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Material teórico
Cidadania e Democracia
Revisão Textual:
Profa. Dra. Patrícia Silvestre Leite Di Iório
Cidadania e Democracia
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Material Teórico
Com a ruptura da Realeza, ainda no século VII a.C., houve o surgimento do Regime
Aristocrático, no qual o Basileus passava a ser substituído, nas funções executivas, por um
conselho de nove “arcontes”, denominado “Arcontado”. Os arcontes eram eleitos apenas pela
classe dominante ateniense, ou seja, a aristocracia proprietária de terras e de escravos e servia,
portanto, exclusivamente aos seus interesses. Os mandatos dos arcontes tinham vigência de
dez anos, sendo posteriormente reduzidos a um ano.
Como consequência das leis que passavam a reger Atenas, conheceu-se o chamado
“governo dos ricos”, designado como Timocracia ou Plutocracia, no qual a participação
política do cidadão era determinada pela classe social a que pertencia e sua respectiva
fortuna, e não mais às suas origens. Desta forma, chegou-se a uma diferenciada estratificação
social-política que determinava diferentes níveis de participação nas decisões políticas do
governo ateniense, composta pelos:
Como consequência das divergências entre as classes sociais existentes, três tendências
políticas principais impulsionaram a formação de três partidos políticos em Atenas no século
VI a.C.:
No ano de 561 a.C., o partido dos Diacranos chegou ao poder, na pessoa de Pisístrato,
que estabelece a Tirania como forma de governo na cidade-Estado ateniense. A Tirania era
caracterizada pela concentração extrema de poder nas mãos do governante e dentro do
processo político grego, serviu de transição para o estabelecimento da Democracia em Atenas.
Após a morte de Pisístrato e do assassinato de um
de seus filhos, sendo o outro deportado por um levante
aristocrático apoiado pela cidade-Estado rival, Esparta,
estabeleceu-se em Atenas uma breve oligarquia
restaurada; porém os adeptos dos partidos Diacrianos e
Paralianos uniram-se e, juntos, expulsaram os invasores
espartanos e derrubaram do poder a aristocracia,
estabelecendo em Atenas a Democracia.
Tribunal dos que passou ao estágio de supremo órgão judiciário, sendo composto
Heliastas por cidadãos sorteados.
A Democracia escravista ateniense teve uma de suas maiores crises no século V a.C.,
inicialmente com as Guerras Greco-Pérsicas, as Guerras Médicas; porém com o seu fim e com
o decorrente estabelecimento da “Trégua de Trinta Anos” firmada com a cidade-Estado rival,
Atenas viveu o apogeu da Democracia Escravista.
O Areópago perdeu suas funções, sendo suas antigas atribuições repassadas aos
tribunais populares, reforçando os poderes da Eclésia que acumulava as funções legislativas,
executivas e a fiscalização do judiciário.
A Democracia Escravista viu seu declínio, na cidade de Atenas, no ano 404 a.C.,
quando após uma sangrenta guerra com sua rival Esparta, apoiada e financiada pelos Persas,
na Guerra do Peloponeso, viu-se obrigada a assinar um tratado que dissolvia a Confederação
de Delos (união de várias cidades-Estado gregas em favor de Atenas, em oposição à Liga do
Peloponeso, onde outras cidades-Estado apoiavam Esparta) e abolia a Democracia.
Após a derrota na Guerra do Peloponeso Esparta impôs à Atenas o Governo dos Trinta
Tiranos, que tinha por líder o espartano Crítias; porém em apenas um ano, a Democracia era
novamente implantada em Atenas por Trasíbulo.
No século IV a.C., a civilização grega foi incorporada ao projeto expansionista
macedônio de Alexandre Magno, “O Grande”, pondo fim à Democracia grega e a um dos
mais importantes capítulos da História das civilizações clássicas.
Muito do modo de vida grego, em especial com relação à sua organização política,
pode ser percebido nas práticas contemporâneas, apesar de suas re-elaborações, pois é deste
modelo que advimos, e nosso pensamento, modelos de reflexão filosófica, o uso que damos à
razão, a concepção de lógica, modelos e instituições políticas, são heranças diretas daquela
civilização, que nos deixaram um rico legado em toda a sua organização política, cujo
desenvolvimento pudemos aqui contemplar muito rapidamente.
desejo constituído pela apetite, impulso e instinto, cuja sede seriam os rins e
sua energia sexual
“... O Estado popular encontra a ruína naquilo mesmo que julga seu
verdadeiro bem, quando seu desejo dêsse bem é insaciável”.
O mais importante tratado que escreveu sobre a política carrega o mesmo nome, “A
Política”, e é resultado de uma pesquisa feita pelo Liceu – ambiente de ensino que
implementou na corte de Felipe III da Macedônia, durante o período em que ocupou o ofício
de preceptor de Alexandre, herdeiro do trono macedônia, e que se tornaria Alexandre - o
Grande, responsável pela difusão da cultura e dos valores gregos pelo Ocidente. Nesse
esforço, levantou 158 constituições de cidades-estado diferentes na Grécia, podendo, a partir
daí empreender estudos comparados, buscando uma melhor constituição.
Na obra, encontramos um sentido bem definido de Política: como a ciência da
felicidade humana (maneira de como se vive, costume e instituições).
“Quando diversos tocadores de flauta possuem mérito igual, não é aos mais
nobres que as melhores flautas devem ser dadas, pois eles não as farão soar
melhor; ao mais hábil é que deve ser dado o melhor instrumento” (p. 97).
Sistematizando o conceito de cidadania e, por conseguinte, o de não-cidadania em
Aristóteles:
Cidadão:
4. não-criança (jovem/adulto);
5. não-idoso (jovem/adulto);
Ocorre que, para Aristóteles, nem todo o cidadão seria portador pleno de virtudes e
méritos em relação ao objetivo maior da política: o bem comum. Haveria, portanto, cidadãos
de modo imperfeito e cidadãos de tipo ideal.
Haveria não somente esses dois tipos, mas diversas espécies/tipos de cidadãos:
O cidadão modelo é aquele que pode ser juiz e magistrado (definição de tipo ideal,
exequível apenas na democracia), filho de pai e mãe cidadãos e que desfruta do direito de
chegar às magistraturas, sendo assim, participa do governo, detendo certo poder.
A condição de cidadão pode ser, também, justa ou injusta. Nesse sentindo, pode haver
aqueles que gozam do estatuto de cidadão sem ser, de fato, alguém portador de mérito
adequado para isso. É o caso do cidadão injusto, ou falso.
O justo é o homem de bem, virtuoso, que por sua vez pode ou não ser um bom
cidadão. Isso porque, para Aristóteles, o bom cidadão deteria percepção de pertencimento a
um grupo de interesses comuns. Ou seja, o Homem de bem pode ser um bom cidadão, mas
não necessariamente.
Ocorre que, o tipo ideal de cidadão seria portador de virtuosidade e prudência,
exatamente os méritos do bom magistrado. A virtude do cidadão com experiência seria saber
mandar e obedecer, e disso derivaria a autoridade política: “para ordenar bem, é necessário já
ter obedecido”.
Já a cidadania se definiria, por Aristóteles, como o direito de ser cidadão, por deter as
qualidades requeridas por determinada sociedade para tanto. Ocorre que, como dissemos,
nem sempre as qualidades requeridas por lei são de fato as ideais, podendo ser o indivíduo
cidadão segundo a lei; mas não segundo as qualidades de tipo ideal (é o caso do cidadão
injusto).
O termo cidadania, da qual deriva o termo cidadão, tem origem comum no termo
cidade. Segundo Aristóteles, a cidade seria uma porção de cidadãos capaz de ser suficiente a
si própria, ou seja necessário a sua existência, afastando-se da condição de miséria.
A finalidade da cidade, como uma sociedade política, seria uma existência feliz e
independente. A cidade, como sociedade política, seria equivalente ao âmbito de ações
honestas e virtuosas, não só da vida comum, mas da vida comum partilhada como valor,
tendo o cidadão ideal como defensor desse bem comum.
A Revolução Francesa
NAÇÃO = POVO+TERRITÓRIO
A declaração dos direitos do Homem e do cidadão, de 1789, que estabelecia a
igualdade entre os homens, proclamava princípios de natureza universal, ou seja, não só para
a França, mas para todo o mundo.
Mudaram as certezas políticas. Wolfgang Von Goethe escreveu, após ter testemunhado
uma batalha entre as tropas revolucionárias e o exército prussiano, que uma nova era
começava, pois tropas maltrapilhas de revolucionários acabavam de derrotar o maior e mais
poderoso exército do mundo.
Os Atores Envolvidos
Incluindo, além dessas duas classes, os religiosos, temos a seguinte organização social:
1º Estado 2º Estado 3º Estado
Os Fatores
Dentre os fatores que desencadearam a revolução está o conflito entre as novas formas
de produção, ou seja, o pré-capitalismo baseado no trabalho assalariado, em conflito com o
feudalismo (ausência de trabalho assalariado, pautado em laços de servidão) e as formações
sociais do Antigo Regime (as monarquias absolutistas, nas quais o rei governava com poderes
quase ilimitados).
Causas:
Conflito entre as forças produtivas mercantis e o Antigo Regime feudal;
A disputa no sistema internacional entre Inglaterra e França.
O rei francês, Luis XVI, tentava aprovar, inicialmente, uma proposta para que os
nobres arcassem com os gastos militares, na “Assembleia dos Notáveis”, que a rejeitou.
A primeira revolução francesa era portanto política. Por contemplar a maior parte da
população francesa, o Terceiro Estado diz ser ele próprio os Estados Gerais, excluindo-se
portanto a nobreza e os clérigos, à exceção dos que aderiram ao Terceiro Estado.
Os Estados Gerais foram então dissolvidos e o Terceiro Estado foi proclamado como a
Assembleia Geral Constituinte, tendo como missão a elaboração de uma constituição para
regular o poder do rei (até então ilimitado), com base na Declaração dos Direitos do Homem
e dos Cidadãos.
Foi neste mesmo ano, em 1789, que se produziram os elementos que configuraram a
Revolução Francesa: o campesinato se tornou uma milícia a serviço da burguesia e, seguindo
suas próprias orientações, precisavam se armar. Buscaram armas no dia 14 de julho de 1789,
na prisão política que funcionava como arsenal do Antigo Regime: a Bastilha.
A prisão foi cercada e a guarda que ali estava se rendeu (tendo parte dela inclusive se
juntado aos revoltosos), permitindo a entrada dos revolucionários que no processo libertam os
presos políticos.
Com as armas e com a adesão de vários soldados das tropas regulares francesas,
constitui-se uma Guarda Nacional engajada à causa revolucionária, que se opôs ao exército
regular do regime. A guarda era composta por elementos da burguesia, uma vez que tanto o
fardamento quanto as armas eram comprados pelos próprios soldados, à exceção do caso da
Bastilha e similares, nos quais as armas foram tomadas do exército regular.
Houve saques em Paris devido à fome e à alta dos preços dos alimentos, em
decorrência da prática do liberalismo econômico. O pão estava inacessível à população pobre
devido à má colheita de trigo. A força revolucionária dos sans cullottes passou a exigir o
pagamento de impostos populares por parte dos proprietários.
Esta fase se estende de 1789 a 1791 e é caracterizada por revoltas populares e pela
instauração de uma monarquia constitucional. Ou seja, uma constituição passava a se impor
sobre o poder político do rei, limitando-o. A forma econômica da revolução é o liberalismo,
que se defrontava com o violento cotidiano das relações de produção.
Em 1791, o mesmo rei que havia assinado a constituição resolveu se aliar à nobreza
que havia deixado a França (mais de 300 mil nobres) e, em abril, tenta fugir. Foi capturado
com a rainha em Vallem. Sua captura instaurou um dilema: monarquia constitucionalista ou
república?
O governo jacobino, em apenas dois anos, criou e armou não só um novo exército,
mas um novo tipo de guerra. De fato, sob os jacobinos, o sufrágio nunca foi utilizado e o
controle de preços não funcionou; mas as promessas empurravam o povo francês para a
guerra, derrotando a contra-revolução monárquica e exércitos estrangeiros.
Criou-se o Comitê para a Salvação Pública e o país passou a ser governado por uma
ditadura de 12 pessoas que se apoiavam na mobilização dos proto-proletários de Paris.
Em 1815, após a derrota napoleônica, foi convocado o Conselho de Viena, onde todas
as nações europeias, lideradas pela Inglaterra, criaram a Santa Aliança, com a finalidade de
devolver ao mundo os contornos políticos anteriores à expansão do império francês, incluindo
o restabelecimento das antigas casas dinásticas e do Antigo Regime.
Contudo, apesar de o mapa europeu ter retornado aos seus antigos contornos, a
burguesia já havia conquistado seu papel dentro das novas estruturas de poder. Não era mais
possível restabelecer o Antigo Regime, pois em termos políticos e sociais quase a Europa
inteira havia sido revolucionada e se organizava, politicamente, em torno de monarquias
constitucionais ou repúblicas.
(pré-revolução)
Ocorre que mesmo tendo as “jornadas de junho” obtido sucesso graças à participação
crucial de operários armados, após o estabelecimento da república todas as demais classes
sociais francesas se voltaram contra o proletariado, instituindo o “Partido da Ordem” sob o
signo da “propriedade, família, religião e da ordem”, a “Sagrada Falange da Ordem
Francesa”, apontando operários “anarquistas, socialistas e comunistas” como inimigos da
sociedade francesa.
A revolução demonstrava graves contradições. Mais uma vez a renda era concentrada
desigualmente nas mãos da alta aristocracia coligada em oligopólios, em detrimento da baixa
burguesia que cada vez mais perdia poder aquisitivo. Neste contexto, a social-democracia
resultou da colisão de pequenos burgueses e operários impelidos contra a grande burguesia
coligada, formando o Partido Social-Democrata.
O que levou a pequena burguesia francesa a se aliar com operários foram os eventos
decorrentes das “jornadas de junho” de 1848, quando julgaram não terem sido devidamente
recompensados e ainda terem seus interesses frustrados tanto pela burguesia coligada como
pelos monarquistas que deixavam o antigo regime e tentavam nesse novo momento ganhar
posições dentro da nova estrutura política.
http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/viewFile/68/78
Referências
ARRUDA, José Jobson de Andrade. História antiga e medieval. 3. ed. São Paulo: Ática,
1979.
BOWDER, Diana. Quem é quem na Grécia Antiga. São Paulo: Art. Editora, 1982.
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