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Antiquarismo e
a inauguração
do tratamento
documental
História e Documento
Metas da aula
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
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Aula 9 – Antiquarismo e a inauguração do tratamento documental Módulo 1
INTRODUÇÃO
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Jubiloso
Todos sabiam contar estórias. Contavam à noite, devagar, com
Tomado por júbilo,
os gestos de evocação e lindos desenhos mímicos com as mãos. por intensa alegria ou
Com as mãos amarradas não há criatura vivente para contar contentamento.
uma estória. Seriam temas para pesquisas sábias de alemães
Poranduba
e norte-americanos essa linguagem auxiliar, indispensável nos
Narrativa de fato
"primitivos" de todos os tempos, (...) variações de timbres, histórico; história,
empostamento, nasalações, saltos de quinta e oitava, contos notícia, narrativa.
Voltando a Natal, fui para o curso secundário e pude ver a dife- binações e arranjos de
elementos, números etc.
rença entre as duas literaturas, ambas ricas, antigas, profundas,
interdependentes e ignorando as pontas comunicantes. Parlenda
Inconscientemente confrontava ritmos e gêneros, as exigências Declamação poética
para crianças,
do dogma culto e a praxe dos cantadores sertanejos, setissílabos,
acompanhada por
décimas, pé-quebrado, a ciência do "desafio". Todas as leituras música; rima infantil
subseqüentes foram elementos de comparação. utilizada em brincadeiras
ou como técnica
de memorização.
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História e Documento
Atendem ao Objetivo 1
Você certamente leu e releu o texto de Câmara Cascudo. Há muitas palavras desconhecidas,
e sua estrutura é mais complexa do que a de um texto jornalístico, por exemplo. Pois é,
podemos tomá-lo como um documento, um documento a ser interpretado.
Vamos, então, responder a duas questões.
1. O autor se diz testemunha de muitas das coisas que ele coleciona. Contudo, para
ser um colecionador capacitado, basta ter boa memória? O que mais Câmara Cascudo
demonstrou possuir ou ter de desenvolver para ser um verdadeiro colecionador?
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2. O autor se utiliza da comparação para cumprir o seu objetivo. Destaque do texto uma
passagem que comprove essa afirmação.
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Respostas Comentadas
1. Cascudo é um observador atento. Com o seu olhar, ele detecta aspectos sociais e elementos
da cultura popular que aparecem nas histórias que coleciona. Sem esse olhar atento, sua
coleção ficaria bastante empobrecida.
2. “Voltando a Natal, fui para o curso secundário e pude ver a diferença entre as duas
literaturas, ambas ricas, antigas, profundas, interdependentes e ignorando as pontas
comunicantes. Inconscientemente confrontava ritmos e gêneros, as exigências do dogma
culto e a praxe dos cantadores sertanejos, setissílabos, décimas, pé-quebrado, a ciência do
desafio. Todas as leituras subseqüentes foram elementos de comparação.”
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era o que depois sobre elas construí. Era preciso, portanto, que,
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Atendem ao Objetivo 2
Que tal colocarmos as temporalidades para conversar? Estamos no século XVII, falando
de Mabillon, Descartes e método histórico. Vamos para o século XX e junto com o filósofo
francês Michel Foucault (1926-1984) discutir, no século XXI, a crítica do documento.
Leia este texto de Foucault e, em seguida, responda às questões.
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História e Documento
muito tempo e pela qual encontrava sua justificativa antropológica: a de uma memória
milenar e coletiva que se servia de documentos materiais para reencontrar o frescor
de suas lembranças; ela é o trabalho e a utilização de uma materialidade documental
(livros, textos, narrações, registros, atas, edifícios, instituições, regulamentos, técnicas,
objetos, costumes etc.) que apresenta sempre e em toda a parte, em qualquer sociedade,
formas de permanências, quer espontâneas, quer organizadas. O documento não é o
feliz instrumento de uma história que seria em si mesma, e de pleno direito, memória;
a história é, para uma sociedade, uma certa maneira de dar status e elaboração à
massa documental de que ela não se separa (FOUCAULT, 1987, p. 7-8).
3. O autor afirma que houve uma mudança de posição da história sobre o documento.
Você pode nos dizer qual foi?
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4. O autor afirma que o documento não é mais uma "matéria inerte" destinada a uma
reconstituição do passado. Segundo os padrões atuais, história não reconstitui o passado,
ela o reconstrói. Então, segundo Foucault, quem o reconstitui?
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Respostas Comentadas
3. A tarefa primordial da história não é determinar se o documento diz a verdade nem qual
é seu valor expressivo, mas, sim, trabalhá-lo no interior e elaborá-lo: ela o organiza, recorta,
distribui, ordena e reparte em níveis, estabelece séries, distingue o que é pertinente do que
não é, identifica elementos, define unidades, descreve relações.
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RESUMO
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