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UNIDADE CURRICULAR: HISTÓRIA DAS CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS

CÓDIGO: 30147

DOCENTE: José das Candeias Sales/ Marta Covita

A preencher pelo estudante

NOME: Leonel Dinis Dias Barbosa

N.º DE ESTUDANTE: 2100133

CURSO: Licenciatura em História

DATA DE ENTREGA: 06/11/2021

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Atenas até chegar à ordem democrática, passou por diferentes tipos de governo.
Inicialmente Atenas era governada sob um regime monárquico em que uma aristocracia
de grandes proprietários ocupava um lugar de destaque. A grande maioria da população
não tinha direitos políticos, e os aristocratas aumentavam a sua riqueza através do
comércio, apropriando-se do poder, e implementam em Atenas um novo regime, a
Aristocracia. Com esse enriquecimento, surge uma classe de nobres pertencentes às
classes dos eupátridas e dos cavaleiros, que tinham poder politico e militar, e eram
donos das melhores terras de Atenas. É neste contexto de tensão social e díspar, entre o
povo e os nobres, que houve a necessidade de intervirem os legisladores, Sólon e
Drácon, aplicando um conjunto de leis, acessível a todos, para evitar conflitos.

Drácon publicou um código de leis bastante severas e autoritárias mas não conseguiu
evitar as lutas sociais. Sólon cria outras reformas, decretando a liberdade aos
camponeses que tinham sido escravizados por dívidas e devolver-lhes as terras. Impôs
limites às propriedades agrárias, fomentou o comércio e atividades artesanais, elaborou
bases de uma futura “Constituição” democrática segundo a qual todos os cidadãos
participavam na vida política, embora só os mais ricos pudessem ocupar cargos
importantes. Estas reformas não conseguiram travar as lutas político-sociais, pois
ameaçavam os privilégios da aristocracia, sendo medidas insuficientes para os desejos
da classe média dos pequenos proprietários. Surge então Pisístrato, que foi levado ao
poder pelo povo descontente, e instaura um regime de Tirania. Nas suas medidas tira as
terras aos nobres, distribui-as pelos camponeses, faz reformas agrárias, desenvolve a
atividade mercantil e fomenta o desenvolvimento cultural e urbanístico de Atenas.
Surge uma revolta social, a tirania é abatida, e surge o magistrado Clístenes que vai
instaurar a ordem democrática. Desta forma,Atenas vai viver então o seu apogeu da
democracia entre o séc. V a IV a.C..

As reformas de Clístenes vão dar ao regime político ateniense o nome de democracia.


Clístenes vai reorganizar o corpo de cidadãos em Atenas e modificar as instituições
políticas existentes. Atenas é dividida em 100 demos (subdivisões de terra) e agrupados
em 10 tribos. Cada tribo incluía demos da cidade, de Atenas e arredores, de modo a se
misturarem vários grupos sociais, a não haver interesses regionais, não prejudicando a
comunidade. Clístenes cria uma série de medidas destinadas alargar o corpo cívico e

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cria uma lei democrática em que todo o cidadão é igual parente a lei, seja rico ou pobre,
tem os mesmos direitos de participação da política. Cidadão eram todos os homens
livres nascidos em Atenas, maiores de 18 anos e filhos de pais atenienses, beneficiando
da igualdade perante a lei (isonomia) e de iguais direitos políticos (isocracia). As
mulheres, escravos, estrangeiros e menores de 18 anos (a maioria da população), não
disfrutavam da cidadania nem dos direitos políticos, logo não usufruíam da democracia.
A sociedade ateniense era assim dividida em camadas sociais: os eupátridas, o povo, os
metecos e os escravos. Para os cidadãos atenienses discutirem os vários aspetos da
sociedade, iam à praça pública, Ágora, e debatiam propostas de leis e outros aspetos. A
maneira de colocar em prática a democracia em Atenas foi através dos seguintes órgãos
do poder político: a Eclésia (Assembleia), a Bulé (Conselho dos 500) e a Helieia
(Tribunal Popular). A Eclésia era constituído por todos os cidadãos. Aprovavam as leis,
decidiam a guerra e a paz, declaravam os impostos e autoridade judicial, tinham funções
legislativas e deliberativas. A Bulé constituído por 500 cidadãos preparava os trabalhos
da Eclésia, elaborando leis que depois eram ou não aprovadas pela Assembleia. Além
dos buleutas, havia um grupo de magistrados que se dividiam em dois grupos, os
Arcontes (presidiam aos tribunais e ao culto dos deuses) e os Estrategos (chefes
militares e dirigentes da politica externa) A Eclésia e a Bulé exerciam um poder
legislativo. O Tribunal assegurava a administração da justiça, existia o tribunal da
Helieia que julgava os casos simples e o Areópago julgava os crimes de morte e
religioso. Esta era assim a base de toda a estrutura governativa. A Eclésia era a base do
sistema político ateniense, onde todos os cidadãos decidiam sobre vários assuntos,
assim se pode afirmar que a democracia ateniense era direta. Esta democracia baseava-
se também em três princípios que solidificavam a igualdade entre os cidadãos. Esses
direitos eram a Isonomia (igualdades de direitos perante a lei), a Isocracia (igualdade no
acesso ao poder político) e a Isegoria (igualdade na liberdade de expressão e uso da
palavra). O uso da oratória era importante, pois ajudava nas decisões de Atenas e a
combater o ostracismo. A democracia ateniense foi também aperfeiçoada pelo
legislador Péricles, que instituiu as mistoforias, uma remuneração para quem ocupasse
certos cargos, e privilegiou a igualdade aos atenienses no acesso a várias funções. A
democracia ateniense teve críticas por parte da oligarquia e aristocracia. Diziam que os
políticos eram demagogos, que havia limitações à participação democrática e reduzida
proporção do corpo cívico; segregação de sexos; que os metecos e escravos eram
excluídos mas indispensáveis, e acusavam a democracia ateniense de não favorecer a

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liberdade de expressão e de pensamento. Apesar de tudo, em verdade, conclui-se que
este regime foi um modelo da luta pela igualdade e libertação da sociedade.

Bibliografia:

BERNARDES, Luana - Democracia ateniense. Todo Estudo. [em linha]. [consult.


2021-11-04]. Disponível na Internet: <URL:
https://www.todoestudo.com.br/historia/democracia-ateniense>.

COUTO, Célia Pinto do; NEVES, Pedro Almiro; PINTO, Ana Lídia - Temas de
História 10- 10ºano volume I. Porto: Porto Editora, 1995, p.33-53.

FERREIRA, José Ribeiro - Civilizações Clássicas I- Grécia. Lisboa: Universidade


Aberta, 1996.

Porto Editora – Nascimento da democracia na Grécia antiga na Infopédia [em linha].


Porto: Porto Editora. [consult. 2021-11-06 00:03:14]. Disponível na Internet: <URL:
https://www.infopedia.pt/$nascimento-da-democracia-na-grecia-antiga>.

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