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Estudar sobre o ‘Estado’ significa estudar sobre o fenômeno da história política e da vida
social em uma perspectiva teórica, interligando conceitos oriundos da Ciência Política, da
Filosofia Política, da Sociologia Política, do Direito.
O conceito de ‘Estado’ vem sendo então algo de inúmeras reflexões, principalmente pelas
imensas e constantes mudanças nas esferas políticas e econômicas, que também
determinam mudanças nas estruturas de poder estatal, merecendo uma “[...] reavaliação
frente aos novos fenômenos políticos e econômicos deslanchados pelo processo em
curso denominado globalização, onde os processos ligados à democracia devem justificar
os seus discursos em novas bases teóricas” (FABRIZ; FERREIRA, p. 107).
Foi com Aristóteles que os estudos sobre o ‘Estado’ começaram a surgir, tendo como
base as obras de Platão (“A República” – disponível em:
http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdfLinks to an external
site.
http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdfLinks to an external
site.).
Platão em sua obra “A República” (p. 25) apresenta as reflexões de Sócrates e Trasímaco
sobre o que se defendia por governo e justiça (as raízes do surgimento do Estado):
“Trasímaco — E cada governo faz as leis para seu próprio proveito: a democracia, leis
democráticas; a tirania, leis tirânicas, e as outras a mesma coisa; estabelecidas estas leis,
declaram justo, para os governados, o seu próprio interesse, e castigam quem o
transgride como violador da lei, culpando-o de injustiça. Aqui tens, homem excelente, o
que afirmo: em todas as cidades o justo é a mesma coisa, isto é, o que é vantajoso para o
governo constituído; ora, este é o mais forte, de onde se segue, para um homem de bom
raciocínio, que em todos os lugares o justo é a mesma coisa: o interesse do mais forte.
Sócrates — Agora compreendo o que dizes. Procurarei estudá-lo. Portanto, também tu,
Trasímaco, respondeste que aquilo que é vantajoso é justo, depois de me teres proibido
de dar essa resposta, acrescentando, contudo: o interesse “do mais forte”.
“Todos os Estados diferem entre si pela maneira com que os poderes são distribuídos,
sendo um dominado pelos ricos, outro pelos homens de mérito eminente e um terceiro por
diversas pessoas. E cada um resolverá indubitavelmente o problema de acordo com seus
princípios. Suponhamos, no entanto, um concurso simultâneo de todas estas espécies de
gente: como deveremos determinar sua posição na sociedade? Se as pessoas de mérito
formarem a minoria, que regra se deverá usar na divisão? Será preciso examinar se seu
pequeno grupo basta para o governo ou se é grande o bastante para satisfazer a
formação de um Estado inteiro?”
O termo foi usado pela primeira vez na Itália, ‘Stato’, mesmo que de forma vaga. Só na
Idade Moderna, a partir do século XVI, com Maquiavel e seu livro “O príncipe”, começou-
se a impulsionar as organizações do ‘Estado’ e as constituições escritas, articuladas as
sociedades políticas.
“DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO OS PRINCIPADOS E DE QUE MODOS SE ADQUIREM
(QUOT SINT GENERA PRINCIPATUUM ET QUIBUS MODIS ACQUIRANTUR)
Todos os Estados, todos os governos que tiveram e têm autoridade sobre os homens,
foram e são ou repúblicas ou principados. Os principados são: ou hereditários, quando
seu sangue senhorial é nobre há já longo tempo, ou novos. Os novos podem ser
totalmente novos, como foi Milão com Francisco Sforza, ou o são como membros
acrescidos ao Estado hereditário do príncipe que os adquire, como é o reino de Nápoles
em relação ao rei da Espanha. Estes domínios assim obtidos estão acostumados, ou a
viver submetidos a um príncipe, ou a ser livres, sendo adquiridos com tropas de outrem
ou com as próprias, bem como pela fortuna ou por virtude.”
(Disponível em:
Linha histórica:
Teocracia > Estado Grego > Estado Romano > Idade Moderna
Teocracia:
- Platão: Obras "A República" e "As Leis" defendiam as raízes do surgimento do Estado
pela justiça e pelo governo. "E cada governo faz as leis para seu próprio proveito: a
democracia, leis democráticas; a tirania, leis tirânicas, e as outras a mesma coisa;
estabelecidas estas leis, declaram justo, para os governados, o seu próprio interesse, e
castigam quem o transgride como violador da lei, culpando-o de injustiça. Aqui tens,
homem excelente, o que afirmo: em todas as cidades o justo é a mesma coisa, isto é, o
que é vantajoso para o governo constituído; ora, este é o mais forte, de onde se segue,
para um homem de bom raciocínio que em todos os lugares o justo é a mesma coisa: o
interesse do mais forte".
Estado Romano:
Idade Moderna:
"Todos os Estados, todos os governos que tiveram e têm autoridade sobre os homens,
foram e são ou repúblicas ou principados. Os principados são: ou hereditários, quando
seu sangue senhorial é nobre há já longo tempo, ou novos. Os novos podem ser
totalmente novos, como foi Milão com Francisco Sforza, ou o são como membros
acrescidos ao Estado hereditário do príncipe que os adquire, como é o reino de Nápoles
em relação ao rei da Espanha. Estes domínios assim obtidos estão acostumados, ou a
viver submetidos a um príncipe, ou a ser livres, sendo adquiridos com tropas de outrem
ou com as próprias, bem como pela fortuna ou por virtude".
- Relação entre homem e "Estado" é o que passou a ser chamado de contrato social. O
contrato social parte do princípio de uma sociedade que está em comum acordo, frente ao
que se quer alcançar.
- Linha histórica:
Thomas Hobbes:
- Estado de natureza: o homem tinha direito a tudo, plena liberdade de usar seu próprio
poder, garantindo o sentimento de preservação de sua natureza humana e de sua vida, o
chamado "jus naturale".
- Obra "O Leviatã": matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil, um dos mais
importantes livros políticos do ocidente, referencia-se na Bíblia, no Livro de Jó (41, 1-3):
"Quem confia, se faz ilusões, pois já seu aspecto o derruba. Ninguém se atreve a
provocá-lo. Quem lhe resistirá? Quem ousou desafiá-lo e ficou ileso? Ninguém debaixo do
céu".
- "Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e
pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembléia de
homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de representar a pessoa de todos
eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a favor
dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse
homem ou assembléia de homens, tal como se fossem seus próprios atos e decisões, a
fim de viverem em paz uns com outros outros e serem protegidos dos restantes homens.
É desta instituição do Estado que derivam todos os direitos e faculdades daquele ou
daqueles a quem o poder soberano é conferido mediante o consentimento do povo
reunido" (HOBBES, s/d, p. 61).
John Locke:
- Obra "Dois Tratados sobre o Governo Civil" - refuta a tese apresentada por Robert
Filmer, sobre a legitimidade do absolutismo fundamentado no poder da divindade do
monarca.
- Refuta o princípio da autoridade atribuída por Deus e Adão, como primeiro pai da
humanidade, portanto, dos reis vistos como descendentes legítimos desta autoridade de
Adão.
- A humanidade vivia em uma sociedade natural sem uma organização política e social, o
que influenciava em uma sociedade sem crescimento nos campos das ciências, das
artes/culturas.
- O período da sociedade natural como o período de plena igualdade entre todos, sem
impedimentos/irrestritamente.
- "Um estado também de igualdade, em que é recíproco todo o poder e jurisdição, não
tendo ninguém mais que outro qualquer - sendo absolutamente evidente que criaturas da
mesma espécie e posição, promiscuamente nascidas para todas as mesmas vantagens
da natureza e para o uso das mesmas faculdades, devem ser também iguais umas às
outras, sem subordinação ou sujeição, a menos que o Senhor e amo de todas elas,
mediante qualquer declaração manifesta de Sua vontade, colocasse uma acima de outra
e lhe conferisse, por evidente e clara indicação, um direito indubitável ao domínio e à
soberania". (LOCKE, 1998, p. 382-383)
- Refuta os ideais de Hobbes e Locke - o ser humano em seu estado natural vive em
plena harmonia e apresenta maior compreensão dos direitos dos demais.
- O homem era plenamente livre de todas as amarras impostas por instituições que
pudessem privá-lo de liberdade.
- O homem era um ser "amoral" socialmente, desconhecer da dicotomia bem X mal, pois
toda ação sempre deveria conduzir para o bem individual.
- A vida em sociedade em seu processo de forte Revolução Industrial européia, trazia
danos para os homens em seus apectos morais e econômicos, gerando escravidão e
miséria.
- "São os homens que fazem o Estado, e é o terreno que alimenta os homens: essa
relação consiste, pois, em que a terra baste para a manutenção de seus habitantes e haja
tantos habitantes quantos a terra possa nutrir. É nessa proposição que se acha o
maximum de força de um número dado de povo: porque, se houve terreno em demasia,
será oneroso protegê-lo, a cultura se mostrará insuficiente, o produto supérfluo: e será a
causa próxima de guerras defensivas". (ROSSEAU, s/d, p. 68).
Em uma linha histórica, pode-se perceber que Maquiavel refletiu sobre o sistema de
forças que existiam no interior da sociedade; que Hobbes e Locke, em conflito com o
pensamento religioso medieval, refletiram sobre um sistema científico/racional/laico, com
os primórdios das concepções de soberania e contrato social; e que Rosseau defendeu a
democracia e a soberania do povo. Estas foram as linhas que conduziram a construção
do Estado Moderno, em suas linhas liberais e com a construção dos conceitos de
cidadania e democracia.
“[...] não tem nenhuma dificuldade de dissociar a origem do nome da origem da coisa –
não pode deixar de pôr-se o problema de saber se o Estado sempre existiu ou se é um
fenômeno histórico que aparece num certo momento da evolução da humanidade.”
Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direitos e tem
como fundamentos:
I. a soberania;
II. a cidadania;
V. o pluralismo político.
Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Com o Estado Moderno o poder legítimo é o poder de direito, da prática dos limites do
poder exercido pelos direitos e pelas leis, poder que se torna legítimo, pois emana do
povo.
O povo
“Uma das primeiras e mais conhecidas afirmações do conceito político de Povo está muito
ligada ao Estado romano, até mesmo na fórmula que o define. De fato, o único modo
conhecido de definição da res publica romanorum está na formula dominante Senatus
populusque romanus que exprimia, nessa aproximação não disjuntiva, os dois
componentes fundamentais e permanentes da civitas romana: o Senado, ou núcleo das
famílias gentilícias originárias representadas pelos paires, e o Povo, ou grupo “dêmico”
progressivamente integrado e urbanizado que passou a fazer parte do Estado com a
queda da monarquia.”
Atribui-se a Marco Tulio Cicero (106-43 a.C.), advogado e filósofo romano, o pensamento
e primeira definição de povo como “a reunião associada pelo consenso do direito e pela
comunhão da utilidade.”
Entretanto, em todos os campos das ciências há como definir e refletir sobre o termo
povo, no campo político, jurídico, sociológico, filosófico, antropológico; mesclando os
conceitos de população, nação e povo.
Não há como pensar em uma sociedade, em um Estado sem um povo, sem o conjunto de
pessoas que juntas constroem a sua sociedade, e apesar de conceitos em distintos
campos científicos, estão imbricados os conceitos.
No campo antropológico, pode-se dizer que o povo é o conjunto de pessoas que pertence
a uma mesma cultura ou habita em um determinado território, a exemplo: os povos
indígenas e suas tribos específicas, ou a população que habita um espaço específico e
delimitado por fronteiras, por exemplo: o povo brasileiro. Mesmo que na sociedade
contemporânea, as culturas se misturem e as fronteiras se expandem e se confundem, o
povo se verifica pelo pertencimento ao seu Estado e a sua cultura.
Fonte: O autor.
O Território
Usualmente/cotidianamente o termo
território é definido como área, delimitado
de um espaço geográfico por fronteiras, tendo a relação de posse e propriedade como
definidora. De origem do latim: territorium, conceito da terra delimitada ou jurisdicionada.
Espaço e território não são termos equivalentes. Por tê-los usado sem critério, os
geógrafos criaram grandes confusões em suas análises, ao mesmo tempo que,
justamente por isso, se privavam de distinções úteis e necessárias. [...] é essencial
compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do
espaço, é resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um
programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente
(por exemplo, pela representação), o ator “territorializa” o espaço.
“[…] além das redes, antes das redes, apesar das redes, depois das redes, com as redes,
há o espaço de todos, todo o espaço, porque as redes constituem apenas uma parte do
espaço e o espaço de alguns.”
[…] o território se apoia no espaço, mas não é o espaço. É uma produção, a partir do
espaço […], e configura o resultado das ações intencionais conduzidas por atores
sintagmáticos, que, ao se apropriarem do espaço de maneira concreta ou abstrata,
“territorializam” o espaço.”
O Governo Soberano
Existe uma reflexão sobre a mescla dos conceitos de Estado, Governo, Nação e
Soberania. Por governo, pode-se entender como uma das características do Estado, no
exercício de sua administração; pode-se verificar seu caráter transitório e suas diferenças
de forma organizativa; pode-se compreender a ação administrativa dentro das diferentes
organizações de Estado.
Segundo o Dicionário de Política, o termo Governo pode ser visto sob duas óticas:
[…]
Existe uma segunda acepção do termo Governo mais própria da realidade do Estado
moderno, a qual não indica apenas o conjunto de pessoas que detêm o poder de
Governo, mas o complexo dos órgãos que institucionalmente têm o exercício do poder.
Neste sentido, o Governo constitui um aspecto do Estado. Na verdade, entre as
instituições estatais que organizam a política da sociedade e que, em seu conjunto,
constituem o que habitualmente é definido como regime político as que têm a missão de
exprimir a orientação política do Estado a orientação política do Estado são os órgãos do
Governo (BOBBIO, 1998, p. 555).
- DALARI (1998, p. 29), citando ATALIBA NOGUEIRA: "o território e o povo são os
elementos materiais do Estado, enquanto o governo soberano ou o
governo/soberania/poder é o elemento formal".
- Estado Moderno: o poder legítimo é o poder de direito, da prática dos limites do poder
exercido pelos direitos e pelas leis, poder que se torna legítimo pois emana do povo.
Povo:
- Marco Tulio Cicero (106-43 A.C.) - primeira definição de povo como "a reunião associada
pelo consenso do direito e pela comunhão do direito e pela comunhão da utilidade".
- Todos os campos das ciências: definir e refletir sobre o termo povo, no campo político,
jurídico, sociológico, filosófico, antropológico; mesclando os conceitos de população,
nação e povo.
Território:
- Conceito polissêmico.
Território:
Governo Soberano:
- Governo:
I) uma das características do Estado, no exercício de sua administração;
II) seu caráter transitório e suas diferenças de forma organizativa;
III) compreender a ação administrativa dentro das diferentes organizações de Estado.
- "(...) Existe uma segunda acepção do termo Governo mais própria da realidade do
Estado moderno, a qual não indica apenas o conjunto de pessoas que detêm o poder de
Governo, mas o complexo dos órgãos que institucionalmente têm o exercício do poder.
Neste sentido, o Governo constitui um aspecto do Estado. Na verdade, entre as
instituições estatais que organizam a política da sociedade e que, em seu conjunto,
constituem o que habitualmente é definido como regime político as que têm a missão de
exprimir a orientação política do Estado são os órgãos do Governo" (BOBBIO, 1998, p.
555).
Você já ouviu falar dos aros chineses? Atribui-se sua origem aos primórdios do século I,
entre os povos da região do Oriente Médio. Há uma clássica obra artística de Giacomo
Mantegazza (1853-1920) que retrata uma mulher utilizando 9 aros, em uma apresentação
em um harém.
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Fonte: https://portaldamagica.com.br/guia-do-magico/produtos-magica/aros-chineses/
Links to an external site. Acesso em 04 de julho de 2020.
“[…] A história de todas as sociedades, até hoje existentes, se confundem com a história
das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de
corporação e companheiro, em suma, opressores e oprimidos em conflito permanente
entre si, levado a efeito numa guerra incessante, às claras ou dissimuladamente, a qual
sempre se encerrou, a cada vez, ou pela reestruturação revolucionaria da sociedade
como um todo ou pela destruição das classes em choque” (apud, 2010, p. 267).
De forma também analógica e metafórica, ACQUAVIVA (apud, p. 24) aponta os elementos
constitutivos do Estado e suas causas materiais (povo e território), suas causas formais
(ordem jurídica e poder/governo soberano) e suas causas finais (o bem comum). Para
tanto, ACQUAVIVA (apud, p. 23) apresenta sua ideia1 considerando que a natureza de
todas as coisas é perceptível em cinco grandes causas: a eficiente, a material, a
instrumental, a formal e a final:
Causa eficiente: é a causa de origem, a causa primeira, que apresenta o criador, o autor
de algo, o responsável pela criação: por exemplo: o marceneiro que constrói uma mesa,
ou ainda, o João de barro que constrói sua casa;
Causa material: é a própria matéria, o material concreto que pode se transformar em uma
“coisa”: por exemplo: os materiais usados para a criação da mesa (madeira, pregos, tintas
etc.), ou ainda, o barro e os gravetos/folhas/galhos para a casa do João de barro;
Causa instrumental: são os instrumentos utilizados para a construção da “coisa”: por
exemplo: para a mesa, lixas, pincéis, martelo, serras etc.;
Causa formal: são as características que determinam a forma da “coisa” e que a distingue
de outras “coisas”, mesmo tendo as demais causas igualmente, por exemplo: as
características que dão a forma de mesa e não de banqueta, ou que a diferencia de
outras mesas a tornando única;
Causa final: esta causa apresenta o porquê da “coisa”, sua finalidade, seu fim. Por
exemplo: a mesa pode ter diversas finalidades, ser um escudo, um abrigo, um
esconderijo, um local para colocar alimentos e refeições, para estudar/escrever.
Essas cinco causas fundamentam as causas constitutivas do Estado: materiais, formais e
final (apud, p. 24), portanto, alicerçam os elementos constitutivos do Estado e a
organização da sociedade, devidamente constituída.
Assim, existem elementos constitutivos da sociedade: uma finalidade ou valor social; uma
ordem jurídica ou conjunto de ordenamentos manifestos, um poder político e social.
Todas as coisas têm finalidade ou valor social, entretanto, estes são atribuídos por
alguém, por um ato de escolha atribuído conscientemente e de forma livre. Não é
diferente quando se pensa em sociedade.
A sociedade apresenta uma finalidade, um valor social que é o bem comum. Conforme
DALARI (1998, p. 12):
“é preciso, entretanto, que se estabeleça uma ideia mais precisa do bem comum, uma vez
que se verifica, entre os homens uma grande diversidade de preferências. Com efeito, se
o bem comum for concebido como um valor material, não estará sendo considerada a
preferência de muitos homens que não dão predominância a valores dessa espécie. O
mesmo ocorrerá, quanto à outra parte da Humanidade, se houver a exclusão dos bens
materiais […] ao se afirmar, portanto, que a sociedade humana tem por finalidade o bem
comum, isso quer dizer que ela busca a criação de condições que permitam a cada
homem e a cada grupo social a consecução de seus respectivos fins particulares. Quando
uma sociedade está organizada de tal modo que só promove o bem de uma parte de seus
integrantes, é sinal de que ela está mal organizada e afastada dos objetivos que justificam
sua existência.”
Portanto, uma sociedade humana tem um fim: o bem comum, a criação de condições que
possibilitem a todos os homens e a cada grupo social a concretude de seus respectivos
fins particulares.
Ordem Jurídica
Entretanto, não basta haver um grupo de pessoas para que se tenha uma sociedade
constituída com a mesma finalidade. Mas quando há uma sociedade humana, o objetivo
deve ser o bem comum, o bem de todos, que deve ser garantido. Torna-se indispensável
então, que sejam asseguradas ações ordenadas de forma jurídica e social.
Existem teorias e autores que consideram a não existência do poder social, autores
adeptos ao movimento anarquista (por exemplo Diógenes, filósofo grego; Santo
Agostinho, na compreensão do cristianismo; Léon Duguit, com o anarquismo de cátedra;
os anarquistas teóricos: William Godwin e Max Stirner; Karl Marx com o materialismo
histórico; Engels, entre outros: Mikhail Bakunin, Kropotkin etc.)
- Causa eficiente: é a causa de origem, a causa primeira, que apresenta o criador, o autor
de algo, o responsável pela criação.
- Causa final: esta causa apresenta o porquê da "coisa", sua finalidade, seu fim.
- São atribuídos por alguém, por um ato de escolha atribuído conscientemente e de forma
livre.
- Uma sociedade humana tem um fim: o bem comum, a criação de condições que
possibilitem a todos os homens e a cada grupo social a concretudo de seus respectivos
fins particulares.
Ordem Jurídica:
- Não basta haver um grupo de pessoas para que se tenha uma sociedade constituída
com a mesma finalidade.
- Sociedade humana = objetivo deve ser o bem comum, o bem de todos, que deve ser
garantido.
Toda sociedade necessita escolher uma forma própria de governo entre as existentes,
pois são as formas de governo ou para os alemães formas de Estado (etimologicamente
no alemão: Staatsformen) que organizam o modo como um específico governo organizam
os poderes e suas relações com os governados.
Isto porque, ao se tratar sobre forma de governo, portanto, o foco está na forma como o
governo se organiza e divide seus poderes, mas sobretudo a ação do poder.
Na Grécia Antiga, na obra “Politica”, de Aristóteles que surgiram as seis formas clássicas
de governo, subdivididas em dois grandes blocos:
Há então uma intrínseca relação entre a divisão de poder e o quantitativo de pessoas que
exercem o poder soberano, relação esta que fundamenta e organiza o Estado e seus
elementos.
Considerando então as formas de governo, cabe agora refletir sobre o poder e a política,
também suas inter-relações dentro da ciência política e a sociologia e sua esfera dentro
das ciências sociais.
Se a ciência política tem por fim a compreensão das organizações, suas divisões e suas
características, os elementos políticos: governo, Estado, leis e normas, sistema jurídico,
ações políticas, entre outros, a sociologia busca refletir e compreender a sociedade que
esta presente neste campo da ciência política.
Assim sendo, poder, política e Estado estão interligados, sendo inconcebível pontuar
poder e política sem o Estado.
Formas de Governo:
- Toda sociedade necessita escolher uma forma própria de governo entre as existentes.
- Foco na forma como o governo se organiza e divide seus poderes, mas sobretudo a
ação do poder.
Grécia Antiga:
Modernidade:
Contemporaneidade:
- Segundo BONAVIDES (2000, p. 254): "O governo parlamentar, sob legítima inspiração
do princípio da separação de poderes, é aquela forma que assenta fundamentalmente na
igualdade e colaboração entre o executivo e o legislativo, e como tal foi concebido e
praticado na fase áurea do compromisso liberal entre a mornarquia (...) o governo
presidencial, segundo as regras técnicas do rito constitucional resulta num sistema de
separação rígida dos três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário, ao passo que o
regime convencional se toma como um sistema de prepoderância da assembléia
representativa, em matéria de governo (...) 'governo de assembléia' ".
Poder e Política:
- Poder, política e Estado estão interligados, sendo inconcebível pontuar poder e política
sem o Estado.
Entretanto, para ser um Estado-nação são necessários dois aspectos fundantes. Nas
obras Política, sociologia e teoria social: encontros com o pensamento social clássico e
contemporâneo (1998)1 e Teoria social hoje (1999)2, GUIDDENS, sociólogo britânico,
apresenta a sociedade como o conjunto de interesses intercruzados, um sistema social,
configurado por momentos intensos de tempo-espaço. Segundo GUIDDENS3, dois
momentos/aspectos distintos e fundantes da organização do Estado: o nacionalismo e os
fenômenos de mobilidade e deslocamento territorial.
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Fonte: https://jc.ne10.uol.com.br/canal/esportes/outros-esportes/noticia/2019/05/01/ayrton-
senna-vinte-e-cinco-anos-de-saudade-377554.phpLinks to an external site.
Isso porque na reprodução de sistemas sociais está latente para GIDDENS a teoria da
estruturação, as propriedades estruturais de cada sociedade: conjunto de regras que
envolvem as interrelações dos sistemas sociais e suas características institucionalizadas
ao longo do tempo/espaço.
Aceito que a “história não tenha sujeito” se a frase se referir a uma visão hegeliana da
progressiva superação da autoalienação da humanidade; e aceito o tema da
descentralização do sujeito se isso significar que nós não podemos considerar a
subjetividade como um dado. Mas não aceito de forma alguma a ideia de uma “história
sem sujeito”, se essa expressão significar que as questões sociais e humanas são
determinadas por forças das quais os envolvidos estão totalmente inconscientes. É
precisamente para combater tal opinião que desenvolvi a teoria da estruturação. Os seres
humanos, na teoria da estruturação, são sempre e em toda parte considerados agentes
conscientes, embora ajam dentro dos limites historicamente específicos de condições
desconhecidas e das consequências não intencionais de seus atos.
Por fim, concebe GOTTMANN (1973) que o território é o substrato onde o Estado-nação
exerce sua soberania, na interrelação sociedade/território/tempo/espaço.
(tradução nossa)
Nacionalismo:
Desafio:
Pode-se repetir essa oposição clássica segundo a qual o sociólogo estuda as leis
invariantes ao passo que o historiador estuda casos situados e datados. […] Ora, ela me
parece absurda: não se pode fazer a sociologia de um fenômeno contemporâneo sem
fazer uma história genética e uma sociologia genética desse fenômeno. A sociologia tal
como a concebo é um estruturalismo genético ou uma genética estrutural. O sociólogo é
alguém que faz história comparada sobre o caso particular do presente; o sociólogo é um
historiador que toma por objetivo o presente, com a ideia preconcebida de constituir o
presente como caso particular e de ressitua-lo no universo dos casos possíveis. É
possível evitar o erro maior – que podem cometer tanto os historiadores como os
sociólogos – que consiste em universalizar inconscientemente o caso particular, em tirar
conclusões universais de um caso particular não constituído na sua particularidade.
Portanto o Estado como espaço social indissocia sua ação aos sujeitos/cidadãos.
Cidadania é então entendida como condição de acesso aos diversos direitos sociais:
educação, saúde, segurança, cultura, econômico, que permitam a construção integral das
potencialidades de cada indivíduo de forma ativa e consciente, e por conseguinte, o
processo de construção da cidadania pressupõe o reconhecimento e a construção das
diversas identidades, e o contexto de inclusão/diferenças.
Assim, como cidadania, CHARAUDEAU (2006, p. 58-59) define: “[...] como aquela que se
encontra em um lugar em que a opinião se constrói fora do governo. É o lugar no qual os
atores buscam um saber para poder julgar os programas que lhes são propostos ou as
ações que lhes são impostas, e para escolher ou criticar os políticos que serão seus
mandantes. […] A instância cidadã define-se, assim, de maneira global diante da instância
política em uma relação recíproca de influência, mas de não-governança. No entanto, a
exemplo da instância política, a instância cidadã é uma entidade que recobre
organizações e situações diversas: organizações mais ou menos institucionais
(sindicatos, corporações, coordenações, grupos étnicos, pessoas das mais variadas
origens); situações de protestos, como manifestações de rua, recusas em participar de
eleições, pressões junto a personalidades políticas [...] Essa instância está longe de ser
homogênea: está fragmentada pela diversidade das comunidades a ela relacionadas [...].”
Cidadania e Estado:
- Oportunização de novo olhar ao Estado e seu papel, tendo em vista as inúmeras obras
escritas sobre o tema pelo autor, e as concepções do papel da História da Sociologia e
por fim, do que se entende por Estado.
Cidadania e Estado:
O sociólogo é alguém que faz história comparada sobre o caso particular do presente; o
sociólogo é um historiador que toma por objetivo o presente, com a ideia preconcebida de
constituir o presente como caso particular e de ressituá-lo no universo dos casos
possíveis. É possível evitar o erro maior - que podem cometer tanto os historiadores como
os sociólogos - que consistem em universalizar inconscientemente o caso particular, em
tirar conclusões universais de um caso particular não constituído na sua particularidade.
Estado como "o setor do campo de poder, que se chamar de 'campo administrativo' ou
'campo da função pública'" (BORDIEU, p. 30).
BORDIEU usa a metáfora = 'metacampo' para delimitar o Estado, como o espaço social
onde há diferentes grupos sociais oriundos de diversos campos.
Cidadania é então entendda como condição de acesso aos diversos direitos sociais:
educação, saúde, segurança, cultura, economia, que permitam a construção integral das
potencialidades de cada indivíduo de forma ativa e consciente, e por conseguintes, o
processo de construção da cidadania pressupõe o reconhecimento e a construção das
diversas identidades, e o contexto de inclusão/diferenças.
Mais uma vez existe uma intrínseca relação entre dois conceitos, duas palavras e suas
origens, isto porque, no cotidiano as palavras ‘ética’ e ‘moral’ estão comumente
interligadas e são consideradas de forma confusa como sinônimos.
A palavra ‘ética’, de origem do francês clássico étique, do latim ética e do grego ethos:
caráter, costume, modo de ser; inspirada na expressão grega ethike filosofia: como
filosofia moral ou filosofia do modo de ser, a reflexão sobre o modo de agir e viver da
humanidade.
Ainda também no agregar do ethos grego + mos/mores latim: para configurar o costume,
origem da palavra ‘moral’, comportamento do ser humano que não é natural, mas sim
socialmente construído e apropriado; um comportamento que é apreendido, adquirido ou
conquistado/ensinado por um hábito. Com isso, a palavra ‘moral’, se origina do latim
moralis: costumes, conjunto de normas e princípios onde estão fundamentados o agir e a
cultura de um determinado grupo social.
Não ceder o lugar do ônibus a pessoas mais velhas, grávidas ou com crianças de colo é
um ato de falta de ética.
Ao se presenciar uma agressão a uma criança, animal, mulher ou idoso e não se intervir
ou se denunciar às autoridades competentes.
Colar nas provas, atividade corriqueira entre alunos.
Vender o voto (além de ser crime).
Espalhar notícias que não se tem certeza de sua veracidade, ou seja, proliferar fake
news.
Não ajudar seu colega no trabalho por medo de que ele tome o seu lugar ou tentar
prejudicá-lo.
A ética é a reflexão do que é ‘bom’ ou ‘mau’, sobre a ação humana que a caracteriza, pois
mesmo que seja influenciada pela cultura e pela sociedade, são os princípios individuais,
que podem divergir da moral vigente.
A moral estabelece regras que são assumidas por cada indivíduo como a forma de
garantir o seu bem-viver; independe das fronteiras geográficas e garante a identidade dos
indivíduos dentro do grupo, na construção de um referencial moral comum. É um padrão
externo apresentado, um sistema social ou uma estrutura para um comportamento
aceitável.
Como pensadores das concepções de ética e moral, vale salientar: Platão (suas reflexões
sobre o que eu quero fazer? Se eu quero fazer isso? Eu posso fazer isso?); Aristóteles (e
sua reflexão de que embora seja desejável se fazer o bem para um indivíduo só, é muito
mais nobre e mais divino fazê-lo para o grupo social/nação/cidade); os pensadores de
influência do cristianismo (Moises, Paulo de Tarso, Santo Agostinho, Santo Tomaz de
Aquino); Confúcio; Buda; René Descartes; Baruch Spinoza; Kant; Schopenhauer; Mill;
Auguste Comte; Friedrich Wilhelm Nietzschet; Jean-Paul Sartre; Simone de Beauvoir;
Claude Lévi-Strauss, e outros.
Ética:
- Origem: do francês clássico "étique", do latim ética e do grego ethos: caráter, constume,
modo de ser; inspirada na expressão grega "ethike", filosofia: como filosofia moral ou
filosofia do modo de ser, a reflexão sobre o modo de agir e viver da humanidade.
- Responsável pela forma que norteia nossas condutas no nosso dia a dia.
- Não pode ser confundida como um certame de leis ou regras legais, pois não
desencadeiam sanções punitivas legais.
- Reflexão do que é "bom" ou "mau", sobre a ação humana que a caracteriza, pois mesmo
que seja influenciada pela cultura e pela sociedade, são os princípios individuais, que
podem divergir da moral vigente.
Moral:
- Regras que conduzirão o julgamento de cada ser humano sobre os modos de agir, o
julgamento que define o que é certo ou errado, "dependendo do local, do momento
histórico, da tradição social e da cultura".
- Estabelece regras que são assumidas por cada indivíduo como a forma de garantir o
seu bem-viver; independente das fronteiras geográficas e garante a identidade dos
indivíduos dentro do grupo, na construção de um referencial moral comum. É um padrão
externo apresentado, um sistema social ou uma estrutura para um comportamento
aceitável.
- A moral pode variar entre culturas e momentos históricos, algo hoje moral poderia ser
imoral no século XVIII.
- A ética reflete esta moral, portanto, também pode ser modificada radicalmente.
Segundo CARVALHO, citando ARENDT (2002) “[…] a cidadania é direito a ter direitos, e
pressupõe a igualdade, a liberdade e a própria existência e dignidade humanas.”
Entretanto, não é porque se entende a cidadania como tal, que praticas humanas e
sociais são práticas cidadãs, que os objetivos em busca de uma cidadania são efetivos.
“Todos dizem que a modernidade está em crise. É um lugar comum, mas como outros
lugares comuns este até pode ser verdadeiro, desde que se entenda bem o alcance do
diagnóstico. O que existe atrás da crise da modernidade é uma crise de civilização. O que
está em crise é o projeto moderno de civilização […]” (ROUANET, 1993, p. 9)
O trecho acima representa muito bem o que a sociedade moderna vivencia na atualidade.
Na construção de um estado moderno que apresenta objetivos e práticas cidadãs que
devem ser alcançados pela sociedade moderna, é fundamental a reflexão sobre como
estes objetivos e práticas cidadãs se encontram.
Para a prática cidadã eficiente, o ser humano necessita rever seus ideais em relação ao
todo social e sua dinamicidade, que o cerca. Significa romper raízes solidificadas,
cristalizadas, padrões antigos, romper o individualismo, a ideia de “levar vantagem
pessoal”, “isso não é comigo”, “deixa que eles façam”, “não da em nada”.
E a prática cidadã deve desenvolver na sociedade e em cada indivíduo o papel de
protagonismo, de participação de reivindicação e não de acomodação e aceitação. É a
prática de responsabilização das ações, de troca de informações, de conscientização e de
construção real de valores de cidadania.
Para reflexão, ou as práticas cidadãs são pensadas no bem social maior, ou a fabula
abaixo retratara a destruição humana cidadã:
Era noite de lua cheia quando nosso mestre, sentado entre o Pagé e o Cacique de uma
tribo indígena, no centro da região Amazônica, contou a seguinte fabula para nós e toda a
tribo ao redor do fogo: “Um dia o homem, sentado à beira de um abismo, sozinho, olhava
triste-infinitamente para o nada, sua tristeza era tal e tamanha que chamou a tenção de
todos os outros animais da Terra. Então a coruja, que passava por ali voando observou o
homem e perguntou por que estava sentado sozinho assolado pela tristeza. Como o
homem nada respondeu, os outros animais foram se achegando perto dele,
impressionados com sua misteriosa dor. Então a águia disse-lhe: ‘Não gostamos de vê-lo
tão triste. Peça o que quiseres e vo-lo daremos’. O homem disse: ‘Quero ter a sua visão’.
Então a águia lhe deu a sua visão. E o homem disse: ‘Também quero ser forte como o
leão’. E o leão lhe deu a sua força. E ainda o homem disse: ‘Quero conhecer todos os
caminhos do mundo como a serpente’. E a serpente concordou em mostrá-los ao homem.
E ainda pediu a sabedoria da coruja. E essa também foi lhe dada. Assim foi com todos os
animais. Quando o homem recebeu todos os dons foi-se embora. A coruja disse para os
outros: ‘Agora que o homem sabe muito e pode fazer muitas coisas, de repente, fiquei
com medo dele’. Então o cervo disse à coruja: ‘Agora que o homem recebeu todos os
dons, não precisamos ter medo dele, pois sua tristeza findara’. Mas a coruja respondeu:
‘Não! Eu vi um vazio nos olhos do homem e é tão profundo como a fome que nunca se
sacia. É isso que o deixa triste e é isso que o faz queres sempre mais. Ele continuará
tomando tudo que pode até o dia em a Terra dirá: ‘Eu não tenho mais nada a lhe oferecer
por isso não existo mais’.” (O Monge)
"Todos dizem que a modernidade está em crise. É um lugar comum, mas como outros
lugares comuns este até pode ser verdadeiro, desde que se entenda bem o alcance do
diagnóstico. O que existe atrás da crise da modernidade é uma crise de civilização. O que
está em crise é o projeto moderno de civilização (...)"
(ROUANET, 1993, p. 9)
Cidadania:
- Falar de cidadania não significa praticar cidadania, agir de forma cidadã, não
obrigatoriamente exige de todos, práticas efetivas.
Desde que nascemos somos influenciados pelo nosso de redor, pela sociedade onde nos
encontramos. A princípio pela nossa família, primeiro grupo do qual participamos. E a
partir de então, outros são incluídos, igrejas, escolas, clubes, grupos sociais por amizade,
por interesses profissionais, por moradia, por lazer, por classes sociais. Passamos a fazer
parte das vidas individuais de outras pessoas, passamos a desenvolver diferentes tipos
de relação, e com isso, a sociedade é transformada por diversas relações individuais que
passam a ser coletivamente definidas.
São estas relações entre as pessoas e entre os grupos que formam e constroem a
sociedade, sujeitos a normas e regras, escritas ou não. Esta sociedade é formadora de
cultura, das relações entre as pessoas surgem as crenças, as artes, a música, o
conhecimento, as características do próprio grupo.
Entretanto, estas relações não são estáticas e sem conflitos. As relações sociais
descortinam as nuances da individualidade de cada ser humano, como também as
influências formativas da cultura do grupo social que o formou. Há nestas relações tanto
situações conflituosas como também situações de harmonia. A diferença presente nas
relações dos seres humanos, os objetivos e interesses diferentes podem tanto trazer
harmonia, como podem trazer conflito.
Assim, a diversidade deve ser vivida e compreendida de forma equânime, é direito social,
imutável, inalienável. Conforme retrata a letra de LENINE, em sua música “Diversidade”:
Se cada ser é só um
E cada um com sua crença
Tudo é raro, nada é comum
Diversidade é a sentença
A vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de Deus
A vela no breu
A chama da diferença
A vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de Deus
A vela no breu
A chama da diferença
A humanidade caminha
Atropelando os sinais
A história vai repetindo
Os erros que o homem traz
O mundo segue girando
Carente de amor e paz
Se cada cabeça é um mundo
Cada um é muito mais
A vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de Deus
A vela no breu
A chama da diferença
A vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de Deus
A vela no breu
A chama da diferença
Fonte:Musixmatch
Seres Sociais:
- É o "jeitão" de ser que nos chancela, somos parte de um grupo social formado por
nossos interesses e vínculos familiares, religiosos, culturais, sociais, econômicos,
políticos, entre outros.
Grupos sociais:
- Família.
- Outros são incluídos: igrejas, escolas, clubes, grupos sociais por amizade, por
interesses profissionais, por moradia, por lazer, por classes sociais.
- Parte das vidas individuais de outras pessoas = desenvolver diferentes tipos de relação.
Relações sociais:
Conflito:
Diversidade:
- Conforme GOMES (2012): "A diversidade, entendida como construção histórica, social,
cultural e política das diferenças, realiza-se em meio às relações de poder e ao
crescimento das desigualdades e da crise econômica que se acentuam no contexto
nacional e internacional. Não se pode negar, nesse debate, os efeitos da desigualdade
socioeconômica sobre toda a sociedade e, em especial, sobre os coletivos sociais
considerados diversos. Portanto, a análise sobre a trama desigualdade e diversidade
deverá ser realizada levando em consideração a sua inter-relação com alguns fatores, tais
como: os desafios da articulação entre políticas de igualdade e políticas de identidade ou
de reconhecimento da diferença no contexto nacional e internacional, a necessária
reinvenção do Estado rumo à emancipação social, o acirramento da pobreza e a desigual
distribuição de renda da população, os atuais avanços e desafios dos setores populares e
dos movimentos sociais em relação ao acesso à educação, à moradia, ao trabalho, à
saúde e aos bens culturais, bem como os impactos da relação entre igualdade,
desigualdade e diversidade nas políticas públicas".
Após a leitura dos textos disponíveis, explicite o conceito cidadania e garantia dos direitos
sociais/humanos dentro das práticas cidadãs, levando em consideração os avanços e
retrocessos vivenciados pela sociedade brasileira de 2003-2010.
Resposta:
A palavra cidadania vem do Latim "civitas", que significa cidade e compreende todas as
implicações da vida em um Estado ou comunidade política - tanto direitos quanto deveres.
Uma das prioridades do cidadão deve ser o bem comum do todo, atuando sempre que
possível na sua manutenção.
O Governo Lula, durante os anos de 2003 a 2010, foi um governo com enfoque na
cidadania, voltado à prática do bem comum e à elevação das condições de vida dos
pobres e marginalizados e à inclusão das minorias sociais. Isso, por sua vez, melhorou as
condições de vida na sociedade como um todo, gerando aumento da moral da população,
do poder de consumo e do senso de pertencimento.
Programas como o Fome Zero, Bolsa Família e o Plano Safra da Agricultura Familiar
propiciaram ao povo renovada esperança, oportunidades de emprego e condições de vida
mais humanas, mesmo diante de desafios como a crise financeira mundial de 2008. O
crescimento do Brasil, tanto internamente quanto no cenário global, foi tamanho que
chegou a ser nomeado "um dos mais significativos movimentos de ascensão social e
distribuição de renda já verificados na história do Capitalismo" de acordo com Neri e
Souza (2012).
Prova Eletrônica:
“É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é
naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por
instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade,
é um ser vil ou superior ao homem [...].” In.: ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor
Silveira Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997, p. 13.
3) (UNICAMP/2016) Por que a ética voltou a ser um dos temas mais trabalhados do
pensamento filosófico contemporâneo? Nos anos 1960, a política ocupava esse lugar e
muitos cometeram o exagero de afirmar que tudo era político. In.: NOVAES, S. Ética.
GIANOTTI, J. A. Moralidade Pública e Moralidade Privada. São Paulo: Companhia das
Letras, 1992, p. 239.
A partir desse fragmento sobre a ética e o pensamento filosófico, é correto afirmar que:
4) (ENEM/2014)
Maria da Penha
[…]
[…]
In.: ALCIONE. De tudo o que eu gosto. Rio de Janeiro: Indie; Warner, 2007.
9) (UEL-2008) Quatro tipos de causas podem ser objeto da ciência para Aristóteles: causa
eficiente, final, formal e material. Assinale a alternativa correta em que as perguntas
correspondem, às causas citadas.
pontuação: 21/30
erradas: 2, 4, 5
---
tentativa 2:
d) totalitário.
II) Os limites do território podem ser bem definidos ou não muito claros. As fronteiras
podem variar de acordo com o espaço em análise.
III) Na Geografia, há um consenso exato sobre o que seja o conceito básico de território.
Esse conceito é único para todas as análises espaciais, sociais e territoriais.
ccec
b) I, II e IV.
A estrutura social é um tema presente nos estudos sociológicos. Com base na charge, é
CORRETO afirmar que:
Fonte: LAERTE. Animal Político Não alimente. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p.
25.
“É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é
naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por
instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade,
é um ser vil ou superior ao homem [...].” In.: ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor
Silveira Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997, p. 13.
TEXTO 1: “Temos assim três virtudes que foram descobertas na nossa cidade: sabedoria,
coragem e moderação para os chefes; coragem e moderação para os guardas;
moderação para o povo. No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também
participa na virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça” In.: PLATÃO. República.
432b.
( ) Nessa teoria das virtudes, cada grupo desenvolve a(s) virtude(s) que lhe é (ou são)
própria(s).
( ) Só pode ser justa a cidade em que os grupos que dela participam e nela agem o
fazem de acordo com sua natureza.
( ) Quando sabedoria, coragem e moderação se realizam de modo adequado, temos a
justiça.
( ) Existe uma relação entre a natureza dos indivíduos, o grupo de que devem fazer parte
na cidade, as virtudes que lhes são adequadas e, em consequência, a função que nela
devem desempenhar.
a) vvvv
8) (UFSM) “Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também
poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por
Thomas Hobbes, que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu em
primeira mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem uma autoridade soberana
não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz”. In.: LAW, S. Guia Ilustrado Zahar:
Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
Considere as afirmações:
II. Dois dos grandes teóricos sobre o “estado de natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham
a convicção de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo.
Está(ão) correta(s)
eec
e) Ética e coletividade.
---
pontuação: 24/30
erradas: 8, 10
---
tentativa 3:
As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica
e democrática porque:
e) Ética e coletividade.
4) TEXTO I
“Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de
todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra
segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.” In.:
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
TEXTO II
“Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem
seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele
em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado
era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.” In.:
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os
homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
a) Condição original.
Sobre a formação da identidade social dos indivíduos, é correto afirmar que é formada:
Na frase acima, Milton Santos discorre sobre a não existência da democracia no Brasil.
De acordo com a frase acima, é verdadeiro afirmar que:
e) a centralização do poder.
De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça,
pois tal noção:
---
pontuação 30/30
parabéns!