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O Modelo Ateniense
1.1. A democracia antiga
Foi na Grécia, mais propriamente na cidade-estado de Atenas, que nasceu a
democracia.
- A Bulé partilhava com a Eclésia o poder legislativo. Nos intervalos das sessões da
Eclésia, a Bulé era chamada a resolver os assuntos correntes. Estava-lhe também
atribuída a cobrança dos impostos e a supervisão das contas públicas. Formavam
este conselho 500 membros à razão de 50 por tribo. Ninguém podia ser membro da
Bulé mais do que duas vezes na vida. Os buleutas trabalhavam numa espécie de
sistema rotativo – as Pritanias.
- O Helieu era constituído por 6000 juízes com mais de 30 anos, a quem incumbia o
julgamento da maior parte dos delitos. Funcionava por instruções e a instrução
dos processos competia aos arcontes e a outros magistrados. Finalizados os
discursos e as acusações do réu, os juízes pronunciavam-se pela absolvição ou pela
condenação.
A importância da oratória
A oratória era o dom da palavra que permitia convencer e brilhar em política,
convencendo as pessoas através da fala. Todo o cidadão devia estar preparado
para apresentar propostas e discuti-las na Eclésia. Os oradores brilhantes
desfrutavam de elevado prestígio. Alguns fundaram escolas de retórica (arte de
bem falar) onde se instruíam os filhos das melhores famílias , desejosos de dominar
as regras do discurso político.
A proteção à democracia
Os Atenienses estavam atentos aos perigos que a palavra podia representar para
a democracia. Muitos políticos cativavam os atenienses com propostas e
irrealizáveis. Foi para atenuar estes excessos de demagogia (dom de convencer os
outros através promessas irrealizáveis ou discursos vazios) que se introduziu a
graphé paranomon, medida segundo a qual uma proposta, mesmo já aceite pela
Eclésia, podia ser anulada por ser contrária às leis da cidade. O seu autor
arriscava-se a ser julgado, condenado ou a pagar uma multa. O grande perigo que
a democracia receava era a tomada de poder por um só homem. Para o impedir,
os legisladores atenienses estabeleceram os ostracismo (votação de um cidadão
que os legisladores achavam que perturbava o funcionamento democrático, a
pessoa mais votada deixaria a cidade durante 10 anos, sem perder os seus bens ou
direitos para quando regressasse).