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Aluno: Leandro Gomes Rodrigues

RELATÓRIO DE LEITURA DO LIVRO “GRÉCIA E ROMA” DE PAULO FUNARI

- Grécia:

Os gregos clássicos eram definidos, e isso vem o texto provar, pelo idioma. Não a religião
como muito se crê, porque essa mudou muito conforme o tempo e não possui uma
concentração administrativa, por assim dizer, ou oficial, muito bem formada. Ela possui uma
fluidez e tende a mudanças contínuas em suas histórias e mitos, não criando uma base comum
firme; exceto, talvez, nos poetas e artistas: esses eram os maiores responsáveis pela unidade
imaginativa acerca dos deuses gregos, não os sacerdotes.

Considerando a língua grega como o ponto de união entre diferentes famílias, tribos, clãs e
nações da antiguidade clássica, vemos que o local onde ocorre o centro da civilização grega só
pode ser no mesmo local onde a língua grega nasceu e se consolidou, onde encontrou a sua
casa. Este local, visto isso, é a região ao sul da península balcânica. Região que, na sua direção
sul, no Peloponeso, é fértil, porém mais ao centro, na Ática, é Árido, como, mais ao norte, na
Beócia e Tessália, além de árido, é montanhoso.

Não muito diferente da região são as pessoas, pois tal como esta, só pode haver um
conjunto de pessoas gregas, que assim podem ser chamadas, desde que tenha uma conexão
com a língua grega; como, contudo, a conexão de homem com idioma se dá pela fala, são
gregos aqueles que falam grego.

Falar é uma ação, uma ação precisa de um agente; esses, por sua vez, possuem suas
influências, culturas e histórias; histórias essas que contam, inclusive, como a língua foi criada.
Os povos gregos antigos possuem suas etnias e ancestrais. Eles alternaram no controle sobre a
região já descrita. Alternância de poder que segue uma ordem cronológica bem definida.

Tendo isso em mente, a região grega foi ocupada desde 4500 ac por tribos primitivas, mas
só entre 3000 a 2600 ac que foi ocupada pela civilização da Anatólia, provindos da Ásia Menor,
chamados de cretenses, pois residiam na ilha de Creta, localizada mais ao sul do Mar Egeu.
Não foram os cretenses, contudo, os criadores da língua grega, mas sim uma influência cultural
e política que os povos que falam grego iram absorver. Os cretenses eram construtores de
enormes palácios e detinham sobre seu comando diferentes cidades com administração
política própria e independente (cidades estado), costume esse que irá se perpetuar.

Apesar de poderosos, os cretenses são dominados pelos Jônios, os primeiros falantes de um


grego arcaico. Esses começaram dominando a Ásia Menor, mas por volta de 2000 a 1950 ac,
chegam a Creta e a subjugam. De 1950 a 1580 ac, dominam os Jônios a terra que virá a ser a
Grécia, assim como, durante esse período, estava cada vez mais se tornando grega, pois o
idioma se espalhava junto com os conquistadores.

Chegam na Grécia, por volta de 1450 ac, duas tribos falantes do grego: os Aqueus e os Eólios
que, em uma demonstração de guerra formidável, dominam e ocupam as terras dos Jônios.
Estes, para sobreviverem, se refugiaram nas terras da Ática, ao sudeste do continente grego,
terra onde nascerá, no futuro, a cidade de Atenas. Os Aqueus, por sua vez, ocupam partes do
Peloponeso e de seu istmo, criando, desta forma, cidades estados formidáveis e poderosas.
Porém, de todas as cidades, era Micenas a mais poderosa, porque saqueou todos os tesouros
dos palácios cretenses. Os Eólios, ao contrário das outras duas etnias, foram mais ao Norte na
Beócia e Tessália.
Entre 1500 e 1150 ac ocorre o florescimento da civilização micênica. Foi nesse grande
período histórico que ocorreu a Guerra de Troia. As características dessa civilização são as
seguintes: controle estatal extremo, riquezas mantidas seguras sobre terras muradas e bem
defendidas, construções grandiosas e constantes conflitos.

Após este período de glória, chega uma era chamada de “a época das trevas", dos séculos 11
a 9 ac; chamada assim afinal pouco sabemos sobre os acontecimentos desse período, o que
mostra a falta do uso da escrita. Tradicionalmente falando, é atribuído isso as invasões de um
povo cujo nome nenhum grego jamais esquecerá: os dórios. Muitos Aqueus se refugiaram na
Ásia Menor após este ocorrido. Por sua vez, os dórios passam a habitar no Peloponeso.

4 povos gregos (Jônios, Aqueus, Eólios e Dórios), mas nenhuma explicação sobre aquilo que
os une: a língua. Esta absorveu influência das escritas hieróglificas dos Cretenses. Após o
começo do período micênico, contudo, elas são usadas majoritariamente com fins
administrativos/burocráticos; como era difícil de ser apreendida, era própria de meios políticos
poderosos. Mas, após as invasões Dóricas, os Aqueus refugiados na Ásia Menor absorvem a
cultura asiática, principalmente a da Fenícia. Os fenícios foram a primeira nação a usar o
alfabeto e, absorvendo esse hábito, criam os gregos o mesmo esquema alfabético adaptado
para o grego antigo, pois isto ajudava no comércio marítimo ao qual se submetiam gregos
refugiados e fenícios. Desses contatos culturais e dessas circunstâncias políticas que nasce a
língua grega clássica.

Ora, conclui-se que tal como o idioma clássico, aqueles que o pronunciavam também se
tornaram “clássicos” em certa medida. Era isso que ocorria com os gregos do período pós
trevas que encontrou seu começo no século 9 e 8 ac.

Esses gregos clássicos viviam em Polis, cidades estados. Todos falantes do grego e, como já
foi dito, mantendo uma unidade moral por meio dos poetas e escritores. Esses, como viveram
numa época sem escrita, passaram a criar suas obras por meio da fala, da declamação de
poesias em público, por exemplo a Ilíada e Odisseia. Exemplos de polis são Atenas e Esparta.

• Atenas e Esparta:

Esparta vivia sobre uma aristocracia militar. Gerenciada pela Gerúsia, conselho dos anciãos
espartanos de 60 anos ou mais, que possuía como representantes dois reis, Esparta era
voltada para a disciplina militar, o desapego a relações pessoais, a louvação das relações
impessoais para com a nação e com seus líderes, como também voltada para o aprimoramento
físico. Todavia, não era ela voltada para o aprimoramento técnico e intelectual, pois sua
disciplina rígida criava uma falta de criatividade e falta de arte, afinal seus homens eram
forçados a viver somente para atividades militares até os 60 anos. Trabalhavam somente os
hilotas “aprisionados", um povo submetido aos espartanos que viviam para o campo e nunca
para assuntos da elite dos esparciatas.

Atenas, diferente de Esparta, era a cidade da criação tanto da arte quanto da técnica
prática. Cidade que, novamente oposta a Esparta – visto ser essa totalmente fechada -, se
abria ao mundo pelo comércio marítimo. Aristóteles uma vez salientou que para a
contemplação é preciso um período de paz (ócio) e abundância material, pois aqueles presos a
atividades físicas ficam presos em seu corpo. Precisa, o homem, de paz para pensar, eis o
porque da diferença de Esparta e Atenas. Pois Atenas eram uma das poucas terras gregas que
foram permanentemente habitadas por um mesmo povo e etnia, os jônios.
Atenas foi o berço da civilização ocidental, pois criou a filosofia e literatura moderna, como
também criou a história e diversas outras ciências. Sua jornada clássica é uma transformação
de uma aristocracia para uma democracia, um progresso democrático cada vez maior. Por
conta de sua abertura marítima, os comerciantes conquistavam mais poder e exigiam mais
direitos políticos dos aristocratas. Aumentava esses direitos e o povo ateniense os ganhava
também.

Esparta é o controle, concentração do poder, é a disciplina rígida, constante e degradante


intelectualmente. Atenas é o seu oposto em tudo isto.

- Roma:

Roma, visto ter sido um dos maiores impérios do mundo, possuía, assim como a Grécia
clássica, uma heterogeneidade imensa de povos. Contudo, seu nascimento se dá na cidade
estado de Roma, na Itália.

Roma possui três grandes períodos históricos: o monárquico (da fundação


tradicionalmente atribuída a Roma de 753 ac ao ano de 509 ac); republicano (de 509 ac a 27
ac); imperial (de 27 ac a 395 dc).

Em toda sua história há um elemento comum: a guerra por expansão. Sua riqueza, imensa
aliás, provinha das conquistas territoriais empreendidas. Os conquistados tinham duas
alternativas: se render ou lutar; na primeira, Roma aumenta seu exército, mercado e
influência; na segunda, Roma aumenta seu número de escravos, armas e riquezas saqueadas
(terras, principalmente).

Culturalmente é muito semelhante aos gregos, pois absorveram sua religião, filosofia,
teatro e poesia. Exceto, porém, na língua; logo, não eram considerados gregos legítimos, afinal
falavam latim.

Possuindo uma estrutura social muito mais flexível e menos rígida, os romanos mantiveram
seu império, porque não havia barreiras sociais impossíveis de se atravessar. Um pobre pode
se tornar rico, como também um escravo liberto. Essas possibilidades abertas mantinham uma
estrutura que não era opressora com os povos romanos. Outro exemplo: os conquistados,
caso tivessem se rendido, viravam cidadãos romanos legítimos, juridicamente falando,
partilhando os mesmos direitos, como também possuindo uma liberdade local religiosa e
administrativa imensa.

Em seu período republicano, vive uma história de progresso democrático. No entanto,


conforme avançam as expansões, vê-se a necessidade de um exército permanente, visto ser o
exército romano, até as reformas militares de Mário em 111 ac, temporário. Com o exército
permanente ocorre o inevitável: a fidelidade dos soldados para com seus generais aumenta, o
oposto da fidelidade para com o Senado romano. Guerras civis começam a serem feitas.

Júlio César, general romano conquistador da Gália, em 49 ac toma Roma e vira ditador.
Após seu assassinato por um grupo de senadores romanos, em 44 ac, seu sobrinho e herdeiro,
Otávio, luta contra os opositores e assume o comando de Roma. Por ser um general vitorioso é
chamado de imperador, nome que significa “general", como também é chamado de “o
principal” pelos senadores restantes, daí vem “príncipe”. Têm início o império romano.

O império romano se espalha do Oriente Médio aos litorais ocidentais da futura Europa,
como do Egito a futura Grã Bretanha. Com o exército permanente composto de romanos e de
povos de diferentes terras, criasse uma unidade linguística e um contanto cultural maior. Esse
contato se perpetua até hoje, visto que o direito romano segue na base do direito que
possuímos, assim como as obras filosóficas e poéticas romanas .

Com isso em mente, a história de Roma é a história de todos nós. É a história do maior
império do mundo, culturalmente o mais influente que houve.

- Relatório do livro “História da vida privada", texto da página 57 a 73 do livro, “O escravo é


um ser humano".

A essência do texto está em tirar a visão emotiva, irreal e fantasiosa, própria do


imaginário moderno, acerca da escravidão no mundo antigo. Crê-se hoje em imagens de
tortura, imagens de violência pública, quando se pensa em escravidão. Pouco real é, contudo,
essa forma de ver. Uma visão mais real, mais factíca, sobre a vida dos escravos é o que
proporcionara o texto.

Na Roma antiga, os escravos, de fato, eram, como se presumi modernamente,


considerados como bens materiais, logo não como iguais por seus donos. Havendo, então,
uma separação humana entre senhores e escravos, havia também uma separação de deveres
e virtudes. O senhor tem suas virtudes próprias de honra, heroísmo e sacrifício. O escravo, por
sua vez, tinha como virtude a lealdade; não uma lealdade geral a nação ou a família, mas uma
lealdade ao seu senhor somente.

Os escravos romanos proviam não só dos vencidos em guerras e dos nascidos de outros
escravos, mas também, e principalmente, proviam do abandono de recém-nascidos e da
escolha pessoal dos próprios futuros escravos, pois homens livres, por mais livres que fossem,
poderiam ter uma condição de vida inferior a de certos escravos. Logo ser escravo de certas
pessoas providenciava uma vida de confortos maiores que a de um cidadão comum. Muitos
escolhiam a escravidão voluntariamente.

Sendo a lealdade para com seu senhor a sua obrigação e virtude máxima, o escravo,
logicamente para não ter obstáculos no cumprimento desses deveres, não podia ter uma
família, não podia criar vínculos afetivos e pessoais com outros. Morrer e viver para seu senhor
era tudo. Seus filhos que nada tinham de seu além do sangue, eram, juridicamente falando,
pertences do seu senhor.

O senhor via os escravos como pessoas inferiores, mas ainda pessoas. Ser bom para com o
escravo era algo permitido e até louvado quando merecido. Era próprio do senhor de escravos
a prática de saber adequar-se, logo de dar ao escravo o que ele via como devido a ele e a sua
ação naquele instante. Ora sendo rigoroso, ora generoso.

Visto isso, e entre outras coisas aqui não relatadas por filtração, a realidade desses
indivíduos fica mais clara, mais palpável e humana. Tirando, assim, a visão estereotipada que é
feita sobre eles como meros agentes passivos, coitadinhos eternos, e trazendo humanidade a
essa classe social antiga.

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