antiga (Grécia
e Roma), a Média e a Moderna (iniciada por meio da cultura renascentista).

Podemos ver que essa ideia, em partes, consolidou-se, e a periodização da história que
utilizamos faz a divisão da história em cinco grandes períodos:

● Pré-História,
● Idade Antiga,
● Idade Média,
● Idade Moderna,
● Idade Contemporânea.

Antiguidade Clássica
Por Emerson Santiago

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É conhecido como Antiguidade Clássica, Era Clássica ou ainda


Período Clássico o longo período histórico onde as civilizações
grega e romana se destacaram de modo excepcional em meio a
qualquer outra sociedade nos mais variados aspectos do
desenvolvimento humano. Tal época legou um riquíssimo
repertório de informações ao mundo civilizado de modo que a
cultura clássica é ainda considerada fundamental para a
construção de toda a cultura ocidental contemporânea.

Formalmente, foi estabelecido que o ponto inicial da Era Clássica


encontra-se no primeiro registro da poesia do grego Homero, nos
séculos VII-VIII a.C. Já o seu final localiza-se no fim da chamada
Antiguidade Tardia (300 a 600), momento em que se inicia a
Idade Média.

Em um espaço de tempo tão dilatado, a sociedade grega passou


de uma coleção de cidades-estados pouco coordenadas a
metrópole de um imenso império legado por Alexandre o Grande,
que por sua vez acaba conquistado por Roma e finalmente se
torna o centro do Império Bizantino. A língua grega representava
o que a língua inglesa é atualmente, um idioma amplamente
conhecido pelos mais diversos povos, servindo para a difusão e
troca de informações. Jesus teria algum conhecimento de grego;
os livros do Novo Testamento (de acordo com a maioria dos
pesquisadores) foram originalmente escritos em grego; decretos,
avisos, sinais, livros, mesmo moedas das mais diferentes terras
carregavam inscrições em grego, do Afeganistão ao Sudão, da
península arábica às atuais Geórgia e Armênia.

Não bastasse isso tudo, as polis gregas produziram uma


quantidade absurda de intelectuais das mais diversas áreas do
conhecimento, e que em muitos casos, foram os iniciadores de
determinado seguimento. São grandes exemplos Sócrates,
Platão, Aristóteles, Demócrito e vários outros na filosofia;
Heródoto na história; Anaximandro na geografia; Hipócrates na
medicina; Ésquilo, Sófocles e Eurípedes no teatro; Apeles na
pintura; Fídias na escultura; Arquimedes na matemática;
Aristarco, Eratóstenes e Hiparco na astronomia, e a lista se
prolonga em centenas de nomes de destaque em vários setores
do conhecimento humano.

Roma, por sua vez, absorveu muito do legado intelectual da


civilização grega, e soube difundir tal cultura entre os diferentes
povos que conquistou. Ao contrário dos gregos, o espírito romano
era mais pragmático, concentrado no domínio de territórios e no
poder, e apesar de não ter produzido tanto quanto os gregos,
soube legar muitos de seus valores, com destaque para a língua
latina, que com o tempo originou dezenas de novas línguas ao
longo da Europa ocidental. O próprio alfabeto utilizado para
escrever tal língua é hoje utilizado por 2/3 da humanidade para
registrar idiomas em todos os continentes; merece destaque
ainda o direito romano, cujas raízes ainda influenciam o sistema
normativo de vários países, entre eles o Brasil.

ROMA ANTIGA

Postado por Jessica Alves em 07/02/2019 e atualizado pela última vez em 21/07/2020

Um dos maiores impérios


A Roma Antiga corresponde a uma Civilização Itálica que teve origem no século VIII a. C.
Essa região que no inicio era uma pequena aldeia tornou-se um dos maiores impérios no
mundo antigo.

A origem da Roma Antiga

A História Antiga abrange o contexto de Roma. A origem da cidade também está baseada na
mitologia. De acordo com a lenda o que levou a fundação foi quando Eneias, chefe troiano,
fugiu dos gregos após eles invadirem Troia. Eneias foi para a Itália e no local ele casou com a
filha de um rei latino.

Com base na mitologia, os descendentes de Eneias, os gêmeos Rômulo e Remo foram


atirados no rio Tibre, por Amúlio, o rei da cidade. No entanto, eles foram salvos por uma loba
que os amamentaram e, após isso, camponeses criaram as crianças. Na fase adulta Rômulo e
Remo voltaram para Alba Longa e tiram Amúlio do trono. Com isso, fundaram Roma em 753
a.C.

O período da Monarquia

O período da Monarquia vai desde 753 a 509 a. C. Nessa época a sociedade da Roma Antiga
era constituída por quatro grupos: patrícios, plebeus, clientes e os escravos.

Os grandes grupos sociais da Roma Antiga


Como citado na fase da monarquia já havia a divisão entre patrícios, plebeus, clientes e os
escravos. Os primeiros eram aquele que faziam parte da classe nobre e eram proprietários de
terras. Eles eram cidadãos romanos e a menor classe que formavam a sociedade romana. Eles
eram os únicos a usufruírem de benefícios políticos.

Outra classe que formavam a Roma Antiga era a dos plebeus. Esses, por sua vez, eram
comerciantes, camponeses e artesãos. Os plebeus eram povos oriundos de cidades
conquistadas pelos romanos. Embora fossem pessoas livre, eles não tinham direitos de
cidadãos como os plebeus.

O coliseu de Roma construído no em 72 d.C. (Foto: Pixabay)

Já os clientes, dizem respeito, aos prestadores de serviços. Por sua vez, os escravos eram
aqueles que realizavam trabalhos e não tinham quase nenhum direito, apenas os seus donos.
Era comum pessoas que perdessem guerras ou tivessem com dívidas tornarem-se escavas. No
entanto, quem crianças que tinham mães escravas, também era convertida à escravidão.

Obs.: é importante mencionar que na Roma antiga a escravidão não era baseada
em cor.

A era da República

A República na Roma Antiga iniciou em 509 a. C., após o rei Tarquínio ser expulso da cidade
pelos plebeus e patrícios.

As instituições sociais e econômicas durante a Roma Antiga fortaleceram-se e a cidade


expandiu o território. A Roma Antiga nessa época passou a ser uma das civilizações mais
poderosas do mudo antigo e o Senado começou a governar.

Era tarefa dos magistrados, ou seja, os responsáveis pelas decisões do Senado, exercerem
atividades como: a cobrança de impostos, julgar crimes, como também vigiar os costumes
públicos. Os patrícios eram quem conduziam as decisões políticas e também constituíam
parte do Senado. Eles ainda organizavam as pautas públicas de maneira que desfrutassem ao
máximo de privilégios.

Os plebeus, por outro lado, não tinham o direito de intervir nas decisões do Senado. Contudo,
eram essenciais para o exército de Roma. Conscientes disso, eles passaram a lutar pelos
direitos e conseguiram alguns, como: os tribunos da Plebe, a Lei das Doze Tábuas e as
eleições dos magistrados.
Um das conquistas: os tributos da Plebe

Os tribunos da plebe chamado também como tribuno plebeu ou de tribuno do povo foi uma
conquista que viabilizou o primeiro cargo para o plebeus. Por meio desse estabelecimento, os
magistrados poderiam vetar qualquer decisão que prejudicasse a classe.

Outro fato era que os plebeus tinham o direito de reivindicar as medidas do Senado, assim
como incluir seus direitos nas leis de Roma. A história aponta que em 493 a. C., foi
instaurado o primeiro tributo.

O que era a Lei das Doze Tábuas

Não apenas os tribunos da Plebe, mas outra importante conquista dos plebeus foi a Lei das
Doze Tábuas. Ela diz respeito a normas escritas válidas para patrícios e os plebeus. Antes da
Lei das Doze Tábuas representantes dos patrícios e os pontífices mantinham as normas em
segredo, no intuito de se beneficiarem. Além disso, antes as leis romanas eram contra a plebe
e, por conta disso, em 462 a.C., o plebeu Terentílio exigiu que fosse publicado um código
oficial e legal.

Em síntese, com a Lei das Doze Tábuas os plebeus conseguiram ter conhecimento das leis
escritas de modo que impedissem prejuízos à classe. Por outro lado, os patrícios no início
resistiram a medida, contudo as novas normas foram estabelecidas e colocadas no Fórum
Romano.
Outra conquista: as eleições dos magistrados

Outra conquista dos plebeus foi a eleição dos magistrados em 362 a. C. Esse episódio
estabeleceu a eleição do primeiro cônsul dos plebeus.

A crise da República

A Roma Antiga na era da República foi marcado por muitos conflitos sociais e pela
instabilidade política. Não existe uma data que marque quando começou, assim como o
principal fator que motivou a crise na República romana. Contudo, violências contra os
escravos, reformas agrárias e guerras internas e externas contribuíram com o processo.

Para organizar a política administrativa generais do exército fracionaram o poder de Roma,


foram eles: Júlio César, Pompeu, o Grande e Marco Licínio Crasso, os três formaram o
Primeiro Triunvirato (60 a.C a 53 a. C.).

Depois que Júlio César foi assassinado criou-se o Segundo Triunvirato (43 a.C a 33 a.C.)
composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido.

O início do Império Romano


O Império Romano foi formado quando Otávio Augusto (27 a.C. a 14 d.C) foi posto no
poder, tornando-se o primeiro César. Após a morte dele, quatro dinastias de imperadores
assumiram o poder da Roma Antiga, em um período conhecido como Alto império (27 a. C. a
235 d.C).

O quadro abaixo mostra as quatro dinastias e os nomes de quem fazia parte delas.

Primeira Segunda Terceira Quarta

Dinastia Júlio- Dinastia Flaviana Dinastia dos Dinastia dos


Claudiana Antoninos Severos

Tibério; Vespasiano; Nerva; Sétimo Severo;


Calígula; Tito; Trajano; Caracala;
Nero; Domiciano. Adriano; Macrino;
Cláudio. Marco Aurélio; Heliogábalo;
Cómodo; Severo Alexandre.

A queda do Império Romano

Roma possuía uma vasta extensão territorial, no entanto, a administração pública não foi
capaz de organizar a civilização de forma ordenada, pois realizaram algumas ações como o
abuso de autoridade e poder.
Em razão da ruim administração política, O Império Romano chegou ao fim, principalmente
por motivos como: a falta de escravos, o aumento de impostos e, principalmente, pela invasão
dos povos bárbaros a Roma Antiga.

O Império Romano sofreu divisão após a morte do imperador Teodósio em 395. Os filhos
dele, Honório e Arcádio assumiram cada uma região. O primeiro ficou com Império Romano
do Ocidente e o segundo com Império Romano do Oriente.

A capital do Império Romano era Constantinopla. A região foi invadida pelos turcos que a
conquistaram em 1453. Esse momento é marcado na história como o fim da Idade Média e o
início da Idade Moderna.

Em razão de ataques de bárbaros assim como falta de organização política, Império romano
caiu. O último a administrá-la foi Rômulo Augusto.
No século IV a.C., Alexandre, o Grande, rei da Macedônia e da Grécia, tornou-se responsável por
expandir o território dos gregos pelo Oriente.

O enfraquecimento dos gregos permitiu que os macedônios, um povo influenciado


pela cultura grega, mas não reconhecidos como gregos, ganhassem força e
conquistassem toda a Grécia em 338 a.C. Os macedônios eram liderados por Filipe
II, mas, dois anos depois, esse rei faleceu, sendo sucedido por seu filho, Alexandre.

Alexandre realizou grandes feitos à frente dos macedônios. Em 13 anos de reinado,


ele expandiu seu império por regiões muito vastas, alcançando e conquistando
locais como o Egito e a Pérsia. Após a sua morte, o império macedônico foi
dividido em diferentes partes, e, tempos depois, em 136 a.C., a região da Grécia foi
assimilada pelos romanos.

Roma Antiga

Escrito por Juliana Bezerra

Professora de História
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A cidade de Roma nasceu como uma pequena aldeia e se tornou um dos maiores impérios da
Antiguidade.

Situada na Península Itálica, centro do Mediterrâneo europeu, Roma era o centro da vida política e
econômica da região.

Fundação de Roma
A fundação de Roma está envolta em lendas. Segundo a narrativa do poeta Virgílio, em sua obra
Eneida, os romanos descendem de Enéias, herói troiano, que fugiu para a Itália após a destruição de
Troia pelos gregos, por volta de 1400 a.C.

Segundo a lenda, os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Enéias, foram jogados no rio Tibre,
por ordem de Amúlio, usurpador do trono.

Detalhe da pintura de Rubens que retrata Rômulo e Remo amamentados por uma loba

Amamentados por uma loba e depois criados por um camponês, os irmãos voltam para destronar
Amúlio.

Os irmãos receberam a missão de fundar Roma, em 753 a.C. Rômulo, após desentendimentos,
assassinou Remo e se transformou no primeiro rei de Roma.

Na realidade, Roma formou-se da fusão de sete pequenas aldeias de pastores latinos e sabinos situadas
às margens do rio Tibre. Depois de conquistada pelos etruscos chegou a ser uma verdadeira cidade-
Estado.

Saiba mais sobre a lenda de Rômulo e Remo.

Monarquia Romana (753 a.C. a 509 a.C.)


Na Roma monárquica, a sociedade era formada basicamente por três classes sociais:

● os patrícios, a classe dominante, formada por nobres e proprietários de terra;

● os plebeus, que eram constituídos por comerciantes, artesãos, camponeses e pequenos


proprietários;

● os clientes, que viviam da dependência dos patrícios e os plebeus, e eram prestadores de


serviços.

Na monarquia romana, o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa.

Era assistido pela Assembleia Curiata, que estava formada por trinta chefes de famílias do povo. Sua
função mudou ao longo dos séculos, mas eram responsáveis por elaborar leis, recursos jurídicos e
ratificar a eleição do rei. Em certos períodos a Assembleia Curiata deteve mais poder que o Senado.

O Senado, composto pelos patrícios, assessorava o rei e tinha o poder de vetar as leis apresentadas
pelo monarca.

As lendas narram os acontecimentos dos sete reinados da época. Durante o governo dos três últimos,
que eram etruscos, o poder político dos patrícios declinou.

A aproximação dos reis com a plebe descontentavam os patrícios. Em 509 a.C., o último rei etrusco
foi deposto e um golpe político marcou o fim da monarquia.

República Romana (509 a.C. a 27 a.C.)


A implantação da república significou a afirmação do Senado, o órgão de maior poder político entre
os romanos. O poder executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas pelos patrícios.

A república romana foi marcada pela luta de classes entre patrícios e plebeus. Os patrícios lutavam
para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo os plebeus sob
sua dominação.

Entre 449 e 287 a.C. os plebeus organizaram cinco revoltas que resultaram em várias conquistas:
Tribunos da plebe, Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuleia. Com essas medidas, as duas
classes praticamente se igualaram.

Saiba mais sobre a República Romana.


A Expansão Romana

Durante a Guerra Púnica foram utilizados elefantes como animais de combate

A primeira etapa das conquistas romanas foi marcada pelo domínio de toda a Península Ibérica a
partir do século IV a.C.

A segunda etapa foi o início das Guerras de Roma contra Cartago, chamadas Guerras Púnicas (264 a
146 a.C.). Em 146 a.C. Cartago foi totalmente destruída. Em pouco mais de cem anos, toda a bacia do
Mediterrâneo já era de Roma.

Crise da República
Na República romana, a escravidão era a base de toda produção e o número de escravos ultrapassava
os de homens livres. A violência contra os escravos causou dezenas de revoltas.

Uma das principais revoltas escravos foi liderada por Espártaco entre 73 a 71 a.C. À frente das forças
rebeldes, Espártaco ameaçou o poder de Roma.

Para equilibrar as forças políticas, em 60 a.C., o Senado indicou três líderes políticos ao consulado,
Pompeu, Crasso e Júlio César, que formaram o primeiro Triunvirato.

Após a morte de Júlio César, foi instituído o segundo Triunvirato constituído por Marco Antônio,
Otávio Augusto e Lépido.

As disputas de poder eram frequentes. Otávio recebeu do senado o título de Prínceps (primeiro
cidadão) foi a primeira fase do império disfarçado de República.

Império Romano (27 a.C. a 476)


Mapa dos territórios dominados pelo Império Romano por volta de 70 d.C.

O imperador Otávio Augusto (27 a.C. a 14) reorganizou a sociedade romana. Ampliou a distribuição
de pão e trigo e de divertimentos públicos - a política do pão e circo.

Depois de Augusto, várias dinastias se sucederam. Entre os principais imperadores estão:

● Tibério (14 a 37);

● Calígula (37 a 41);

● Nero (54 a 68);

● Tito (79 a 81);

● Trajano (98 a 117);

● Adriano (117-138);

● Marco Aurélio (161 a 180).

Leia também: Império Romano e Imperadores Romanos.

Decadência do Império Romano


A partir de 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados, cujo principal
objetivo era combater as invasões.

Do ponto de vista político, o século III caracterizou-se pela volta da anarquia militar. Num período de
apenas meio século (235 a 284) Roma teve 26 imperadores, dos quais 24 foram assassinados.

Com a morte do imperador Teodósio, em 395, o Império Romano foi dividido entre seus filhos
Honório e Arcádio.
Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, capital Roma, e Arcádio ficou com o Império
Romano do Oriente, capital Constantinopla.

Em 476, o Império Romano do Ocidente desintegrou-se e o imperador Rômulo Augusto foi deposto.
O ano de 476 é considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade para a Idade Média.

Da poderosa Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria até 1453.

Curiosidades
● Devido à expansão territorial, durante o império, os romanos passaram a representar 25% da
população mundial.

● Os canhotos eram vistos como pessoas de má-sorte e não confiáveis. Esta crença
permaneceu até pouco tempo, quando as crianças eram obrigadas a escrever com a mão
direita.

● Os romanos prezavam muito pela higiene. As classes abastadas tinham água encanada em
casa e os pobres possuíam fontes perto de suas residências. Igualmente, iam regularmente
aos banhos públicos.

● A urina era aproveitada para diversos fins por conta do ácido e outros componentes: usavam
para clarear os dentes, lavar a roupa e fazer moedas.

RESUMO SOBRE A
ROMA ANTIGA
Admin10/07/1912 Comentários2134 Views
Resumo sobre a Roma Antiga

A Roma Antiga foi uma civilização da Itália que surgiu no século VIII a.C,
localizada ao longo do mar Mediterrâneo e tinha como centro a cidade de
Roma, na península Itálica. Posteriormente, essa civilização se expandiu e se
tornou um dos maiores impérios do mundo antigo.

Você já ouviu falar sobre a Roma Antiga? Essa matéria é bastante frequente nas
questões do ENEM e de outros vestibulares. Pensando nisso, o Beduka preparou
um Resumo sobre a Roma Antiga para você se preparar melhor para as questões
de história do ENEM.

Não deixe de conferir as questões de vestibular sobre a Roma Antiga.

Se quiser ir diretamente para alguma parte do texto, clique em algum dos tópicos
abaixo:

● Resumo da Lenda da Fundação da Roma Antiga


● Monarquia Romana (753 a.C. a 509 a.C.)
● República Romana (509 a.C. a 27 a.C.)
● O Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.)

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do Brasil!

Resumo da Lenda de Fundação da


Roma Antiga

A lenda da fundação da cidade de Roma conta que os gêmeos Rômulo e Remo,


nascidos de Reia em 771 a.C., foram jogados no rio Tibre, por ordem do então rei
de Alba Longa, Amúlio – tio de Reia – que havia usurpado o trono e queria
assassinar todos os possíveis herdeiros.
O cesto onde os garotos estavam encalhou próximo onde atualmente é a cidade de
Roma. Eles foram encontrados por uma loba, que os amamentou o que possibilitou
que os garotos escapassem da morte. Mais tarde, um pastor encontrou os dois
bebês e cuidou de ambos até a idade adulta.

Depois de adultos, ambos os irmãos fundaram uma cidade nesta mesma região
onde foram encontrados e criados. Após um desentendimento entre os irmãos,
Rômulo assassinou seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma.
Apesar da origem “lendária”, naquela região haviam povos extremamente bem
desenvolvidos.

Monarquia Romana (753 a.C. a 509


a.C.)

Durante a monarquia romana, a sociedade era formada por três classes sociais:

● Patrícios: a classe dominante, que era constituída por nobres e


proprietários de terra;
● Plebeus: constituídos por comerciantes, artesãos, camponeses e
pequenos proprietários;
● Clientes: viviam da dependência dos patrícios e dos plebeus, e eram
prestadores de serviços.

O rei executava as funções judicial, executiva e religiosa. Os principais órgãos


durante a monarquia romana foram:
● Assembleia Curiata: que era constituída por trinta chefes de famílias do
povo e tinha por função a elaboração de leis, recursos jurídicos e
ratificação da eleição do rei.
● Senado: composto pelos patrícios, era responsável por assessorar o rei
e tinha o poder de vetar as leis propostas pelo monarca.

Resumo dos principais reis da Roma Antiga

Rômulo governou entre 753 e 716 a.C. Depois dele, Roma teve outros seis reis. São
eles:

● Numa Pompílio (716 a 673 a.C.): foi o responsável pelo primeiro


sistema de leis romanas, pela elaboração do primeiro calendário da
cidade e pela organização dos ofícios religiosos. Por conta da “reforma
religiosa”, os romanos consideraram que a cidade viveu uma época de
paz e prosperidade, garantindo a Numa Pompílio um grande
reconhecimento após sua morte;
● Túlio Hostílio (673 a 641 a.C.): foi o responsável por levar Roma à
primeira expansão territorial, conquistando territórios adjacentes. Túlio
também organizou o primeiro exército romano, assim como a vitória e
destruição de Alba Longa;
● Anco Márcio (641 a 616 a.C.): foi responsável por um período de paz,
apesar dos embates com as cidades de Ficana e de Politorium durante
seu governo. Márcio cedeu terras do monte Aventino aos derrotados
dessas cidades, criando o primeiro núcleo da plebe romana;
● Tarquínio Prisco (616 a 578 a.C.): Prisco manteve o processo de
expansão territorial, fomentou o comércio com as cidades próximas e
foi responsável pela drenagem dos pântanos da região em volta da
cidade, além de algumas reformas estruturais que garantiram o
crescimento da cidade;
● Sérvio Túlio (578 a 534 a.C.): Foi responsável por reorganizar o
exército romano, que agora era dividido em centúrias, cem homens
liderados por um centurião, e por promover a primeira reforma social,
dividindo os romanos por classes, de acordo com a renda de cada um.
Ele também levantou a primeira muralha em volta de Roma, garantindo
a defesa da cidade;
● Tarquínio, o Soberbo (534 a 509 a.C.): Até promoveu novas obras
estruturais na cidade, mas confiscou inúmero bens de famílias
romanas influentes, fazendo com que seu reinado fosse a ruína da
Monarquia e a principal causa do estabelecimento da República
Romana.

República Romana (509 a.C. a 27


a.C.)

A fundação da república reafirmou o Senado, que era o órgão de maior poder


político entre os romanos. O poder executivo ficou nas mãos das magistraturas,
que eram ocupadas pelos patrícios.

A principal característica da república romana é a luta de classes entre patrícios,


que lutavam para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e
econômicos, e plebeus, que não queriam mais ser dominados.

Durante os anos de 449 e 287 a.C., cinco revoltas foram organizadas pelos
plebeus e que alcançaram vários resultados que fizeram com que as duas
classes praticamente se igualassem, tais como:

● Tribunos da plebe;
● Leis das XII tábuas;
● Leis Licínias;
● Lei Canuleia.
O Império Romano (27 a.C. a 476
d.C.)

O império sucedeu a república, onde agora todo poder político era centrado no
imperador, e o Senado apenas apoiava seu poder. O império se expandiu
expressivamente e, até 117 d.C., cerca de seis milhões de quilômetros quadrados
estavam sob o governo do império romano.

O império possuía aproximadamente seis milhões de habitantes, sendo que um


milhão habitava a cidade de Roma. Um dos aspectos essenciais para o sucesso do
império era o exército, que fez com que Roma expandisse seu poderio até o
Mediterrâneo.

Política do Pão e Circo

À medida que os centros urbanos cresciam, os problemas sociais também


surgiram em Roma. O alto número de escravos fez com que o desemprego
aumentasse sobremaneira na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus
serviços. Esse grande número de desempregados foi para as cidades romanas
buscando empregos e melhores condições de vida.
Temendo uma revolta dos desempregados, o imperador criou então a chamada
política do Pão e Circo.

Esta se baseava em oferecer alimentação e diversão aos cidadãos romanos.


Durante quase todos os dias aconteciam lutas de gladiadores nos estádios (o mais
famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta maneira, a
população carente se distraía e se esquecia de seus problemas, diminuindo as
chances de revolta.

Resumo da Cultura da Roma Antiga

A cultura romana sofreu bastante influência dos gregos. Os romanos se basearam


na cultura grega em muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega. A língua
falada era o latim, que se espalhou por todo o império na Idade Média, originando
línguas como português, francês, italiano e espanhol.

Os balneários romanos eram locais bastante frequentados por senadores e


membros da aristocracia romana. Eles usavam estes locais para discutirem
política e aumentar seus relacionamentos pessoais.
A mitologia romana era utilizada para explicar a realidade que os romanos não
conseguiam explicar de maneira científica. A mitologia também explicava a
origem do povo e da cidade que deu origem ao império, como vimos acima a lenda
de Rômulo e Remo.

Características do Império Romano

● Estritamente comercial;
● Escravizava os povos conquistados;
● O controle das províncias era responsabilidade de Roma;
● Politeísta, ou seja, acreditavam em muitos deuses;
● O governante tinha cargo vitalício;
● A expansão territorial acontecida através de conquistas ou golpes
militares.

Divisão do Império Romano

A crise econômica no Império fez com que o número de impostos diminuíssem


drasticamente. Essa redução gerou um grande declínio no número de
funcionários do Estado, tornando a administração cada vez mais difícil,
especialmente nas províncias mais distantes de Roma.

Numa tentativa de reparar essa situação, o imperador Diocleciano dividiu o


império em dois: o Ocidente, com capital em Roma, e o Oriente, com capital em
Bizâncio, às margens do mar Negro.
Tanto no Ocidente quanto no Oriente havia um imperador, que tinha o título de
Augusto, e um outro governante para as regiões mais distantes, com o título de
César, sendo no total quatro governantes para todo o império. Por esse motivo,
essa forma de divisão foi chamada de Tetrarquia.

No início do século IV, o imperador Constantino reunificou o Império. Entretanto,


como havia um risco iminente de invasão na parte ocidental, o imperador
transferiu a capital para Bizâncio, que era mais rica e mais protegida, renomeando
a cidade para Constantinopla.

Durante o século IV, o Império permaneceu unificado, com sua capital em


Constantinopla. No final do século, o imperador Teodósio estabeleceu a divisão
definitiva: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano
do Oriente, também chamado de Império Bizantino, com capital em
Constantinopla.

Aprenda mais sobre o que foi a Idade Média.

Queda do Império Romano

As principais causas do declínio do Império Romano foram:

● Dificuldade de administração: o império era muito grande e havia


complicações no controle e gestão da corrupção que o aniquilou;
● Invasões bárbaras: o exército precisou proteger o império das
investidas de povos como os godos, hunos e germânicos;
● Elevados impostos: o estado tinha elevado custo para manter a
construção das obras rotineiras. Esse fator aumentou significativamente
as taxas cobradas da população;
● Escassez de escravos: a redução das batalhas por conquistas de
novos territórios prejudicou o sistema de renovação de escravos.

Resumo dos principais imperadores da


Roma antiga

● Otaviano Augusto: primeiro imperador de Roma. Foi responsável por


acrescentar muitos territórios ao império;
● Cláudio: foi responsável por conquistar parte da Grã-Bretanha;
● Nero: considerado excêntrico e louco, assassinou sua mãe e sua irmã, e
condenou um grande número de cristãos à morte;
● Tito: ficou o responsável por destruir o templo do Rei Salomão;
● Trajano: considerado um grande conquistador, fez com que Império
Romano atingisse a maior extensão durante seu governo;
● Adriano: ordenou a construção uma muralha com seu nome, a Muralha
de Adriano, ao norte da Grã-Bretanha, que tinha por objetivo conter os
bárbaros;
● Diocleciano: foi o responsável por dividir o império em duas partes:
oriental e ocidental;
● Constantino: proibiu a perseguição aos cristãos e uniu novamente o
império, escolhendo Bizâncio como capital. Renomeou a cidade de
Constantinopla;
● Rômulo Augusto: foi o penúltimo imperador de Roma;
● Constantino XI: foi o último imperador do Império Romano Oriental.
Morreu defendendo a cidade contra o ataque dos turcos.

Além de conferir esse Resumo sobre a Roma Antiga, você pode testar seus
conhecimentos de História e de outras matérias respondendo algumas questões
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Roma Antiga

Posicionada na região central da Península Itálica, a cidade de Roma deu


origem a uma das mais importantes civilizações e influenciaram os valores
do mundo ocidental contemporâneo. De sua longa trajetória histórica e dos
valores de sua cultura, herdamos várias línguas, concepções estéticas,
instituições e formas de governo que se tornaram grandes referenciais na
contemporaneidade.

Além de formarem uma cultura bastante complexa, os romanos formaram


um grande império que marcou a história política e militar da antiguidade.
Com seu extenso processo de conquistas transformaram a mítica cidade
dos irmãos Rômulo e Remo em um amplo território que dominou a
península Ibérica e Itálica, grande parte do litoral norte da África e parte da
Ásia Menor.

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Ao longo de sua trajetória política, Roma experimentou diferentes formas de
governo. Primeiramente organizou em um regime monárquico que se
estendeu desde os tempos originais, até o século VI a.C.. Entre os séculos
VI a.C. e I a.C., Roma inaugurou um novo regime político que descentralizou
as esferas do poder: a República. Durante a República é onde observamos
a ascensão do Senado romano, que era encarregado pelas questões
legislativas, administrativas e militares do governo.

Nos séculos III a.C. e II a.C. o conflito militar com os cartagineses inaugurou
um processo de expansão territorial que transformou profundamente a
sociedade romana. A mão-de-obra escrava e o comércio com as regiões
dominadas figuraram entre os novos traços da fase imperial que foi do
século I a.C. até o século IV a.C.. Entre os povos subjugados pelos
romanos, damos especial destaque aos judeus que infiltraram os valores do
cristianismo primitivo com o império.

Nessa última fase de sua história, o discurso igualitário da doutrina cristã, a


ameaça das invasões bárbaras, as disputas internas em torno do governo e
a falta de escravos foi responsável por mudanças que conduziram o império
à crise. Com a corrosão das bases sócias, políticas e econômicas que
sustentaram o império, Roma transformou-se em uma série de pequenos
reinos que mais tarde fariam parte do mundo medieval.

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"Roma, atual capital da Itália, é o centro de onde emergiu um dos mais extensos impérios
constituídos durante a Antiguidade. Fixada na porção central da Península Itálica, esta
cidade foi criada no século VIII a.C. e contou com diferentes influências culturais e étnicas.
Antes de falarmos sobre a criação da civilização romana, devemos assinalar os diversos
povos que contribuíram para a sua origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios,
latinos, sabinos, samnitas e gregos.

Antes da criação da cidade de Roma, os etruscos se destacavam como uma das principais
civilizações da porção central da Península Itálica. Os territórios etruscos alcançavam
porções do Lácio e da Campanha. Cerca de doze centros urbanos eram ali distribuídos,
estabelecendo uma economia bastante estruturada em razão das intensas atividades
comerciais. Esse desenvolvimento se deu também em virtude das boas relações firmadas
com os fenícios, fixados na porção norte do continente africano.
A criação de Roma é conhecidamente marcada pela lenda envolvendo os irmãos Rômulo e
Remo. Segundo a história descrita na obra Eneida, do poeta Virgilio, o povo romano é
descendente do herói troiano Eneias. Sua fuga para a Península Itálica se deu em função
da destruição da cidade de Troia, invadida pelos gregos em 1400 a.C.. Após sua chegada,
criou uma nova cidade chamada Lavínio. Tempos depois, seu filho Ascânio criou o reino de
Alba Longa.

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Neste reino ocorreu o enlace entre o deus Marte e a princesa Rea Sílvia, filha do rei
Numitor. O envolvimento da princesa com a divindade deu origem aos gêmeos Rômulo e
Remo, que deveriam ter direito de reinar sobre Alba Longa. No entanto, o ambicioso Amúlio
arquitetou um plano para tomar o governo e, por isso, decidiu lançar as duas crianças às
margens do rio Tibre. Rômulo e Remo sobreviveram graças aos cuidados de uma loba que
os amamentou e os entregou à proteção de uma família camponesa.

Quando chegaram à idade adulta, os irmãos retornaram para Alba Longa e destituíram
Amúlio, logo em seguida decidiram criar a cidade de Roma. Rômulo, que tinha o favor dos
deuses, traçou o local onde seriam feitas as primeiras obras da cidade. Inconformado com a
decisão do irmão, Remo saltou sobre a marca feita por Rômulo. Em resposta, Rômulo
acabou assassinando Remo, tornando-se o primeiro monarca da história de Roma.

Essa explicação mítica é contraposta às pesquisas históricas e arqueológicas que apontam


uma hipótese menos heroica sobre as origens de Roma. Segundo especialistas, a fundação
de Roma ocorreu a partir da construção de uma fortificação criada pelos latinos e sabinos.
Esses dois povos tomaram tal iniciativa, pois resistiam às incursões militares feitas pelos
etruscos. No entanto, os mesmos etruscos vieram a dominar a região no século VII a.C.. A
partir da fixação desses povos, compreende-se historicamente o início da civilização
romana.
Por Rainer Sousa
Graduado em História"

Veja mais sobre "Roma Antiga" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/roma-antiga.htm

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