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Pólis gregas

Inicialmente, deve-se considerar que as cidades gregas como Atenas, Esparta, Olímpia, Delfos, Corinto, Éfeso e
Mileto, entre muitas outras, eram cidades-estado. Elas eram chamadas de pólis pelos gregos. Cada pólis funcionava
como um Estado independente, organizado segundo suas próprias leis, moedas e divindades que protegiam a cidade.
No mesmo território viviam a comunidade dos cidadãos e também aqueles que não eram cidadãos, como era o caso
de escravos e estrangeiros, que não gozavam de direitos políticos.
A pólis teve sua origem demarcada entre fins do século IX a.C. e início do século VIII a.C. O território da pólis era
muito mais extenso do que o espaço da cidade. Assim, Atenas e Esparta possuíam um território do qual sua população
tirava seus meios de subsistência.
Porém, a comunidade política, na qual as decisões políticas eram tomadas pelos cidadãos, limitava-se ao espaço
urbano.
Para ser cidadão e poder participar não bastava nascer ou viver no território de Atenas e Esparta. Apenas aqueles
considerados descendentes dos fundadores da pólis é que tinham direito à cidadania e podiam participar das decisões
políticas.
Atenas
Entre os séculos IX e VI a.C., Atenas foi dominada por governos aristocráticos, ou seja, uma elite política e
econômica que controlava o poder. No início, Atenas era governada por um rei. A partir do século VII a.C., foi criado
um grupo de conselheiros chamados arcontes que exerceriam o papel de governantes. Eles eram ricos proprietários de
terras que representavam as famílias aristocráticas. Elas formavam a camada mais alta da sociedade ateniense e eram
conhecidas como eupátridas, o pequeno grupo que dominava a maior parte das terras e concentrava riqueza e poder
em suas mãos.
Ainda no século VII a.C., a vida política de cidades como Atenas começou a se transformar com o surgimento dos
governos dos tiranos. Eles tinham origem aristocrática também, mas adotaram medidas que favoreceram os grupos
mais pobres, como a diminuição da concentração de riqueza nas mãos da aristocracia. Para ganhar maior legitimidade
política, os tiranos poderiam tomar medidas populares, como a partilha de terras.
No século VI a.C., outras reformas contribuíram para transformar a organização da vida política em Atenas. Uma das
mais importantes foi liderada por Sólon, a partir de 594 a.C. Como legislador, ele propôs a ampliação dos poderes da
Eclésia, a assembleia popular de cidadãos atenienses. Sua proposta procurava reduzir os constantes conflitos entre os
eupátridas e os demais cidadãos atenienses. Sólon aboliu a escravidão por dívidas e limitou a extensão das
propriedades agrárias,
impedindo assim o exagerado enriquecimento dos eupátridas e o empobrecimento cada vez maior dos atenienses que
entregavam suas terras para pagar dívidas.
Com isso, abria-se caminho para uma nova forma de organização política em Atenas, na qual um número muito maior
de atenienses poderia interferir nas decisões públicas por meio da participação nas assembleias populares, que
discutiriam os grandes temas da vida econômica e política da cidade: era a democracia.
As mudanças feitas pelo legislador Sólon abriram ainda mais espaço para novos ataques aos grupos mais
conservadores da aristocracia, constituída por grandes proprietários de terras. Os tiranos conseguiram firmar-se no
poder, permanecendo à frente do governo de Atenas até 527 a.C.
O tirano Pisístrato defendeu a ampliação dos direitos das famílias camponesas. Procurou aprofundar as reformas
propostas por Sólon e concedeu terras aos camponeses, isentando-os também do pagamento de impostos. Com sua
morte, seu filho Hípias assumiu o poder e governou até 510 a.C. Nesse ano, Clístenes, que era um arconte (isto é,
representante da aristocracia), derrotou Hípias e promoveu as reformas que por fim estabeleceram a democracia.
Em suma, ocorreu, ao longo do tempo, a ampliação do conceito de cidadão e, portanto, da atuação dos atenienses na
vida política da cidade-estado. Com Sólon, em 594 a.C., houve uma organização censitária da sociedade, e a
cidadania, portanto, deixou de ser definida pelo pertencimento à aristocracia. Com Clístenes, em 509 a.C., a
participação dos cidadãos tornou-se independente
do critério de renda.
A democracia ganhou ainda mais força no governo de Péricles. Em 451 a.C., ele definiu que os cidadãos atenienses
com direito à participação na vida política seriam todos os homens com mais de 18 anos, filhos de pai e mãe
atenienses.
A Eclésia, assembleia de cidadãos, reunia-se duas vezes por ano na ágora (praça pública) para discutir e tomar
decisões sobre as questões fundamentais da cidade.
Na democracia ateniense, além da Eclésia, havia a Bulé, também chamada de Conselho dos 500. Ela era composta
por 500 cidadãos atenienses de cada uma das 50 tribos em que a cidade estava dividida, levando em conta o litoral e o
interior.

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